The Reason is You escrita por WaalPomps


Capítulo 47
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Já ouviram falar em depressão de fim de fic? Porque eu estou passando por ela, nesse exato momento. SENHOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOR, COMO EU QUERIA QUE NÃO ACABASSE.
Mas acabou :/
Muito obrigada a todas que acompanharam, mesmo as que nunca comentaram e me deixaram puta da cara. Obrigada pelas ideias, sugestões e por aguentarem meus surtos psicóticos.
Loirinha e stupid boy estarão sempre no meu coração, assim como Danny Boy. E se a novela continuar uma merda, que eles estejam para sempre nos de vocês também, para aliviar essa dor da perda e saudade.



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Na pequena praia, um garotinho corria sozinho. Pegava conchas na beira da água, fazia pequenos castelos de areia, corria para as pequenas ondas que quebravam, rindo deliciado. Há alguns metros dali, uma mulher loira o encarava, sentada na areia fofa, acariciando distraidamente a barriga inchada.

_ Daniel, fica mais pra cá. – gritou ela, atraindo a atenção do pequeno – Come here baby.

Ele saiu correndo, seus pequenos pés marcando a areia com pegadas molhadas. Megan sorriu, abrindo os braços para o filho se jogar ali, sentando-o ao seu lado.

_ Cadê o daddy? – perguntou a criança.

_ Still working... Mas logonós vamos encontrar com ele and going home, ok? – ele assentiu, deitando a cabeça no colo da mãe e acariciando a barriga dela – Talking to Sandy?

_ Ela tá quietinha. – comentou Daniel, sorrindo para a mãe. Megan assentiu, aos risos.

_ She was. Now you are here, e ela vai ficar toda animadinha. – o loirinho abriu um sorriso idêntico ao do pai, fazendo a mulher se amolecer mais ainda.

Fazia quase cinco anos que haviam fugido de São Francisco, com Daniel ainda um bebê de poucos meses. E em todos esses anos, a vida de Megan e Davi havia se tornado tudo que eles imaginavam e muito mais.

Nunca se revelaram totalmente para as pessoas da cidade, já que a casa ficava afastada da mesma. Claro que era uma cidade pequena, então todos os conheciam e sabiam quem eram, mas com alguns ajustes (a mudança no tom do cabelo de Megan, uma diminuição significativa em sua maquiagem, seu closet sendo simplificado e a troca do sobrenome da família), ninguém nunca os tinha relacionado à suas reais identidades.

Demoraram alguns dias para ajeitar a casa, o que foi fácil levando em conta a verba que disponibilizavam. Ao fim da semana, a bela casa de campo já era o lar que eles tanto idealizavam, sem destoar do ambiente em que estavam, mas é claro, com toques pessoais dos donos.

Como por exemplo a sala de informática, tão moderna que deixaria universidades de ponta com inveja. Computadores de ponta, produtos da mais alta tecnologia, e tudo que Davi precisava para poder seguir com sua vida de nerd/hacker/programador, mesmo que em anonimato.

Daniel ganhou seu próprio quarto, bem ao lado do dos pais, o que não queria dizer que Megan e Davi abriam mão de algo que adoravam: ter o filho dormindo entre eles, especialmente nas noites mais frias, características do sul.

Logo, suas vidas tinham um rumo. Davi começou a prestar serviços para empresas de informática em Porto Alegre e outras cidades, tudo de maneira quase anônima, e sob o nome que eles adotavam e estava em sua caixa de correio: os Rison (uma apologia a palavra Reason). Megan sentiu necessidade de arranjar algo para fazer, e sem ao certo saber como, estava dando aulas de inglês para os guias turísticos da cidade. E não é que precisavam de dinheiro, isso eles tinham aos baldes no banco. Mas com Daniel começando a escolinha aos dois anos, os dois simplesmente não tinham com o que gastar o tempo.

_ Daddy. – Daniel levantou em um pulo, correndo pela areia da praia, os bracinhos já abertos. Megan virou o rosto, vendo Davi surgir de terno e gravata, um sorriso enorme no rosto. O homem se abaixou no joelho, recebendo o filho no colo – Demorou.

_ Desculpa carinha, a reunião demorou mais do que o papai esperava. – o programador começou a caminhar, enquanto desfazia o nó da gravata – Se divertiu na praia?

_ Sim, mas mommy está chatinha. A Sandy não deixa ela ficar andando. – contou o garotinho, fazendo careta.

_ Você também não deixava, então fica na sua. – eles se aproximaram da loira, que estava acariciando a barriga – Encalhou na praia?

_ So hilarious. – a mulher revirou os olhos – Agora me ajude a levantar, please.

Davi colocou o filho no chão, ajudando a esposa a levantar. Ela começou a limpar o vestido, enquanto o rapaz recolhia as coisas espalhadas no chão e colocava a roupa seca em Daniel. Era um daqueles dias quentes de verão, e haviam aproveitado que ele tinha uma reunião em Porto Alegre, para que o filho pudesse ir brincar na praia.

_ Podemos comer waffles? – perguntou Daniel, enquanto os três caminhavam para o carro, eles entre os pais, pulando e segurando as mãos deles – E suco de orange and strawberry?

_ Ele está pegando sua mania de misturar os idiomas. – riu Davi, enquanto abria a porta do carro – E sim, macaquinho, podemos comer tudo isso.

_ Eu não sou macaquinho. – riu o garoto, enquanto a mãe colocava seu cinto.

_ Oh, you are. A little and cute macaquinho. – ela fez cócegas na barriga da criança, que gargalhou.

_ E a Sandy vai ser macaquinha?

_ Se ela ficar pulando nas escadas e árvores do quintal que nem você, sim. – decretou Davi, enquanto pegavam o caminho de volta para casa.

Diferente de Daniel, que havia sido uma grata surpresa, Sandra havia sido planejada e pedida pelo irmão mais velho, ansioso por ter uma irmã ou irmão como os coleguinhas da escola. Os pais demoraram um pouco a atender o pedido, querendo que ele já estivesse um pouquinho maior quando isso acontecesse.

E quando enfim aconteceu, foi a grande alegria do menino, maravilhado com a ideia de ter uma irmãzinha para cuidar e mimar, mas principalmente para brincar. E Megan, é claro, estava adorando a ideia de ter uma bonequinha de verdade.

_ Mommy, daddy, de quem são esses carros? – perguntou Daniel, quando eles finalmente chegaram à sua casa. Davi franziu o cenho, observando os carros pretos e de vidro fumê. Ele olhou Megan, que parecia tão confusa quanto ele.

Entrou com o carro da família na entrada de carros, enquanto observava as portas dos veículos se abrindo. Desceu do próprio carro, abrindo a porta e ajudando Daniel e pular para o chão.

_ Davi... – sussurrou Megan, agarrando seu braço – I think they found us.

O rapaz puxou o filho para junto de si, enquanto observava as pessoas atravessando a rua e se aproximando de sua pequena família.

_ Megan Lily... – a primeira a falar foi Pamela, seus olhos brilhando em lágrimas e parecendo bem mais jovem do que Megan se lembrava – Oh baby girl.

_ Mom. – não houve como a loira conter a emoção, soltando Davi e correndo para os braços da mais velha, que a envolveu com carinho e saudade – Oh God, how much I miss you.

_ Você está tão diferente, tão madura. – a atriz segurou o rosto da filha entre as mãos – E pelo visto, sendo uma ótima mãe.

Megan sorriu, enquanto sentia a mãe acariciar sua barriga de grávida. Davi sorriu para a cena, antes de ele mesmo não se conter e caminhar até a própria mãe, a abraçando apertado. Rita fungou, antes de dar-lhe um beliscão no braço, fazendo o programador rir.

_ Também senti sua falta mãe. – ele beijou o rosto dela.

_ Que ideia é essa Davi? Sumir por cinco anos? – ela segurou o filho pelos ombros – Isso não se faz com a sua mãe.

_ Eu tive que fazer o que era melhor para nós três. – ele sorriu para a mais velha – Pai, Mathias.

_ Seu panaca. – riu o irmão, enquanto os dois o abraçavam – Cê dá um perdido na família assim? Perdeu meu casamento, o nascimento do teu sobrinho...

_ Perdi em teoria, porque a internet me permitiu acompanhar tudo. – riu o nerd, observando Megan ser abraçada por Dorothy – Mas... Querem conhecer alguém especial?

Ele caminhou para junto do carro, observando Daniel espiando por trás do veículo, envergonhado. O pai o pegou no colo, sentindo ele esconder o rosto em seu pescoço e rindo. Megan caminhou até os dois, acariciando as costas da criança.

_ Danny, lembra que nós sempre falávamos dos seus avós? – perguntou Davi, e o filho assentiu – Então... Não precisa ter vergonha de conhecer eles.

_ E se eles não gostarem de mim, daddy? – perguntou o garoto, fazendo todos rirem.

_ E como não gostar de um garotinho tão lindo e so sweetie? – perguntou Pamela, se aproximando deles – Que tal dar um abraço na vovó Pamela?

_ Mommy disse que você gosta mais de Princesa Shelda, ou Marra Woman. – ela riu do neto.

_ Mas para você, pode ser Granny Pam, que tal? - Daniel abriu seu sorriso brilhante.

_ I liked it. – ele se jogou para os braços da mulher, que sorriu ao abraçá-lo.

Logo, as duas avós, o avô, o tio e a “bisavó” cercavam o garoto, paparicando tudo que não haviam paparicado nos últimos anos. Davi e Megan voltaram então suas atenções para uma figura parada um pouco distante, as mãos enfiadas no bolso da calça jeans, sua aparência bem mais jovem e sadia.

O casal caminhou até Jonas, que lhes sorriu.

_ Vocês me renderam cinco anos de longa e minuciosa procura, estão de parabéns. – riu o homem – Não vai me abraçar, filha?

_ Hi daddy. – ela se aproximando, deixando que o homem a abraçasse.

_ Está linda, se posso dizer. – ele a analisou – Tão linda quanto na gravidez do Daniel.

_ Thanks. Você também está very handsome. – ela elogiou, sorrindo para ele – Parece mais sadio.

_ Well... Eu me afastei da Marra, quando o Ernesto e o Vicente assumiram a presidência. Eu e sua mãe viajamos o mundo, em primeira estância para procurar vocês. Mas essa segunda e mais longa lua de mel, fez muito bem a nós dois. – ele contou, acariciando o rosto dela – E você, Davi? Me odeia tanto assim?

_ Você sabe que eu nunca te odiaria, Jonas Marra. Talvez um pouquinho de raiva em outros tempos, mas ódio jamais. Afinal de contas, você ainda é meu pai. – o programador se aproximou, abraçando o homem – Mas como vocês nos encontraram?

_ Depois de rodar o mundo e não conseguir nenhum sinal de vocês, começamos a procurar na rede. E quem os encontrou, na verdade, foi o Ernesto e o Vicente. – Davi franziu o cenho – Eles estavam negociando com uma empresa de Porto Alegre e receberam os dados de programação deles. E ali no meio, o Vicente reconheceu a sua assinatura. – os dois riram – É rapaz, até os nerds deixam digitais.

_ E porque vocês vieram? – Davi assumiu o tom defensivo – Digo...

_ Eu não vou te forçar a voltar para a presidência da Marra, Davi. Ou forçar vocês a viverem aquela vida da qual vocês fugiram. – prometeu o empresário – Mas nós temos o direito de ter nossos filhos por perto, certo?

_ Oh daddy. – Megan fungou, abraçando o homem com carinho, abalada pelos hormônios da gravidez. Jonas e Davi riram, enquanto o primeiro beijava a testa da filha.

_ E eu? O vovô não quer me conhecer? – todos riram da inocência na pergunta de Daniel, pendurado no colo de Rita, o rostinho ansioso. Jonas se afastou dos filhos, caminhando até o garotinho.

_ Mas é claro que eu quero te conhecer, rapazinho. – garantiu o Marra mais velho – Na verdade, tenho esperado por isso há cinco anos.

_ Eu também. O daddy fala muito de você. Você sabia que eu sei operar o Marra OS melhor do que ele? – todos riram, mas Davi suspirou.

_ Pior que é verdade. O danado é mais habilidoso que eu.

_ Será que um dia eu posso trabalhar na Marra, hein vovô? – os olhos de Danny brilharam, fazendo o avô sorrir.

_ Tudo na hora certa, está bem Daniel? Por enquanto, a única coisa que o vovô quer fazer com você, é brincar. – garantiu Jonas – E que tal um abraço?

Daniel abriu o sorriso que lhe era tão característico, antes de abraçar o avô, passando para o colo dele. Jonas o apertou forte, tentando controlar a emoção.

_ Eu gosto de brincar de carrinhos, mas acho que a Sandy só vai gostar de bonecas. – contou o pequeno Marra.

_ Sandy? – a voz de Jonas saiu falhada – Quem é Sandy?

_ It’s our daughter. – Megan acariciou a barriga – Sandra Pamela Parker-Marra Reis.

_ It’s beautiful. – suspirou Pamela, fungando.

_ É lindo. – Jonas fez eco a esposa – Assim como eu tenho certeza que ela vai ser.

_ Você sabia que nosso sobrenome não é Rison? – perguntou Daniel, pulando no colo do avô – É que a gente tá escondido.

_ Agora não estão mais, porque nós achamos vocês. – Dante fez cócegas na barriga do neto – E o que diabos é Rison?

_ Uma analogia a Reason. – explicou Davi.

_ Porque nós somos a razão um do outro. – sorriu Daniel, derretendo os avós, e fazendo os pais sorrirem orgulhosos.

_ He’s very smart para a idade. – Megan riu – E gosta de ouvir conversas behind the door.

_ Parece com his mom. – riu Pamela.

_ Mas bom, vamos entrar. – propôs Davi – Não há necessidade de ficarmos aqui fora.

_ É, vamos lá para vocês conhecerem meu quarto. Tem um dinossauro de Lego. – Daniel pulava animado, fazendo todos rirem.

_ Acho que você vai gostar do Felipe. Ele também adora brincar de Lego. – contou Mathias, enquanto o menino ia para o chão.

_ E porque ele não veio? Eu quero conhecer ele. – observou Davi.

_ Yeah, and Danusa too. – observou Megan – Sinto saudades dela.

_ Eles ficaram no Rio, com a família dela. Os Marra da Taquara serão sempre os Marra da Taquara, não há muito o que fazer. – o rapaz deu de ombros, enquanto se dirigiam para dentro da casa – Então sr. Daniel, que tal mostrar seus Legos para o tio?

_ Siiiim. – o garotinho saiu correndo pelas escadas – Vem tio, vovó, vovô Dante, nanny Pam, vovô Jonas.

_ Ele vai ficar repeating this for a month. – contou Megan, aos risos.

_ Duvido que eu vá cansar de ouvir, mesmo depois de um ano. – garantiu Rita, enquanto todos subiam atrás de Daniel, deixando o casal na sala.

_ Preocupada? – perguntou Davi, abraçando a esposa e acariciando a barriga dela.

_ Happy, very happy. – garantiu a loira, sorrindo emocionada – Eu senti tanta falta deles.

_ Eu também. E o Daniel também, pelo visto. – os dois riram – Agora tá tudo completo.

_ Almost. – Megan mordeu o lábio inferior – Stupid boy, precisamos ir para o hospital, now.

_ Você quer dizer que...

_ Tem mais uma reason querendo vir para nossa caixa de correio. – riu a mulher – E parece estar in a hurry.

_ Ai caramba, loirinha. – arfou Davi – MÃE, PAI, JONAS, PAMELA, A SANDRA TÁ NASCENDO.

No meio das fortes emoções daquele dia, Sandra Pamela Parker-Marra Reis chegou ao mundo, os cabelos tão loiros quanto os da mãe, os olhos tão lindos quanto os do pai, e foi recebida com muita alegria pelo sorriso idêntico do irmão, e juntamente das de Davi, Megan e Daniel, sua mãozinha foi marcada na caixa de correio dos Parker-Marra Reis Rison.

E esse sim, é um final muito feliz.


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAAAAI CARALHO, VOU ALI CHORAR DE NOVO.
Beijos gente
Nos vemos em outras fics ;@