Te Odeio Por Te Amar escrita por TamY, Mazinha


Capítulo 5
Capítulo 05 - "Pode me dar licença, por favor?"


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiii gatinhassss!!! Desculpem pela demora, mas aí está mais um capítulo pra vocês! Que desfrutemm! Um beijo a todas as que estao nos acompanhando e lhes asseguramos que essa história ainda promete muitos badalos kkkkk ..
Boa leitura! *-*



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* Lina Narrando *

Enfim chegamos em casa e confesso que uma festa de aniversario em uma boate é muito mais cansativa do que uma festa tradicional. Mas como Sophia disse, sempre fizemos festas mais formais e tradicionais, para ela sempre era muito chato e também já é quase uma mulher, era de se esperar que nessa fase ela quisesse fazer algo diferente do habitual, dessa vez até que foi legal e me diverti, mas o que me deixou mais feliz foi a alegria que estampava no rosto de Sophia.

– Oi meninas, e aí como foi lá? – Perguntou Adelina, a nossa governanta que também era quase uma mãe para nós ao nos ver chegar em casa completamente descabeladas, sem maquiagem e descalças, tínhamos dançado muito. Adelina está conosco há muitos anos, era muito amiga e cuidava de nós com muito amor e carinho, dedicou muitos anos de sua vida à nossa família e agora nos apoiava mais do que nunca, meu pai não estava em sua melhor fase e por enquanto só tínhamos a Adelina como símbolo fraterno em nossas vidas. Perdi as contas do tanto de vezes que chorei em seus braços e dos conselhos de mãe que ela me dava. – Pelo jeito foi muito divertido! – Disse ela rindo nos olhando antes que respondêssemos.

– Sim Adelina linda, foi muito maneiro! – Respondeu Sophia exasperada. – Você tinha que ver o tanto de gente que foi, o tanto de gatinho que estava em minha festa. – Continuou sorrindo contente com ar de menina sonhadora.

– Sim, eu posso imaginar... – Disse Adelina rindo do jeito de Sophia, Adelina não tinha nada a ver com essas coisas e sabia que se sentiria um peixe fora d´agua se fosse para a festa. – Desculpa não ter ido, mas você sabe que essas coisas não se encaixam no meu... perfil mas estou feliz que vocês se divertiram. – Continuou olhando-nos com alegria.

– Sim Adelina, a Sophia tem razão, foi muito divertido e cansativo também, por isso que eu lhes peço licença... Preciso de um bom banho e cama porque amanha não será um dia fácil! – Disse a elas me despedindo com um beijo em cada uma, logo subindo em direção ao meu quarto.

Enchi a minha banheira com alguns sais de rosas que eu adorava e mergulhei ali, quando de repente meus pensamentos voltaram ao lindo cara que estava me cantando na boate, mas que eu não dei nem um pingo de liberdade a ele para que se aproximasse de mim com mais intimidade, não fiquei com mais ninguém desde que vivi o maior desengano que podia ter vivido na vida, aquilo me deixou desgostada, não sei explicar, sempre tive amor próprio antes de qualquer coisa mas aquilo me deixou completamente arrasada e passei a me sentir indiferente, sempre fui muito vaidosa e depois de tudo, me tornei ainda mais, mas era diferente, não podia mais me ver com outro homem, não imaginava que alguém pudesse me amar verdadeiramente, foram poucas as demonstrações de amor que eu recebi de um homem e achei que essas poucas seriam as únicas, sempre pensei assim, principalmente depois de tudo, me sentia completamente desiludida e infeliz, sozinha. Podia muito bem ter dado uma chance aquele rapaz essa noite, nada sério, só uns beijinhos não faria mal a ninguém e eu estava precisando disso, eu não queria admitir nem a mim mesma mas precisava ser tocada, beijada, acariciada, amada, necessitava sentir o calor de um homem.... – “NÃO PAULINA, VOCÊ NÃO PRECISA DE NINGUÉM PORQUE ESTÁ MUITO BEM SOZINHA, NÃO PRECISA DE UM CANALHA QUE VAI TE ILUDIR HOJE E AMANHÃ VAI TE ABANDONAR, TE TRAIR ... VOCÊ NÃO SUPORTARIA, TODOS OS HOMENS SÃO IGUAIS”. – Gritava uma a minha voz interior, a voz da minha consciência, a voz da razão e foi assim que despertei de todos os meus devaneios, era automático, eu me sentia controversa, uma hora eu me rendia a ideia de que precisava de alguém e como num passe de mágica, eu mudava de ideia e decidi prevalecer com a ultima, prefiro ficar sozinha, não quero mais saber de homem em minha vida, não vou me deixar ser usada e depois jogada fora, não mesmo! Logo me esqueci daquele episódio, era muito fácil esquecer, não tinha importância, era apenas mais um dentre os tantos que tentavam me cantar, já havia me acostumado com isso.

Depois de me sentir mais relaxada me levantei, me sequei e fui vestir algo leve para dormir. Precisava pensar, meu pai tem uma fábrica no México e eu não trabalhava porque combinamos que eu priorizaria os meus estudos para depois ajuda-lo de uma vez a administra-la, estudei em um Campus da Universidade em outra cidade e precisei viver por lá e quase não ia em casa, muito menos à fábrica, logo veio a pós-graduação e eu até que tive um pouco mais de tempo mas não ficava muito tempo na fabrica, só durante uma pequena parte do dia e não cuidava dos assuntos burocráticos, este foi o meu erro. O escritório e a fabrica ficam lá e eu precisava voltar para ver de mais perto como andavam as coisas, meu pai administrava muito bem os negócios, mas apostou uma boa quantidade de dinheiro em um de seus jogos e acabou perdendo, o que pesou para a empresa, eu tinha que evitar que fôssemos à falência, essa empresa faz parte de nossas vidas e eu precisava fazer algo para resgatá-la. Deitei-me e dormi pesado, tinha que descansar para enfrentar desafios que jamais imaginei enfrentar em toda a minha vida.

Meu celular despertou, eram 05hs da manhã e o dia nem tinha amanhecido ainda quando me levantei. Eu adoro Cancún e cresci naquele lugar até nos mudarmos para o México por causa dos negócios do meu pai e por causa dos nossos estudos também, e só passamos a ir para Cancún nas férias. Tínhamos essa casa que era muito bonita, grande e aconchegante e essa casa me lembrava muito a minha mãe, meu pai a construiu para ela e lá eu me sentia maravilhosamente bem, me sentia perto dela.

Uma das coisas que eu adoro fazer é correr, sou muito vaidosa com o meu corpo e cuido muito bem da minha saúde, corro num parque ecológico lá perto de minha casa no México todos os dias bem cedinho e no calçadão da praia todas as manhãs quando estou em Cancún e sempre que posso, faço isso à tarde também, era um hábito de anos que eu não podia deixar por nada neste mundo mas eu sabia que, provavelmente seria mais raro fazer isso lá no México por causa da fábrica, havia muito trabalho e com certeza eu ficaria presa nele todos os dias. Vesti minha roupa fitness, um short rosa e um top preto, calcei meus tênis e desci para ir fazer o que tanto gosto, tinha que agilizar o meu lado, não tinha muito tempo, pretendia fazer pelo menos uns 20km, e dessa vez teria de voltar mais cedo por que o meu voo tava marcado para depois do almoço e minhas malas ainda não estavam prontas. Liguei o meu Ipod e coloquei para reproduzir na minha playlist de música eletrônica e corri até uma praça que ficava entre a praia e a minha casa e lá fiz alguns alongamentos, logo comecei a minha mini-maratona. Correr me deixava tão bem mentalmente, espiritualmente, me relaxava e eu realmente estava precisando daquilo, quero chegar revigorada lá no México, não sei como vai ser, mas tudo bem, não queria pensar nisso agora, precisava apenas correr e espairecer.

Estava ali tão entregue à minha ‘liberdade’ que eu nem vi as horas voando, já eram quase 09hs e eu precisava voltar para casa, tinha muito que fazer e ainda precisava ter uma conversa séria com Sophia. Parei para tomar uma água de côco quando vi de longe um cara alto, forte vindo em minha direção, engoli de vez a água, paguei ao moço que vendia e voltei ao meu percurso de volta para casa, eu tinha que fugir dali, “tinha que fugir dele” e implorei em pensamentos que ele não tivesse me visto e muito menos visto que eu o vi, agradeci aos céus por meus óculos de sol o impedirem de ver que eu lancei o meu olhar para ele, ele ainda estava longe mas também não era cego.

PAULINA! – Gritava desesperadamente tentando chamar a minha atenção, não ia parar para falar com ele, NÃO MESMO! – PAULINA! – Continuou aos berros chamando o meu nome, aumentei a velocidade para que ele não pudesse me alcançar, mas foi inútil, ele me alcançou e correu para a minha frente tentando fazer com que eu diminuísse a velocidade e parasse, não parei. – Ei ei ei, gatinha, calma aê! Não estava me ouvindo? Há tempos que eu te grito e você não parou. – Ele disse sorrindo estendendo as duas mãos, correndo de lado e me olhando com cara de imbecil tentando chamar a minha atenção. Estava com os meus fones no ouvido e quase não escutava, mas entendi o que ele disse, não fiz questão de tirá-los mas ele puxou um deles com a mão. Era Frederico, nosso vizinho, mais conhecido como “Fred, o pegador”. Descarado! Ele era um sem vergonha, tão sem vergonha que se ele tivesse um pingo de dignidade, nunca mais olharia na minha cara.

– Não Frederico! Eu te vi sim e simplesmente não parei porque não queria olhar na sua cara! Pode me dar licença, por favor? – Disse irritada sem olhá-lo. – Está me atrapalhando! – Cerrei os dentes e levei o meu fone de volta ao ouvido.

– Calma, linda! Não precisa agir assim, você nunca muda mesmo não é? – Disse ele debochado, rindo, retirando novamente o fone do meu ouvido. Dessa vez eu parei.

– Você não tem vergonha mesmo, não é? – Parei de frente a ele colocando minhas duas mãos em minha cintura. Não podia acreditar que depois do que aconteceu, ele ainda tinha coragem de soltar piadinha pra cima de mim – Será possível que você já se recuperou tão rápido do “incidente” – Disse a ultima palavra olhando em direção ao que ele tinha abaixo da cintura, em seguida olhando para a cara lavada dele. – Ou você está pronto pra outro? – Perguntei ironicamente, ele conseguia me tirar do sério e eu seria capaz de dar quantas joelhadas mais fossem precisas para tirá-lo do meu campo de visão, igual a quando ele tentou me beijar a força na festa que uma amiga nossa deu há uns anos, soube que ele demorou dias para se recuperar.

– Não quando tem uma deusa correndo na praia e assim, tão perto de mim. – Ele respondeu me olhando malicioso da cabeça aos pés, o que me deixou ainda mais impaciente.

– Me deixa em paz, Frederico, não quero ser a causa de sua ‘invalidez’. – Rebati o olhando irritada e me virei para continuar o meu caminho quando ele foi atrás de mim e fez com que o ódio mortal que eu sentia por ele, triplicasse.

– Uau, a comissão de frente é de elite mas a de trás... – Insinuou completamente malicioso após passar a mão em minha bunda de forma vulgar. O quê? Eu não podia acreditar que ele seria tão inescrupuloso ao ponto de cometer essa... besteira.

Não pensei duas vezes e parei bruscamente fazendo-o se assustar com a minha rapidez, com a minha mão esquerda eu peguei com força perto do colarinho de sua camisa, segurando-o e com a minha mão direita eu juntei todas as forças que podia ter ali, mirei naquela cara cínica que ele tinha, e dei um tapaço em um lado, em seguida fechando a minha mão dando um soco no outro lado. Levou um tapa e um soco de vez, ele não esperava, e caiu no chão por causa do susto, ele também usava óculos de sol que caíram lá do outro lado da calçada e vi que seu rosto sangrou por causa de dois anéis que eu usava em meus dedos anelar e indicador. A minha mão doeu mas depois que vi o rosto dele sangrando pude ver que aquilo realmente doeu e senti doer em mim também, mas foi bem feito para ele, ele que pediu.

– Isso é pra você aprender a me respeitar, seu idiota! – Disse me agaixando perto dele, que ficou possesso de raiva e vergonha por causa das pessoas que nos olhavam em volta, vi gente rindo da cara dele e me contive para não rir também. Ele ficou lá com cara de taxo me olhando.

– Olha Paulina, só não vou revidar porque você é mulher e eu não bato em mulheres mas...

– Mas nada! Nunca mais olhe na minha cara seu inútil! – Eu o interrompi tremendo de raiva e voltei a correr para casa.

– Quem ele pensa que é pra falar comigo desse jeito? – Disse mentalmente indignada ao lembrar que aconteceu aquela manhã. Pensei que teria uma corrida tranquila e me vem isso... Ainda por cima, a minha mão ficou dolorida depois.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Comentem, divulguem, favoritem.. rsrs...
Até o proximo capituloo.... Bjss