Regression escrita por Kae Barnes


Capítulo 17
Finalmente, ou não.


Notas iniciais do capítulo

Feliz ano novo pessoas ilustres o/ bom, devo avisar de que a fic está na reta final. Obrigada a quem comentou capitulo passado e espero que gostem deste.



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Haviam finalmente tomado a cura. O dia seguinte seria muito importante para todos, afinal, voltariam a ser como realmente eram.

Bruce já sabia que não cresceria já que resolveu ficar daquele jeito por livre e espontânea preocupação com todos ali. Foi o primeiro a acordar e estava com um humor ótimo. Coçou os olhos e andou, vagarosamente, para a cozinha. Lá encontrou Pietro e Darcy dando uns amassos. “Tão cedo” pensou. Apenas ignorou o casal e sentou onde poderia facilmente fazer algo para comer. Acabou que comeu apenas uma fruta e um sanduiche.

Devorava o alimento calmamente, tendo uma bela visão de Darcy e Pietro como algo para distração. O casal só percebeu a presença do menino quando este jogou a faca, que havia usado para cortar o pão, na pia. O barulho os assustou. Pietro estava com os cabelos para cima e Darcy tinha as roupas extremamente amassadas.

−Se não soubesse o que aconteceu, diria que a senhorita tirou essa blusa de dentro de uma garrafa – Bruce comentou fazendo careta.

−Calado – Darcy reclamou – devia estar dormindo.

−São 7 da manhã, é a hora que eu acordo – Bruce respondeu num tom de que aquilo era óbvio – e vocês nem dormiram né?

−Vou permanecer calado quanto a isso – Pietro tentava abaixar os fios brancos que estavam em pé.

−Tanto faz, bom dia pra vocês também.

O menino saiu da cozinha, andando como se nada tivesse acontecido. Bocejava a cada 4 passos que dava. Passou por Thor e viu que já havia voltado para seu enorme tamanho. Jane, que estava junto de Thor, também estava “normal”.

Continuou andando e foi para um dos sofás que havia. Esperar que todos aqueles indivíduos acordassem era algo que poderia demorar horas. Mas esperava que não demorasse tanto.

Ficou mexendo na costura do sofá até que conseguiu abrir um buraco.

−Banner, o que ta fazendo? – Tony levantou e perguntou, intrigado.

−Ah, nada não – rapidamente ele tentou dar um jeito no buraco que havia feito.

−Quem nada é peixe – Tony estava com sono o suficiente para ficar ignorante. Mesmo tendo acabado de acordar.

−Já disse que não é nada... – Bruce olhou diretamente para o amigo e arregalou os olhos – Tony...

−Que foi?

−Já se olhou no espelho? – Bruce tinha um tom de interrogação e espanto na voz, coisas que juntas expressavam que algo estava errado.

−Sei que sou lindo, não preciso me olhar no espelho o tempo todo...

−Tony, você está do mesmo jeito!

Ao ouvir isso, Tony correu para o banheiro mais próximo e olhou seu reflexo. A “cura” para o que tinha acontecido não funcionou nele.

−QUE MERDA QUE ACONTECEU?

−Quer dizer o que não aconteceu...

−Vá a merda Bruce – Tony estava incrédulo.

−Seu delicado. Será que aconteceu só com você?

−Sei lá, acorda os outros aí e examine-os – Tony passava as mãos pelo rosto, pelos olhos... querendo acreditar naquilo.

−Natasha também não mudou – Bruce falou enquanto cutucava a ruiva, com a intenção de acordá-la.

−Bruce, você não é irritante assim, para de cutucar! – Natasha reclamou e cobriu o rosto com o lençol.

−Natasha – ele respirou fundo antes de falar – não fez efeito em você.

−O que? – ela ainda estava sem entender nada, tirou o lençol de cima da cabeça e o olhou com um explícito ponto de interrogação na face.

−Olha – Bruce pegou um vaso de metal que estava a 1 metro de distancia dos dois e pediu que ela olhasse o reflexo.

Assim que ela notou o que ele queria que notasse, ficou paralisada. Manteu o olhar fixo e perdido em um ponto do chão e soltou o vaso, que caiu sobre a barriga de Clint, fazendo-o acordar. Agora sim tudo estava perdido para ela.

−Ta doida? – Clint levou um susto quando o vaso caiu em sua barriga.

−Estamos ferrados – o tom de Natasha era de desolação, e olhou para Clint e apontou para a própria face.

−Oh céus, não funcionou em você...

−Nem em você – Bruce completou.

−Puta que pa...

−Clint, olha o palavreado – Natasha o interrompeu antes que terminasse a frase.

−Será que deu errado com todo mundo? – Tony tinha um tom dramático, ele estava com as mãos nas bochechas e as puxava para baixo.

−Não, Thor e Jane deu certo. E Steve também... isso é óbvio.

−Só acontece desastre com a gente – Natasha tacou a palma da mão na testa.

−Calma, ao menos estamos todos juntos nessa jornada – Clint disse, com cara de quem ia chorar.

−Resolveu fazer cosplay do Steve foi? Só ele falaria uma asneira dessas – Tony parecia que ia chorar também.

−To tentando me conformar, é diferente.

−Bom dia gente – Sue acabara de acordar e como era muito educada, sempre dizia bom dia para todos ali. Nela o negócio tinha funcionado.

Tony, Clint e Natasha sentaram um ao lado do outro, todos com cara de desolação e choro. Sue olhou para os três e ficou horrorizada. Olhou para si mesma e percebeu que ela já estava do jeito que deveria ser.

−Vocês...

−É, somos azarados mesmo. Sempre esse tipo de coisa acontece com a gente, parece até que o mundo nos odeia... – Tony começou a tagarelar.

−Não falem isso – Sue respirou fundo e foi até eles, sentou no chão e os colocou no colo – vai ver isso aconteceu por algum motivo.

−Azar? – Tony chutou.

−Macumba? – Clint deu a opção.

−Não! – Sue riu do que eles disseram – vai ver é uma segunda chance de viverem a infância de novo.

−Falando assim... – Natasha estava pensativa.

−Revivi a “infância” por 5 meses. Acho que isso é um tempo considerável – Tony retrucou.

−Parem com isso – Sue abraçou os três ao mesmo tempo – são adoráveis assim.

−Se chamar o demônio de adorável... é, a Natasha é adorável mesmo – Tony disse e levou uma cotovelada da ruiva.

−Você só fala porcaria Tony – Clint fazia uma cara de nojo.

−Os três são impossíveis – Sue concluiu.

−Nem imagina o quanto – Bruce completou.

Continuaram conversando enquanto esperavam os outros. Bruce só observava e fazia alguns comentários poucas vezes. O outro único que não funcionou foi Johnny. Fora ele, todos os outros reagiram como esperado ao que lhes foi injetado.

−Nick, perdemos dois agentes – Maria que foi dar a noticia a Fury.

−Quem morreu dessa vez? – ele não havia dormido junto dos outros, não sabia o que tinha ocorrido.

−Ninguém. A “cura” não funcionou nem em Barton nem em Romanoff.

−Que porcaria – Nick tinha cara de indignação – aconteceu isso a mais alguém?

−Stark e ao garoto que solta fogo pelos poros.

A sala estava em alvoroço. Alguns estavam felizes, outros 4 nem tanto. Pepper quase chorou quando soube sobre Tony. Sue ficou triste por seu irmão, mas ao menos os problemas com a fala dele foram resolvidos, bem, em parte. Algumas vezes Johnny ainda trocava as letras.

Darcy abraçou Jane tão forte que a astrofísica ficou sem ar. Loki não abraçou Thor, o orgulho dele ainda era grande para fazer tal coisa, mas ficou feliz por ter o irmão de volta. Para ele, agora sim o filho que iria ter, teria um tio digno.

−E então, como vai ficar a nossa situação? – Tony perguntou.

−Tive uma ideia... – Nick comentou.

−Sua ideias não são lá as melhores Fury, acredite – Maria falou, com um tom de deboche na voz.

Xavier, que agora estava presente, riu um pouco. Ele sabia exatamente o que Nick Fury ia dizer.

−Bom, vão precisar de coisas novas, obviamente. Assim como famílias novas. E claro, eu não seria doido de deixar pessoas como vocês em orfanatos – ele começou.

−Imagina algum deles em orfanatos, a destruição em massa que iria ser – Bruce não conseguia conter o riso.

−Banner, por favor – Nick arregalou seu olho e Bruce calou-se – então a maneira mais rápida de resolver isso seria: Romanoff e Stark serão filhos de Pepper e Tony, a cor do cabelo dela não me deixa outra saída, se quiser pode inventar uma história maluca explicando de os dois terem tido filhos e ninguém sabia.

−O que? Vou ser filho de mim mesmo? – Tony havia ficado confuso.

−Vai, não interrompa. Storm ficará como filho da irmã e de Richards, há semelhanças então não terá problema. E Barton... – ele deu uma risada que mesmo tendo sido baixa, dava medo em quem o conhecia – Barton você vai ser irmão do Banner. Parabéns Hill, ganhou outro filho.

Maria ficou irada, mas não demonstrou isso. Apenas sua cara azeda aumentou em 100%. Ela não sabia se ria ou se chorava com aquilo. Natasha e Tony começaram a rir e alto. Bruce logo que viu a cara da nova “mamãe” também caiu na gargalhada.

Logo a maioria ali ria da situação. Seja discretamente, como Pepper, ou abertamente, como Tony. Clint apenas olhava para Nick como se o maior o tivesse ferrado de forma que não poderia ser descrita com palavras.

−Adeus mundo cruel – Clint falou de forma teatralmente dramática.

−Olhe pelo lado bom, você vai ter a experiência de ser mãe logo na idade que os filhos já sabem se virar. Pulou a parte das fraldas... – Xavier tentava animar Hill.

−Prefiro as fraldas do que o esse diabo – ela falou de cara fechada – Barton não é lá um filho exemplar. E meu trabalho na SHIELD? Fica como?

−Barton e Banner já sabem muito bem como aquilo funciona, eles terão livre acesso a tudo por lá. Não se preocupe, muitos agentes vão querer cuidar dos filhos da agente Hill... – agora Nick era quem estava com um tom sacana na voz.

−E quem é o nosso papai? – Clint fez uma voz mais infantil do que a que já estava e pulou em cima das costas de Bruce.

−Perguntem à mãe de vocês.

−Preciso respirar – Maria saiu de onde estava e foi para o lado de fora da mansão do Instituto.

−Até emocionei depois dessa – Bruce, apesar de saber que coisas ruins poderiam acontecer, estava se divertindo com a situação.

−Cadê o Scott? – Johnny perguntou.

−O vi saindo por ali com a Jean... – Kurt falou com voz de inocência – acho que foram comemorar.

−Bom, meus amigos. Terei que retornar à Asgard, faz muito tempo que não faço uma visita – Thor anunciou – ainda mais agora, com meu irmão, cunhada e sobrinho. – ele abraçava Sif com um braço e Loki com o outro. Os dois sentiram uma pequena falta de ar devido ao forte abraço de Thor.

−Também iremos. – Sif disse e foi até Natasha – gostei de você. Prometa que vai ser uma boa filha para Pepper.

−Prometo sim tia Sif – Natasha a abraçou – venha nos visitar algum dia.

−Claro, virei sim.

Em poucos minutos os asgardianos voltaram para Asgard. O Quarteto voltou para o edifício Baxter. Bruce e Clint iriam junto com Maria e Nick e Natasha e Tony seguiriam com Pepper. Os Maximoff não tinham mais onde ficam, então Xavier ofereceu um lugar no Instituto para cada um deles. Steve tinha a própria casa então poderia se virar. Jane e Darcy iriam para a casa de Selvig.

−Que bom que tudo acabou... – Pietro falava cabisbaixo.

−É... pena que agora duas equipes foram drasticamente desfeitas... – Darcy estava tão “animada” quanto Pietro.

−E a gente?

−A gente o que?

−Como vamos ficar? – Pietro aproximava-se de Darcy.

−Não faço a mínima ideia. Como quer que fique? – ela levantou o olhar e o olhou nos olhos

−Tipo assim – ele a beijou de forma doce. Ela correspondeu e durante alguns minutos ficaram ali. Naquele momento, nada mais importava, como se tudo ao redor não existisse.

−Amanhã falarei com o Ian, espero que ele entenda...

−Tudo bem. Dê noticias.

−Ah Pietro, não faça essa cara de enterro. Ninguém morreu não – Wanda falou, ela estava próxima dos dois.

−Vá se aquietar Wanda. Não dei pitaco entre você e o capitão, fique quieta aí.

−Eu e o... Steve? – ela parecia que não tinha entendido a referencia de seu irmão.

−Já fala o primeiro nome... eu sei das coisas, inocente.

−Olha como ela ficou vermelha, pare com isso Pietro – Darcy pediu, rindo.

−Obrigada Darcy – Wanda coçava o nariz. Esse era um ato natural que fazia quando estava com vergonha.

2 horas depois – aero porta-aviões da SHIELD

−Sabem bem como devem agir a partir de agora não é? Bruce e Clint Hill, filhos da Maria. Estavam em Calcutá todo esse tempo pois ela não queria que corresse riscos a vocês. Não sabem quem é seu pai, e ela também não faz questão de dizer. Interajam com os agentes como se não soubessem quem eles são mas sabem a importância deles aqui – Fury explicou rapidamente e os dois garotos assentiram.

Haviam acabado de chegar no porta-aviões e provavelmente não iriam sair dali tão cedo.

−Mamãe, me leva no colo? – Clint pediu.

−Barton, tome vergonha na cara.

−Maria, seja amorosa com seu filho – Nick arregalou o olho e ela fechou a cara para ele. Pegou Clint no colo e sorriu de forma azeda.

−Isso vai ser fascinante... – Bruce ria da situação.

−Agentes, por favor, prestem atenção. Teremos dois novos membros nesta base. Não serão gentes normais, nem precisam de treinamento, apenas vou querer voluntários para cuidar dos dois. Aqui são Bruce e Clint Hill, filhos da agente Hill. Espero que sejam receptivos com os garotos.

O espanto foi geral. Ninguém nunca imaginou que Maria pudesse ter amor no coração suficiente para ter filhos, e logo dois. Alguns curiosos aceitaram cuidar dos meninos enquanto Maria tinha suas coisas a fazer. Os dois tinham que controlar a língua algumas vezes para não falarem mais que o necessário e para não se dirigir ao outro usando o antigo sobrenome.

Em geral, todos os agentes gostaram dos meninos. Alguns faziam piadas sobre Maria e outros perguntavam o motivo dela não ter os trazido antes. As respostas eram sempre “não é da sua conta” ou “correriam riscos se viessem antes”.

Horas depois, Clint estava sentado no chão, com as pernas empenduradas em uma das grades, apenas olhando para os agentes trabalhando. Estava meio solitário.

−Ta pensando em que? – Bruce perguntou, sentando-se ao lado do “irmão” – ou em quem.

−Queria que ela estivesse aqui – Clint estava cabisbaixo – ainda mais porque...

−Eu sei. Não se preocupe, quando os dois fizerem 18 anos vão poder ficar realmente juntos – Bruce tentava animar o arqueiro – a não ser que engravide ela antes, aí acho que tanto a Pepper quanto a Maria, só que a Pepper mais, vão querer que se casem...

−Isso não tem graça – Clint empurrou o ombro de Bruce, rindo – não sei nem quantos anos tenho hoje.

−Acho que por volta de uns 10. É, acho que todos nós temos 10 anos agora.

−Então minha pessoa de 10 anos está com o estômago doendo, bora comer?

−Verdade, o meu também ta assim.

Os dois levantaram e seguiram rumo à cozinha. Ali só tinha a comida sem gosto que ninguém nem chegava perto por medo de ser radioativo. O jeito era apelar para a Maria para ela arranjar algo para os dois.

Puseram um sorriso sacana no rosto e foram até onde ela estava. Conversava com alguns agentes de nível mais alto quando percebeu a presença dos dois.

−O que... ah, oi filhos. Aconteceu alguma coisa?

−Estamos com fome mamãe – Bruce fazia uma voz melosa e dramática.

Clint fazia cara de cachorro pidão. Fez bico e falou de forma manhosa.

−E a comida daqui é um lixo, poderia conseguir hambúrgueres pra gente?


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