-Roland....- Uma voz feminina chamava por mim.-Roland, onde está você?- A voz me era familiar, podia se perceber facilmente que a pessoa estava feliz. Ela ria como se fosse o melhor dia de sua vida.

Tudo estava branco e eu não conseguia enxergar nada, era como se a luz do Sol batesse diretamente em meus olhos e me impedisse de ver qualquer coisa. Mesmo assim eu ainda conseguia escutar, a pessoa parecia cada vez mais próxima.

Um tiro, alto e agudo, e eu não escuto mais nada.

Abro meus olhos e me sento quase que automaticamente, minha respiração está ofegante. Esfrego minhas mãos nos meus olhos, como se para afastar o pesadelo terrível que eu tive. Ainda de olhos fechados e com a mão no rosto eu consigo senti-la molhada.

- Oh não, de novo não.- Sussurro. Respiro fundo. Afasto minhas mãos do meu rosto.

Abro lentamente meus olhos. Vejo sangue, mas não o meu sangue.

Me viro e vejo um homem, ele era mais velho do que eu, tinha cabelos e barba preta e seu corpo estava muito branco.Me aproximo dele e consigo perceber o quanto estava frio, não respirava e tinha uma faca grande enfiada em sua barriga ensanguentada.

Com cuidado tiro aquele objeto dele. Olho para o local que eu me encontrava, parecia um galpão velho e abandonado. Percebo que tinha uma poça de água ali por causa de um buraco no teto, era funda o bastante para cobrir toda a faca, a jogo ali.

Limpo o sangue que estava em mim com o meu casaco e depois o amarro ao avesso na minha cintura. Procuro uma saída e logo em seguida saio o mais rápido dali.

Eu não sei como, nem por que, mas a quase dois meses eu acordo em um lugar totalmente desconhecido e toda vez que eu me viro tem uma pessoa morta ao meu lado. Eu acho que o responsável pelas mortes sou eu já que sempre estou sujo de sangue. O estranho é eu nunca me lembrar de como eu fui parar ali ou o que eu fiz para parar ali.

Todo dia antes de dormir eu me pergunto onde irei acordar. Será que eu sou um assassino? ou melhor: Eu sou um monstro?