Impossible escrita por Bebê Panda


Capítulo 28
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Primeira atualização do ano! Antes de tudo, feliz Natal (um pouquinho atrasado, eu sei, eu seei) e feliz ano novo! ♥
Sei que demorei muito tempo para atualizar, mas tive motivos para isso.
Enfim, boa leitura!



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Jade West

– Jade, querida. - A voz da minha mãe soou muito perto de mim e, minutos depois, senti uma forte luz invadir o quarto. - Acorda. Já são as sete da manhã, hoje temos muitas coisas a fazer.

Resmunguei alguma coisa que nem eu mesma entendi e tapei o meu rosto com o lençol branco, numa tentativa falha de acabar com a claridade e voltar a dormir. Bufei, eu esperava que pelo menos no dia do meu casamento eu poderia dormir até tarde, mas não.

– Só mais dez minutinhos. - Murmurei.

– Cinco minutos. - Respondeu a minha mãe.

– Nove. - Pedi e ouvi um riso. Provavelmente da minha mãe.

– Sete e nisso se acaba a nossa discussão. - Falou minha mãe, com um tom de voz sério e levemente severo. Se agora eu não estivesse muito ocupada tentando dormir, eu até poderia revirar os olhos.

Por minutos deixei de ouvir qualquer som e a luz que vinha da janela deixou de me incomodar. Eu tinha voltado a dormir, mas as coisas boas nunca duram muito tempo porque ouvi novamente alguém chamar meu nome.

– Vamos, Jadelyn! - Ela resmungou. - Se tu continuares a dormir, chegarás tarde ao casamento!

– Mãe. - Falei pausadamente. - A cerimônia é às 14 e pelo que tu disseste antes, são as sete da manhã! - Resmunguei. - E eu não vou chegar tarde ao meu casamento! - Adicionei e ela riu.

– Não chegarás tarde se te levantas dessa cama agora, vais tomar banho e depois tomar o pequeno-almoço, porque às 9 da manhã vai estar aqui Lily. - Explicou minha mãe.

– Quem é Lily? - Perguntei, abrindo preguiçosamente os olhos. Minha mãe sorriu.

– Bom dia, querida. - Falou ainda com o sorriso no seu rosto. - Lily é a garota que vai te vai arrumar para o dia de hoje. - Respondeu.

– Não é mais fácil eu ir ao salão e depois de aí ir para a cerimônia? - Perguntei.

– Não. - Respondeu distraidamente.

– Porquê não? - Perguntei confusa.

– Meu Deus, Jade! - Resmungou. - Deixa de fazer perguntas como se fosses uma criança de três anos e vai tomar banho! - Resmungou e eu revirei os olhos.

– O que temos para o pequeno-almoço? - Perguntei enquanto me sentava na cama.

– Waffles, croissant, panquecas, fruta, café, tostadas, sumos... Enfim, muitas coisas, como sempre. - Falou e eu suspirei. - Vamos Jade, deixa essa cara de desgosto e vai tomar banho. A Senhora Oliver deve estar chegando. - Falou, olhando para o relógio no seu pulso.

– Alguém têm que ir pelo meu vestido de casamento, mãe. - Avisei.

– Eu sei. - Respondeu. - Espero que ele não seja preto. - Murmurou baixo.

– Ah, ele é preto. - Sorri triunfante e minha mãe fez uma careta.

– Eu não te deixarei entrar na Igreja com esse vestido. - Resmungou.

– Mas é o meu casamento! - Retruquei. - E se eu quero casar-me de preto, eu me casarei de preto. Se quiseres, podes fazer do casamento de Logan tudo o que quiseres, mas no meu casamento eu irei decidir tudo. - Falei, me sentindo um pouco chateada.

– Deixa essa cara de bebé mimada e vai tomar banho. - Falou se levantando e caminhando até à porta do quarto. - Em vinte minutos te quero ver feliz e vestida, a tomar o pequeno-almoço. - Falou e eu revirei os olhos.

– Okay. Aí estarei. - Murmurei, pegando o meu celular do criado-mudo. Eu precisava de falar com Beck.

“Bom dia. Espero que estejas tendo uma boa manhã”.

Pressionei enviar e esperei cinco minutos pela resposta que nunca mais obtive. Bufei irritada e frustrada e segui para o banho porque tinha que estar na sala de jantares em mais ao menos quinze minutos, tomando o pequeno-almoço.

Eu ainda sigo achando que é exagero eu me ter que levantar tão cedo. E se eu não aguanto até ao final da festa? Ou se adormeço no meio da cerimônia? Meu Deus, isso não pode acontecer. O dia de hoje tem que ser perfeito e o fato de eu ter acordado muito cedo poderia estragar tudo.

Encontrei uma toalha dentro do armário do banheiro e umas calças jeans e uma blusinha preta estavam em cima da pia. Acho que minha mãe a deixou aí para eu ter o que vestir, já que eu não havia trazido nenhuma roupa.

Após ter tomado o banho, vesti a roupa e antes de sair do quarto, peguei o meu celular. Beck ainda não me tinha respondido, o que em certo ponto me deixou bastante mais triste e frustrada do que eu já me sentia.

Mas hoje eu deveria estar feliz e não triste e frustrada. É o dia do meu casamento. Tenho que estar feliz. Nem todas as pessoas têm a oportunidade de se casar com alguém, muito menos com a pessoa que amam e eu que tenho essa oportunidade me estou sentido miserável.

– Oh, como o tempo passou rápido. - Ouvi uma voz pronunciar, desde a sala de jantares.

– Eu sei. Também nunca imaginei que Jade se fosse casar tão jovem, mas enfim... - Essa era a voz da minha mãe.

– É, também nunca pensei isso sobre Beck. - Houve uma pausa. - Espero que eles sejam muito felizes juntos. - Certo. Esta deve ser a Senhora Oliver.

– Dentro de nada seremos avós, e passaremos os dias cuidando dos nossos netos. - O quê!? Espero que ela este a falar dos filhos de Logan, porque eu não penso ter filhos antes dos 25. Eu nem sequer me pensava casar antes dos 20.

– Não, mãe. A menos que estes a falar de Logan, não vais ter netos tão cedo assim. - Falei entrando na sala e interrompendo a conversa das duas.

– Bom dia, Jade. - Falou a mãe de Beck e fingi um sorriso.

– Poderia ser bom, mas tive que acordar muito cedo. - Resmunguei.

– Porquê não, Jay? - Perguntou. - Crianças são adoráveis!

– Sim, claro. - Revirei os olhos. - E tens que cuidar deles, levá-los ao médico sempre que estão doentes, estar sempre pendente deles, enfim. Não vou ter filhos tão jovem. - Falei firmemente.

– Beck ama crianças. - Falou a Senhora Oliver. Isto é algum tipo de conspiração idiota contra mim?

– E daí? - Perguntei, encarando as duas. - A vida é minha. O futuro é meu. Eu sou a única aqui que decide o meu futuro. - Falei, me sentindo cada vez mais irritada com esta “conversa” sem sentido.

– Tudo bem, Jade. - Falou minha mãe forçando um sorriso. - Já entendemos que não estás de bom humor, mas não é preciso falar desse jeito com nós, porque o único que queremos é o teu bem.

Minha mãe é o tipo de pessoa que com um par de palavras te faz sentir mal. Muito mal. Ela sempre consegue tudo o que quer desse jeito. E, eu não sei exatamente o que ela queria de mim, mas ela me fez sentir uma das piores pessoas do mundo.

Nada neste dia estava saindo como eu queria. Minha mãe e a Senhora Oliver tinham tomado o controle de toda a sitaução e era isto que eu temia. Queria ser eu a organizar o meu casamento, e não elas. De certa forma, eu estava feliz por serem elas a cuidar dos pormenores, mas não me sentia muito feliz por isso.

– Jade, querida? - Chamou a Senhora Oliver. - Tudo bem?

– Ah, claro. - Menti, forçando um sorriso, novamente.

– Jade, Lily estará aqui dentro de nada. Eu espero que o teu humor mude até aí. - Falou minha mãe distraidamente. Bufei e me servi de café.

Bebi o meu café enquanto a minha mãe e a Senhora Oliver conversavam sobre uma nova coleção de roupa que seria lançada no próximo mês. Quando eu for maior, da idade delas, eu também irei falar sobre isso com minhas amigas?

Espero que não. E não é sobre isto que eu deveria estar pensando e sim sobre o que Beck estará fazendo agora. Será que ele pediu ajuda a Robbie ou a André? Ou ele pensa que vai conseguir fazer tudo sozinho?

Quer dizer, eu sei que ele consegue fazer as coisas sozinho e por si mesmo, mas eu me sinto mal por não saber o que ele está fazendo agora. Quem inventou a tradição de que o noivo não pode ver a noiva vinte e quatro horas antes do casamento?

Essa era mais uma tradição idiota que minha familia queria seguir. Pelo menos a minha mãe não comprou um vestido branco e não me está obrigando a usá-lo. E, isso me lembra, que o meu vestido continua estando na casa onde Beck e eu vivemos.

– Mãe, quem vai pelo meu vestido de noiva? - Perguntei, interrompendo a sua conversa.

– Uh, agora tratamos disso. Pedirei a Ben para trazê-lo. - Respondeu e eu sorri.

Ben era um empregado e um bom amigo dos meus pais. Ele trabalhou para meus pais desde que eu tenho memória. E isso é incrível, já que os empregados nunca aguantam mais de um par de meses os meus pais. Ele é uma ótima pessoa.

Suspirei me sentindo entediada: Beck não respondia à minha mensagem e minha mãe e a Senhora Oliver estavam ignorando por completo a minha presença.

Não tinha visto o meu irmão desde que cheguei aqui. Segundo a minha mãe, Logan encontrou uma namorada perfeita e agora eles estão morando juntos na casa que têm meus pais perto de Malibu. Eu me senti feliz por ele, por fim ele deixou de ser um idiota sem sentido e decidiu começar uma relação séria com uma garota que minha mãe diz ser perfeita para ele.

Também não tinha falado muito com o meu pai. Minha mãe disse que ele está muito distante e distraido nos últimos tempos, mas nada muito preocupante. Mesmo assim, ele ontem nem veio falar comigo quando chegou a casa. A única coisa que fez foi trancar-se no escritório e fim. Estranho, não?

Apesar de tudo, o tempo passou rápido. Ouvimos o toque da campainha e, minutos depois, uma garota morena, com aparência asiática entrou no quarto com uma mala atrás dela. Se eu não me engano, ela é Lily.

– Olá Lily. - Cumprimentou minha mãe sorrindo abertamente. - Tudo bem?

– Bom dia, Senhora West. - Ela sorriu. - Sim, tudo bem. - Respondeu.

A Senhora Oliver e eu a saludamos com um breve “olá”, já que não a conheciamos de nada. Mas minha mãe parecia conhecê-la perfeitamente e eu não tenho a certeza de que isso é bom.

Depois de uns largos dez minutos, minha mãe e Lily por fim deixaram de falar sobre temas estranhos e desconhecidos para mim e subimos de novo ao quarto onde eu tinha ficando.

– Então, Jade. - Falou Lily. - Como têm que ser a tua maquiagem e o penteado? - Perguntou sorrindo amigavelmente.

– O vestido dela é preto, Lily. - Interrompeu minha mãe. Suspirei e olhei para Lily. - Eu quero que os olhos azuis dela destaquem... E os lábios têm que estar pintados de vermelho. -Explicou minha mãe.

– Uh, okay. - Murmurou Lily um pouco confusa. - Mas eu preferia que Jade me contasse essas coisas, porque afinal, é ela que vai ter que ficar com isso todo o dia de e o dia de hoje talvez seja o mais importante na sua vida. - Lily, a senhora Oliver e eu encaramos minha mãe. Ela comprimiu os lábios e assentiu brevemente.

Repeti praticamente as mesmas coisas que minha mãe, mas com mais detalhes. Como minha mãe tinha dito antes, queria alguma coisa que destacasse os meus olhos, os lábios pintados de vermelho sangue e a pele mais pálida do normal. Uma parte do meu cabelo preto tinha que estar recolhida e o resto solto e ondulado.

Lily começou com todas as coisas que eu lhe tinha pedido, enquanto eu ficava em silêncio observando o meu reflexo no espelho que estava na minha frente e ouvia as conversas, mais uma vez sem sentido, de minha mãe e a senhora Oliver.

Beck Oliver

Acordei com uma criatura peluda movendo-se em cima de mim.

Ultimamente sempre era acordado por Angela. A tirei, com demasiado cuidado, de cima de mim e me sentei na cama passando as mãos no cabelo e suspirando fracamente.

Era hoje. Se algum tempo atrás alguém me dissese que eu acabaria de este jeito, eu provavelmente iria rir disso. Mas hoje, isto parecia uma coisa muito normal para mim.

Angela voltou a subir em cima de mim e bufei. Quando Cat chegaria aqui para levar esta bola de pelo? Nunca gostei muito de animais e muito menos de animais que se tornam o ponto de interesse da minha noiva.

Peguei o meu celular e vi que tinha uma mensagem de Jade: “Bom dia.Espero que estejas tendo uma boa manhã.” A mensagem havia sido enviada às 7:27 e agora eram as 10:34. Jade teve que acordar tão cedo?

Apesar de termos vivido só um mês juntos, eu posso dizer que Jade não é uma pessoa muito madrugadora. E o fato de ela ter acordado tão cedo quer dizer que alguém a acordou e que ela deve estar de mau humor.

Quando comecei a lhe escrever uma breve resposta, ouvi o som da campainha ser tocado de forma repetida. Deveria ser André e Robbie, já que eles dois me iriam ajudar a me “preparar” para a cerimonia.

Ao abrir a porta percebi que não eram só André e Robbie, porque Cat estava com eles sorrindo.

– Beck! - Ela gritou sorrindo.

– Eu não me lembro de ter dito que iria precisar da ajuda de Cat...

– Eu sei que não, mas a eu ia para casa dos pais de Jade e a mãe dela me pediu para eu passar por aqui pelo vestido de casamento de Jade e eu também vou ficar com a bolinha peluda enquanto vocês dois estaram na lua de mel. - Explicou muito rápido e eu assenti, deixando os três entrarem dentro de casa.

– O vestido de Jade está no armário do quarto. - Falei para Cat e ela assentiu, indo pelo vestido.

– O que se sente ao se casar tão jovem? - Perguntou André e eu o encarei.

– Como assim o que se sente? - Perguntei de volta. - Isto é algo normal para mim, acho.

– Normal? Ninguém se casa aos vinte anos, Beck. - Falou André.

– A menos que haja um bebé no meio de tudo isso, mas acho que este não é o caso. - Comentou Robbie.
É tão difícil acreditar que duas pessoas jovens se casam porque se amam e não por outro motivo qualquer?

– Jade e eu nos casamos porque queremos. - Falei, omitindo alguns detalhes do tema do casamento.

– Beck! - Uma voz femenina falou atrás de mim. Me virei para ver Cat segurar uma caixa grande, onde o vestido de casamento de Jade estava. - Quando eu estava no quarto, o teu celular tocou um par de vezes, mas como eu sou uma pessoa educada eu não respondi e onde está Angela? - Perguntou.

– Obrigada pela informação e Angela deve estar na cozinha ou não sei. Não gosto muito dela.

Cat assentiu brevemente e entregou a caixa com o vestido a André, fingindo que não se importa com a presença de Robbie por completo e foi para a cozinha, voltando uns minutos depois com uma bola de pelo branco nas mãos.

– André, ajuda-me por favor com a caixa. - Pediu. - Preciso que a leves até ao meu carro.

– Eu posso ajudar-te. - Ofereceu Robbie e ela apenas revirou os olhos.

– Eu não tenho toda a vida para esperar por ti, André. - Falou ignorando a oferta de Robbie que suspirou profunda e ruidozamente.

Cat e André sairam da sala e foi ouvido o barulho de abrir e fechar a porta. Robbie suspirou novamente e passou as mãos pelo seu cabelo cacheado.

– Deus, eu odeio isto. - Murmurou.

– Odeias a parte em qual ela te ignora? - Perguntei.

– Exato. - Respondeu.

– Mas foste tu quem terminou com ela, é normal que ela fique assim. - Falei, não entendendo nada.

– Eu sei o que eu fiz, okay? - Falou. - Mas era o melhor que eu podia fazer.

– Eu acho que ela não ficou muito feliz com essa decissão tua. - Murmurei.

– Eu sei que ela não ficou feliz com isso, eu não estou feliz com isso. - Respondeu.

– Então... Porquê não voltas com ela? - Perguntei.

– Não é tão fácil como parece tudo isto. - Ele suspirou de novo. - E, de qualquer forma, ela nunca me iria desculpar por isto.

Não comentei nada mais a respeito desse tema porque não queria me meter nos problemas amorosos de Cat e Robbie. Entendo perfeitamente que Jade se meta nisso porque Cat é sua melhor amiga, mas eu prefiro ficar fora disso.

André voltou com o traje dele e de Robbie, porque eles eram os meus padrinhos no casamento.

E, duas horas depois, eu estava preparado por completo para a cerimonia. Só faltava ir para a Igreja e esperar pela presença de Jade e em duas horas mais ela e eu seriamos oficialmente casados.

[…]

Jade West

Lily apertou com mais força o corset do vestido de noiva, praticamente me deixando sem a possibilidade de respirar. Minha maquilhagem e meu penteado já estavam feitos e faltava pouco mais de uma hora para a cerimonia do casamento.

Observei o meu reflexo no espelho e sorri, me sentindo realmente muito feliz da forma em que estava. O meu vestido escuro contrastava muito com a minha pele e me fazia parecer ainda mais pálida do que eu já era. O meu cabelo meio solto estava colocado em perdeitas ondas e meus lábios estavam exageradamente vermelhos.

Tudo estava da forma que eu queria.

Eu ainda não tinha falado com meu pai e isso me preocupava um pouco, porque apesar de tudo, nós tinhamos uma boa relação e estava a ficar um pouco assustada.

Mas eu iria falar com ele sim ou sim. Iriamos só nos dois na limusine até a Igreja, porque seriamos os últimos a sair de casa porque minha mãe queria ir antes e certificar que tudo esta bem colocado para a cerimonia.

Com a ajuda de minha mãe e de Senhora Oliver, Lily decidiu que joias eu teria que levar e depois de isso eu tive que descer as escadas com certa dificuladade pelas telas do meu vestido de noiva.

Meu pai estava sentado no enorme sofá que estava na sala, olhando para algum ponto fixo na parede. Quando ele perebeu que estavamos aí, ele olhou para mim e vi como seus olhos marejaram, mas ele não disse nada. Sorri para ele mas ele não me devolveu o sorriso.

Minha mãe, a Senhora Oliver e Lily se despediram de nós e minha mãe disse que viria alguém nos avisar quando a limusine chegasse e assim sairam as três de casa.

– Oi, pai. - Sorri e caminhei devagar para me sentar ao lado dele.

– Olá, filha. - Ele falou baixo e eu suspirei pesadamente.

Depois de isso, eu não disse nada e ele também não mostrou nenhum incentivo de falar sobre nada. Havia algo errado em tudo isso e eu não sabia o que era. Em que momento eu e meu pai nos tornamos tão distantes assim?

Um homem de uns trinta anos, entrou na sala e nos avisou que a limusine já havia chegado. Deveria ser algum guarda que eu não conhecia.

Meu pai se levantou e saiu da sala, sem dizer uma palavra e muito menos sem me ajudar a levantar do sofá. Quando sai de casa, percebi que ele já estava dentro do carro e bufei.

Com a ajuda de um guarda que estava ao lado da limusine, entrei dentro da mesma e me sentei chateada olhando diretamente para meu pai que estava prestando muita atenção no seu celular.

A minha felicidade estava se evaporando com cada minuto que eu passava dentro desse carro. Meu pai ignorava qualquer gesto meu e em algum momento eu iria ficar cansada disso e brigar com ele ou simplesmente ficaria quieta e triste no dia mais importante da minha vida.

– Pai... Podemos falar? - Perguntei, quebrando por fim o silêncio que havia.

– Falar sobre o quê, Jade? - Perguntou de volta sem me olhar, o que me irritou um pouco.

– Sobre o teu comportamento. - Respondi.

– O que tem meu comportamento de errado? - Perguntou, desta vez olhando para mim com ambas sobrancelhas levantadas.

– Isto tudo... - Movi a minha mão no ar. - Tu estás me ignorando e as coisas não devem ser assim. Qual é o problema? - Perguntei.
Ele suspirou. - Está tudo bem, Jade, não te preocupes. - Seu tom de voz era melancólico, o que me deixou ainda mais nervosa e preocupada.

– Eu consigo ver que as coisas não estão bem, pai. - Bufei frustrada. - O que está a acontecer? Porquê tanta frialdade?

– Jadelyn, aconteceram muitas coisas enquanto tu estavas fora... - Revirei os olhos. - E eu não sei se foi correto permitir que Beck se cassasse contigo.

– O quê? - Murmurei, confusa e perplexa, o olhando fixamente.

– Quando eu decidi que tu tinhas que te casar com alguém, eu achei que isso era certo. Tu deixaste de estudar e desperdicias-te um ano sem fazar completamente nada. Pensei que um casamento te iria fazer mais responsável e agora eu entendi que eu sou quem não está preparado para que a minha pequena se case. - Ele falou com olhos cheios de lágrimas.

Suspirei. Então esse era o problema. Me movi para ficar sentada ao seu lado e sorri para ele.

– Pai, não é preciso que te preocupes por isso. - Falei. - Eu estu muito feliz com a tua decissão.

– Pensei que a odiasses, Jade. - Murmurou confuso.

– E num inicio eu odiava a idea de ter que me casar com Oliver. - Ri. - Mas agora eu estou feliz em me poder casar com a pessoa que amo. - Sorri e ele segurou as minhas mãos frias com as suas quentes.

Hesitando um pouco, ele preguntou. - Estás apaixonada por Beck? - Perguntou e vi um pequeno sorriso se formar no seu rosto.

– Louca e perdidamente. - Respondi sorrindo e ele me abraçou.

– Sinto muito ter agido assim contigo, filha, mas também me sinto feliz por isto tudo estar terminando do jeito em que está. - Ele falou. - Espero que vocês dois sejam muito felizes. - Adicinou.

– Eu também espero ser feliz ao lado dele. E viver muitos anos com ele, como tu e mamãe. - Sorri e ele sorriu de volta e beijou a minha testa.

– Vocês vão ser felizes, porque te conheço perfeitamente bem e sei que irás lutar pela tua felicidade.

Sorri e olhei para a janela, percebendo que estavamos na frente da Igreja.

– Chegamos. - Murmurei. - Que hora é? - Perguntei.

Meu pai olhou para o relógio que estava no seu pulso e me disse que faltavam cinco minutos para o inicio da cerimonia e senti borboletas na barriga e minhas mãos tremerem levemente devido ao nervosismo.

Saimos de dentro da limusine, desta vez meu pai me estava segurando pela mão e me estava sentindo muito emocionada e feliz.

Paramos na frente da porta fechada da Igreja e tentei acalmar meus nervos, coisa que acabei por não conseguir. Cat e Tori apareceram ao nosso lado, com André e Robbie. As portas se abriram e a cerimonia tinha começado.

Tori e André foram os primeiros a entrar. Mesmo que Cat e Robbie tivessem terminado, os dois prometeram se comportar para não arruinar meu casamento e não fazer nenhuma mudança em nada. Depois de eles foram Cat e Robbie.

Segurei com força o meu buquê de rosas vermelhas e sorri para meu pai, que estava ao meu lado. Começou a tocar uma música calma e era o momento em qual eu entrava. Apretei com um pouco de força o braço de meu pai e ele riu. Caminhamos para dentro da Igreja e prendi a respiração. Beck estava no altar e quando me viu sorriu.

Obserevei a todas as pessoas presentes: algumas estavam sorrindo, outras chorando e outras não demonstavam nenhum tipo de emoção.

Nos poucos minutos que demorei para chegar até ao altar, milhares de pensamentos passaram pela minha cabeça. Como seria estar casada? Alguma coisa entre mim e Beck mudaria? Nos tornariamos em mais um casal chato? O que viria depois da lua de mel? Todas eram preguntas para as quais não tinha respostas.

Paramos em frente das escadas do altar. Meu pai sorriu para mim e segurou a minha mão livre e a passou com cuidado para Beck. Cat segurou meu buquê e Beck e eu nos movemos para mais perto do padre, ficando um na frente do outro.

Não prestei muita atenção ao que o padre estava dizendo: estava muito ocupada observando Beck. Seus olhos castanhos tinham um brilho diferente e ele sorria abertamente enquanto fazia um leve carinho com os seus dedos nas minhas mãos.

Senti meus olhos se encherem de lágrimas e algumas delas transbordaram, mas rapidamente as limpei. Não queria que ninguém soubesse que eu, a cruel e fria Jade West, estava chorando, mesmo sabendo que tinha deixado claro a todos os presentes que tinha limpado algumas das lágrimas.

Quando Beck colocou o anel no meu dedo percebi o quão distraida estava. Fiz a mesma ação que Beck fez, sempre sorrindo. Tudo estava perfeito da forma em que estava.

– … Pode beijar a noiva... - Falou o padre e Beck e eu sorrimos ainda mais.

Ele passou os seus braços ao redor da minha cintura e me puxou para mais perto de si. Apoiei as minhas mãos nos seus ombros e sorri, permitindo que as lágrimas saissem dos meus olhos quando os seus lábios encostaram nos meus. O espaço se encheu de aplausos e percebi que Beck sorriu ainda mais durante o beijo.












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Notas finais do capítulo

Gostaram?
No próximo capítulo tentarei deixar o link do vestido de casamento de Jade, porque neste momento não o encontro.
Beijoos!



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