The Last Taste - Season 1 escrita por Henry Petrov


Capítulo 1
The Worst Party Ever


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Muita gente me conhece de The Darkness Princess, minha fic de Harry Potter e aqui está a razão do meu sumiço! Pra você que não me conhece, meu pseudônimo é Henry Petrov (sim, gosto de The Vampire Diaries e Katerina Petrova é minha personagem favorita) e eu gosto de escrever mais do que ler fanfics. Bom, pra você que gosta desse tipo de storyline anjosVSdemônios, você provavelmente vai gostar de The Last Taste (TLT). Então, só isso. Boa Leitura (:



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Acordei com a luz batendo em meu rosto. Eu sabia que já era de manhã, mas eu não tinha um pingo de vontade de me levantar. Minha cabeça repousava tranquilamente no travesseiro e eu não queria perder aquela sensação de preguiça matinal. O alarme tocou.

Tocou seis... Tocou sete vezes. Aí, tocou oito e eu percebi que eu estava morto, cremado e enterrado. Isso significava que já eram oito horas e eu estava quarenta e cinco minutos atrasado para a escola.

Vamos dizer que eu tenho o dom do flash. Sempre que eu preciso, tenho a capacidade de me safar das situações mais perigosas. Por exemplo, naquele dia, eu consegui me vestir e tomar café em 10 minutos e chegar à escola em cinco, totalizando 15 minutos. Cheguei à escola uma hora atrasado. Tempo perfeito para dar uma desculpa de que meu despertador estava uma hora atrasado. Naquele dia, deu tudo certo. Cheguei à escola, dei minha desculpa esfarrapadíssima, dei uns pegas na Bella e joguei uns dois nerds no lixo. Dia normal, mas Bella adorou estragar tudo.

–Vamos, não seja tão birrento! – ela reclamava

Bella era uma menina que eu conhecia desde que eu tinha sete anos. Ela tinha cabelos castanho-escuros e esses olhos cinzentos e que te faziam atender os pedidos dela. O sorriso dela era sexy. Eu já ficava com ela faziam semanas, mas eu não queria nada sério. Era primeiro dia de aula e eu não podia, simplesmente, chegar com uma namorada. Haviam milhares de meninas me esperando, eu não podia deixa-las esperar. Mas Bella tinha esse sorriso que me impedia de falar pra ela que não íamos muito longe.

–Eu não vou pra festa de alguém que me odeia. – contestei

–Desde quando Peter Roman dispensa festas? – ela perguntou, com um sorriso no canto da boca – Vamos...

–Bella... – eu tentava. – Você sabe que ela me odeia!

–Tá. – ela falou, ficando séria. – Mas eu sou a amiga dela. Ela tem a obrigação de me apoiar, certo?

–A festa é dela.

–O namorado é meu.

–A vontade é minha.

–Ouch.

Ela me deu um tapa de leve no braço, ao ouvir minha última resposta. Ela continuou a me encarar, tentando me fazer mudar de ideia.

–Tá. – desisti. – Eu vou.

Ela quase pululou de alegria, me abraçou e me deu milhares de beijos. Mas eu não estava nem um pouco feliz.

Depois da aula, fui para casa. Peguei a chave reserva embaixo do vaso e abri a porta. Minha casa era um lugar bem majestoso. Tinha piso de assoalho, as paredes revestidas com madeira e tudo era muito rústico. A maioria dos móveis datavam dos anos de 1830, 1840. Quando entrei na casa, pude ouvir minha mãe na sala de estar, conversando com sua amiga, Candice.

Fui para o meu quarto, subindo as escadas. Estava tudo do jeito que eu deixara naquela manhã. Cama desarrumada, janela fechada, gavetas abertas e roupas jogadas no chão. Tratei de arrumar tudo. Tirei meu casaco e deitei na cama, só de jeans e camiseta. Respirei fundo e pensei sobre como seria aquela noite.

Eu não estava nem um pouco ansioso para ver Hanna. Apesar de tudo, eu sentia um pouco de remorso. Quando somos jovens, fazemos coisas que não pensamos. Aquela pegadinha foi uma das coisas que não pensei antes de fazer. Toda vez que eu pensava nisso, eu queria me esconder. Tentava afastar isso do meu pensamento.

Tentando esquecer isso, desci as escadas e fui falar com minha mãe. Candice já tinha ido embora. Ela estava lendo revistas no sofá.

Minha mãe era uma mulher doce. Tinha cabelos lisos e castanho-escuros, que iam até seu ombro. Seu rosto era magricela, mas era sempre sorridente. Seus olhos eram azuis, iguais os meus. Vivia de colares de pérolas e vestidos. Ela gostava muito de ler revistas e falar sobre livros. As más línguas diziam que ela era de uma seita satânica que venerava o diabo, pois só lia livros que relatavam como as sombras ocultavam a luz, livros considerados satânicos. Era mais ou menos isso.

Meu pai era um homem um pouco grosso. Ele tinha cabelos loiros, iguais aos meus, e uma cara de panaca. Seus olhos eram pequenos e suas orelhas pareciam folhas, pontudas e largas. Por sorte, herdei as orelhas da minha mãe. Meu pai além disso era muito ocupado e mal parava em casa. Estava sempre no banco, trabalhando. Naquele mês, estava em Washington, para um seminário.

Voltando a minha mãe...

–Oi. – falei, apoiando meus cotovelos na cabeceira do sofá

–Olá. – ela respondeu, sem tirar os olhos da revista, apesar de sorrindo.

–Hoje eu vou pra uma festa, então... – falei, esperando eu ela completasse

–Não devo espera-lo. – ela fechou a revista e colocou em cima da mesinha de centro. Colocou as mãos no colo e olhou para mim. – Então, vou ser só eu esta noite.

Ela saiu e eu fiquei sozinho em casa. Subi as escadas e peguei minha mochila e estudei um pouco.

Física, Álgebra, Trigonometria... Tudo isso não fazia um pingo de sentido. Tudo o que eu pensava era naquela festa. Como Hanna reagiria se soubesse que eu estava indo para sua festa de boas-vindas? Ela com certeza ia jogar o bolo na minha cara...

Eu era um cara bem idiota. Eu era o tipo de cara que uma menina olha e diz: “Eu pego.”. Porém, quando se falava de atitudes, caráter... Eu não tinha nenhum. Eu só me importava comigo mesmo e com a diversão que eu poderia ter com a vida. Principalmente quando se falava de Hanna.

Hanna era uma menina tímida no dia que tudo aconteceu. Era a festa de aniversário dela e Phoebe, uma menina que eu namorava na época, fora convidada. Claro, eu a acompanhei. Por zoeira, planejei uma pegadinha para Hanna. Naquela noite, chamei ela para uma conversa privada, no quintal.

–O que você quer? – ela perguntou.

Seus cabelos loiros estavam presos em marias-chiquinhas e suas bochechas gordas estavam extremamente rosadas. Seus olhos azuis brilhavam só com o fato de eu, Peter Roman, tão ilustre figura, estar ali, com ela. Numa mão, eu segurava uma cerveja, a outra, estava no bolso.

–Eu queria que você soubesse... –comecei, pondo a cerveja em uma mesa e me aproximando. – Que desde a primeira vez que te vi, não consigo te esquecer.

Ela sorriu e suas bochechas pareciam dois tomates. Ela mordeu o lábio. Estávamos tão próximos que nossos narizes quase se tocavam. Pude sentir seu perfume: era horrível. Tinha cheiro de mofo. Lutei para não contorcer o rosto com o fedor. Então... comecei a dançar com ela. No ritmo da música que tocava há metros dali, perto o bastante para ser ouvida.

–Por quê está sendo tão legal comigo? – ela desconfiou

–Não posso? – parei de dançar

Penetrei com meu olhar em seus olhos e pude ver o quão nervosa estava. Ela apertou minha mão e nossos rostos se aproximaram. Eu podia sentir seu lábio roçar no meu, mas antes que pudesse beijá-la, levei minha boca ao seu ouvido.

–Não foi dessa vez, gordinha. – sussurrei em seu ouvido.

Afastei-me e ela abriu a boca, espantada. Começou a ofegar e seus olhos encheram-se d’agua e... Ela chorou. Escondeu o rosto com as mãos e foi embora para seu quarto, onde não saiu até que todos estivessem ido embora. No outro dia, soube que ela viajara com a família para San Diego e não tinha previsão de volta.

Eu costumava lembrar daquele dia como uma boa memória. Hoje, é só uma mancha no passado repugnante que tive. Fechei o livro e resolvi sair de casa. Peguei as chaves do carro e dirigi até o bar, onde eu e meus amigos costumávamos beber e pegar meninas.

O The Brew era um lugar pequeno. Tinha um balcão, algumas mesas e um rock-metal muito alto tocando de fundo. O dono de lá se chamava Seymour e ele vivia falando como a bebida era uma arte. “Você bebe quando fica triste. Você bebe quando tá feliz. Você bebe quando tá com sede. É quase como respirar.” Ele dizia, enquanto virava uma garrafa de cerveja goela abaixo.

–Fala, Sey! – cumprimentei, ao entrar no bar.

Estava vazio. Por mais que fosse sexta-feira, tinha muita gente se preparando para o sábado. No sábado, era dia do trabalhador, um feriado muito estimado nos EUA, então tinha gente preparando o estomago para o dia seguinte e outros já estavam bebendo e provavelmente só parariam no domingo de manhã.

Seymour enxugava alguns copos. Ele tinha cabelos loiros rajados com castanho claro. Seu rosto era chato e sua barba era sempre muito mal feita. Usava uma jaqueta de xadrez azul, por cima de uma blusa da banda Tears Of Blood, uma das bandas rock-metal da cidade. Dos três bancos do balcão, dois estavam ocupados. Sentei no vazio, na extrema esquerda.

–Uma cerveja, daquele jeito! – pedi, apoiando meus cotovelos na mesa.

O cara do meio se levantou e saiu, revelando um paraíso ao seu lado. Uma menina, de cabelos ondulados e loiros estava sentada uma cadeira depois de mim. Seus olhos azuis estavam concentrados em um livro que pousava em cima do balcão. Seu corpo era simplesmente... Perfeito. Nem grande, nem pequeno. Só perfeito.

–E você é... – perguntei

–Depende de quem pergunta. – ela respondeu, se levantando e saindo do bar.

Levantei e segurei seu braço.

–Quem você pensa que é? –retruquei. Ninguém falava assim comigo.

–Não sou uma das suas prostitutas, se quer saber, riquinho. – ela respondeu e deu as costas para mim, com seus cabelos loiros pulando em suas costas a cada passo que dava. Suas costas...

–Isso que eu chamo de garra. – Seymour comentou. – Vai atrás?

–Difícil. – respondi – Perfeita.

Ri um pouco e bebi a minha cerveja. Depois pedi mais uma e parei ali, pois senão ficaria bêbado e Bella iria me odiar por isso.

Voltei para a casa eram seis e meia. A festa era às sete, então comecei a me arrumar. Tomei aquele banho, pra ninguém colocar defeito. Coloquei uma calça jeans e uma jaqueta azul, por cima de uma blusa preta, comum. Pus bastante perfume e me olhei no espelho.

–Você é o cara. – falei para mim mesmo.

Ri levemente e olhei o relógio. Dez para as sete. Saí do quarto e dirigi de carro até a casa de Bella. Ela morava alguns quarteirões depois do meu, em uma rua secundária. Diziam que lá era ponto de drogados, mas nunca foi comprovado. Parei na porta da casa dos Jackson e dei uma buzinada de leve.

Bella saiu com um vestido amarelo. Seus cabelos castanhos estavam caídos em seu peito e seu sorriso tímido escondia seu nervosismo. Abri a porta, do banco do motorista mesmo e ela entrou, me dando beijo.

–Oi, amor. – ela falou.

–Oi.

Dirigimos até a festa. No caminho, ela falou alguma coisa sobre seu pai querer que ela fizesse faculdade em Danby, mas ela queria ir para Yale... Ou era Stanford? O que importa é que eu não prestei atenção. Quando chegamos a festa, ela estava muito agitada.

Era uma casa vitoriana, assim como todas as outras da cidade. Havia muita gente com copos vermelhos nas mãos e torcendo para um menino que bebia, de cabeça para baixo, diretamente da mangueira de cerveja. Havia um lado onde todo mundo se pegava sem vergonha ou timidez, até as meninas mais feias tinham uma chance. Uma música dance tocava em um volume muito alto e as janelas da casa estavam piscando com luzes vermelhas e verdes.

Bella e eu descemos do carro e eu respirei fundo. “É agora”, pensei. Tomei Bella pela mão e andamos até a frente da casa, onde muita gente festava. Demos alguns oi’s e acenos por educação, havia gente que Bella nem gostava ali...

–Han! – Bella gritou para o lado

Vinda da mangueira de cerveja, com uma blusa florida e shorts jeans, Hanna veio, com suas marias-chiquinhas e... Parei. Não. Não eram marias-chiquinhas. Era um cabelo loiro e ondulado... Era a difícil do bar. Ela me observou com seus olhos de gato, dos pés a cabeça.

Não há palavras nesse mundo que possam descrever o quão burro me senti, tampouco o quanto ela mudara. Seu olhar costumava expressar timidez, agora era confiante. Seu jeito de se mexer estava mais sexy e seu corpo, sua aparência era tentadora. Eu precisava ter ela. Naquele exato momento.

–Oi. – ela falou para nós. – Tudo bom, Bel?

–Melhor agora que tô te vendo. – Bella respondeu, pegando Hanna pelo braço. – Gata, você tá linda!

Elas entrelaçaram os braços e seguiram pra dentro da casa, me deixando ali sozinho. Fui até a mangueira e peguei um copo de cerveja. Copos vermelhos, típicos de festas norte-americanas... Bebi uns dois goles e senti uma coisa estranha. Um calafrio, como se algo muito importante fosse acontecer. Os sons se isolaram. Eu não ouvia nada, a não ser meu coração batendo cada vez mais forte.

“Preciso de você, Roman.”. Uma voz sussurrou no meu ouvido.

Olhei para trás procurando seu dono, mas não achei nada. O som voltou aos poucos e conclui que já estava bêbado. Sacudi a cabeça, afastando aquele momento da minha mente. Não devia ser nada.

Entrei na casa, procurando por Bella e Hanna. Tinha gente se pegando perto das cortinas, outras fumando, outras bebendo e outras... Olhando para os lados, esperando hora de acabar. Haviam copos e objetos de pessoas desconhecidas espalhados por todo lugar. Segui pela sala, pela sala de jantar e achei as duas na cozinha. Elas riam de alguma coisa. O sorriso de Hanna também mudara. Estava mais... Sorridente.

–Oi, Pete. – Bella falou

Seu cotovelo estava apoiado no balcão central da cozinha. Ela colocou o cabelo para trás e eu falei.

–Pode me pegar um pouco de cerveja, Bella? – falei, estendendo o copo

–Ok. – ela concordou, dando um sorriso comprimido.

Ficamos só eu e Hanna na sala. Ela cruzou os braços e revirou os olhos.

–Você não quer cerveja. O que você quer comigo? – ela perguntou, tombando a cabeça para onde eu estava.

–Dar boas-vindas. – respondi, tentando ser educado. – Não é por isso que estamos aqui?

–É por isso que Bella está aqui. – ela falou, se aproximando de mim, ainda com os braços cruzados – É por isso que Rick está aqui. É por isso que você não deveria estar aqui.

–Por quê? – perguntei

–Porque não posso suportar o fato de que respiro o mesmo ar que você.

Por mais próximos que nosso rostos estavam, não havia clima nenhum para beijo. Sua boca estava reprimida com raiva e seus olhos não me demonstravam piedade ou medo. Então, o clima suavizou. Ela molhou os lábios e agora sim, havia um clima para beijo.

Tentei manter contato visual o mais tempo possível. Ela me olhava com seus olhos azuis e eu sentia que ia acontecer, eu ia ficar com ela. Ela olhou para os meus lábios e pousou a mão em meu rosto. Acariciei-a e ela fechou os olhos brevemente. Se aproximou, mais e mais...

–Não foi dessa vez, riquinho. – ela sussurrou no meu ouvido.

Lentamente, se afastou de mim rindo com o canto da boca. Porém, antes de sair, algo bateu na minha cabeça. As últimas imagens que tive foi de Hanna, sendo atacada por alguém com um marrete. Assim, eu desmaiei.


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Notas finais do capítulo

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