Maga, Bruxa ou Semideusa? - Hiatus escrita por Marina Leal


Capítulo 30
Capítulo 30 - Beco Diagonal – Parte 2


Notas iniciais do capítulo

aqui está minha gente :-) espero que gostem
beijos



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O homem, Tristan, caminhava com firmeza a nossa frente, mas às vezes lançava olhares para trás, acho que para ter certeza que o estávamos seguindo. Parecia estranhamente curioso por algumas vezes, mas não verbalizou nenhuma pergunta ao longo do caminho.

Olhei para suas costas, seu modo de andar fez com que eu me lembrasse de meu pai e meus irmãos. O que será que todos estavam fazendo? Onde será que Apolo estava?

Mamãe estava silenciosa enquanto andamos, seus olhos tristes da mesma forma quando ela pensava em meu pai. Sei que ela nunca admitiria, mas mamãe ainda amava Apolo.

– Não fiquem muito para trás. – O homem falou pela primeira e última vez e eu mamãe aceleramos o passo.

Depois de algumas ruas ele parou e apontou para um ponto bem à nossa frente.

– Chegamos! – Anunciou com um sorriso ofuscante. – O Caldeirão Furado! Um lugar muito famoso entre os bruxos!

Olhei para onde ele apontava e precisei de um momento até perceber que era para um bar com aparência envelhecida e decadente que se ele não tivesse dito onde ficava eu nem teria percebido que estava ali.

Comecei a observar as pessoas apressadas que passavam pela frente do lugar e que nem pareciam reparar sua existência, seus olhos voavam da livraria de um lado da rua e a loja que ficava no lado oposto.

Devem ser mortais. Pensei. Minhas amigas me explicaram que poucas pessoas comuns conseguiam ver lugares míticos, enxergar através da Névoa, dissera Quíron em uma de nossas aulas. Será que os bruxos possuíam algo parecido para se esconder?

Pensei por um momento, talvez tivessem, mas não consegui formular uma boa teoria para aquilo.

– Boas compras! – Tristan falou e olhei para ele pronta para dizer obrigada, mas meu agradecimento se perdeu no meio do caminho, pois houve um estalo de bombinha e o homem sumiu.

Olhei para mamãe, que praguejou em egípcio, o tipo de coisa que Liz resmungava quando uma Palavra Divina não respondia ao seu comando ou quando algo a assustava.

Não a deixei pensar muito no assunto e a puxei pela mão para entrarmos no bar.

Se O Caldeirão Furado era um lugar famoso entre os bruxos, eu não sei se gostaria de ver um lugar que não fosse. Lá dentro era úmido e escuro, assim como o lado de fora tinha a aparência decadente e miserável.

Apesar disso havia muita gente ali, desde muito jovens a bem velhos, todos envoltos em discussões intensas e animadas, e por isso apenas alguns pareceram notar nossa entrada repentina assim como um homem bastante careca que veio rapidamente até mim e mamãe.

Ele era baixo e usava um conjunto estranho de roupas por debaixo de um avental de couro, olhos grandes e de um tom amendoado, um nariz protuberante e as maçãs do rosto eram um tanto encovadas, mas ele exibia um sorriso amigável.

– Bem vindas ao Caldeirão Furado, meu nome é Tom, sou o dono do bar, o que desejam? – Ele falou e eu apertei os dedos da minha mãe, assustada.

– Calma Nat. – Ela murmurou para mim, embora não parecesse tão calma assim, antes de se dirigir a ele. – Bom dia senhor, estamos aqui porque precisamos ir ao Beco Diagonal.

O homem sorriu e acenou com a cabeça.

– Ah, sim. Venham comigo. – Falou e olhei ao redor enquanto ele puxava assunto com a minha mãe.

Algumas das pessoas no bar viraram a cabeça para nos olhar ao passarmos por elas, acho que nossas roupas contribuíram para aquilo, pois todos ali estavam com vestes longas e em tons escuros enquanto eu e mamãe usávamos jeans e blusas brancas de algodão.

E foi nesse momento de constrangimento infundado (certo, talvez nem tão infundado assim) que eu o vi. Ele estava parado próximo a uma porta aos fundos do bar, segurando a mão de uma mulher alta e bonita, com cabelos castanhos e roupas longas e pretas, uma larga capa escura sobre seus ombros. Ele não usava roupas muito diferentes das da mulher, de forma que parecia um tanto estranho a princípio, mas eu tinha certeza que o conhecia.

Os olhos verdes do garoto encontraram os meus e eu pude sentir meu corpo ficar imediatamente tenso em resposta, meus dedos formigando em nervosismo. Ele obviamente havia me reconhecido com a mesma rapidez que eu, pois seus olhos se arregalaram em surpresa em me ver.

Seu nome quase saiu de meus lábios, mas os fechei firmemente e segui minha mãe.

– Desculpe-me senhora Bertolazzo. – Tom falou quando chegamos perto da mulher e do garoto.

– Sem problema Tom. – A mulher falou agradavelmente e olhou para mim e mamãe com curiosidade. – Hogwarts?

Concordei com a cabeça e olhei para o garoto.

– Oi Diego. – Murmurei sem graça.

Mamãe e a mulher pareceram bastante surpresas, ainda mais quando ele sorriu e disse:

– Oi Nat. – Seus olhos me mandando várias perguntas silenciosas e os meus lhe dando respostas que ele provavelmente não entendeu.

– Esperem um momento, de onde vocês se conhecem? – Nossas mães perguntaram ao mesmo tempo enquanto Tom nos guiava através da porta para um pequeno pátio murado, onde não havia nada de interessante além de uma lata de lixo e um pouco de mato.

Olhamos fixamente para o bruxo à nossa frente esperando que elas entendessem a mensagem implícita, ambas assentiram levemente e fomos poupados de responder aquele questionamento por alguns instantes.

Tom tirou uma varinha do bolso do casaco, se agachou murmurando algo e bateu três vezes no muro. Por um momento nada aconteceu, então o tijolo que havia sido tocado pela varinha começou a torcer-se e um pequeno buraco começou a surgir nele, que foi abrindo mais e mais.

Meu queixo caiu quando pouco tempo depois um arco de pedra suficientemente grande para caber quatro homens estava à nossa frente.

O garoto ao meu lado riu ao ver minha reação.

– Isso não é nada, olha só! – Falou apontando para a rua de pedras irregulares que serpeava e desaparecia de vista onde o arco de pedra levava.

– Bem vindos ao Beco Diagonal! – Falou Tom sorrindo. – Agora com licença, tenho clientes para atender.

Mamãe e a mulher acenaram levemente com a cabeça e o homem sumiu através da porta. Meus olhos varriam cada canto possível do lugar e mesmo que eu tivesse visto aquilo acontecer ainda parecia surreal, foi preciso que mamãe me puxasse pela mão para que eu saísse do lugar.

Assim que atravessamos o arco e pisamos no conjunto de pedras irregulares a passagem atrás de nós se fechou instantaneamente e virou um muro sólido novamente.

– Aonde vamos agora? – Perguntei para minha mãe, mas meus olhos estavam varrendo o lugar, sedentos de curiosidade. Havia tantas lojas e tantas cores que eu não sabia para onde olhar primeiro, minha vontade era ir a cada lugar em que meus olhos se fixavam.

– Ah, nascida trouxa? – A mãe do garoto perguntou e eu voltei meu olhar para ela, que me fitava com uma sobrancelha erguida.

Nem eu nem mamãe sabíamos o que responder, até que o garoto falou.

– Na verdade mamãe, essa é a nova campista! Lembra? Falei dela para a senhora! A nova filha de Apolo! – Fiquei sem graça ao me dar conta que a maioria dos semideuses havia falado de mim para seus pais.

A mulher pareceu surpresa assim como minha mãe, mas logo compreensão surgiu em ambos os rostos.

– Vocês se conhecem do acampamento, devo supor. – Mamãe falou e eu e Diego concordamos.

– Mãe, esse é o Diego, filho de Poseidon. – Falei os apresentando. – É um dos semideuses que conheci durante os dias que passei lá no acampamento.

Mamãe assentiu rigidamente, assim como a mãe dele.

– Parece que temos muito que conversar. – Falou e a mulher concordou com um sorriso.

– Mas antes deixe que eu me apresente. – A mãe de Diego falou estendendo a mão. – Meu nome é Luna Bertolazzo.

Mamãe apertou a mão dela.

– Marcela Vasconcelos, muito prazer.

– Igualmente, Marcela. Será que podemos conversar enquanto andamos? Temos muitas compras para fazer e meu Diego tem que ir para o acampamento o mais rápido possível.

Mamãe sorriu e concordou com um aceno.

– Posso dizer o mesmo sobre a minha menina. Então, aonde iremos primeiro?

– Gringotes. – A mulher falou e começamos a andar, franzi a testa em confusão, mamãe não parecia estar se sentindo muito diferente de mim, pois a mãe de Diego acrescentou. – Não se preocupe, eu ajudarei vocês no que puder.

– Muito obrigada. – Ela disse e ambas começaram uma conversa animada enquanto eu e Diego olhávamos avidamente para cada loja, embora ele não parecesse tão ansioso por olhar para todos os lados como eu estava.

Parece que o mundo bruxo, apesar de um pouco estranho, era quase tão interessante quanto o Acampamento. A esperança de que poderia me adaptar sem muitos problemas começou a nascer quando pensei isso.

– Sim, você vai conseguir. – Diego falou como se lesse meus pensamentos e sorriu para mim antes de voltarmos a olhar ao redor.


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Notas finais do capítulo

então, mereço reviews?
até quarta-feira agora com a terceira parte desse cap
beijos



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