Minha versão - FABINE escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 2
Capítulo 2 Giane defende Fabinho




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Giane apareceu tal qual uma heroína para defender seu amor das garras do temível Érico que, de uma hora pra outra, resolveu defender Amora. Suas palavras para Érico foram claras, se ele continuasse a ameaçar Fabinho, ela estava fora das campanhas da agência. Ficou revoltada. Não suportava nem a idéia de Érico comparar Fabinho com Amora. Ele não era bandido, ela era. Será que ninguém conseguia entender isso? Cruzou os braços, indignada.
– Valeu por ter me defendido - Agradeceu Fabinho descendo dois lances de escada, quando Érico foi embora. Giane deu um passo pra trás. Ficar perto dele, era perigoso demais. Ainda mais quando ele estava agradecido. Foi pega totalmente de surpresa. Não esperava um agradecimento por parte dele, afinal, aquele na sua frente era o cara que não sabia pedir desculpas... Ou será que não?
– O que é justo, é justo. - respondeu de forma natural, sem encará-lo, começando a subir às escadas, quase que numa tentativa de fuga.
– Ah, é?! Pensei que você tivesse com pena de mim, que nem no dia que você me beijou. - falou ele, olhando pro lado e esboçando um sorrisinho. Sorriso este que fazia suas pernas tremerem e seu coração derreter. Tinha que fugir dali... E rápido. Não sabia até quando resistiria àquele " fraldinha idiota".
– Eu não tenho pena de você. Às vezes, eu tenho muita é raiva! - Esbravejou, apertando o passo pra cima, porém, não conseguiu ir muito longe, pois Fabinho, num rompante de loucura, puxou sua mão, de maneira que, quando ela menos esperou, estava com suas costas encostada na grade. E como se não bastasse aquilo, ele ainda segurou a grade do seu lado direito e esquerdo, deixando-a sem saída. Ela olhou de um lado pra outro para ver se ninguém tinha visto. Não havia ninguém ali.
– O que você pensa que tá fazendo, cara? - ela perguntou quase sem encará-lo.
Ele sorriu, e seu olhar era de desejo - Pensei que estivesse óbvio. Tô te prendendo. - ela franziu a testa - E... Você só sai daqui quando me disser porque me beijou.
Ela ficou incrédula, e soltou uma risadinha - Ah, não! De novo essa estória de beijo?! Você cismou mesmo com isso, né?! - Ele só sorriu, divertido - Vai, Fabinho, deixa de graça e me solta!
– Senão você vai fazer o quê? Gritar? - provocou.
– Taí, não é uma má idéia, daí vai aparecer um monte de gente aqui pra comprovar que você continua sendo o mesmo marginal de sempre... - rebateu a provocação.
– Faz isso. Grita! Daí eu vou ter uma desculpa muito boa pra te calar da mesma maneira que você me consolou naquele dia. Se é que você me entende... - encarou-a com desejo, deixando bem claro que era exatamente o que ele pretendia. Giane arregalou os olhos, engolindo a seco.
– Você não se atreveria... - disse quase num fio de voz.
Ele chegou mais perto - Experimenta gritar - ele disse, e ela quase podia sentir a respiração dele em seu pescoço, lhe causando uma sensação indescritível. - E aí, vai me dizer porque me beijou?
– Achei que já tivesse dito. Tá surdo ou o quê?
Ele deu uma risadinha, e colando seu corpo ao dela, sussurrou em seu ouvido - Eu não acredito em você... E sabe por quê? - ela não disse nada , não podia, seu corpo estava em êxtase com o cheiro forte que emanava daquele homem. Se falasse, sua respiração sairia entrecortada, e ela não daria esse gostinho a ele. Não mesmo. - Porque... Eu me lembro muito bem da reação do seu corpo contra o meu quando eu te empurrei naquela grade, me lembro também da sua boca correspondendo a cada investida minha. Portanto, maloqueira, raiva e pena eram as únicas coisas que você não estava sentindo naquele momento.
Diante daquela palavras, Giane se encontrava cada vez mais em apuros, afinal, não tinha como controlar seu corpo. Ele tinha razão, não fora raiva e muito menos pena o que a levou a beijá-lo. Foi um tipo de coisa muito maior que ela começou a descobrir desde que tivera a maldita idéia de levar aquele homem para sua casa. Então, como que lendo seus pensamentos, Fabinho começou a roçar seu nariz no pescoço dela, lhe provocando arrepios. E chegando perto de seus lábios, entreabriu-os, hesitando, na velha brincadeira do beijo ou não beijo. Giane sabia que se não saísse naquele momento dali, se entregaria àquele beijo sem reservas, e sei lá o que mais poderia acontecer. Tinha que ter uma luz no fim desse túnel, mas qual? Olhou para o lado, enquanto sentia os lábios do rapaz investindo em seu pescoço, quase que fechou os olhos, entregue, contudo, ao olhar para o lado, em direção a alguns metros do fim da escada, conseguiu enxergar... A luz.
Fabinho estranhou o fato de que ela, de um segundo pra outro, tornara-se rígida em seus braços, levantou a cabeça, com a testa franzida e perguntou: - O que foi? Que cara é essa?
Ela sorriu com ar de triunfo para responder logo em seguida - Não. Nada... É que agora você vai ter que me soltar nem que não queira.
Ele fez cara de interrogação - E por que eu faria isso?
Outro sorriso triunfante - Porque a sua mãe tá vindo aí.
– Fabinho, meu filho, você já comprou o pão que eu te pedi? - Sua mãe perguntou, inocentemente, sem entender ao certo o que estava acontecendo ali. Fabinho fechou os olhos, trincando os dentes, ainda sem olhar pro lado.
– Comprou sim, Dona Margot. - respondeu Giane, provocando um muito obrigado silencioso e cínico de Fabinho - E eu poderia ir até aí entregar os pães para senhora, mas o seu filho fez o favor de me prender aqui, então... - sorriu cinicamente pra ele que a fuzilou com o olhar, e depois quase que num profundo sacrifício, tirou a mão de uma grade, soltando-a, finalmente.
De forma sapeca, Giane tentou retirar o pacote das mãos de Fabinho, que por alguns segundos, e para provocá-la, segurou o pacote com força, impedindo-a de continuar. Nessa hora a troca de olhares foi tão intensa que D. Margot, que até então presenciava tudo calada, corou envergonhada.
– Aqui, D. Margot. - Giane entregou o pacote pra ela. - Estão fresquinhos. Eu podia até aceitar o convite pra ir comê-los, junto com um cafezinho, na casa de vocês, mas eu perdi tanto tempo aqui, que acabei ficando atrasada pro ensaio, então eu já vou indo. Tchau D. Margot! Tchau Fraldinha! - despediu-se, passando por ele, e descendo as escadas correndo.
A sós com o seu filho, D. Margot tentou se redimir - Ai, meu filho, desculpa! Eu juro que não me toquei do que tava acontecendo aqui. Quando eu percebi já era tarde demais e...
– O que tava acontecendo aqui?! - indagou ele de repente, interrompendo sua mãe - Não tava acontecendo nada aqui. E foi até bom a senhora ter chegado... Você viu? Querendo filar bóia lá em casa...
Tá muito mal acostumada essa pivete! É até bom que tenha ido embora mesmo, assim vai comer na casa dela, ora, vê se pode um negócio desse... Era só o que faltava!... - subiu as escadas continuando a resmungar sem parar. Sua mãe subiu também atrás dele, segurando com muito sacrifício a risada que queria dar. No fundo ela sabia o que estava acontecendo com seu filho e aquela garota, e estava muito feliz com isso.


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