The Last Taste - Season 1 escrita por Henry Petrov


Capítulo 38
Who Owns My Heart


Notas iniciais do capítulo

RETA FINAL, POVOS E POVAS
Cinco dias e cá estou eu, uma hora da manhã novamente, postando pra vocês. Lindo eu, não?~não~
Enfim, espero que vocês gostem desse capítulo, e tem um pequeno detalhe nele que, se você observar bem, dá pra ligar com outra coisa que aconteceu há um tempo. Essa conexão vai te dar o maior spoiler sobre TLT, tipo, como-vai-acabar-spoiler. Enfim. Era só isso. Boa Leitura (:



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Ilusão. Morte. Sonho. Efeito colateral de panquecas com café. Eu tentava pensar em qualquer coisa que me explicasse aquela visão. Eu não queria acreditar que era verdade. Tive medo de criar falsas esperanças. Mas era impossível negar.

–Hanna? - chamei, me levantando aos poucos

Ela sorriu. Corri para abraçá-la. O mesmo perfume, o mesmo calor. Não tinha mais como eu me impedir de acreditar. Era ela. E não tinha como negar.

Quando nos afastamos, ela tentou me beijar.

–Não... - murmurei. - Não agora.

Ela franziu o cenho, mas não se importou muito. Então, virou-se para Sophie, observando as barras.

–Precisamos tirá-la daqui. - falei.

Hanna assentiu.

–Lilith as ergueu. - continuei. - Lilith as derrubará.

E com um único golpe, caí com a faca, cravando-a no coração de Bella. Ela soltou um gritinho fraco e virou pó, assim como Metatron.



–Café? - perguntei

Sophie riu.

–Digo, Whisky? - corrigi.

–Sim, obrigada.

Ela sentou no sofá e fiquei na poltrona. Hanna parecia perfeitamente bem. Dirigiu o carro de Lucy de Anakyse até Kraktus sem fraquejar. Quando perguntei onde arranjou o carro, ela só respondeu “depois”.

–Então, Lilith está morta? - perguntou Sophie

Hanna assentiu.

–A Lâmina de Cain destrói a alma. - ela disse. - Não tem como estar mais morto que isso.

Sophie sentou ao seu lado.

–E Metatron? - perguntou ela – O encontramos quase morto.

–Bom, foi como Lilith disse. - continuou Hanna. - Se o recipiente morre, o anjo ou demônio passageiro dentro dele, é solto, liberto do corpo. Não acho que ela tenha feito isso por fome. O sangue de um anjo é tóxico. Matar um anjo é um crime contra Deus. Beber seu sangue ainda... Queima o corpo por dentro. Besteira, na minha opinião. Lilith deve ter passado uns maus bocados para beber aquele sangue. Acredito que ela tenha bebido na falsa esperança de adquirir mais poder. Acho que estava tentando libertar Lúcifer sem se matar.

–Mas achei que a presença do Anjo deveria deixar o recipiente mais forte, não? - perguntei – Por exemplo, era para Metatron ter estraçalhado Lilith ou até mesmo ter se curado mesmo depois do ataque.

–Sim. - disse Hanna, tomando um gole do Whisky. - Mas depende da situação. Lembra que ela disse ter colocado um feitiço nele? Ela pode ter feito com que os poderes de Metatron se limitassem aos do recipiente. Não sei como ela fez isso, deveria ter muito Poder para segurar um anjo como ele dentro de um corpo, ainda mais conter seus poderes e impedir que curasse seu recipiente. Mas foi genial, Metatron nunca conseguiria sair dali, ficaria uma energia dispersa no ar, como folhas ao vento.

–Outra coisa: Como ela entrou lá? Como conseguiu fugir de sua prisão? - argumentou Sophie

–Acho que nunca saberemos. - falei.

Sophie respirou fundo. Senti-me orgulhoso. Sempre quis dizer aquilo.

–E então, Hanna? - ela sorriu. - O que aconteceu?

Hanna riu.

–É uma longa história.

–Conte. - disse, colocando uma perna sobre o joelho da outra.

Ela suspirou e repousou o copo sobre a mesa de centro.

“Os Querubins têm o poder de trazer uma alma de volta à vida, contanto que passem em uma prova, um teste. Deve ser provado que essa pessoa se tornou sábia o bastante para aproveitar uma segunda chance melhor do que a primeira. É preciso ser constatado que a pessoa aprendeu, que ela viveu uma vida cheia de paciência, conhecimento e plenitude. Para isso, são usadas certas criaturas capazes de tomar a forma de qualquer coisa de nosso passado que, de algum jeito, tenha todo o poder necessário para te derrubar, te arrasar. Comigo, por exemplo, era meu pai, me chamando de inútil e me batendo com seu cinto. Eu deveria me erguer e enfrentá-lo, mas foi mais forte do que eu. Então, aparecia minha mãe, que era esbofeteada pelo meu pai de novo, e de novo, e de novo... Meu dever era impedi-lo, mas não consegui. Então, era você, Peter, rindo de mim. Eu estava pequena de novo. De óculos, aparelho e gorda. Você ria de mim sobre como eu nunca estaria ao seu nível.”

“Porém, os Querubins perderam o controle das criaturas e elas conseguiram chegar à minha alma, se tornando parasitas dentro do meu corpo, se alimentando de minha dor, tristeza, de minhas lágrimas. Eles me jogaram para a Terra, fugindo dos Querubins. Eu sentia como se algo me torturasse de dentro para fora. Com o tempo, fui perdendo a consciência, as memórias e os sentidos. Eu andava pelas ruas, distraída, sem rumo. Por ser um fantasma, ninguém me notou. Só dei por mim mesma quando cheguei em San Diego. San Diego fora onde eu fui mais feliz em toda a minha vida. Eu lembro daquela casa, lembro do meu quarto, das antigas fotos ainda pregadas de trás da porta, que os novos moradores não quiseram arrancar. Eu lembro o que aquela porta, aquela casa representou para mim: Esperança. A esperança de uma vida melhor, menos conturbada pelas pressões da adolescência. Foi aí que meus sentimentos rugiram, minha Humanidade rugiu e expulsou as criaturas de dentro de mim. Foi aí que me libertei.”

–No mesmo momento, Jason me achou. - ela continuou. - Ele disse que a presença dos monstros dentro de mim ocultavam minha alma. Ele sentiu quando eles me deixaram. Então, ele determinou que eu tinha passado e me abraçou com suas asas. Acordei no escuro, enterrada na Baía de Judas. Tive que dar duro para sair dali.

–Baía? - perguntei

–Mandei enterrarem ela lá. - disse Sophie. - Quando você foi embora, eu não tive estômago para fazer isso.

–Daí, procurei por vocês em Kraktus. Como não achei ninguém, fiz meu caminho de volta à Terra, vi minha mãe e peguei o carro para Anakyse. Lá, vi vocês e Bella, entrando na caverna de Lilith. Os segui e me mantive escondida, enquanto vocês foram barrados. Quando vi você quase morrendo, Peter, quebrei seu pescoço para impedi-la.

Suspirei. Realmente, era uma longa história.

–Estou feliz que esteja aqui. - disse Sophie, apertando sua mão em um gesto de apoio.

–Sophie?! - uma voz surgiu atrás da porta

–Entra!

Olsen adentrou o cômodo, preocupado, segurando uma prancheta. Seus longos cabelos castanhos estavam um tanto mais longos e as bolsas abaixo de seus olhos demonstrava cansaço.

–Sophie, tenho más notícias. - ele disse, apreensivo. - Metatron escapou. Seu recipiente sumiu e a caverna escancarada, para...

–Culpado. - disse, erguendo minha mão.

–Hanna? - Olsen pareceu esquecer da situação. - Está viva?

Hanna riu.

–Longa história. - ela repetiu

–Sophie, pode vir comigo, por favor? - ele disse. - Preciso falar com você.

Sophie olhou para mim e para Hanna, mordendo o lábio, pensativa.

–Ok, então.

Ela levantou e saiu com Olsen. A porta fechou-se atrás deles, enquanto Olsen ainda gargalhava em altos tons sobre os restos de Metatron.

–Chocante, não? - riu Hanna

–Ainda não acredito que voltou. - falei

Ela respirou fundo.

–Ainda não acredito que estou aqui. - ela sorriu. - Mesmo vagando, eu nunca esqueci seu rosto. Era a única coisa ainda clara na minha mente. Mesmo não tendo ideia do que você era, eu sentia que você era a razão pela qual eu tinha que ser forte. Tinha de sobreviver.

Seus olhos azuis pareciam duas flechas perfurando minha mente. Dentro de mim, eu senti voltar a queimar. Fiquei aterrorizado. Fiquei aterrorizado ao descobrir que eu ainda amava Hanna, que meus sentimentos por ela haviam sido guardados em uma caixa e tinha acabado de ser aberta, como se fossem as chamas de um vulcão que agora entrava em erupção. No mesmo momento, perguntei a mim mesmo se o selo ainda brincava com meus sentimentos, o que me deixava muito irritado.

Mas o olhar de Hanna me tornava calmo e abobado. Eu não conseguia pensar. Tudo o que eu via eram seus olhos, era o seu sorriso, seus cabelos loiros cobrindo suas bochechas e a imaginação de meus lábios tocando os seus.

Então, aconteceu. Beijei-a rapidamente, parando para me certificar do que eu fazia. Encostamos nossas testas e pude sentir nossos narizes roçarem. Senti minha garganta queimar. Ela voltou ao beijo e eu a beijei de volta. Nada mais existia, não havia Sophie, não havia Olsen, não havia Lúcifer ou Miguel para nos impedir. Éramos livres. Eu queria passar o dia sentindo aqueles lábios nos meus, queria sentir aquele amor vibrar dentro de mim. Eu estava suprindo toda a tristeza de sua morte, estava sentindo seu amor me preencher por dentro. Eu estava realizado.

–Peter?

Sophie estava pasma. Afastei-me de Hanna o mais rápido que pude, mas não fui rápido o bastante. Ela cruzou os braços, desgostosa.

–Sophie, eu..

Ela ergueu a mão, impedindo-me de continuar. Sophie respirou fundo.

–Peter, isso não pode continuar. - disse, engolindo seco. - Estou cansada. Não vou mais passar a noite preocupada com isso. Por muito tempo, você tem alternado entre mim e Hanna como quem troca de roupas. Estou cansada de passar as noites imaginando se você me ama mesmo, ou se sou sua substituta, seu consolo, como fui da primeira vez. Estou cansada de passar dias a fio me perguntando se você ainda a ama, tentando me convencer que cada “eu te amo” é real. Estou cansada de guardar isso pra mim mesmo. Quem você ama?

Fui pego de surpresa. Eu esperava um grito, um “eu te odeio” ou outro banimento. Mas ela não parecia irritada. Parecia, de fato, cansada e impaciente.

Abri a boca diversas vezes, mas eu não sabia o que dizer.

–As duas. - disse Hanna.

Ela suspirou, afastando o cabelo do rosto com um abano.

–Ele ama as duas.

–É o selo. - disse Sophie. - Tem que ser.

–Não é nenhuma droga de selo! - contestei. - Eu tenho completo controle sobre o que eu sinto, beleza?

Sophie viu a mentira em meus olhos, erguendo uma sobrancelha.

–Vamos libertar Tweedle-Dee e Tweedle-Dum, antes que ele resolva que está apaixonado por Olsen. - disse Sophie, dando as costas para mim.

–E como fazemos isso exatamente? - perguntou Hanna

–A cada selo quebrado, vocês ganharam mais Graça ou mais Poder. - explicou Sophie, por cima do ombro. - A dor que vocês sentiram na quebra de cada selo, é sua alma se ajustando aos altos níveis de magia. E é exatamente isso que vamos precisar: Sua Graça e Poder. Juntos.

–E onde faremos isso? - perguntei, saindo da sala – Redmont?

Sophie negou com a cabeça.

–Everest. - disse ela. - Uma das mais altas montanhas da Terra. O ponto de encontro entre os 3 mundos: Terra, Anakyse e Kraktus. A prisão está lá.

–É impossível respirar lá. - contestou Hanna

–Somos seres sobrenaturais. - resmungou Sophie. - Sobreviveremos.

–Carro ou feitiço? - perguntou Hanna, enquanto descíamos algumas escadas.

–Feitiço. Já estaremos em Everest assim. - respondi

Sophie concordou.

–Vamos.

Eu não sabia como eu deixara as coisas chegaram àquele ponto. Eu estava me sentindo como um adolescente que foi pego colando na prova. Sophie manteve-se de cara fechada durante o caminho até Redmont. Hanna também não estava de bom humor. Bom, acho que quando você descobre que seu namorado está namorando com a ex enquanto você esteve morta, dá pra ficar um pouco irritada sim.

–Vamos fazer todos juntos. - disse Hanna. - Assim, não teremos uma pessoa sobrecarregada com toda a magia do feitiço.

Foi tudo o que foi dito. Nem Sophie, nem Hanna pareciam de bom humor, com vontade de conversar. Eu não via a hora de chegar em Redmont, fazer aquela droga de feitiço e saber, de fato, o que eu sentia. Eu precisava confiar nos meus sentimentos.

E eu estava nervoso. Dali a pouco tempo, Miguel e Lúcifer estariam livres e Deus estaria me devolvendo minha vida. Àquela altura, eu já não sabia se queria minha vida de volta. Sinceramente, eu estava aprendendo a gostar dessa vida insana. Claro que eu gostaria que todos aqueles inocentes assassinados fossem tragos de volta, mas voltar a ser aquele playboy que só queria beber e transar, nunca. Eu ainda mantinha muitas características daquele tempo, mas estava mudando e não queria dar um passo para trás.

–Chegamos. - disse Sophie, séria.

De fato, estávamos em Redmont. Mergulhado em meus pensamentos, eu não notara o caminho passando diante de meus olhos. Os restos dos rituais anteriores, permaneciam caídos em volta da montanha.

–Não vamos precisar disso. - disse Hanna, chutando uma tocha para longe.

–Por que isso agora? - perguntei, abrindo os braços em reprovação

–Como Sophie disse, estamos mais poderosos. - ela respondeu. - Não precisamos canalizar os elementos por poder. Venham.

Nos reunimos um de frente para o outro, formando um triângulo. Demos as mãos e fechamos os olhos, para ganhar concentração. Senti um leve formigamento vindo das mãos das duas, que seguravam as minhas.

Do nada, Hanna me soltou.

–O que está fazendo?- exclame

–Chegamos, Peter. - ela respondeu, ríspida.

Abri um olho e vi a bela paisagem do Monte Everest. A neve, o gelo cobria toda a montanha e a ventania era forte. Era quase impossível ver o sol naquela confusão. Sophie já erguia os braços, erguendo uma tela, uma redoma mágica de proteção sobre nós, barrando o vento e o frio.

–Prontos? - perguntou Sophie.

Respirei fundo. Era chegado o momento. Cada suspiro, cada sangue derramado, cada dor e perigo haviam sido para que aquele momento fosse real. Estávamos tão perto...

–Pronto. - disse

Hanna não falou nada.

–Onde é a entrada? - perguntei

–Bom, deve ter algo errado, fora do lugar aqui. - disse Sophie, empurrando a neve com os pés. - Um instante.

Ela respirou fundo e exclamou:

Incedia.

A neve pegou fogo dentro da redoma. Porém, nem toda a neve evaporou. Ao cessar do fogo, a neve restante formou um círculo perfeitamente redondo.

–É aí.

Hanna e eu adentramos o círculo. Senti calafrios, mas não foi nada sobrenatural, era puro nervosismo mesmo. Seguramos nossas mãos.

–O que fazemos? - perguntei

–Concentre-se. - disse Hanna.

Fechamos os olhos. Senti meu corpo vibrar um pouco, dos pés a cabeça. Comecei a ofegar. O ar parecia se esvair. Tentei respirar fundo. Senti como se algo tentasse me arrancar os órgãos, como se unhas tentassem arrancar minha pele. Era uma dor inexplicável. Os selos pareciam ter feito um compilado de melhores momentos de dor e agora jogava tudo em mim. Porém, diferente das outras vezes, eu não sentia algo entrar, eu sentia sair.

Senti as mãos de Hanna queimarem. Ou seriam as minhas? Por trás de minhas pálpebras, pude ver uma forte luz surgir entre mim e Hanna. Por um momento, soltei as mãos de Hanna, mas elas não se foram. Parecia que nossas mãos estavam coladas. A ouvi sufocar.

Então, o som parou e a bola de luz continuou a brilhar. Minhas mãos pararam de queimar e consegui soltar a mão de Hanna. Quando abri meus olhos, fiquei aterrorizado. No lugar de olhos, Hanna tinha dois faróis de luzes brancas, que brilhavam como... Como a luz de um anjo. O céu estava coberto de nuvens pesadas, fortes trovoados rugiam para todos ouvirem. Relâmpagos, fortes ventanias, chuva... Era tudo o que eu via. Sophie nos observava, assustada.

Logo depois, Hanna gritou algo inaudível e sua cabeça virou para cima, enquanto uma fumaça branca fugia de sua boca. Ela caiu de joelhos.

Então, a luz em nossa frente, tornou-se sombria e senti algo remexer dentro de mim. Perdi meus sentidos, como se tivesse dopado. Então, desmaiei.

Quando voltei a mim, estava na mesma posição no mesmo lugar. A luz em minha frente tornou-se malhada, branca e preta, como se as luzes lutassem pelo controle da esfera. De repente, ela se reduziu a um pontinho no meio do nada e explodiu, jogando Hanna e eu para longe. O círculo ainda formado pela neve, lançou um cilindro de luz para o céu, como uma grande espada a laser. Não era luz. Era Poder e Graça, juntos, sendo libertos e soltos no mundo. O som era insuportável, alto, como se eu estivesse logo na queda das Cataratas do Niagara. Em meus joelhos, observei a luz se dissipar no ar, deixando um largo buraco entre as nuvens, revelando o Sol acima de nós.

Então, senti meu coração queimar. Hanna pareceu sentir o mesmo. Gritamos juntos, berros desiguais, sentindo como se nossos pulmões estivessem sendo espremidos. Senti até minha garganta doer com o grito. Em alguns instantes, passou.

E eu senti. Senti um peso deixar minhas costas. Eu sabia. Eu sabia o que eu sentia. Finalmente, eu sabia meu coração de có. Eu me sentia mais forte do que nunca, me sentia poderoso de mim mesmo, no poder de meus próprios sentimentos. Olhei para Hanna que, com a ajuda de Sophie, levantava olhando para os lados, acostumando-se com a nova visão do mundo. Assim como eu, Hanna agora sentia cada pedaço de seu corpo voltando ao normal. Estávamos livres. Não havia mais selos nos prendendo. Estávamos bem.

Ela olhou para mim. Sorrimos. Então, corri para ela. Ela correu para mim. Paramos um de frente para o outro, observando nossos semblantes. Ela sorria, feliz. Toquei seu rosto. Ela coçou minha nuca. Aproximamos nossos rostos. Nossos narizes roçaram. Então, simples assim... Nos abraçamos. Ela encostou seu queixo em meu ombro. Apertei-a, forte. Ela apertou de volta. Nos afastamos, sorrindo um para o outro. Por cima do ombro de Hanna, observei Sophie encostada em uma pedra, séria. Hanna deu um passo para o lado.

–Sophie?

Ela parecia que tinha levado um tapa. Corri para ela e beijei-a, sentindo-me sendo preenchido. Eu sabia que aquilo era verdadeiro. Meu amor por Sophie não nascera de selo algum, nascera da coincidência, do acaso, não havia sido o destino, não havia sido Deus, não havia sido um cupido que nos trouxera um para o outro. Havíamos nos encontrado. Havíamos ido contra todas as estimativas, tudo o que as pessoas imaginavam: que eu amaria aquela a quem eu estava destinado a estar, aquela a quem eu deveria amar, para que um dia eu trouxesse o balanço da natureza de volta a seu estado natural. Sophie era só mais uma, só mais uma pessoa jogada na confusão das entrelinhas do destino e eu a escolhera, ela me escolhera contra o que estava escrito para nós dois. O nosso amor quebrara a barreira do destino. Nosso beijo era real, era ardente, caloroso, verdadeiro. E agora, eu não tinha como esconder.

–Eu te amo.

Ela parou, olhando para mim.

–O quê? - perguntei

Ela murmurou algo que não ouvi.

–Soph?

Ela sorriu.

–Eu também te amo! - ela gritou, feliz

Nos beijamos novamente. Ouvi Hanna rir atrás de mim.

–Vocês são... - ela foi interrompida. - Gente.

Ela apontou para atrás de Sophie. O céu, agora limpo, voltara ao seu estado normal. Porém, uma luz desceu do alto, destacando-se em meio as nuvens e ao sol. Ela aos poucos, caiu sobre o círculo de neve, derretendo-o ao toque de seu pé.

–Não é possível. - disse, incrédulo.

Não era Deus. Não era ninguém angelical. Aquele rosto, eu o conhecia, de muito tempo. O estranho amigo de Lucy.

Era Nathan Brooks.


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Notas finais do capítulo

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