Sirius tinha razão. Se fosse apanhada não tinha escapatória, iria ser mandada para Azkaban para o resto dos meus dias, mas eu ao mesmo tempo sabia que estava a fazer o que era certo. Quero dizer, o Lord quer se livrar dos sangues ruins e eu quero ajuda-lo, por mais fria pareça.

Segui para o salão onde tudo já se tinha acalmado, sentei-me no meu lugar e esperei que o jantar fosse servido, pois só por uma pessoa morrer não quer dizer que deve acontecer o mesmo a uma escola inteira por não comer.

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Uma semana se passou e nada mudou. Continua a ser a mesma seca de sempre. Estou a falhar ao Lord ao tentar convencer o Sirius juntar-se ao nosso lado, tenho que fazer isso sem que ele diga algo a alguém.

Severus e eu não nos falamos desde a uma semana, ele foi descuidado e agora vou tomar conta de mim mesma e ele que se lixe, eu tenho que fazer de tudo para eu não ser morta ou presa, e ele que se lixe.

Era de manha e como sempre fui a primeira a levantar-me, tinha uma sensação ruim dentro de mim. Levantei-me, e fui tomar banho. Fiz a minha higiene e vesti o uniforme e desci para o salão. Como não estava lá ninguém fiquei sentada a ler um livro sobre a matéria que estava a ser dada em Feitiços e em Poções. Quando toda a gente começou a acordar e a se levantar, eu desci até ao salão. Reparei que o meu irmão estava com uma cara estranha e ele olhou para mim, não retirei os meus olhos dos dele até que me sentei na mesa da Slytherin.

O pequeno-almoço começou e as corujas começaram igualmente a aparecer com o correio. Houve uma que se dirigiu para o diretor da escola e ele ficou calado a olhar para ela. Todos os alunos e professores estavam a olhar o diretor.

Ele levantou o olhar e olhou para mim e para o meu irmão e com esse olhar eu senti que algo tinha acontecido. Ele levantou-se e caminhou até ao lugar onde ele costuma dar os seus discursos, toda a escola estava em silêncio e nem sabíamos porque.

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– Eu tenho o pesar de dizer que hoje a noite, houve mais um ataque dos Comensais da Morte. E neste caso foi na família Potter.

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Assim que ele disse o sobrenome eu e o meu irmão nos olhamos e desta vez estávamos os dois com os olhos abertos o máximo possível. O diretor chamou os nossos nomes e nós imediatamente andamos até a sala dele. Sentamo-nos a frente dele e esperamos que ele falasse.

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– O vosso pai mandou-me esta carta hoje de manha como repararam. Eles foram atacados ontem a noite. Charles ontem a noite estava numa reunião do ministério, e quem estava em casa era a vossa mãe. Ela foi atacada e está em St. Mungos, estou vos a dispensar esta semana e hoje para poderem estar com ela.

– Ela está bem. – disse eu tentando sorrir – A minha mãe é forte e eu sei que ela vai conseguir ultrapassar isto.

– Ella, a sua mãe foi gravemente ferida por comensais.

– Ella eu vou ver a mãe contigo ou sem ti. Senhor professor sabe como posso ir o mais rápido possível para lá? – disse o meu irmão.

– Sim, pode ir agora mesmo via Pó de Flú.

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O meu irmão disse que sim e o diretor deu-lhe um bocado de pó e ele foi para St. Mungos. Eu não queria acreditar que a minha mãe estava mal, e eu sei que ela é forte e que ela vai aguentar. Por isso só tenho que aguentar com ela. De repente lembrei-me, eu sou uma comensal da morte, eu devia ter sabido sobre este ataque e o Severus devia ter-me dito. Ficou com raiva e andei a procura dele. Quando o encontrei corri até ele e o empurrei contra uma parede, não tinha ninguém a nossa volta.

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– O que foi que fizeste Severus? – rosnei.

– Eu não fiz nada, eu nem sabia disto. – disse ele tentando largar-se de mim.

– Eu odeio-te, tu mentiste-me, tu matas-te a minha mãe! – disse a ficar com lágrimas nos olhos.

– Eu não matei a tua mãe Ella, mas se queres saber foi bem-feita! Por não teres feito o que o Lord te pediu.

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Assim ele conseguiu largar-se de mim e segui o seu caminho. Fiquei a olhar para a parede e comecei a chorar silenciosamente, queria acabar com toda a gente que aparecesse a minha frente. Eu já nem sei se acredito que ela ficaria bem.

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– O teu irmão já chegou. – disse uma voz atrás de mim fazendo-me limpar as lágrimas – Ele disse que devias ir ver a tua mãe. Ela está mesmo mal.

– Tu tinhas razão. – disse olhando para ele e comecei a chorar de novo – Eu não tenho saída. Isto é o que acontece quando não obedeço. A minha mãe vai morrer e eu vou continuar a ser quem sou.

– Do que estás a falar Ella?

– Sirius. Tu sempre tiveste razão. – disse e puxei a manga para cima e ele viu a marca – Eu não cumpri a minha missão, que era trazer-te para o nosso lado. Quer era fazer de ti um de nós. Eu não a fiz e a minha família é quem está a pagar por isso. Era isso, fazer-te mudar de lado ou matar-te.

– Então porque não o fizeste? Porque é que nem sequer tentaste? Porque é que deixas-te isto assim? Achavas mesmo que o Nós-Sabemos-Quem te iria perdoar por não cumprires a tua missão? Achas mesmo que ele era assim tão misericordioso? Tu és um monstro Ella, foste tu que matas-te uma amiga por simples ordens ou porque querias, matas-te pessoas inocentes e agora vais continuar a matar mais, indiretamente ou diretamente. Eu até me odeio a mim mesmo por saber que amo um monstro, por saber que sempre te irei amar, amar uma pessoa que é cobarde e mata outras pessoas por prazer…

– Sirius…- nesta altura já chorava baba e ranho com as palavras que ele dizia.

– Nunca mais me dirijas a palavra, nunca mais olhes para mim com esses olhos que me fazem perder a respiração. – disse e suspirou- Nunca mais me digas que me amas, ou que pedes desculpa, porque por tua culpa uma das pessoas mais carinhosas pode morrer. Simplesmente, esquece que eu alguma vez existi.

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Disto isto ele saiu e eu notei que ele tinha pequenas lágrimas a caírem dos seus olhos. Eu agora fique a olhar para o lugar onde anteriormente se situava Sirius, olhe para a marca no meu braço esquerdo e percebi que fiz a escolha errada. Que escolhi poder em vez do amor. Que escolhi pessoas vingativas em vez de pessoas que mais amo. Que perdi tudo por querer ser melhor que o resto.