Time escrita por Becky Cahill Hirts


Capítulo 9
IX - Conversas...


Notas iniciais do capítulo

{Esse é outro capítulo sem contos mitológicos, apenas atendendo um pedido de uma criatura linda que recomendou! Muito obrigada meu amor!!! Eu amei a sua recomendação mesmo e mesmo e mesmo!!}
[Corrigido: 31/03/2015]



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[Thinking Of You - Katy Perry]

Todos soltaram uma exclamação diante das palavras da deusa, obviamente ninguém esperava que a deusa fizesse isso. A própria Afrodite xingou baixo, mas sabia os termos do juramento, e sabia também que isso era mais um obstaculo a ser quebrado...

Zeus não sabia com que cara deveria ficar, embora estivesse aliviado que a deusa não havia dito que estava noiva, ou pior, gravida, ele também não deixava de ficar triste, ao saber que não levaria nenhuma das duas filhas ao altar.

Poseidon era um caso a parte, ele ficou em choque no começo, apenas encarando a linda silhueta de Atena de costas, porém depois de alguns segundos ele sentiu lágrimas, quentes e pesadas brotarem na face de seu rosto... Apenas um pensamento vinham-lhe a cabeça:

“Perdi ela para sempre

Time

— Atena! — chamou Héstia, antes da deusa poder entrar para a segurança dos seus aposentos e se trancar na sua maravilhosa, enorme e particular, biblioteca para ler mais um de seus romances, ou melhor, agora o mais apropriado seria um livro sobre a guerra... — Podemos conversar com você? — perguntou a dama de cabelos vermelhos fogo, com um pequeno sorriso no rosto, um pequeno e simples sorriso, mas que deixou Atena tão aquecida, como se finalmente tivesse um lar.

— Claro — respondeu a loira, observando Ártemis, que vinha logo atrás. — Mas entrem rápido — anunciou a deusa dos olhos tempestosos. — Não quero que ninguém veja-as...

Assim, as três poderosas e castas deusas entraram no aposento da mais nova. Ártemis, a mais nova, trancou a porta ao passar, dando um pequeno sorriso ao repousar a chave sobre a mesinha de canto.

— O que desejam? — perguntou-lhes Atena, as levando até a parte norte do seu quarto, onde uma pequena mesa para quatro se localizava, com algumas jarras, livros e frutas distribuídos sobre esta. — Algo errado?

Héstia sorriu de canto, enquanto Ártemis revirou os olhos.

— Achas que deve haver algo errado para virmos ver nossa irmã mais nova? — ela perguntou, em tom brincalhão, enquanto as três sentavam sobre as almofadas macias das cadeiras de madeira escura. Porém, Ártemis ficou seria quase no mesmo instante. — Atena, queremos saber se...

— Se tomei a decisão certa? — pergunta a deusa das corujas, encarando as ruivas da mesma forma como uma coruja encara sua presa: com força e bravura. — Não sei irmãs — disse por fim Atena, suspirando após as palavras. — Acho que só o maldito tempo pode nos dizer...

— Sabes que estaremos aqui para o que precisar, não sabes, Atena? — perguntou Héstia, com uma expressão maternal, a qual herdara de sua irmã, Hera. — Não estas sozinha, querida, nunca mais estará!

Héstia disse aquilo com tanta simplicidade, apenas como quem atesta um fato, e não como quem contesta ele. Era uma maneira dela, uma maneira de pensar, uma maneira de ser... Héstia era a deusa completa, a deusa das lareiras, a deusa do lar... E no momento era tudo que Atena precisava...

A loira deixou escapar pequenas lágrimas pelos cantos dos seus olhos, mas logo se repreendeu, lembrando que aquilo era uma coisa muito errada a se fazer... Jamais chorar, esse fora seu juramente particular, nem uma lágrima! Ela estava tão cansada de chorar...

— Atena... — Ártemis acariciou suas costas, enquanto Héstia estendia os braços, permitindo que a loira se jogue em sua direção. — Sei que é difícil... Oh, deuses sabem como eu sei... E é quase impossível, não? Você fica pensando: “O que eu fiz para ele?” ou “Por que ele não me nota? Será que estou feia? Será que sou feia?” Nós três passamos por isso irmã...

Por mais reconfortantes que as palavras de Ártemis eram, Atena se sentia confusa, triste, frustrada e... amedrontada. Héstia passava as mãos sobre suas mechas douradas, cantarolando alguma canção baixa, e Atena não conseguia entender como algum deus conseguira quebrar o coração de uma donzela tão maravilhosa e... Bem, Héstia era uma perfeita princesa, uma perfeita rainha...

— Parece que só ele não entende! — ela tentava dizer, porém temia as traiçoeiras lágrimas vergonhosas...

— Eu sei! — Héstia cantarolou — Nós sabemos... É como se... Se fossemos totalmente dispensadas, como se nossa existência não fosse nem um pouco relevante — ela comentou, sem parar um minuto de acariciar os longos cabelos da deusa dos saberes... — Eles nunca nos entendem! É frustrante! — a ruiva comentou.

— E às vezes — Ártemis continuou, com os olhos verdes marejados. — Parece que eles fazem de proposito para quebrar o nosso coração... Como se fossemos feitas de mármore...

Por algum tempo, todas se calaram, olhando para os raios lunares que a lua mandava pela janela... Lá pelas tantas Héstia acendeu a lareira, e as três deitaram, em silêncio, sobre a grande cama da deusa, se cobrindo e tentando ajudar uma a outra... Certa hora Ártemis soluçava, porém as outras duas a acalmaram, depois foi a vez de Héstia, que por mais forte que fosse também se rendeu as doces e assassinas lágrimas, mas as outras duas também a reconfortaram... Por fim, o silêncio reinava, e Atena disse suas primeiras palavras depois da comparação com o mármore:

— Pelo menos, mármore quebrado ainda é mármore... Ainda serve e ainda é belo...

O resto da noite, as deusas apenas observaram o fogo, até uma por uma, caírem no reino de Hipnos.


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Notas finais do capítulo

[revisado]