- Olha Jesse, não temos nada para conversar. De repente a “Polly” queira ouvir o que você tem pra falar. –falei, já subindo as escadas. Só que ele foi mais rápido e me segurou pelo braço.
- Por favor, Suzannah, me escuta. –ele falou, implorando. –É importante.
- Tudo bem, mas vamos para o meu quarto. Não quero ninguém ouvindo isso. –respondi de mau humor. Me soltei dele e fui subindo. Assim que entrei, joguei meu tênis perto da cama e sentei.
- Pode falar Jesse. Estou ouvindo. O que é assim tão importante? –perguntei, fingindo não me importar, mas na verdade, me importava muito o que ele tinha pra falar.
- Suzannah, o que você viu na festa... Aquilo não é nada do que você imaginou. Eu não beijei a Poliana, ela me beijou. Eu estava saindo do banheiro, ela chegou e tentou me beijar, mas não deixei. Depois, lá na pista, ela me agarrou. Foi isso que aconteceu, Suzannah. –Jesse respondeu, chegando perto de onde eu estava. Ele segurou minhas mãos, assim como Paul. – Suzannah, você é a única que amo, por favor, a Poliana nos quer ver separados. É isso que você quer também? –perguntou ele, me olhando nos olhos.
- Não, Jesse. –respondi sinceramente. –Não é isso que eu quero. E num impulso, soltei minhas mãos das dele e coloquei em volta de seu pescoço para beijá-lo. Jesse me respondeu do mesmo jeito, me beijando intensamente. Jesse foi me deitando na cama, sem parar o beijo. De repente, Jesse tirou sua camisa. Meu Deus. Isso estava mesmo acontecendo? Dei de ombros e puxei ele de novo para colar meus lábios nos seus. Eu já estava quase tirando minha blusa, quando vi uma luz, atrás de Jesse.
- Droga! –exclamei, tentando ver quem era.
- Desculpa irmão... Desculpa Suzannah... Não vi que vocês estavam ocupados. –Matt falou num tom zombeteiro.
Jesse se levantou, colocou a camisa e perguntou:
- O que quer aqui, Matt?
- Nada, vim fazer uma visita para Suzannah, ela está acompanhada e. Ocupada. –respondeu ele. O que ele queria comigo, afinal?
- Pode falar o que você quer Matt. A Suzannah ia contar pra mim de qualquer jeito. –Jesse falou, e aquilo me lembrou do beijo em Paul. Jesse confia em mim. Senti uma pontada de culpa. Eu deveria ou não contar aquilo a ele? Ele provavelmente ia ficar chateado comigo e nunca ia me perdoar. Ele já não gostava de Paul, se eu falasse que o tinha beijado...
- Hermosa? –Ele falou me sacudindo. –Você está bem?
- Oi? O quê? Ah, estou sim Jesse. –respondi, olhando ao redor do quarto. –Onde está Matt?
- Ele sumiu de repente enquanto estava falando com ele. –ele falou meio decepcionado.
- Jesse preciso te contar algo. –falei respirando fundo.
- Da ultima vez que você me falou isso, não recebi uma das melhores noticias... –ele falou, sorrindo de lado.
- Tem razão. E essa também não é muito boa... Por favor, não me interrompa. Quando saí correndo da festa, eu fui dar uma caminhada na praia, pra ver se eu me acalmava. Então, Paul estava lá também. Ele veio dizendo que gostava de mim, isso e aquilo, e então me beijou. Olha, não vou mentir pra você, eu correspondi o beijo porque estava com raiva de você, mas depois, me arrependi mesmo de ter feito aquilo. Me perdoa, por favor? –Assim que terminei, respirei fundo e olhei pra ele. Jesse estava com uma cara confusa, que se transformou rapidamente numa cara de espanto, e mudou para uma cara de alivio. Não entendi muito bem a ultima expressão.
- Suzannah, entendo que tenha ficado com raiva de mim, mas isso não é motivo para beijar o Paul. Agradeço por ter sido sincera comigo, isso me deixa feliz, pois assim continuo confiando em você. E é claro que perdôo você, hermosa. Mas vamos combinar uma coisa? –ele falou, sorrindo.
- Claro, o que você quiser. –respondi.
- A partir de hoje, nós não beijaremos ninguém além de você e eu, não importa se um estiver com raiva do outro, e não vamos deixar ser beijados também. Feito? –perguntou Jesse, estendendo a mão pra mim.
- Feito! –respondi, apertando sua mão. Então, nada melhor pra selar esse trato do que um beijo.
- Hermosa espera. –ele falou, interrompendo o beijo. –Tem uma coisa que pertence a você, e que nunca devia ter saído de perto de você. –falou ele, me deixando confusa.
Então, Jesse pegou do seu bolso, o colar com o pequeno pingente de J e fez um sinal me mandando ficar de costas. Levantei meu cabelo, e ele recolocou o colar no meu pescoço, de onde não devia ter saído, e que nunca mais vai sair.