Johnlock escrita por Mail


Capítulo 3
O encontro


Notas iniciais do capítulo

Como esse capítulo finaliza de um arco para outro, não reparem se eu colocar algumas ( muitas ) palavras a mais do que o normal. Molto bene, grato pela atenção.



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Eu não tinha mais uma linha de pensamento à seguir e sabia que não conseguiria respostas naquele estabelecimento, portanto determinei a mim mesmo que deveria ir pro lugar mais óbvio e que mais provavelmente me levaria à Sherlock.

221b, Baker Street era meu destino. E assim que esse pensamento surge à cabeça, me dou conta de que Sherlock me conhece muito melhor do que eu esperava. Ele conseguiu deduzir, inclusive, o tempo que eu levaria pra tirar tal conclusão! O que eu consideraria em outras circunstâncias ser humanamente impossível. A mente daquele homem era um dos maiores mistérios de que eu já tive conhecimento em toda minha existência: uma limousine enorme surge das ruas iluminadas assim que me surge essa ideia, me deixando embasbacado.

Não precisava pensar duas vezes para me assegurar de que aquilo era feitio de Sherlock, e por isso não hesito em entrar.

O motorista parece não notar minha presença e simplesmente costuma dirigindo, o que me deixa um pouco incerto sobre o que pensar, então digo um "oi" meio desengonçado. Sem resposta. O que me deixa um pouco irritado, é claro. Não havia necessidade pra ser arrogante afinal. Nem ao menos podia ver sua face, já que estava em um compartimento separado do meu, o que era realmente frustrante de alguma maneira.

Chegamos e não noto nada que pudesse classificar como "anormal". Então bato na porta e, sem resposta, entro. Silêncio. Nem ao menos o violino que eu costumava esperar estava sendo tocado. Não haviam placas de "surpresa" ou "bem vindo John Watson".

Porém, assim que chego no segundo andar, sinto meu estômago girar e quase desmaio. Minha face estava pálida e lágrimas me escorriam. Não conseguia acreditar no que via: o corpo, indubitavelmente de Sherlock Holmes, estava ali.

Eu não podia ser enganado mais uma vez, portanto depois de deixar um "Sherlock" escapar - em voz inacreditavelmente alta - e me jogar ao lado dele, confiro sua pulsação, olhos, lábio e cabelos. Inclusive as roupas. Era, de fato, o corpo de Sherlock que jazia ao meu lado, sem sangue, sinais de violência ou abuso ou algo assim. O que comprovava meu breve temor de que aquilo não fosse na realidade um jogo amistoso para me parabenizar.

Efetuo os primeiros socorros e confiro seus batimentos, mas eu não podia mudar fatos, apenas me conformar. O maior dos meus sofrimentos não mudaria o fato daquele ser Sherlock Holmes, e pensar nisso me fez chorar. Engasgar. Como nunca jamais havia feito, em toda minha vida.

Tudo o que pude fazer foi sentar seu corpo no sofá, com seu rosto apoiado em suas mãos - claro que isso não poderia ter sido efetuado perfeitamente, e acabou sendo um desastre - como deduzo que ele provavelmente gostaria de ter seu corpo morto.

Era de noite quando eu saia, e antes de sair da sala, hesitantemente, paro e penso por alguns momentos, irritado e frustrado por perder a pessoa que eu mais amava em todo o mundo. E era por essa razão, que nesse momento eu o beijava, mesmo sabendo que seria a primeira e última vez que isso aconteceria. Deixo seus braços em posição de descanso e saio do apartamento. A limousine ainda estava ali.

– Não ouse... nunca mais... - e assim que profiro essas palavras, saio correndo, com as lágrimas ainda descendo pelo meu rosto - Apenas morra!

E se não fosse por aquela frase, eu teria percorrido, à pé, a cidade inteira.

"John H. Watson, feliz aniversário."

Era sem sombras de dúvidas a voz de Sherlock. A única pessoa no mundo que conseguiria me frustrar e me deixar feliz. Que podia me irritar mais do que profundamente, às vezes. E às vezes, mais eventualmente ainda, conseguia me fazer parecer o maior idiota do mundo.

Um soluço escapa assim que eu volto em direção a ele, fixando o chão e seguindo em frente. Assim que esbarro no esbelto Sherlock, com suas roupas de motorista, - que infelizmente eu teria de admitir que combinavam de certa forma com ele - eu levanto a cabeça e lhe dou um tapa realmente forte na face.

– Seu idiota... por que fez isso? Sabe que poderia ter me matado por dentro, não é? - e assim que falo isso, lhe abraço - Estúpido e bobo Sherlock.

– Quanto ao corpo... presente de Molly. O último deles. Assim que paramos de resolver crimes juntos, eu admito que não conseguia ver rumo à minha vida - ele hesitou, um pouco tímido: eu não conseguiria imaginar Sherlock tímido daquele jeito nem em um milhão de anos - e assim não havia mais necessidade de visitá-la, por isso a despedida. Borracha, dependendo da composição pode se assemelhar muito à pele, quanto ao pulso, eu acho que você pode deduzir facilmente que...

– Sherlock, eu só quero uma resposta: por que exatamente você fez isso? Não foi o melhor dos presentes de aniversário, inclusive... foi ridículo de sua parte... por que você... - eu soluço um pouco - por que fez isso?

– John... lembra da primeira vez em que te fiz sorrir? Quando corremos atrás de um táxi, por toda a cidade, sem razão aparente nenhuma. Exatamente o que está pensando. Eu queria comprovar uma tese.

– E que maldita tese seria essa?! - grito.

– O beijo. Aquilo eliminou minhas dúvidas. Você de fato me ama.

– Sherlock... - eu olho para sua face, corado - não se apresse em tomar conclu...

– John, eu nunca disse que isso era um problema. Afinal, eu... sinto o mesmo por você, e eu precisava disso para te dar o melhor aniversário de todos.

– Mais alguma coisa? Sr. Holmes?

– Espero que minha dedução esteja correta - ele se aproxima e me dá um beijo longo, que fez meu coração disparar de forma que nenhuma pessoa jamais havia feito - John Watson, eu te amo.

Eu dou um riso breve que se embola com um soluço. Eu empurro novamente a porta do apartamento, que continuava aberta. Lhe puxo para dentro e, finalmente, fecho a porta.

– Você é um louco, Sherlock. E eu amo isso.

– "Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura." Nietzche.

Assim que estamos no andar de cima, Sherlock me abraça, segurando firmemente minha cintura e beija meu pescoço.

– Sherlock, eu não tenho palavras pra descrever o quão imensamente estranho isso é.

– Ah... - ele pensa consigo mesmo, um pouco triste, e me solta - é claro que não precisamos de fato fazer isso.

– Também não tenho palavras pra descrever o quão imensa é minha vontade de prosseguir, nesse exato momento e demonstrar a intensidade do meu amor.

Ele sorri, e me beija mais uma vez, segurando minhas mãos contra a parede. Ele me beija mais uma vez, mais profundamente, e desvencilha a mão direita da minha. Depois de algum tempo, ele finalmente começa a abaixar minhas calças.

Dou uma risada ao perceber a falta de jeito dele, mas faço o mesmo. Os momentos seguintes foram os melhores que eu já presenciei em toda minha vida, e assim que me dou conta, Sherlock está me penetrando suavemente, mas cada vez mais rápido e forte, enquanto diz o quanto me ama.

Quando paramos, era quase meia noite, então levo Sherlock para a cama e nos deitamos.

– Sherlock Holmes, você é um idiota. E esse idiota, me deu o melhor aniversário que eu poderia desejar. E, acima disso, me deu a melhor vida, que qualquer um nesse vasto universo poderia um dia desejar.

Adormeço com um sorriso estampado na face. Um sorriso que agora seria permanente.


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Notas finais do capítulo

"Enf-... - meten-... coloc-... PENETRANDO! Eis a palavra que eu procuro!"



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