– o que aconteceu? – Davi perguntou preocupado quando eles saíram apressadamente do elevador. Uma pequena roda de pessoas os circulava.

– me diga você! – ela disse passando por ele e se distanciando da pequena aglomeração que cochichava entre si.

Suas pernas estavam frouxas e ela se preocupava se conseguiria se manter de pé por muito tempo. Embora ela tivesse realmente se assustado com o que aconteceu no elevador, ela não podia afastar o pensamento de que ela estava assim por causa de Nick. Seus braços em volta dela lhe enviaram a sensação de estar no lugar mais seguro do mundo. Ela resolveu que se sentar seria a melhor opção, então ela se acomodou no banco encostado a janela.

– você está bem? – ele perguntou parado em frente a ela, que levantou o olhar para encará-lo. Ele estava preocupado e desorientado ao mesmo tempo. Quando ela o olhou ele entregou um copo de água para ela e se sentou ao seu lado.

– tem alguém tentando te matar? – ele foi direto, o que a pegou de surpresa já que ele não sabia de nada, é claro que seu instinto de investigador estava atacando naquele momento. Ela não sabia se era só paranoia, mas ela sentiu medo dançando entre suas palavras.

– espero que não. – ela respondeu vagamente. Era melhor do que envolvê-lo em algo que ele não fazia noção e colocá-lo em risco de vida. Ele iria pressionar em busca de uma resposta mais consistente, mas sua intenção foi interrompida pelo homem grisalho que se aproximava.

– tem alguma coisa que eu precise saber, Catherine? – ele perguntou.

– você precisa saber que eu estou indo para minha casa. – ela se levantou, sendo seguida por Nick que passou encarando Davi. Eles chegaram até o estacionamento, depois de descer seis lances de escadas.

Ao chegar em casa, Catherine queria apenas tomar um banho e cair na cama, mas ela tinha que fazer companhia para Nick, não que isso fosse um sacrifício. Como Nick sabia que ela não era muito fã de cozinhar, sugeriu que eles comessem comida chinesa, o que ela agradeceu silenciosamente.

Depois que ela terminou seu banho, Nick foi o próximo. Ele ao demorou muito e logo estava enrolado na toalha. Ele abriu a porta do banheiro, mas seus músculos se paralisaram quando ele olhou na direção do quarto de Catherine que ficava quase em frente ao banheiro.

As palmas de suas mãos escorregavam desde sua coxa até sua canela. Ela estava vestida somente em um conjunto de lingerie preto. Nick sabia que não devia espiar, mas era inevitável que ele desse uma espreitada por sua porta entreaberta.

Ela pegou um frasco de onde derramou um creme branco em sua mão. Apoiando o outro pé na beirada da cama ela deslizou as mãos com creme pela perna, se inclinando para frente. Nick não conseguia parar o calor que subia por seu corpo, mesmo que sua mente lhe dissesse que aquilo era desonesto. Ela era tão linda, sua pele parecia tão macia de onde ele olhava que ele desejava que fossem suas mãos escorregando pelo corpo dela.

Colocando mais um pouco de creme em suas mãos ela o espalhou em seus braços, subindo e descendo em movimentos suaves. Ele continuou observando, percebendo que estava ficando difícil respirar e que seu corpo já estava desperto com os pensamentos sobre ela que rondavam sua mente. Quando ela passou a mão entre seus seios, espalhando o creme até seu pescoço, Nick sugou o ar entre os dentes e fechou a porta impedindo sua visão, mas não tirando sua imagem da sua cabeça. Ele encostou sua testa a porta e fechou os olhos.

– caramba. – ele sussurrou.

Ele esperou mais alguns minutos antes de sair do banheiro, desejando que ela não estivesse no corredor. Ele acelerou seu passo até seu quarto e fechou a porta. Ele ouviu a campanhinha e imaginou que fosse sua comida. Ele vestiu uma calça de moletom e uma camisa de frio, ele não tinha se acostumado ao vento gelado daquela cidade ainda.

Quando ele chegou a sala, as caixas de comida estavam em cima da mesa de centro e Catherine estava desempacotando a comida. Ela sorriu para ele, sem imaginar nem por um segundo que ele estava espiando seu quarto, e observando seu corpo seminu, e isso fez Nick se sentir constrangido por ter uma atitude tão baixa. Ela era sua amiga, onde ele estava com a cabeça?

– Nick? – ele balançou a cabeça para despertar. Ela também usava uma calça de moletom, mas estava com uma blusa de alça bem fina, o que dizia que ela já havia se adaptado ao frio. – podemos comer?

– claro. – ele respondeu caminhando até ela que estava sentada sobre o tapete encostada ao assento do sofá. Ele se sentou ao seu lado e ela lhe entregou uma caixa com um macarrão e um molho branco dentro. A televisão representava alguma porcaria de noticiário, ao qual eles não prestavam atenção.

– eu odeio essa porcaria. – ela disse se referindo aos saibashi. Nick riu como ela só conseguia comer a metade do que pegava e o resto caia. Ele largou sua comida e pegou a mão dela e trocou um palito de lugar, enfiando no meio de dois dedos e colocou o outro apoiado sobre o polegar.

– assim, viu? – ele perguntou mostrando com sua mão o movimento de abrir e fechar que ela devia fazer. Com alguma dificuldade ela pegou um pedaço de peixe e mergulhou no molho, mas quando ela foi o levar até a boca, ele escapuliu do palito e caiu na vasilha de molho.

– tão perto. – ela xingou enquanto Nick gargalhava. Ele pegou seu saibashi e prendeu o peixe cortado em cubo, o mergulhando no molho. Ele levou a carne até a boca dela, que a comeu. Ela deslizou a língua sobre os lábios, balançando a cabeça enquanto mastigava, sinalizando que estava bom. Ela olhou para ele enquanto terminava de engolir, não podia passar despercebido o quanto esse gesto foi sexy e Nick percebeu que tudo que ela fazia tinha uma pitada de sensualidade. Quando ela percebeu a tensão se aproxima ela sorriu e desviou seu olhar para a televisão.