Te Odeio Por Te Amar escrita por TamY, Mazinha


Capítulo 18
Capítulo 18 - "Danço com você..."


Notas iniciais do capítulo

Oie! Título péssimo mas não consegui pensar em outro adequado. :(
Agradecemos a Daly pela linda recomendação e ficamos muito felizes com cada gesto de carinho que recebemos pela nossa fic. Obrigada, Daly! *-*
Boa leitura, lindas!



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# Carlos Daniel narrando #

Como sou o tipo de homem que não fica esperando as coisas acontecerem, tentaria encontrar Paulina de forma “casual”, então liguei para Sophia para pedir que me ajudasse nisso.

– Sim Sophia uma festa! - Disse rindo ao ouvi-la perguntar sobre a festa. – Uma mega festa e vou te dar os convites com uma condição! - Continuei sorrindo enquanto esperava por sua reação.

– Qual? - Disse exasperada. – Por favor, qual? Diga logo e não me enrole! - Ela pediu animada.

– A primeira é que você terá de convencer sua irmã a ir à essa festa e a segunda é que ela não pode nem suspeitar que foi eu quem te deu esses convites! - Disse seriamente.

– Hum... Você quer um pretexto para encontrá-la! - Ela disse rindo do outro lado... Essa menina era esperta e não deixava nada passar.

– E então... Quer os convites ou não? – Perguntei um tanto irritado, se tem uma coisa que ela precisava aprender era a guardar para si suas conclusões...

– Claro que quero! – Respondeu rapidamente.

– Certo! Então primeiro convença sua irmã e depois me ligue e mandarei os convites! - Conclui sorrindo enquanto imaginava a indignação estampada em seu rosto.

– Não confia em mim? - Ela me perguntou meio tristonha.

– Negócios são negócios! – Disse-lhe dando de ombros. – Aguardo sua ligação! - Rebati despedindo-me.

Passei a tarde inteira grudado em meu celular e quando precisei desligá-lo para uma reunião muito importante fiquei irritado e ansioso e mal me despedi dos acionistas e já o liguei à espera de alguma chamada perdida.

Rodrigo tentou conversar comigo sobre a reunião e fui meio grosso ao dizer que não era o momento para falarmos sobre esse assunto porque tinha coisas mais importantes em minha cabeça.

Cheguei em casa irritado, Sophia ainda não tinha me ligado e em apenas algumas horas começaria a festa. Quando entrava para o banho o telefone finalmente tocou e quando no visor do celular vi o nome de Sophia, sorri e atendi com pressa.

*Paulina Narrando*

Apaguei as luzes do meu quarto deixando apenas a luz clara do meu abajur ligada e deitei-me, precisava descansar, aquele tinha sido um dia cheio e a minha mente estava completamente esgotada, tinha que descansar para agüentar o trabalho do dia seguinte que também não seria nada fácil. Pus minha cabeça sobre o travesseiro colocando as minhas mãos por baixo para me apoiar melhor e virei-me para o lado, mas antes de fechar os meus olhos deparei-me com o envelope que tinha deixado sobre o criado mudo, junto com o abajur. Era para eu ter jogado isso fora! Pensei sozinha mas ao mesmo tempo estiquei o meu braço até o papel e o analisei novamente, agora de uma maneira mais minuciosa a sua caligrafia com o meu nome escrito no exterior do envelope e sorri. Este homem estava me deixando completamente fora de mim, eu agia com ele da forma que achava que deveria mas ele mexia comigo de um jeito diferente, jeito esse que eu não sei se conseguiria desvendar. Abri novamente o envelope e me fixei naquelas palavras, todas aquelas palavras ecoavam em minha mente e eu não sei quantas vezes eu reli aquele papel, sei que eu gravei cada palavra que tinha escrito ali e cada significado que elas transmitiam...

“Desde o primeiro momento em que eu te vi, não consigo tirá-la de meus pensamentos e agora que te conheço, só consigo viver em função do que a minha mente me trás. VOCÊ! Não desistirei até conseguir o seu “sim” para o meu convite para jantar.

Carlos Daniel”

Será que eu devo aceitar o seu convite para jantar? Não, ainda é muito cedo... Mas seria só um jantar, eu também tenho que me distrair um pouco... Não, ele é um atrevido e só quer de mim o de sempre, não vai me levar a sério nunca... E quem disse que eu quero algo sério com alguém? Ai, eu queria mas... Não, eu não posso, não quero... Mas ele é tão lindo, tão teimoso, tão... Não, não e não! Eu não vou aceitar! Ele que não se atreva em me importunar de novo!Minha mente era um turbilhão de perguntas e respostas que vinham ao mesmo tempo, não sabia o que pensar, o que fazer, como agir. Ele tinha voltado a me encontrar e acho que dessa vez eu não teria mais escapatória, ele era insistente e agora que sabe o meu numero e de Sophia, ficará muito mais difícil afastá-lo de mim, se ele insistir demais não sei do que serei capaz... Só preciso fazer com que ele se afaste, não posso me envolver com ninguém, não me sito preparada e nem sei se me sentirei, não quero me frustrar de novo e ele vai querer mais, muito mais do que o que eu possa dar.

Não sei por quanto tempo fiquei ali me martirizando e me remoendo por continuar agindo dessa forma quando talvez seja a vida que esteja me dando a oportunidade de conhecer um novo alguém e construir a minha felicidade mas eu não queria isso, a minha vida não gira em torno disso e estou muito bem do jeito que estou, ele só quer se aproveitar mesmo e ponto. É muito difícil encontrar um homem bom hoje em dia e se fosse para eu encontrar alguém que só me trará dores de cabeça, é melhor eu ficar como estou. Não desgrudei de meu celular esperando uma resposta dele para a minha ultima mensagem mas ele não me respondeu e confesso que senti uma ponta de arrependimento brotar em meu juízo, talvez eu tenha sido ríspida demais, talvez ele só esteja tentando me agradar, esteja sendo sincero... Mas não, é melhor como está, assim ele desencana e segue sua vida como deve ser, me deixando em paz aqui do meu lado.

Acordei com os raios de sol em minha cara, amanheceu muito rápido e eu não estava com ânimo para fazer nada, nem correr eu fui. Levantei-me e arrastei-me até o banheiro para uma ducha que me despertou para enfrentar mais um dia puxado na fábrica.

O dia foi muito difícil na fábrica, tivemos muitos problemas com operários que já não queriam mais trabalhar por causa de seus salários que estavam atrasados e já não estava dando para trabalhar de graça, foi o maior sufoco porque quase não conseguimos controlá-los, quase não tive tempo para pensar em Carlos Daniel e dei graças aos céus por isso, queria que meu dia fosse completamente cheio de paz sem que minha mente rondasse em busca daquele homem.

“- Pessoal, por favor me escutem! Estamos com um novo acionista na fábrica que investiu pesado no que mais precisávamos e lhes garanto que de agora em diante a nossa fábrica voltará a ser como antes. Pedimos-lhes que tenham mais um pouco de paciência porque estamos tramitando sobre o novo progresso da fábrica que não demorará e tudo voltará a ser como antes, vocês sabem que nós nunca falhamos com nossas promessas e eu lhes asseguro que esta será mais uma que será cumprida. Nós, os Martins, lhes garantimos segurança quanto ao trabalho que não lhes será tirado e ao salário que lhes pagaremos com os juros de todos os dias que lhes foram atrasados. Desde já lhes agradeço pela compreensão e não falharemos, só lhes pedimos mais um pouco de paciência que tudo está se resolvendo. – Foi o que eu disse em uma reunião rápida que tive com os operários da fábrica, papai não tinha mais voz ali e eu senti que todo o peso da responsabilidade da fábrica estava em minhas costas, já estava tensa com tanto que tinha pra fazer, a fábrica decaiu muito rápido e eu estava um tanto preocupada, tinha medo de não conseguir dar conta de tantos problemas sozinha.”

Segui para a minha sala para continuar com a parte mais burocrática e só dei uma pausa para o almoço que foi super rápido também e quase não vi a hora passar quando me despertei de toda a minha concentração com o toque abafado insistente do meu celular vindo diretamente de minha bolsa, tinha mais de 10 ligações e várias mensagens de Sophia.

– Lina, porque você não atende este celular? – Perguntou Sophia irritada telefone. – Estava quase pegando um taxi rumo à fábrica! – Elaestava ansiosa, falava rápido e impacientemente.

– Calma Phia, estive em um dia de louco aqui na fábrica. Quase não parei na sala hoje de manhã e esqueci o meu celular na bolsa e a tarde foi cheia, não escutei o meu celular tocar e nem senti falta dele por estar tão ocupada – Disse-lhe olhando para a bagunça que tinha em cima de minha mesa pelos inúmeros relatórios que estavam espalhados ali. - O que aconteceu? – Perguntei preocupada.

– Não aconteceu mas vai acontecer! – Disse exasperada. – Lembra de uma festa que eu te falei quando a gente tava lá em Cancun?

– Festa? – Demorei um pouco para assimilar de que festa ela falava, já que ela falava em festa quase todos os dias.

– Sim, a festa no Clube! Uma grande festa que os pais de uma amiga vai dar e eu não posso perder essa festa por nada nesse mundo! – Disse eufórica. Conhecia minha irmã muito bem e já sabia o que ela queria.

– Ah não Sophia, não me diga que...

– “Anão” é um homem bem pequeno Paulina, - Interrompeu-me chorosa – qual é Lina, você vai se distrair lá e eu garanto que não demoraremos, é que eu quero encontrar alguns amigos que não vejo há um tempo e essa festa será maravilhosa, todos estarão lá, será A FESTA!

– Não sei porque você gosta tanto de freqüentar a essas festas, Phia... – Disse desanimada. – Eu não posso ir, não quero, estou muito cansada e quando chegar em casa só quero poder tomar um banho relaxante e ir dormir.

– Ai Lina, por favor! Te garanto que não vou te cansar mais, é só irmos e ficarmos um pouco lá e em seguida voltamos. Ganhei essas entradas de cortesia quando qualquer pessoa daria tudo para tê-las, lá só terá gente bonita e importante e será bom para você por causa da fábrica, você pode conhecer alguém que de repente possa te ajudar ou não sei... Ah Lina, por favor... Quando você chegar em casa ainda terá um tempo para relaxar um pouco, a festa começa mais tarde e eu posso fazer uma massagem em você para te ajudar a relaxar e...

– Calma Sophia! – Disse rindo, ela tava falando rápido demais atropelando todas as palavras, parecia não respirar. – Eu vou com você, mas não vamos demorar, ok?

– Ain, sério Lina? – Perguntou quase em um grito, alegre.

– Sim, mas só se você me prometer que quando eu quiser voltar, você não vai insistir em permanecer lá, tem que me entender, estou tendo dias de cão aqui na fábrica. – Disse-lhe cuidadosa.

– Claro, mana! Você é quem manda, agora beijos que eu vou procurar algo para vestir e ainda preciso arrumar meu cabelo. Te amo, tchau.

Nem tive tempo de me despedir dela direito porque ela desligou o telefone tão rápido que eu jurava que ela desligou em minha cara, ri de sua empolgação, Sophia era muito diferente de mim, a admiro e com certeza se ela tivesse passado por um problema como o meu, superaria tudo numa boa, eu que sou uma boba mesmo que não suportei, mas agora as coisas eram diferentes, eu não sou mais aquela Paulina de antes, sou uma nova Paulina, aquela que não deixará mais ninguém pisar em sua dignidade, é assim que será!

Passei mais um tempinho analisando aqueles formulários que pareciam não ter fim e quandoterminei uma boa parte, corri contra o tempo rumo a minha casa, precisava chegar logo, pois ainda tinha muito o que fazer, ainda mais com essa tal festa que Sophia tinha inventado de ultima hora, não podia ir parecendo uma maluca também, precisava me arrumar conforme o que propõe a festa.

#Carlos Daniel Narrando #

– Devo enviar os convites para sua casa? - Perguntei assim que atendia a sua ligação.

– É claro que sim! - Ela disse rindo animada. – Deu um pouco de trabalho, mas a convenci a me acompanhar a essa festa! - Explicou.

– Imaginei! - Disse sorrindo.

Despedimos-nos rapidamente enquanto entrava no banho e em seguida me vesti apressado e assim que estava apresentável fui em busca de Matilde para que pedisse ao meu motorista que fosse a casa de Sophia e entregasse os convites a um empregado e que fizesse esses convites chegarem as mãos de Sophia, seria ariscado demais ele entregar diretamente a Sophia, não sabia se Paulina estava em casa e não queria correr o risco de ela reconhecer meu motorista. Voltei correndo para meu quarto e me arrumei com afinco. Vesti uma calça social preta e com uma blusa de mangas compridas da mesma cor e por cima um smoking também preto, dispensei a gravata e estava pronto.

Recebi uma mensagem de Sophia dizendo que já tinha recebido os convites e que sua irmã tinha acabado de chagar para irem se arrumar. Revirei os olhos verificando as horas, chegariam um pouco mais tarde.

*Paulina Narrando*

Cheguei em casa e Sophia já estava pronta e já havia escolhido tudo o que eu usaria, vestido, maquiagem, sapatos, jóias e até mesmo o que usaria no meu cabelo.

– Sophia! Como assim? Você é rápida, hein? – Perguntei surpresa, ela me pegou em cheio, achei que eu teria de procurar tudo antes de vestir e sabia que se fosse assim, demoraria um século para encontrar a roupa ideal.

– Ai Lina, eu decidi adiantar para você porque sei como você é para se arrumar de ultima hora e acho que esse look em você vai ficar perfeito. Então, não me desaponte e vista tudo o que eu separei para esta noite, está perfeito para a ocasião. – Disse animada, olhando-me enquanto eu me despia para tomar uma ducha quente.

– Tudo bem, veremos... – Disse-lhe sorrindo.

– E vou arrumar o seu cabelo também, não demore que eu só vou dar uns últimos retoques em minha maquiagem e venho para te ajudar a terminar de se arrumar. – Ela respondeu enquanto seguia em direção ao seu quarto.

...

– Wow Lina, que magnífica! – Disse exasperada me olhando de cima a baixo com a mão sobre a boca demonstrando surpresa.

– Obrigada Phia, você que escolheu, tem muito bom gosto mesmo. – Disse-lhe enquanto me olhava no reflexo do espelho, seguindo o meu olhar em sua direção enquanto concordava com ela, eu estava realmente linda. Aquele vestido preto era divino e ficava muito bem em mim definindo a minha silhueta, revelando as minhas costas nuas e contrastava muito bem com o tom claro de minha pele.

– Agora vem, senta que vamos fazer um penteado e te maquiar. – Disse me puxando em sua direção, sentando-me de frente a penteadeira.

Decidimos que pegaríamos um taxi, tínhamos um motorista mas ele não estava trabalhando conosco esses dias por ter viajado para o interior ver o seu pai que estava doente e eu não estava nem um pouco a fim de dirigir, estava muito cansada e o transito estava péssimo.

#Carlos Daniel Narrando#

Dispensei meu motorista que me esperava para me levar aonde eu quisesse. Dei o resto da noite de folga para ele e sentei-me atrás do volante. Levei apenas alguns minutos para chegar ao local da festa, não tinha convite já que os meus havia dado a Paulina e Sophia, mas o nome Bracho tinha um grande peso nesses eventos. Na porta haviam muitos jornalistas que ao me verem sair de meu carro me cercaram com perguntas sobre minha fábrica, minha vida amorosa e nem sei mais que disparates me perguntavam. Apenas segui meu caminho até a porta ignorando-os e tentando ignorar os flashes que quase me cegavam.

O lugar era ainda maior do que imaginava dividido em vários ambientes, pista de dança, bar... Segui até o bar em busca de uma bebida bem forte enquanto esperava que Paulina e Sophia chegassem para nosso encontro “casual”.

– Olá! - Pude ouvir uma voz feminina e sensual demais para meu gosto me cumprimentar.

– Oi! - Disse sorrindo enquanto me virava.

– Posso me sentar com você? - Ela me perguntou já tomando o lugar ao meu lado sem esperar por minha resposta.

Bom, pelo menos ela era muito bonita e estava me dando mole, como se isso fosse uma novidade mas hoje não estava ali apenas para levar uma mulher bonita para cama, tinha planos melhores, encontrar aquela que vinha me tirando o sono.

– Esperando alguém? - Ela me perguntou sorrindo enquanto levava a bebida até a boca olhando-me por cima da taça de Martini. Senti minha boca secar diante daquela pequena provocação.

– Mais ou menos! - Disse sem saber como responder a essa pergunta.

– Hum... Bom, posso te fazer companhia até que seus amigos cheguem! - Ela sugeriu e enquanto me olhava não pude resistir a tentação de correr meu olhar por seu corpo naquele vestido indecentemente curto e que me deu uma ótima idéia do que ela tinha ali em baixo.

Quando fiz menção de responder, avistei Paulina. Senti meu coração parar de bater quando coloquei meus olhos sobre ela que estava... LINDA!

Trajava um vestido preto com um decote atrás que revelava as suas lindas costas, cabelos presos de forma displicente, uma maquiagem marcante e ao seu lado Sophia com um enorme sorriso no rosto, o contrário da irmã que se mantinha séria olhando a sua volta.

Pude ver Sophia lhe dizer alguma coisa que a fez dar um sorriso e em seguida aqueles olhos marcantes voltaram a percorrer pelo salão e então nossos olhares se encontraram.

Dei-lhe um sorriso de canto de boca mal me dando conta do que estava fazendo e então a vi franzir o cenho, desviar o olhar e sair com a irmã para o outro lado e então fui tirado de meus devaneios pela mulher que estava a meu lado me chamando.

– Tenho que ir! - Disse já me colocando de pé.

– Mas tão rápido? - Ela perguntou alarmada.

– Aposto que encontrará outro ricaço que poderá dar o golpe! - Disse áspero enquanto seguia em frente, pude apenas escutá-la resmungar algo indignada.

Segui pelo mesmo caminho que as vi seguir, mas com tantas pessoas não as encontraria tão fácil assim... DROGA! Pensei irritado enquanto corria meus olhos em busca delas.

– Procurando alguém? - À minhas costas pude ouvir uma voz divertida me perguntar e então me virei sorrindo.

– Que surpresa te encontrar aqui! - Disse sorrindo enquanto olhava Sophia rir.

– E eu digo o mesmo! - Disse rindo ainda mais... – Mas creio que queira cumprimentar minha irmã! - Ela disse rapidamente. - ...Assim quem sabe você consegue tirá-la do meu pé para que eu possa me divertir um pouco! - Brincou enquanto revirava os olhos.

– E onde ela está? - Perguntei tentando manter minha ansiedade sob controle.

– Está sentada em uma mesa do outro lado do salão me esperando voltar com nossas bebidas! - Explicou sorrindo.

– E o que ela pediu? - Perguntei sorrindo.

– Um Martini! - Disse sorrindo enquanto já seguia sumindo em meio à multidão.

Fui direto ao bar e peguei um coquetel de Martini pra ela e uma Vodka para mim e fui para o outro lado do enorme salão me desviando de uma multidão de pessoas em busca dela.

– Posso me sentar? - Perguntei ao me aproximar e pegá-la de surpresa.

– Não! - Ela respondeu ríspida enquanto me olhava seriamente.

Sentei-me assim mesmo...

– Trouxe uma bebida para você! - Disse ignorando sua negativa para não me sentar.

Ela me olhou franzindo a testa por alguns instantes...

– O que foi? - Perguntei sorrindo enquanto a olhava de volta.

– Nada... Só que... Que é muita coincidência estarmos na mesma festa... - Dizia pensativa. – Isso só pode significar uma coisa... Sophia vai me pagar por isso! - Ela disse irritada.

Continuei olhando-a ainda mais encantado e percorri meu olhar por seu magnífico corpo esculpido por aquele vestido que acentuava ainda mais suas formas.

– E então? - Perguntei ignorando sua descoberta. - Sabia que não adiantaria negar.

– Então o quê? - Ela perguntou me olhando com desdém.

– Quando vai aceitar meu convite para sairmos? - Perguntei sorrindo enquanto levava minha bebida à boca sem desviar meu olhar dela que olhava para todos os lados, menos para mim.

– Nunca! - Rebateu olhando-me rapidamente.

– Nunca é muito tempo! - Disse divertido.

Ficamos em completo silencio enquanto ela ainda olhava a multidão em busca de Sophia provavelmente.

– Quer dançar? – Convidei-a enquanto já me levantava segurando-a pela mão para que se levantasse também.

– Ei! O que pensa que está fazendo? - Ela me perguntou retirando sua mão da minha.

– Te convidando para dançar, o que mais seria? - Perguntei divertido ao ver o quanto tinha ficado brava com meu gesto.

– Mas eu não quero dançar com você! - Disse rapidamente olhando-me irritada.

– Hum... Começo a acreditar que tem medo de mim! - Provoquei.

Ela soltou uma gargalhada sem nenhuma graça enquanto se afastava de mim...

– Não tenho! - Disse seguindo em frente e me deixando para trás.

– Bom... Está fugindo! - Disse enquanto a seguia. – Está com medo que a beije novamente? - Perguntei sorrindo.

– Não! - Rebateu parando e quase me fazendo chocar-me contra ela. – Me deixe em paz! - Ela pediu séria.

– Prometo deixá-la em paz depois que dançar comigo! - Retruquei olhando-a. – Caso contrário, terei grande prazer em tentar convencê-la a aceitar a dançar comigo por toda a noite! - Ameacei.

– Você não faria isso! - Ela disse me olhando incrédula.

– Quer apostar? - Perguntei sorrindo divertido enquanto estendia minha mão para que ela a pegasse.

A vi olhar para minha mão. A indecisão estampada em seu rosto... Me perdi olhando-a por alguns instantes, me sentia tão diferente do homem que sempre fui quando estava perto dela... Queria ser diferente.

– Danço com você, mas se você tentar alguma coisa juro que uma joelhada será pouco para o que pretendo fazer com você! - Afirmou olhando-me ameaçadora.

Apenas dei-lhe um sorriso enquanto pegava sua mão e a conduzia até a pista onde uma melodia suave tocava e os casais dançavam envolvidos.

Parei em sua frente olhando-a enquanto colocava minha mão em sua cintura e a puxava para junto de mim.

Ela bem que tentou manter uma distância maior entre nossos corpos, mas eu a puxei para mais perto do que o necessário.

– Viu, eu não mordo! - Sussurrei em seu ouvido e pude sentir seu corpo estremecer diante de nossa proximidade.

– Se mordesse seria menos pior! - A ouvi dizer ríspida.

Apenas ri de seu comentário e segui conduzindo-a, podia sentir seu perfume e apenas isso estava quase me enlouquecendo e em um ato impensado a puxei para ainda mais perto tentando poder senti-la ainda mais se possível. Meu coração batia acelerado.

Afastei-me apenas o suficiente para olhá-la nos olhos, ela olhava para os lados fugindo do meu olhar e então soltei sua mão e segurando em seu queixo a fiz olhar para mim e me perdi na imensidão de seus olhos verdes, me perdi em seus lábios e minha sede por eles só fez aumentar ainda mais.

– Quero muito te beijar! – Disse-lhe enquanto olhava seus lábios vermelhos.

– Não se atreva! - Ela rebateu olhando-me seriamente e por uma fração de segundos pensei ter visto faíscas saírem de seu olhar.

– Porque não me atreveria? - Perguntei sorrindo. – Acho que vale o risco!

Ela tentou se soltar de mim, mas eu a tinha muito bem presa de um modo que ela não conseguiria se afastar a não ser que eu o quisesse assim...

– Me solta... - Ela disse com a respiração ofegante. – AGORA!

– Eu já disse que você fala demais? - Perguntei brincalhão. E enquanto discutíamos nossos rostos estavam cada vez mais perto, podia sentir o calor de seu hálito em meu rosto e estava me segurando para não tomar seus lábios em um beijo faminto, mas com ela as coisas não funcionariam assim... - Mas prometi que não faria nada que você não quisesse! - Disse sorrindo enquanto via o alívio em seu rosto. – Mas promessas foram feitas para serem quebradas! - Continuei enquanto um sorriso malicioso se formava em meus lábios.

*Paulina narrando*

Ao chegarmos ao grande lugar, vi que tinha realmente muita gente bonita, sofisticada, vi gente famosa e me senti um tanto desconfortável naquele lugar. Segui observando tudo com cuidado quando de repente meu olhar se chocou com o de alguém, o dele, Carlos Daniel, e ele estava acompanhado a uma mulher que se vestia um tanto vulgar e o olhava com malicia, notei que ele a comia com os olhos olhando-a em cada detalhe de seu corpo, não queria mas não pude deixar de perceber isso, ele é realmente um sem vergonha, senti raiva, não queria estar no mesmo ambiente que ele! Fiz pouco caso e segui do que acabara de presenciar e continuei olhando ao meu redor, era um lugar muito grande e tinha vários ambientes para que pudéssemos escolher, seguimos para um lado onde eu pudesse ficar mais a vontade, tomar um drinque tranqüila e de preferência, estar o mais longe possível dele. Sentamos em uma mesa um pouco mais afastada de muita gente e Sophia disse que ia pegar umas bebidas para nós duas e não voltou, deve ter encontrado alguma amiga por aí e esquecido da bebida, já estava ficando com a boca seca quando um garçom passou por mim e peguei uma taça de champagne sobre a sua bandeja e enquanto bebia observava tudo ao meu redor, estava me sentindo deslocada, não sei se era pelo cansaço ou se era porque não conhecia ninguém ali naquele meio quando senti que alguém se aproximava e pela sensação que tive ao inspirar aquele cheiro que estava cada vez mais próximo a mim, senti meus músculos tencionarem e engoli de uma só vez a pouca bebida que restava na taça ao ter a certeza de quem era quando ele me perguntou se podia sentar-se junto a mim e mesmo com a minha negativa ríspida, ele não se incomodou e sentou-se assim mesmo, entregando-me a minha bebida. “Sophia!” Pensei imediatamente quando vi que a bebida que ele acabara de estender em minha direção era um coquetel de Martini. Ficamos ali por um tempo, eu não disse nada, estava irritada com a atitude de Sophia, com certeza ela havia tramado esse encontro para que eu o visse, e ele com certeza estava no meio dessa trama toda. Sophia iria me escutar quando chegássemos em casa, ah se ia!

Ele não hesitou em me perguntar novamente sobre o seu convite para sair e eu mantive a minha postura, não sabia quantas vezes mais ele insistiria mas precisava fazer com que ele desistisse dessa idéia de querer me levar para jantar, não adiantaria porque eu não aceitaria e ele só estaria perdendo o seu tempo comigo.

Quando ele me convidou para dançar, senti meu corpo todo estremecer só de pensar no contato tão intimo que nossos corpos teriam na pista de dança com a minha respiração em seu pescoço inalando o seu perfume que me embriagava todo santo dia, ele não desistia de me insistir, de me perseguir e parecia que as minhas negativas eram o seu maior motivo para me provocar ainda mais, ele é muito persistente e não me deixaria em paz se eu não fosse dançar com ele. Fui obrigada a aceitar o seu convite e quando ele estendeu a sua mão em minha direção me convidando para a pista de dança, senti o meu coração palpitar descompassadamente, aquela aproximação toda me causaria sérios danos e eu não estava disposta a enfrentá-los, mas acabei aceitando a sua mão que ao me tocar, senti um enorme formigamento percorrer por toda a extensão do meu braço como um choque e seguimos para a pista, tocava ali uma musica que nos obrigava a dançar mais lento, mais juntos e aquilo estava me matando, não sei como consegui sustentar o meu corpo com aquele homem assim tão perto de mim e quanto mais eu o evitava e o afastava, mais ele me prendia contra ele, eu podia olhar para todos os lugares, menos para ele, não conseguia encará-lo de forma alguma, estava completamente encurralada naquele homem sedutor que fazia a minha cabeça girar.

Obriguei-me ao máximo que pude para não olhá-lo nos olhos mas foi em vão, ele tocou delicadamente o meu queixo erguendo o meu rosto em direção ao seu, fazendo-me olhar em seus olhos escuros e senti a minha boca secar clamando por sua saliva quando ele fez menção de um beijo olhando-me profundamente, analisando cada detalhe do meu rosto fixando em meus lábios que entreabriram sem que eu percebesse e me despertei rapidamente daquela hipnose ameaçando-o, queria que ele me soltasse, não podia me deixar levar por ele ali e muito menos ali, na frente de todos. Ele não desistiu, parecia não se importar com o que eu faria ou com quem quer que estivesse ao nosso redor porque não parava de me olhar com um sorriso cafajeste nos lábios, senti que algumas pessoas nos lançavam olhares e isso também me incomodava mas mesmo com toda a minha recusa, não posso negar que o que eu mais queria era que ele o fizesse, que ele tomasse posse de meus lábios.

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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem com a gente...
Bjss e até o proximo capitulo! ...