Maga, Bruxa ou Semideusa? - Hiatus escrita por Marina Leal


Capítulo 26
Capítulo 26 - Reencontro


Notas iniciais do capítulo

oi gente, leiam as notas finais ok?



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– Ainda não entendo porque você quer voltar para a escola. – Molly repetiu pela milésima vez enquanto eu arrumava uma pequena mochila com um estoque de néctar e ambrosia para os próximos dois meses que eu passaria fora do acampamento.

Ergui os olhos e notei que ela estava encostada na parede e me fitava com uma expressão magoada, a mesma expressão que Will e os meninos fizeram quando expliquei que ia voltar para o final do ano letivo na minha antiga escola.

Foi um jantar muito divertido na mesa de Apolo (notaram o sarcasmo?).

Suspirei, eu realmente não esperava que eles entendessem meus motivos.

– Molly, – comecei tentando encontrar as palavras certas – eu preciso terminar esse ano letivo, preciso dizer adeus para algumas pessoas antes de abraçar essa vida completamente.

Fiz um gesto ao redor, abrangendo onde estávamos e ela acenou levemente, mas ainda parecia chateada.

– Então não é porque você não gostou da gente? – Perguntou depois de alguns segundos.

Deixei escapar uma risada e ela sorriu.

– Eu adorei vocês, de verdade. – Falei.

– Mas...? – Ela ergueu uma sobrancelha.

– Mas eu deixei várias coisas inacabadas em Londres, preciso concertar isso. Também quero saber o que aconteceu com a minha mãe, não falei com ela depois que vim para cá. – Falei e franzi a testa. – Depois que tudo estiver resolvido eu prometo que vamos nos divertir bastante durante o mês que vou passar aqui no acampamento.

Molly concordou e veio até mim para me abraçar.

– Vou sentir saudade. – Disse.

– Eu também. – Falei já imaginando como seria quando eu estivesse me despedindo de Peter. A ideia me encheu de tristeza.

Alguém bateu à porta e ela me soltou.

– Nat? – Era Will.

– Entre. – Eu e Molly falamos ao mesmo tempo.

– Na verdade somos todos nós. – Ele falou abrindo a porta e revelando os outros garotos ali atrás dele.

Eles entraram e me fitaram em silêncio por algum tempo depois de se acomodarem sobre as camas, pela expressão de cada um parecia que estávamos em um enterro.

– Gente, não é como se eu estivesse indo embora para sempre! – Exclamei quando nenhum falou nada. – Eu vou voltar! Só preciso me despedir de alguns amigos!

Will, Jack, Mathew e Marcus trocaram um olhar culpado e Molly estreitou os olhos.

– É, nós sabemos, a gente estava ouvindo vocês conversando. – Eles falaram juntos.

– O QUÊ?! – Molly gritou agudamente e eu tampei os ouvidos, os meninos imitaram meu movimento. Quem diria que ela tem um belo par de pulmões? – E se eu estivesse dizendo para a Nat de quem...

Ela parou claramente desconcertada e os meninos olharam com interesse para ela.

– De quem... O quê? – Mathew perguntou maliciosamente antes de se encolher com olhar que nossa irmã lançou em sua direção.

– Não interessa. – Molly respondeu com irritação. – Só não façam mais isso!

Os meninos concordaram rapidamente, mas tive uma ligeira sensação que eles não iam deixar essa passar tão facilmente.

Will olhou para mim.

– Vamos sentir sua falta. – Disse. – Sei que você chegou agora no chalé, mas, você é nossa irmã. Uma de nós.

– Eu sei Will. – Falei com um leve sorriso. – Mas eu volto para passar um mês das férias aqui, só vou passar dois meses fora.

Jack, Mathew e Marcus me olharam parecendo confusos e eu mordi o lábio, parece que Will e Molly não haviam dito que eu era uma União Rara.

– Bem, é que eu sou... Eu sou...

– Uma U. R. – Completou Marcus parecendo ter compreendido a situação.

– Sim. – Confirmei em voz baixa.

– Isso é que é azar em maninha? – Comentou Jack e eu franzi as sobrancelhas em confusão.

– Ah! – Exclamou Will como se tivesse entendido. – O Logan.

Fiz uma careta ao entender onde eles queriam chegar. Eu tinha que admitir que realmente, era muito azar ter o Logan nos mesmos lugares que eu por todo o verão.

Ficamos em silêncio até que Jack se levantou, parou na minha frente e bagunçou meu cabelo antes de sorrir para mim.

– Não demore muito para voltar, vamos sentir sua falta. – Falou antes de sair pela porta e eu soltar um gemido frustrado.

Marcus e Mathew murmuraram um “boa viagem” e “divirta-se” entre risadas antes de se retirarem do quarto que eu dividia com Molly.

Olhei para Will, que veio até mim e me abraçou com força. Ele não disse nada, apenas me olhou brevemente, mas de forma penetrante antes de sair.

– Isso foi estranho. – Murmurei e Molly sorriu.

– Na verdade não. – Ela falou e eu coloquei o óculos/arco dentro da mochila, ninguém me disse, mas eu sabia que precisava manter aquilo perto de mim o tempo todo.

– Porque não? – Perguntei e deitei na cama.

– O Will tem medo de perder aqueles que ele ama, ou seja, nós. E mesmo que ele não admita, até mesmo o Logan entra nessa. – Ela explicou antes de parecer ficar triste de repente. – Ele já perdeu pessoas demais, assim como eu.

A última parte foi dita de uma forma tão baixa que não sei se realmente era para eu ouvir.

Tive vontade de perguntar o que ela queria dizer com aquilo, mas não o fiz, algo me dizia que quase todos, se não todos, no acampamento já haviam perdido alguém importante, fosse amigo ou familiar.

– Boa noite Molly. – Falei em voz baixa.

– Boa noite Nat. – Ela respondeu antes de dizer: – Apagar as luzes.

O quarto caiu na escuridão e eu rapidamente adormeci.

*****

Saímos logo cedo, houve uma breve despedida entre eu e meus irmãos, dessa vez eles pareciam mais conformados com a minha partida.

No meio do caminho Linda me encontrou para subirmos a colina juntas, ela levava uma pequena mochila sobre os ombros e o lenço no pescoço, estranhamente ele estava azul naquele dia. Resolvi não perguntar, então nada falamos enquanto andávamos, acho que ela também estava nervosa.

Quíron esperava por nós no topo da colina, estava de cadeira de rodas e parecia um tanto preocupado. Quando chegamos ao topo olhei de relance para trás e admirei a vista do acampamento.

– Será que um dia serei capaz de ver este lugar como um lar? – Murmurei para mim mesma.

– Eu acho que você já vê. – Linda falou tocando em meu ombro. – Só ainda não se deu conta disso.

Olhei para ela e sorri, então voltei meu olhar para as figuras que esperavam por nós a vários passos do grande pinheiro, eram duas mais Quíron. Os cabelos ruivos e volumosos não deixavam espaço para dúvida de que minha amiga Liz ia conosco.

Ao lado dela estava Quíron, eles pareciam estar conversando algo importante, pois Liz gesticulava bastante e parecia não muito contente com algo, a expressão de Quíron ficava cada vez mais carregada a cada minuto.

Parada em pé ao lado dele, com longos cabelos castanhos e olhos azuis, uma calça jeans e uma blusa branca de algodão estava...

– Mamãe! – Gritei e corri até ela, só parei quando estávamos abraçadas. O leve perfume de hortelã que eu tanto conhecia e que estava ausente pelo tempo que ficamos separadas me envolveu como uma manta protetora e eu respirei aliviada.

– Ah, Nat! – Ela falou e quando percebi ambas estávamos chorando. – Me desculpe meu amor, eu quis responder sua carta, mas...

Ela parou e deixou os soluços saírem, eu não liguei já que os meus teimavam em interromper qualquer tentativa minha de falar algo.

– Dona Marcela, nós temos que ir. A senhora e a Natália podem conversar mais tarde. – Quíron falou gentilmente, mamãe concordou com a cabeça e me soltou de seu abraço com delicadeza, mas segurou firme minha mão enquanto ambas limpávamos as lágrimas do rosto.

– Liz, meu bem, você pode abrir o portal? – Mamãe falou e Liz concordou com a cabeça antes de oferecer um sorriso tímido para mim.

Seus olhos verdes me fitavam com inúmeras perguntas borbulhando dentro deles, mas pude ver o medo ali também. Eu havia mudado tanto assim? Não me sentia diferente, pelo menos, não por fora.

Sorri de volta e minha amiga soltou um leve suspiro aliviado ao perceber que eu ainda era eu antes de seguir para a pirâmide que estava do lado de fora da fronteira do acampamento e escrever um pequeno símbolo nela.

Quíron me explicou que a magia grega e a magia egípcia causavam estragos quando colocadas muito próximas uma da outra, mas que a pirâmide era importante para aqueles que eram Uniões Raras e precisavam ir e vir de longas distâncias.

– Ah, eu odeio esses portais. – Ouvi Linda resmungar quando a ampulheta de areia se abriu e começou a exercer seu poder gravitacional sobre nós. – Mas, vamos lá. Te vejo do outro lado.

Ela foi com Liz através do portal, Quíron foi em seguida, mas antes lançou um olhar preocupado na minha direção, porém deu um leve sorriso. Olhei para mamãe, ela suspirou uma vez e me guiou para o turbilhão rodopiante de areia.


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Notas finais do capítulo

então, resolvi colocar os dois motivos para eu não ter postado na sexta-feira passada aqui nas notas finais.
1- A minha internet decidiu que aqui em casa não estava legal e foi embora por quase quatro dias.
2- Eu (a autora que vocês amam) ganhei um pen drive maior e na hora de transferir os arquivos acabei deletando os capítulos sem querer sem fazer um backup (acreditem, eu me odiei por isso), mas graças aos deuses eu consegui um programa que recupera arquivos apagados por acidente, então os caps estão de volta.
é só isso, beijos pessoal, até quarta agora



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