Quando eu menos esperei, ele me abraçou e cochichou no meu ouvido:

–Estou feliz em saber que você já está bem!

Eu sabia que eu não podia sentir nada, mas senti, meu coração acelerou de repente, eu não queria estar sentindo isso, não queria passar por tudo o que eu passei de novo. Mas era inevitável! Era como que se uma força me fizesse pensar que ainda podia existir algo entre nós dois, mas eu sei que não existe mais nada, absolutamente nada entre nós, eu não sou maluca o bastante pra cair nas armadilhas de León Vargas novamente, apesar de que eu sei que ninguém vai mexer comigo, como León mexeu, ele foi o meu primeiro amor!

Quando nós nos soltamos ficamos nos fitando, e ainda próximos um do outro, minha consciência dizia para eu esquece-lo, mas minha subconsciência dizia para agarra-lo na hora! Então quem tomou providencias foi ele, na verdade foi o telefone dele, o celular de León começou a tocar, e adivinha? Era a Mayra! Eu não tinha motivo para odiá-la, ou desejar que algo de ruim acontecesse com ela, ela não tinha culpa pelo fato se nem eu e nem León sabermos lidar com um relacionamento à distância.

A noite havia chegado, e então eu e León fomos para a janela do quarto, eu estava me sentindo ridícula com aquela roupa de hospital, mas León nem caçoou de mim. Naquela janela, vimos milhares de estrelas no céu, pensando em tudo, menos em nós, não queríamos apagar o que o destino já tinha escrito.

Por um minuto, comecei a pensar em tudo, em León! Me toquei, que eu fui burra o bastante para me apaixonar por ele, eu que sempre pensei que nunca a palavra “amor” iria fazer um significado enorme na minha vida. Eu pensei em como consegui esconder um sentimento tão forte por tanto tempo, e finalmente quando eu resolvo falar o que sinto acontece tudo o que eu não gostaria que acontecesse, até o inexplicável!

Eu tinha sonhos com ele, pensava que se algum dia nós ficaríamos juntos, nós iriamos a casa um do outro como namorados, ir à escola de mãos dadas, e não esconder nada de ninguém, mas foi tudo tão fora do contexto, me decepcionei com uma coisa que eu sonhava desde criança, mas faze o quê? Não da mais para fazer nada, nada além de se decepcionar com o resultado de tudo, mas melhor ter León como meu amigo do que como meu nada!

Já era tarde eu me deitei novamente, eu estava me sentindo ótima, mas a enfermeira insistia em me colocar mais um soro. León estava sentado naquela cadeira de madeira por um longo tempo, E então pedi:

–León você não está cansado de ficar sentado nesta cadeira desconfortável?

–Não, nem se preocupe!

–León, eu te conheço, vem aqui deitar aqui do meu lado! –Falei dando espaço na cama, ele ficou me olhando com uma face estranha, o que me deu motivo para rir. –León, eu não estou pensando em segundas intenções há há, pode vim! –falei dando batidinhas no espaço da cama vazio.

Ele se veio ainda com uma face assustada, é eu sei que não é normal pedi isso para um menino, mas qual é? Eu tenho piedade!

A noite passou, e, por incrível que pareça eu não acordei com dores nas costas ou coisa do tipo, pelo contrário acordei ótima! Eu e León ainda estávamos deitados, e então a moça da cozinha veio para me trazer o café, mas logo que ela abriu a porta falou:

–Desculpa! Vocês querem que eu passe aqui mais tarde? Não estou atrapalhando o namoro de vocês?

–Não estamos namorando! –Eu e León falamos juntos e logo depois começamos a rir, a moça ficou toda sem graça pelo que tinha acabado de dizer, deixou a bandeja no quarto e saiu. Eu e León rimos.

Tomei o café, León disse que não estava com fome, ele saiu por uns minutos do quarto e voltou com um sorriso de orelha a orelha.

–Violetta! Vamos, você vai ir para casa!

–Como assim, eu sei que eu vou sair hoje, mais eu ainda estou com o soro!

Falei cedo de mais, a enfermeira chegou no mesmo instante tirando o soro que já tinha acabado.

Depois disso arrumei as minhas coisas e León me levou para casa, estava com uma saudade!