The Feather escrita por JunbellWrites


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a Whatsername1, que quase me agrediu pra postar essa maldita história aqui. :3



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Odespertador me acorda. Abro meus olhos e me sento na cama. O relógio na parede do quarto me diz que são seis da manhã, então calço minhas pantufas e, com silêncio absoluto, me dirijo ao banheiro.

Os banheiros do internato Roweny Patrick sempre foram limpos e bonitinhos. No inverno, água quente, e os espelhos estavam sempre limpos, e raramente o sabonete faltava. Faxineiras do internato arrumavam e limpavam os quartos nos horários de aula, para que depois da aula não nos preocupássemos com o quarto, tendo assim tempo para os estudos.

Minha colega de quarto ainda dormia quando sai do banheiro. Tirei meu pijama e vesti o uniforme da escola (camiseta formal branca, casaco verde-musgo e uma saia bege).

– Prim..? - era Diana que falava, com a cara enterrada no travesseiro.

– Bom dia, Diana - eu falei, atravessando a alça da mochila - Como passou a noite?

– Não sei, estava dormindo, não vi... - ela respondeu, irônica. Eu ri e abri a porta do dormitório. O corredor ela longo, haviam muitos quadros nas paredes, e o papel de parede era de um tom de verde-claro que eu achava muito bonito.

Caminhei até a biblioteca. Era uma sala enorme, um dos maiores cômodos daquele internato. As paredes - que assim como a dos corredores, eram verdes, só que de um tom mais escuro - estavam quase invisíveis por causa das estantes de livros que ali estavam.

– Primrose? Acordada tão cedo? - olhei para trás e vi que era a bibliotecária que falava comigo. Respondi o mais educadamente possível.

– Decidi acordar mais cedo desta vez para terminar o dever de história. Prometo que não vou incomodar, senhora.

– Sem problemas, então. - ela respondeu, e caminhando ela foi até sua escrivaninha, para continuar lendo um livro bem grosso.

Procurando, encontrei o livro que precisava, me sentei e comecei a ler.

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– Prim! - escutei alguém falando - Primrose Lidwix, você é louca?

Das sombras saiu uma menina baixinha, de cabelos loiros e óculos verdes: Diana. Olhei para ela e depois para o meu relógio, que marcava sete horas e dois minutos.

– Ai meu Deus, Diana! - quase gritei. Me levantei, deixei o livro em cima da mesa e sai da biblioteca correndo, Diana logo atrás. - Como pude esquecer... - murmurei.

– Não se preocupe - Diana falou ofegante - O professor está atrasado, quase que você perde a hora de entrar!

Eu procurava não perder nenhuma aula, e não é porque eu sou uma "aluna exemplar" nem nada. É só porque você definitivamente NÃO pode se atrasar. Sorte (e raridade) era que um professor se atrasasse.

Entramos na nossa sala. Um caos total. Meninas gritando e rindo alto demais, meninos atirando bolas de papel em todos os cantos e rabiscando no quadro negro, levantando o pó de giz enquanto batiam os apagadores uns nos outros. Eu, sinceramente, não tenho orgulho da maioria da nossa turma. Assim sendo, fui me sentar no meu lugar: perto da festa e perto do Lucian, o meu namorado.

Não que seja da sua conta, mas Lucian e eu estamos juntos há um ano e meio.

O professor chegou pedindo silêncio - porque ele era legal demais pra gritar com a gente - e a aula começou.

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– O ponto não é esse, Primrose. Você está confundindo as coisas...

– Você quer dizer que é realmente isso que você quer? - eu sentia as lágrimas descendo, mas eu não queria admitir - É isso que você quer? Terminar tudo por causa de um menino com quem eu nunca falei?

– Ninguém mandou você ajudar aquele garoto. Você sabe que se é pra fazer trabalho com algum menino, tem que ser eu! - infantil e insensível.

– Lucian, olha, você não tem o direito de me dizer com quem devo fazer dupla. Ele não tinha com quem ficar, decidi ser alguém que o ajude...

– Você não entende. - ele me interrompeu - Ele não presta! Ninguém deve falar com ele nunca, principalmente você! Ele é um monstro, nem deveria estudar nessa escola, não é escola pra gente como ele...

Insensível.

Ele estava para falar algo, mas me retirei. Como ele era idiota. Aquele garoto era só um aluno que não tinha ninguém pra fazer o trabalho. Queria ser gentil. Além do mais, quase ninguém falava com ele...

Fui xingando o Lucian mentalmente á caminho do meu dormitório.

– Hey, você chegou! - Diana estava deitada na cama dela, com o livro de física no seu colo. - Dá pra me dizer o que você pensa sobre a física?

– Poderia ser uma aula legal se a nossa professora fosse um homem - eu respondi, sem humor pra gracinhas.

– Hmm... - Diana voltou para o seu livro. Eu joguei minha mochila na minha cama. Todo mundo trazia seus próprios lençóis, roupas de cama e fronhas. O de Diana, por exemplo, era um cobertor rosa-choque, um lençol azul-bebê e um travesseiro preto e branco. Já o meu era um cobertor azul-marinho estampado com cavalinhos pretos empinados, um lençol verde-claro e um travesseiro marrom com uma engrenagem detalhada na frente. Eu gostava dessas coisas de engrenagens e óculos-aéreos, corsets e a independência e a revolta solitária do steampunk.

Depois de um tempo, Diana falou comigo:

– Prim? Você está bem?

Eu olhei pra ela. Fiz um sinal de positivo com a cabeça. Mas eu não me contive, tive que falar sobre a minha discussão com o Lucian. Eu falei de como ele tinha falado do garoto e de como ele era insensível. Quando terminei, Diana olhou pra baixo e mordeu o interior da bochecha.

– Olha, eu concordo com você em certo ponto, naquela parte do Lucian ser um insensível e tal... Mas você realmente não deveria tentar se aproximar daquele garoto. Quer dizer, ele não é um de nós...

– Por favor - interrompi -, você não pode estar dizendo isso! O que que tem de errado? Outras pessoas também falam com ele, e ... - Não consegui terminar de falar. Minha garganta estava seca.

– Menos você. - Diana se levantou, pegou seu pijama e foi ao banheiro. Depois que eu vi que de lá ela não voltava até eu dormir, decidi colocar o meu pijama do Batman e dormir.

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– Vamos Prim, sábado, sábado, sábado! - Diana me pegou pelos ombros e me chacoalhou. Eu estava cansada demais pra mais um sábado.

Ela finalmente me largou para que eu pudesse ficar de pé. Ela parecia feliz; já estava vestida e com o cabelo escovado.

– Acalme-se - eu disse - ainda são oito da manhã, temos tempo para tomar um café-da-manhã decente...

Me espreguicei e bocejei. Caminhei até o banheiro enquanto Diana falava:

– Você realmente precisa de um café! Está precisando acordar, sentir a cafeína em suas veias e aproveitar uma manhã ensolarada de sábado! Talvez eles nos liberem para sair até o centro da cidade, ou para algum lugar fora do internato, o que você acha?

Vesti minha camiseta e respondi, secamente:

– Não conte com isso.

Diana me olhou com um olhar interrogativo. Eu penteei meu cabelo e me dirigi para a minha cama. Diana, mesmo assim, não calava a boca:

– Quanto pessimismo! Se apresse! Vamos perder o café! Aposto que eles vão fazer algumas torradas!

– É, é... - eu disse - talvez.

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– Quem tem uma mão perto do mel, queria, por gentileza, me passar a porra do mel? - Lucas era um menino moreno, tinha traços indianos, assim como a família, que vinha da Índia.

– Claro, claro, claro... - Lucian disse, enquanto alcançava o mel para Lucas.

Todos estavam energéticos naquela mesa. Rebecca - uma loirinha com origem alemã -, Lucas, Lucian, Diana e Alexander falavam alto, devoravam a comida e tentavam me fazer falar alguma coisa. Aquela manhã não estava sendo tão boa pra mim. Lucian tentava se desculpar e, a qualquer hora, ele voltava ase desculpas pelo dia anterior, mesmo que eu o desculpasse.

– Prim? - Diana me chamou - Você não quer mais café?

Eu fiz que não com a cabeça, e pedi licença para as pessoas da mesa.

Todo mundo estava animado, gritando, pulando e comendo. Eu não estava animada, estava sem vontade de falar com as pessoas e preferia ficar sentada, eu não estava com fome.

Eu não estava feliz.

Não naquele dia.

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– Joaninhas... vocês são os meus insetos favoritos! Eu não gosto dos outros insetos. Nem gosto de insetos! Mas vocês são fofinhas e não mordem, não machucam, não são venenosas e não são nojentas!

Sim, eu estava sussurrando para uma joaninha. Não, eu não me importo de falar com coisas que não me respondem.

O dia realmente estava ensolarado. O tempo estava bom, o sol, radiante e uma brisa de verão. Fiquei olhando para a joaninha, até que ouvi passos na grama, em minha direção. Eu olhei pra cima e, surpresa, quem estava parado na minha frente era Fagan.

– Olá.

– Oi... - eu respondi.

– Posso? - ele apontou para o espaço de toalha sobrando do meu lado. Eu fiz que sim com a cabeça, e ele se sentou e soltou um suspiro carregado de cansaço.

Ficamos em silêncio durante um tempo, até que ele quebrou o vácuo:

– Obrigada pelo trabalho. Digo, foi mais fácil com ajuda.

– Sem problemas - eu respondi - Hmm... o que você acha?

– Sobre o que exatamente, madame?

Eu olhei pra ele e automaticamente disse:

– Sobre essa joaninha - apontei para a joaninha.

Ele riu, e eu ri também. " Joaninhas são insetos bacanas", ele disse. Eu concordei, afinal, Fagan tinha algo em comum comigo: o encanto por joaninhas. Discutimos outras coisas além de insetos respeitáveis. Ele era o tipo de pessoa com quem não falta assunto. Mal e mal tínhamos nos conhecido e já conversávamos fluentemente.

E eu já estava com saudades disso...

Começou a escurecer, então eu e Fagan começamos a recolher a toalha e a caminhar até o prédio do internato.

– Fagan - eu disse -, posso te perguntar uma coisa?

– Claro.

– Ahmm... Bem, Lucian e Diana me falaram para me afastar de você. Tipo, o porquê disso você sabe? E do que eles estão falando?

Fagan parou. Ele não respondeu durante um bom tempo de caminhada. Eu chequei meu relógio: sete e meia da noite. Já deveria estar no meu dormitório.

– Olha, eu... - Fagan gaguejou - Meu desculpe, Primrose Lidwix.

Fagan tirou uma agulha de seu lado. Ele atingiu o meu pescoço. Senti a droga percorrendo o meu corpo, me fazendo cair no chão.

Minha visão escureceu, e eu vi Fagan me levantando, antes de finalmente desmaiar.


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Notas finais do capítulo

OLÁ MEUS AMIGUINHOS.A história sim, está meio comprida. Não, eu não tinha a intenção, desculpa. Eu escrevi a história no meu caderno, e como eu tenho ataques de criatividade durante a aula, era lá que eu escrevia tudo - e escrevia muito -, então desculpa, tive que dividir o que eu escrevi em dois, então o próximo capítulo is coming... TA NANANA!!!!!- Junbell :3



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