Jandugard, Lembranças Eternas escrita por Faraó


Capítulo 2
Capitulo II - A trama da magia




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Eis que eras se passaram e os cinco dragões fizeram soprar sobre e sob as terras e mares de Jandugard a vida. Pelos céus voavam aves das mais variadas formas e tamanhos, nos mares se ajuntavam os seres que não sobreviveriam nas terras e nas mais profundas fossas se escondiam seres abissais, aberrações cuja simples existência podia ser tida como uma afronta aos deuses, pelos campos e prados, por pântanos e montanhas a vida se propagou, e sobre desfiladeiros sombrios Shinik estendeu suas asas. Mas eis que os filhos de Lidorm se ergueram dos mares, e por infindáveis tempos estes evoluíram, reinos se ergueram e caíram, impérios sucumbiram, a humanidade foi erradicada, reerguida e outras vezes erradicadas, com medo que a humanidade continuasse nesse ciclo eterno o espírito do mar convocou uma reunião entre os cinco dragões, nos pilares da origem.

Os pilares da origem, ou salão primordial, como foi chamado por alguns dos cultos humanos, era um monumento formado eras atrás por seres anteriores aos próprios humanos. Um grande círculo, do tamanho de um coliseu, demarcado por cinco grandes rochas nas quais os cinco Dragões se punham em suas reuniões, tal monumento estava sobre um pico de uma grande montanha, acima das nuvens mais altas.

—Olá Lidorm.- Zarco, o espírito da lua, já estava assentado sobre uma das pedras quando o espírito do mar chegou. A rocha em si parecia ser feita de puro gelo, tão fria estava.

—Meu senhor.- Respondeu Lidorm enquanto fazia uma reverência ao dragão branco. Pelas eras que se seguiram após a criação dos Cinco ele tornou-se vassalo de Zarco, e tão respeitoso era que as próprias subidas das marés eram ditadas pelo seu senhor.

—Deixou-me curioso com está reunião, Lidorm...- disse, esboçando um certo interesse.

—Foi necessário, meu senhor. Os homens tem sido brinquedos do destino por mais eras que o suficiente, é necessário uma intervenção.

—Veremos, dragão azul... Convença-nos e terá seu desejo.- o dragão branco sorriu e Lidorm soube que podia contar com ele.

Os dragões permaneceram em silêncio até que todos finalmente estavam reunidos, ou quase todos. Ao lado de Zarco estava Lidorm, a pedra do outro lado estava vazia, ao lado do dragão azul, Aion e Óirion. O único dragão que faltava era Shinik, o dragão negro, espírito das trevas e reflexo sombrio do espírito da lua, o senhor dos humanos olhou para os outros deixando transparecer uma certa indecisão.

—Podemos começar? Aquela sombra gosta de entradas triunfais.- afirmou Óirion, o wyvern.

—Então que seja.- respondeu, respirou profundamente e continuou.- Meus irmãos, Dragões divinos, espíritos celestes, venho em pedido de meus filhos, há muitas eras atrás eu os ergui dos mares, e por muitas eras eles imperaram sobre a terra, mas seus espíritos eram fracos e mesquinhos...- olhou para o local onde Shinik estaria, isso em parte era culpa dele.- Eles próprios traçaram sua ruína, não nego que sua criação foi falha e seu espírito tende para o mal, meus filhos não foram tão perfeitos quanto os seres prateados de meu senhor, nem eternos como os filhos de Aion, sequer tão selvagens quanto as crias de Óirion, mas eles podem melhorar, vejam até onde já chegaram, eles apenas precisam de...

—Poder...- falou Zarco completando o pensamento de seu irmão.- Eles possuem todas as possibilidades de se tornarem poderosos por si só, mas algo que eles próprios criaram dita quem tem poder e quem não tem, isso faz com que eles tornem-se escravos de si próprios.

—Exatamente, meu senhor, se todos pudessem possuir um poder que desse a qualquer um as mesmas oportunidades sem que este poder fosse uma criação de meus falhos filhos... talvez..

—Chega de choramingo e promessas, cachorro de estimação.- bradou uma voz vinda da pedra ao lado de Zarco enquanto uma névoa negra se erguia e lá se ajuntava.- Quem garante que seus humanos não usarão desse poder para sua própria queda ou tentar nos dominar?

—Shinik...- Lidorm e o espírito sombrio tiveram desentendimentos no passado, mas o que findou sua relação foi a infecção das trevas de Shinik na criação dos humanos de Lidorm.- Não posso lhes garantir isso...
Os gêmeos tiveram uma certa surpresa, Zarco não expressou reação alguma e o dragão negro esboçou um sorriso vitorioso.

—Entretanto...- continuou o espírito do mar.- Nunca disse que esse poder seria apenas de sua essência humana, cinco dragões, cinco pontos, cinco domínios, poder não apenas meus humanos, mas para todos os nossos filhos.

—Dar poder a todos é pedir por uma guerra entre nós e os mortais...- avisou Aion.

—Eu sei, irmão, e por isso falo dos cinco domínios, este poder não pode vir deles mesmo e sequer da própria natureza, mas se o poder provir de nós, teremos eles em nossas mãos, qualquer guerra pode parar com uma simples decisão.

—Isso não iria ser algo como o destino?- indagou Zarco.

—Senhor, que pai deixará os filhos irem desarmados contra um exército de guerreiros místicos?- respondeu rapidamente.
Os dragões por um tempo pararam e refletiram, era algo muito perigoso, mas Lidorm parecia ter pensado em tudo, não tinham certeza se o que ocorreria seria como este pensava, mas, ao menos, seria mais interessante.

—Que seja, então sua "trama da magia" terá cinco pontos, quais serão?- perguntou o wyvern.

—Serão nosso cinco domínios, de meu senhor Zarco, a luz, a lua, a paz e o bem; de sua parte: o espaço, a mudança e o movimento; de Aion o tempo, a poeira, a espera e a imortalidade; Shinik, bem, acho que não é segredo, sombras, trevas, morte, escuridão, terror...

—E o quinto ponto, Lidorm, seu domínio?- perguntou Zarco.

—Ora, meu senhor, não sou tão poderoso quanto vocês, minhas próprias criaturas são falhas, só tenho uma coisa que posso oferecer, o espírito.- disse com um humilde sorriso.

E assim decidiram, sobre Jandugard sopraram mais uma vez, e no íntimo de seus filhos seu poder surgiu, mas os humanos restantes, que iniciavam novamente sua jornada sobre as terras, que pareciam não ter tanto poder quanto as outras criaturas foram os mais agraciados, sobre eles não soprou somente o domínio do espírito, em poucas eras aprenderam a estender seu conhecimento para os outros quatro pontos, e o espírito foi o caminho que os levou a tudo, e eu afirmo, sem o espírito os humanos nada teriam.


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