Dias melhores virão escrita por Rose


Capítulo 25
Cap. 25


Notas iniciais do capítulo

Enfim, o almoço de aniversário.



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Félix esperou que todos abraçassem Niko pelo seu aniversário para chegar perto dele, queria um abraço, um afago, algo que o fizesse acreditar que Niko não estava tão chateado, mas no fundo ele sabia que Niko estava e o motivo principal ele não ter compartilhado a sua decisão. Ah, se o moreno conseguisse entender a cabeça de seu amado.. e ainda havia a mãe de dele para conversar, esse era o ultimato de Niko, que eles conversassem.

Mas nada do que Félix filosofava estava nos pensamentos de Niko, ele não queria brigar ou fazer as pazes, só queria que seus filhos tivessem uma boa lembrança do primeiro aniversário em família.

Antes que Félix pudesse chegar perto de Niko, a mãe dele seguro a sua mão e lhe perguntou se ele havia almoçado, afinal já eram quase três horas da tarde:

– Na verdade não comi nada hoje além de um café em Angra e um pedaço de bolo agora, mas D. Lúcia, por favor, não precisa se preocupar, daqui a pouco eu...

– Nem precisa continuar...vem cá comigo e come algo, tem tanta coisa que o Niko preparou, com certeza consigo algo pra você comer. Angra dos Reis é muito longe, você deve estar faminto.

Félix sabia que não era só comida que ela tinha a oferecer, mas não havia como fugir do que ele mesmo havia criado, pensou: “Que venha a carneirinha mãe!”

– Eu sabia que tinha algo aqui que o Niko não serviu, é um risoto...acho que é de trufas...pra falar a verdade eu não entendo muito do que o Niko cozinha...é tudo tão gostoso..mas ele disse que esse não havia ficado bom...mas pra quem está com fome...?

– Esse é um dos meus pratos favoritos...- Félix abaixa a cabeça, por um instante pensou que Niko havia preparado aquele prato pra ele...mas ele não chegou para almoçar...como ele iria saber então?

– Félix, não temos muito tempo até que alguém chegue aqui na cozinha, então gostaria de ser direta, desculpe mas esse é meu jeito.

– Claro D. Lúcia, desculpe mas já comecei a comer pois realmente estou com fome.

– Obrigada por ser sincero comigo. Eu nunca poderei entender o que te levou a fazer tantas coisas ruins... – a voz dela é baixa e tranquila – mas meu filho acredita tanto em você... – ela fez uma pausa e olhou para o teto como se procurasse ver algo acima disso. – E eu sei que se não fosse você hoje ele estaria tendo o pior aniversário da vida dele, pois nenhuma das crianças estaria aqui. Ele sempre quis ser pai e eu vejo nos olhos dele como isso o fez realizado. Só que nada do que você fez pelo meu filho apagou seu passado, não é? Por isso você me parece tão atormentado...foi por isso que você me contou?

– Sim, talvez eu não esteja preparado pra ter alguém como o Niko, porque ele é bom...eu, bom, acho que eu sou uma sombra...só o Niko que enxergou algo bom em mim...nada do que eu diga para a senhora ou seu marido mudará quem eu fui... –ele seguia conversando e comendo sempre com a cabeça baixa, não sabia ao certo se era remorço, vergonha ou o quê, só que não conseguia olhar para a mãe do Carneirinho.

Ela se levantou rapidamente para buscar um copo de água para Félix e quando se sentou novamente, segurou a mãe dele:

– Quero que você escute isso com muita atenção...por favor olhe pra mim...não sou eu quem vai te julgar ou condenar...você já se fez isso...Meu filho já sofreu muito e ele gosta muito de você pra me convencer que você não faria nenhum mal a ele ou as crianças....

– Jamais, daria minha vida por qualquer um deles...- os olhos de Félix estão cheios, mas ele seguia ouvindo:

– Eu preciso acreditar nisso, não é? – Ela sorri, sabia que não havia outra opção – eu não quero ser responsável pela infelicidade do meu filho; hoje ele acredita piamente que é você que pode fazê-lo feliz. Por hora a única coisa que eu posso fazer é não contar para o pai dele, pois isso seria muito para ele aceitar e eu sei que você não quer que ele se afaste da gente...Enfim, eu não vou atrapalhar vocês...Agora, qualquer casal tem problemas, brigas, coisas da rotina e dia a dia; você já foi casado e sabe como é. Pra mim isso está bem. Mas qualquer coisa que magoe o Niko de verdade...ah, seja digno com ele, se um dia você quiser ir embora, apenas vá...não faça como o Eron, não o traia. Pra isso não haverá como eu não me voltar contra você. Minhas três crianças não merecem sofrer, nenhuma mãe ou avó é capaz de deixar um filho sofrendo sem fazer nada...essas pequenas confusões de vocês agora fazem parte de quem se gosta e está tentando acertar...mas filho, ninguém é perfeito. Lembre-se disso.

Félix consente, dando sua palavra que não trairia Niko ou a confiança dela, ele agradeceu a conversa e pediu mais um pouco de comida. Estava faminto.

– Posso pedir uma coisa?

– Claro. – a mãe de Niko sempre parecia ser solicita...

Pouco depois Félix voltou a sala, estava em pé em uma das colunas observando Niko brincar com as crianças e seu pai, quando foi pego pela sua mãe:

– Félix?! Duas horas da tarde!!! Eu não acredito! – Pilar falava baixinho puxando o filho pela camisa. Maciel e D. Bernarda só observavam a distância querendo esconder o riso...por sorte Jonathan não pôde ir ao almoço ou seria mais um para acompanhar a cena.

– Ai mami! Isso dói!

– Eu devia ter feito isso quando você tinha 3 anos e não agora. Duas horas da tarde...onde que eu errei?

– Mami, eu saí de Angra cinco da manhã, era para até passar em casa e tomar um banho, não vir direto. Peguei dois acidentes...será que você não poderia me avisar que era aniversário dele, tinha saído antes do almoço de ontem até! – Félix falava baixinho, mas como poderia entender porque ninguém havia avisado do aniversário do Carneirinho...

– Félix,ele que me pediu. Você devia era conversar com ele em vez de ficar aí parado num canto da casa. Daqui a pouco eu vou com o Maciel e a mamãe embora, nós vamos visitar seu pai e buscar o Luthero no hospital para irmos ao cinema. Então nem queira me pegar pra Cristo hoje pra chorar suas pitangas.

– Mamãe, eu não sou de ficar chorando no seu ombro; eu devo ter jogado sal na santa cruz! Trocar essa criatura aqui por uma sessão de cinema! Cinema, coisa mais sem graça. Pra que gastar tanto dinheiro com tv por assinatura?

– Félix!

– Tá bom, tá bom. Desculpe. Por favor diga para o papi que eu vou vê-lo amanhã na visita da manhã. Se ele perguntar diga que não estou chateado, também não deveria ter sumido do jeito que eu sumi... Se eu não acordar, a senhora me chama?

Pilar ria concordando...

– Angra dos Reis...depois você vai me explicar o que você foi fazer lá...a casa ainda está em ordem pelo menos?

– Sim mami, está linda.

Niko agradeceu a visita de Pilar com um longo abraço. Quando eles se foram, ele até pensava que Félix iria embora...ele estava sentado numa poltrona o olhando de longe, mas Niko fugia de cada tentativa de Félix de encontrar seus olhos:

– Niko, o Fabricio dormiu, eu vou levá-lo. Você me ajuda Jaiminho? Vem também querido? Acho que podemos descansar um pouco agora.

– Tchau tio Félix, não vai brigar com o papai, tá? Eu vou ajudar a vovó com o Fabricio agora!

Félix e Niko entroelharam-se. Niko não se conteve e riu...ah, essas crianças; pensava.

– Félix eu também vou descansar, daqui a pouco preciso ir pro restaurante para o jantar...não posso abandoná-lo o dia todo.

–Mas hoje é seu aniversário Carneirinho...

– As contas não deixam de chegar só porque é meu aniversário...eu tenho que trabalhar... – Niko insistia em não olhar pra Félix... – acho que você não entende isso.

– Niko, não vamos brigar, hoje é seu aniversário, e é claro que eu entendo. Você chegou a ver a papelada que eu deixei com a análise do restaurante?

– Eu vi, mas não entendi nada! – Ele finalmente deu uma risada e olhou para Félix, mas fugiu novamente.

– Até hoje eu não entendo como você conseguiu manter esse restaurante? – ele também sorriu aliviado, haviam quebrado aquele gelo... – Eu posso ficar aqui na sala enquanto você descansa e te levo no restaurante, depois te pego no final do expediente pra conversarmos, que acha?

– Obrigado Félix, mas hoje não. Eu tenho um compromisso hoje.

– Como assim compromisso?!

– Err, compromisso, ué? Você não foi pra Angra sem avisar nada e eu não posso ter um compromisso? Deve ter algo muito especial lá pra você ter saído daquele jeito direto pra Angra, logo aqui do lado. Amanhã conversarmos depois que meus pais forem embora. Hoje é meu aniversário e não quero me chatear... – ele sentou em uma poltrona pra evitar olhar Félix, ele havia se levantando e tentava ficar mais próximo dele, sem sucesso.

– Eu te chateio Niko?!

O Carneirinho olhou para o teto...Félix havia entendido que não era o melhor momento para tentar fazer as pazes e se levanta para sair. Mas quando chega à porta, se vira e vê Niko caminhando para os quartos.

– Carneirinho?

– Sim Félix, que foi agora? A chave não está na porta? Ele seguiu impaciente em direção a porta par ver qual era o problema.

– Eu não te desejei um feliz aniversário ainda – e antes que Niko se desse conta Félix o abraçou forte, mas o abraço era correspondido.

– Niko, desculpe. Por favor não faz assim. Eu sei que eu erro muito. Eu estou tentando. – Ei, olha pra mim? Você não olha pra mim desde que eu te entreguei o bolo...sua mãe me deu o risoto...estava delicioso, como sempre.

– Eu tinha feito pra você, criatura! E finalmente Niko o abraça de volta.

– O aniversário é seu! Quando eu vi o risoto sabia que, enfim...eu lembro que havia comentado com você que gostava de trufas outro dia – Félix se afastou um pouco para olhar Niko e lhe deu um selinho. – Feliz Aniversário, Carneirinho.

E mais uma vez:

– Posso ao menos te acompanhar no seu compromisso? – Félix não estava gostando nada daquela fora, afinal fazer as pazes era algo urgente pra ele.

– Não Félix, eu não quero brigar hoje. Agora vá. Amanhã conversarmos.


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Notas finais do capítulo

Qual serão os planos de Niko para depois do restaurante?



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