Together escrita por Max


Capítulo 39
Capítulo 39 - É assim que um anjo morre


Notas iniciais do capítulo

CCAAAAAAAAAALLLMMMAAAA!
Respira fundo, okay?
Eu volteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei, sentiram minha falta.
Desculpem a falta de prática, eu tô enferrujada.
Logo volta tudo ao normal.



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Sobre aquele dia...

Quase que um filme, em um momento tudo bem, em outro....

Bem, foi tudo muito rápido...

Meu pai está de volta.

Me pego olhando para ele de vez em quando, sorrio com orgulho e alívio por agora estar tão próximo de mim, em meus braços. Aqui, no ginásio, ele está com mamãe e Richard, Karen está entretida com seu copo de sangria e os homens conversam sobre futebol, um querendo provar que sabe mais que o outro, é engraçado até de olhar. Mas sei que no fundo até mesmo Rich está feliz com meu pai de volta, eles ficam vermelhos, mas logo sorriem e trocam tapinhas nas costas.

Pedro está batendo fotos com todo mundo, como um astro ou o cara mais popular da escola. Ele está lindo.

Lá fora a tempestade que pegou todo mundo de surpresa se dissipa, deixando o cheiro de grama molhada e preguiça dos finais de tarde, daqueles que é melhor ficar em casa de meia e embaixo do cobertor.

Rápido de verdade,...

Pedro me puxa pela mão, ele me leva pra fora de vista, longe dos alunos bêbados e pais embriagados de orgulho e euforia.

Andamos entre alguns corredores até achar a única sala aberta.

A gritaria fica quase inaudível quando eu fecho a porta, logo seus lábios encontram os meus, num misto de urgência e capricho saciamos nossa vontade um do outro, conectados não só por contato físico.

Sinto um aperto forte no coração e o abraço, com toda a força que posso, tão forte quanto o nó em minha garganta.

Sua respiração em meu pescoço me acalma, enquanto roça minha pele, prova que ele está ali, perto. Muito perto.

Ele percebe, leva minha mão até seus lábios, beija cada nó nela sem tirar seus olhos dos meus. - O que houve?

Suspiro. Mostro-lhe meu melhor sorriso e nego que haja algo de errado.

– Temos todo o tempo que você quiser, essa vida e todas as outras, está bem?

O beijo, nada mais como resposta.

Beija meu ombro e abre a porta enquanto brinca com o fato de que devem estar procurando por nós.

Sua risada remexe algo dentro de mim, como se eu fosse sentir falta dela algum dia. Eu não vou. Nem sentir, nem ir a lugar algum.

Eu saio primeiro, dentro da sala ele se abaixa por algum motivo, pegar algo do chão talvez e eu me viro para beber o resto do ponche em meu copo.

A porta entre nós se fecha com um estrondo, nos assustamos, chego até mesmo a gritar.

Nos encaramos pelo vidro e ele faz sinal de que não fez nada.

Rimos, ele torce a maçaneta, mas logo ele para de rir e sacode a porta.

– Abre. - grita.

Eu fecho o sorriso, estou sacudindo a maçaneta e ela está emperrada. Pedro tenta socá-la algumas vezes, mas nem parece que vai ceder.

Ele faz sinal pro lado, algo como 'vou tentar a outra porta'.

E tenta, mas nada acontece.

Escuto alguém correndo pelos corredores.

– Tem alguém aqui. - digo próxima a fresta na porta.

...eu estava assustada,...

Ele olha dentro da sala, encosta o rosto do vidro e olha pelo lado de fora.

– Sai daqui.

Eu sei que tenho que correr, mas não consigo.

Ele bate na porta, eu tremo. - Sai! Agora!

Nesse momento sei que tem algo errado porque ele tira a pistola do coldre.

– Pra onde eu vou? - indago enquanto sacudo a maçaneta.

Ele aponta pro lado. - Seus pais, não olhe para trás.

– Por que?

Ele está nervoso. - Eu te mandei correr.

Com o segundo soco na porta eu percebo que é a hora de ir. Corro, apesar dos saltos, desço as escadas e quase chego ao ginásio, mas tem uma corrente nas portas, percebo que prendi a respiração todo esse tempo. Desesperada corro pelas outras portas, mas

todas estão trancadas, tento a saída, mas tenho que empurrar com o peso do meu corpo, o que resulta em uma queda de cara no chão.

Estou no estacionamento.

Está frio, uma chuva bem fina e gelada cai do céu como gelo fino.

Desço os degraus da escadaria me segurando no corrimão.

Escuto o som de pneu cantado, portas abrindo e depois fechando.

– Quem está aí? - grito.

Meu cabelo gruda em minhas costas, é difícil respirar e o som de sapatos em poças de água vem de todos os lados.

O som do ginásio abafa qualquer som do lado de fora, mas ainda sim ouço nome.

– Anna!

Me viro, meu coração está disparado.

– O que você está fazendo?

Ele está gritando, eu o abraço.

– Pedro.

Ele segura meu rosto e olha em volta.

Mas mesmo com Pedro aqui o som de passos na água e pneus não para, chega cada vez mais perto.

– Ei. - ele sussurra.

...com medo,...

Olho em volta, o furgão marrom está de portas abertas. Três caras não tão maiores do que eu estão na parte de trás, eles usam máscaras bizarras de Halloween.

Ultimamente a sensação de que tenho que correr é o que me domina.

Ele pega meu queixo. - Olha pra mim.

Prendo o choro, nós dois sabemos o que isso é. O que vai acontecer.

A chuva continua caindo e por causa dela minhas lágrimas se camuflam.

Fico assustada demais pra entender alguma coisa.

– Droga, eu não sei o que fazer.

Olho em seus olhos, eles disparam em todas as direções, ele está confuso, até mesmo suas mãos tremem.

– Porque eu sou tão importante?

Ele sorri. - Isso depende.

Não entendo seu sorriso.

– Pra mim ou pra eles?

Sorrio, mesmo nervosa. Olho para cima, ele dá a volta em mim, me deixando atrás dele e entre mim, os carros e o furgão.

Ouço muitos tiros. Eu grito por uma fração de segundos.

Pedro está de costas para mim, ele não se mexe.

O cara que desceu do furgão está todo de preto, moletom com capuz preto e uma máscara de porco do SAW. Parece algum tipo de trote idiota feito por caras de ensino médio idiotas, até acreditaria se ele não tivesse atirado contra nós.

Abraço Pedro pelas costas, mas ele cai de joelhos. Olho minhas mãos e agora começo a tremer.

Sinto medo, ele flui em minhas veias ao invés de sangue, porque o sangue está em minhas mãos.

Todo o tipo de pensamento negativo toma conta de mim agora, apesar de querer abraçar Pedro, meus pés dão passos para trás, ele olha em meus olhos e ele abre a boca.

– Eu falhei.

...desesperada...

Me jogo ao seus pés. - Não!

Mas eu estou sendo puxada para longe agora.

Há um quarto cara com a arma apontada para Pedro.

– Não machuca ele! Você está me procurando, não é? Eu tô aqui. Por favor, não machuca ele!

Saiu tão rápido e com tanta súplica que quase não pronunciei as palavras direito.

Ele sorri.

Eu grito, tento gritar na verdade. A voz não sai.

Tudo que me lembro é de sentir o corpo mais leve.

Espere.

Me caçaram como quem caça uma lebre,

me amedrontaram,...

Acordei com os trovões e a chuva forte ricocheteando no telhado.

Tonta, mas ainda consciente, meu pescoço estalou e senti minhas coxas reclamarem. Tentei levantar, mas não podia.

Eu estava amarrada a uma droga de cadeira.

Olhei para os lados e a julgar pelas aparências era uma espécie de casa de pescas, ou uma casa de barcos. Velha, de qualquer jeito.

As tábuas tremiam embaixo de meus pés.

– Alguém? Socorro!

Logo as luzes se ligaram e eu senti um alívio tremendo tomar conta de mim, principalmente quando vi aquela silhueta.

– Graças a Deus você me achou.

A risada me confundiu, mas logo me enojou.

– Você?

...eu vou ter minhas respostas.


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Notas finais do capítulo

Comentem, por favor, quero saber o que ta rolando, o que acharam.



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