Madness escrita por Valentina


Capítulo 3
Doce


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por favoritar também, Rita!! Estou muito feliz que estejam acompanhando a fic. Espero que curtam esse cap!! ;)



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“Açúcar?” – ouço uma voz familiar sobressair-se entre um tumulto de poucas outras vozes. Sinto-me sonolenta, e não consigo abrir os olhos.

“Veja bem, em um tratamento hipnótico, o psiquiatra dá uma palavra-chave para o paciente para que este a use como uma maneira de se libertar do inconsciente. Por exemplo, antes que possa ficar sob o efeito de hipnose, eu lhe digo que quando eu disser ‘carro’ você será trazido de volta desse estado” – essa voz pertence ao Luke. Ele parece estar nervoso; presumo que se deve ao fato de mais de uma pessoa estar exigindo explicações dele.

“Ela está sob hipnose?” – Sirius. A voz é de Sirius.

“Não, não” – Luke apressa-se em dizer, impaciente. – “Foi um exemplo. No caso dela, em que o trauma é muito profundo, algumas coisas desencadeiam e outras ajudam a levá-la para fora desse estado inconsciente, como no caso da palavra-chave em um paciente sob hipnose” – um barulho de saco plástico sendo remexido passou a ser o único no ambiente. O silêncio predominou-se, tornando-se audível apenas os desníveis da respiração de cerca de cinco pessoas. – “Essa quantidade de açúcar já é o suficiente para fazê-la adormecer ou ficar mais calma, dependendo do estado em que ela for se encontrar. Coincidentemente, essa mesma quantia pode ser encontrada em exato um cubo de açúcar, então a minha sugestão é que, quem for permanecer ao lado dela, carregue sempre um pacotinho com um pouco disto” – ele remexe o plástico novamente, e mais uma vez o recinto fica silencioso.

“Por que acha que o açúcar a acalma?” – Finnick. Finnick está aqui, ele está. Tento inutilmente me mexer, querendo chamar sua atenção. Dizer a eles que posso ouvi-los. No entanto, ao menos meus olhos se deixam abrir.

“Ainda no aerodeslizador, nos primeiros atendimentos prestados à Annie, percebemos que ela tremia devido à falta de açúcar. Na arena, realmente não dá para se manter nenhuma alimentação digna. Nós suprimos essa carência, mas a ausência de açúcar momentânea que seu corpo teve se transformou em seqüela para o cérebro e para o metabolismo. Pelo menos, essa é nossa melhor aposta” – diz Luke, calmamente, como se o que ele dissesse fizesse sentido para todos. Ainda meio desnorteada, eu não posso compreender quase nada, mas creio que até mesmo os lúcidos presentes não compreendem.

“Pode explicar isso de uma maneira menos científica?” – pergunta Sirius.

“Para o corpo dela, por mais que a necessidade de açúcar já tenha sido suprida, ele compreende que ainda precisa de mais, e de fato, começa a precisar. Uma superprodução anormal faz com que ela precise de mais e mais glicose, ou seja, Annie sofrerá de tremores, dores de cabeça e alucinações quando seu corpo estiver a avisando que ela precisa de açúcar, assim como na saída da Arena. É uma seqüela da sobrevivência” – diz Luke, quase sem fôlego por ter explicado mais rápido do que normalmente faria.

“Pensei que isso tudo fosse psicológico” – diz Finnick. Ele parece triste e eu tenho uma súbita vontade de me levantar e dizer que está tudo bem.

“Também afeta o psicológico. Quando seu cérebro permite que ela sofra de alucinações para avisá-la que precisa de açúcar, ele a atinge onde está seu ponto fraco. A Arena, pois graças a ela é que Annie agora tem esse déficit de glicose. Se por um lado árvores podem lembrá-la da Arena e a fazer enlouquecer, ingerir um cubo de açúcar a fará suprir a necessidade de glicose que desenvolveu por causa dos perigos que sofreu por lá, e então, suprir as lembranças que remetem a Arena, pois seu cérebro não precisará mais delas” – um silêncio esmagador.

Eu só posso entender que sou louca, nada mais.

“Bom, eu fico com os cubos” – Finnick resolve se pronunciar, e acho que ele toma o saco plástico das mãos de Luke.

Sinto minhas pálpebras tremerem, e fico com medo. A palavra tremer, depois de toda essa conversa, começa a me deixar aflita, receosa de que começarei a imergir em pesadelos. Mas na verdade, elas só estão se preparando para que eu possa abrir os olhos.

Não sei se resmungo ou se me mexo, mas todos parecem vir em minha direção. A fresta que se abre aos poucos permite que a quantidade exorbitante de luzes do quarto inunde minha visão, mas sei que atrás de toda a falta de foco, está Finnick. São seus cabelos dourados, ou a cor deles, que aparecem no meu campo ínfimo de visão.

“Annie?” – ele sussurra, cauteloso. Quero respondê-lo imediatamente, mas não consigo. – “Estou aqui. Nem eu nem Mags vamos embora” – por mais que não consiga distinguir os traços de seu rosto, sei que ele está sorrindo.

Tento mover a cabeça para procurar por Mags, mas ainda estou me sentindo pesada. Por fim, tento piscar os olhos para tornar minha visão mais nítida, mas ao invés disso, fecho-os sem possibilidade de abri-los novamente. Não consigo. Começo a ficar sonolenta, mas sei que não estava cansada; deve ser alguma coisa que Luke enfiou nas minhas veias. Caio no sono.


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Notas finais do capítulo

Ah, vocês gostariam de ler através do pov do Finnick?
Beijos!!



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