The Last Taste - Season 1 escrita por Henry Petrov


Capítulo 31
Please, Do Talk About Me When I'm Gone


Notas iniciais do capítulo

HAPPY BIRTHDAY TO YOOOOU
Oi, seus maníacooooos! Hoje é aniversário de 6 meses de TLT! Sei que tem gente pouco se lixando pra isso, mas pra mim é um dia muito perfeito, porque foi a primeira fanfic que eu escrevi e postei que não parei por preguiça, então é muito lindo esse dia. Pra comemorar, esse capítulo é narrado pela Hanna. Ela tá em Animus e eu acho razoável que seja ela quem narre. E olha, hoje é aniversário da fanfic. Já falei isso? Pois é. Comentem o que acharam. Próximo capítulo, voltamos pro Peter, do mesmo jeito de antes. Espero que gostem desse capítulo. Bom, era só isso. Boa Leitura (:

PS: Hoje é aniversário de TLT. o/

PS²: Hoje é aniversário de TLT *-*-*-*

PS³: Hoje é aniversário de TLT '0'0'0'

PS4: Meu teclado não tem quatrozinho pequeninho, então vou parar por aqui.

PS4¹: Hoje é niver de TLT. Esqueci de falar isso.



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Acordei sentindo algo arenoso em minha bochecha. Abri os olhos. As ondas do mar quebravam ao longe. Meu cabelo derramava-se sobre a areia. Minha mão repousava sobre o cascalho. Levantei, com dificuldade, me sentindo cansada.

De pé, olhei em volta. Tudo parecia tão... Seco. A força do vento era mais fraca do que o meu ouvido escutava. Era como se eu sentisse tudo reduzido. O sol era mais frio, o vento era mais ameno, a areia pinicava menos. Meu cabelo mal se movia. Ao lembrar dos acontecimentos anteriores, minha mão pulou para meu coração. Não havia nada, além de uma mínima marca de sangue em minha blusa.

–Não há nada aí.

Virei-me para ouvir quem me chamava. Ele usava uma blusa branca, por baixo de uma jaqueta de couro, e calças jeans azuis. Seus olhos eram do azul mais claro que eu já vira e seu cabelo era preto. Sua pele era branca como a neve, mas seu olhar era quente e aconchegante, que parecia me chamar para o consolo.

–Quem é você? – perguntei, apertando os olhos para ver melhor.

–Meu nome é Jason. – disse ele

–Como o apóstolo da bíblia? – perguntei de volta

Ele assentiu.

–Claro que eu não sou ele. – disse, dando de ombros. – Fui batizado com seu nome. Assim como todos os anjos e os outros querubins.

–Você é um anjo? – ergui uma sobrancelha

–Tente de novo.

Suspirei.

–Um querubim. – deduzi. Ele assentiu e um pensamento me correu. – Anjos? Nem todos os anjos são batizados com nomes bíblicos.

–Você tem um nome bíblico. – disse Jason. – Hanna vem do hebreu, Channah, que significa Graça. A maioria dos anjos são. Bom, pelo menos na minha época, eram. Você conhece minha história, certo?

Assenti.

–Pois bem. Eu era um daqueles bebês com espadas de fogo e belas asinhas brancas. – ele explicou. – Naquela época, era assim.

–Então você já viu Deus? – perguntei, esperançosa

–Sim. E não.

Tombei a cabeça.

–Pode ser mais claro?

–Deus está em todas as coisas, Hanna. – falou ele, abrindo os braços.

–Deus está morto. – respondi.

–Enquanto isso existir, - ele brandiu as mãos, como se cobrisse tudo. – Ele existe. Ele criou tudo isso. Ele vive até que acabe. Ele pode ter perdido sua forma física, mas tudo que existe no mundo, eu, você, o sol, o mar... Todos somos partes únicas Dele. Como você acha que ele é omnipresente? A vida. Deus é a vida que nos habita. É o material que nos faz. É como uma energia que nos mantém... Existentes.

–Uau. – suspirei. – Então quando libertamos Lucífer e Miguel, ele retomará sua forma física?

–É o que todos esperam. – respondeu ele. – Agora vamos, temos muito a fazer.

–Espera.

Ele ergueu as sobrancelhas.

–Eu fui morta por um demônio. – expliquei. – Estou temporariamente morta. Temporariamente.

Jason suspirou.

–Eu não sei disso. Nem você.

–Do que você sabe? – cruzei os braços, irritada

–Deixa eu explicar. – disse ele. – Digamos que sua alma perde muito de sua energia quando sai do seu corpo, certo? Então eu tenho que leva-la a Animus, onde você pode escolher em comer um fruto da árvore da vida, que lhe proporcionará a canalização dos seus sentimentos, o que vai ter dar energia, vai solidificar sua alma para que possa descer à Terra e rever sua vida ou aqueles que você precisa ver antes de seguir em frente. Mas aí é que está, se o que diz é verdadeiro, você tem de 10 minutos a um dia para ter sua alma solidificada o bastante, forte o bastante pra suportar uma passagem de volta ao seu corpo. Isso só veremos depois. Se passar de um dia, isto é, 24 horas...

–Eu entendi. – interrompi. – Quais as probabilidades?

–10 em cada 10 chances. – respondeu ele. – Se está tão certa de que foi um demônio e não foi a Lâmina de Cain que a matou, então com certeza há de voltar. Só temos de esperar.

–Ótimo.

Dei de ombro e sentei na areia. Ergui a cabeça para Jason, que me olhava confuso.

–Desculpe, mas o que você está fazendo? – perguntou ele

–Esperando. – respondi, cruzando minhas pernas.

–E você quer esperar aqui? – ele perguntou, olhando para os lados

–Qual o problema? – perguntei, abraçando meus joelhos

–Sua alma está fraca. – respondeu ele, com um sorriso no canto da boca. – Se ficar aqui, vai se dissolver, como sal em água.

Levantei rápido.

–Certo, pra onde vamos? – perguntei, ansiosa

–Animus, ora.

O que aconteceu depois, é bem difícil de descrever. Um flap ecoou no vento e asas douradas se esticaram das costas de Jason. Eram belas asas. Na verdade, elas foram douradas enquanto brilhavam. Então, o brilho cessou e se tornaram, direita e esquerda, branca e preta, respectivamente. A esquerda tinha um preto cinzento, como a pele enrugada de uma senhora de bilhões de anos. Era escura e suas juntas pareciam uma tinta descascada, que revelava algo que acho que era carne viva. A direita era linda. Um branco brilhante, que parecia emanar alegria. Não, felicidade. Não, paz. Paz. Isso mesmo. Suas penas eram delicadamente esculpidas com um jeito majestoso e pareciam as asas de um cavalo alado, daqueles de filmes animados.

–Uau.

–Agradeço o elogio. – disse ele.

–Por que... ? – tentei perguntar, mas as palavras não vieram.

–A escura indica a morte. – disse ele. – A morte que todos têm medo. Aquele monstro que nos aterroriza nos piores momentos. A clara indica a paz, a vida eterna, a vida pós-morte, com que todos sonham. O paraíso. Cada asa indica um lado da morte.

–Você é a morte? – perguntei

–Não. Sou encarregado da morte. – respondeu ele. – Eu sou o motorista, a morte é o carro. Simples assim. Agora feche os olhos.

Assenti. Fechei meus olhos e senti algo quente me abraçar. Por uma frecha entre minhas pálpebras, vi que Jason me abraçava com suas asas. Fechei os olhos de vez e senti um puxão e me senti presa as asas. Não me atrevi a olhar. Então, o puxão cessou e o sentimento quente se foi. Abri os olhos. Jason estava de frente a mim. Olhei em volta.

Imagine o lugar mais esquisito que você já viu. Era uma espécie de campo. Havia uma única árvore, centralizada no topo de um monte. Ao longe, eu via um lago, o sol, casas variadas em uma cidade desarrumada. Sobre o céu, nuvens caminhavam, mas eram diferentes. Algumas eram carregadas, cinzentas, outras eram brancas e amenas. Parecia um festival de variedades. Além do lago, pude ver um esgoto. Parecia que tudo fora colocado ali de qualquer jeito, sem um único senso de distribuição de espaço. Eu estava debaixo da árvore. Nevava, mas não havia neve nas gramas, como se os flocos de neve se dissipassem antes que tocassem o chão.

–Aqui é lindo. – falei.

–Aqui é Animus. – ele lembrou. – Aqui todas as vidas, todos os sonhos, todas as desilusões, todas as alegrias, tudo que um dia pertenceu a uma alma, simplesmente se mistura com tudo. Olhando assim, parece confuso. Mas essa é a ideia. Você faz seu próprio caminho. Em um momento, estará entrando numa casa, então estará no parquinho de sua escola, onde quebrou seu braço quando criança. Coisas do tipo.

Suspirei, um tanto emocionada.

–Aqui é lindo. – repeti.

–É pra ser o mais paradisíaco possível.

Sorri. Tudo parecia emanar paz e felicidade. E havia um pequeno sentimento de alívio. Jason voou em direção a copa da árvore e voltou com uma bela maça dourada. Ele limpou-a na blusa e me ofereceu.

–Antes que me esqueça. – disse ele.

Dei uma mordida. Senti como se engolisse um pedaço de chocolate derretido. Senti algo quente descer pelas minhas entranhas, me dando vida. Eu senti o vento, eu senti a neve tocar minha pele. Eu estava viva.

–Não está viva, só pra constar. – Jason pareceu ler meus pensamentos. – Só lhe dá sensação o bastante para descer.

Dei um sorriso comprimido. Assenti e seguimos monte a baixo, em direção às casas. Jason planou. A neve parou, agora só o vento tocava meu rosto. Fomos correndo até lá, uma corrida idiota. Eu me senti tão livre. Então, chegamos a cidade. Era toda desarrumada, algumas era quase impossível entrar, pois a parede de outra bloqueava a porta. A maioria era vitoriana, mas algumas eram baixinhas e com um enorme muro com um portão bloqueando a porta, outras tinham grades, outras eram mansões douradas e luxuosas. Uma confusão só. Jason e eu disparávamos pelas “ruas”, sem saber para onde íamos.

–Isso não é bom.

Ele reduziu a velocidade e parei de correr. Olhei para onde ele olhava. Um trio de jovens, muito bonitos por sinal, se agrupavam em uma roda, discutindo sobre alguma coisa. Todos usavam calças jeans e blusas escuras. Nenhum tinha suas asas “acionadas”.

–O que está acontecendo? – perguntei, confusa.

Jason não respondeu. Aproximou-se do grupo e gesticulou para que eu permanecesse onde estava. Então, ele entrou na roda. Passaram-se instantes e ele gesticulou para que eu me aproximasse. Fui o mais rápido que eu pude.

–..., nos acostumar com Animus e parar com essas ilusões de voltar pra casa! – um deles vociferava

Jason ergueu uma sobrancelha. Todos se calaram ao me observar.

–Então é você. – o mais baixinho deles disse.

–Eu sou quem? – perguntei, atordoada. Essa pergunta ficou meio idiota fora de contexto.

–Hanna, conheça meus irmãos. – falou Jason. – Este são Izaac, Cyrus e Ezra.

Ele apontou para o que falara comigo, para um de lábios carnudos e outro de orelhas pontudas. Apesar de pequenos defeitos, todos os quatro eram belos. Não eram gatos ou gostosos, eram belos. Talvez Cyrus, mas era uma beleza angelical. Claro, eram semi-anjos, tinham que ter a aparência linda de um.

–Bom, como dizíamos antes do Jason interromper brutalmente nossa discussão, - continuou Izaac – nós estamos em um impasse.

Ergui uma sobrancelha.

–Ela. – Cyrus indicou com a cabeça. – Hanna, você é o pivô de nosso impasse.

–Como assim? – perguntei, olhando para Jason.

–É bem simples. – começou Ezra. – Você é uma das escolhidas. Junto a Peter, vocês são os seres mais poderosos do planeta, pois a cada selo quebrado, vocês absorvem seu poder. E esse poder vem ao preço de uma dor atordoante, como já deve saber. Porém, com você morta, não há jeito ou maneira dos selos serem quebrados pois, como já deve ter notado, apenas com o trabalho simultâneo dos escolhidos, é que um selo se quebra. Primeiro selo, beijo entre os escolhidos. Segundo selo, sobrecarga de uma pedra com o poder dos escolhidos. Todos esses selos devem ser quebrados por vocês dois, juntos. Com você morta, não há como os selos serem quebrados.

–E esse é o nosso impasse. – explicou Cyrus. – Se você não quebrar os selos com esse demônio, Deus nunca voltará a sua forma física. Logo, o Éden ficará fechado até que outro anjo e outro demônio sejam escolhidos. Consequentemente, ficamos fora de casa por mais um século.

–Vocês moravam no Éden? – perguntei

–Todos nós morávamos no Éden. – explicou Jason. – Quando Deus voltar, Ele vai abrir as portas do Éden e todos os seres que Ele deu a vida, anjos, demônios e querubins, vamos morar junto a Ele, no Éden, numa bela cidade de ouro. Porém, isso não será possível se você estiver morta.

–Não estou morta. – falei rapidamente. – Fui morta por um demônio.

–Então você está morta. – retrucou Ezra.

–Não, eu estou temporariamente mora. – corrigi.

Eles ergueram as sobrancelhas em compreensão.

–Você acha que devíamos permitir que ela fizesse o teste? – perguntou Izaac para Ezra

Ezra deu de ombros.

–Teste? – perguntei

Jason arregalou os olhos.

–Claro que não! – ele gritou – Vocês estão loucos? Esqueceram do que aconteceu da última vez?

–Fomos precipitados, tá? – reclamou Izaac – Não tínhamos a intenção de perder o controle de tudo e impedir por completo a sobrevivência da pobre Yanna.

–Alguém me explica? – pedi, confusa.

–Bom, sabe a reencarnação? – falou Cyrus. – Pois é. Quando alguma alma vinha pra cá e reclamava muito que teve sua vida interrompida, nós lhe dávamos a escolha de uma segunda vida. Só que para que essa alma reencarnasse, ela precisava passar por um teste. Um grupo de provações, testes, momentos de pavor que só existem nos pensamentos mais obscuros dessa alma, é colocado diante dela. Se ela passar, ótimo, voltará para a Terra como um novo humano. Senão, sua alma é dissipada e nem direito a paraíso você tem.

–E o que aconteceu com a Yanna? – perguntei

–Bom, nós perdemos o controle dos medos dela e eles simplesmente se tornaram muito maiores do que ela. – explicou Izaac. – Sabe, nós somos os coordenadores do “evento”. Logo, tudo está sobre nosso controle. Acidentalmente, colocamos muita coisa ao mesmo tempo, foi demais para a pobre Yanna. Alguns dias depois, concordamos que a dose foi forte demais e nem o mais frio dos humanos conseguiria passar. Então, decidimos acabar com essa opção.

–Houve um erro no nível do teste. – explicou Ezra.

–Então é passável? – perguntei

–Sim. – respondeu Ezra. – Só não é fácil. Tentamos manter difícil. Não tão difícil que não consiga passar, não tão fácil que passe. Por isso perdemos o controle.

–Bom, eu não preciso. – falei, cruzando os braços.

–Exato, é isso que tenho falado para eles desde a sua morte. – contou Jason.

Franzi o cenho.

–Quanto tempo faz que eu morri? – perguntei

Jason ergueu o pulso, exibindo um relógio que eu não vira quando encontrei-o na praia.

–Você morreu às quatro e vinte da tarde do dia 17 de setembro de 2014...

Ele engoliu seco, apreensivo.

–Hanna...

–O quê? – perguntei, meu coração acelerou

–Sinto muito.

–O que foi? – perguntei de novo

–Você está morta.

Ele me mostrou o relógio. Quatro e vinte cinco do dia 18 de setembro de 2014.

–De uma vez por todas.


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Notas finais do capítulo

HAPPY BIRTHDAY THE LAST TASTE O/O/O/O/O/O/O/O/O/



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