O melhor Hunter escrita por Nepheling


Capítulo 14
A caverna dos quatro olhos




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–ISSO É TUDO CULPA SUA GIN!!!! – Wdwun gritava como louco enquanto corria

– Não sei do que está falando Dwun.

– Meu nome é Wdwun, Wdwun, com W; W!!!! Quantas vezes vou ter de te falar ?

– Olha a cabeça – Anelka dizia enquanto saltava por cima dos dois.

Ging deu uma olhada para trás e abriu um sorriso largo, dezenas de criaturas parecidas com cães, só que com duas cabeças e 6 patas, corriam atrás deles, possuiam uma bocarra enorme e dentes gigantescos, espumavam pela boca e seus 2 pares de olhos brilhavam em um tom de lilás. Tinha certeza que era uma espécie nova e extremamente perigosa, mas não conseguia ficar assutado diante daquelas novas criaturas. Havia achado uma coisa única, era a sua primeira descoberta e estava extremamente feliz por causa disso.

– PARA DE RIR MALDITO, VOCÊ VAI ACABAR MATANDO A GENTE!!!! – Wdwun o fez voltar a realidade.

Enquanto os três corriam dentro do grande templo em ruínas, a luz que vinha de longe sempre em frente indicava a saída. Aceleraram mais um pouco, Anelka à frente, a menina era rápida, porém Ging estava logo em seguida e Wdwun por último faziam todos avançarem na mesma direção. As criaturas ao verem que a saída estava próxima apertaram o passo, dessa vez se moviam com rapidez espantosa e logo iriam alcançar os jovens.

Faltavam 100 metros, o cheiro da mata que cercava o templo ja chegava ao nariz aguçado de Ging, porém as criaturas continuavam atrás deles, incansáveis e dessa vez diminuindo a distância entre eles. 60 metros, ele ja conseguia ouvir os barulhos das gotas de chuva do lado de fora caindo nas folhas das árvores, ao mesmo tempo que sentia a respiração quente das criaturas em seus pescoços, Wdwun estava pálido correndo o máximo que podia. 30 metros, a saída estava a poucos passos, mas era evidente que o último não conseguiria chegar lá.

Ging parou.

Anelka ainda estava a frente e olhou de relance para o hunter enquanto corria. Milésimos de segundos após ter parado Wdwun o ultrapassou olhando com uma cara de quem não entendia nada. Ao ver o jovem parado os animais avançaram em direção a ele, bocas abertas, dentes afiados, garras mortais. Eram pelo menos 20 ou 30, conforme saltavam e tentavam mordê-lo Ging fazia uma dança suave, desviando no último instante, o mínimo de movimentos. Anelka, que já havia saído olhava espantada para tamanha leveza nos movimentos.

GYU- Ela havia ativado seu NEM

Assim conseguia ver que Ging havia criado um EN de 30 metros em volta dele, até a saída e tudo que entrava ou estava dentro de seu alcance ele podia sentir, dessa forma desviava de todos os ataques. Porém, mesmo com a ajuda do EN era necessário um reflexo quase que sobre-humano para escapar de tantos ataques em tão pouco tempo. Assim que Wdwun saiu do templo, e do alcance do EN de Ging o jovem hunter explodiu sua aura com tamanha força que jogou vários animais para trás. Alguns milésimos de segundo de trégua, suficientes para que ele pudesse iniciar sua corrida novamente em direção à saída.

Os monstros logo voltaram ao seu encalço, com mais fúria e velocidade do que nunca, - 10 metros – Ging pulou em direção à saída, junto com pelo menos meia dúzia de animais que acompanharam sua manobra em seu encalço e mais, algo em torno, de duas dúzias ainda correndo, porém, quando os que estavam em pleno salto tentavam arrancar a carne da sua presa, ao saírem do templo, todos, instantaneamente, pararam.

A acrobacia de Ging o deixava alguns metros fora do templo, com os animais a centímetros de sua perna. Mas algo estava estranho, os “cães” de dentro do templo pressentiram, somente rosnavam e latiam sem entender e sem coragem de sair. Wdwun respirava ofegante, mãos no joelho e cabeça baixa, tentando recuperar o fôlego. Anelka ainda olhava uns instantes para Ging espantada e outro instante para os cães, mais espantada ainda.

Os animais deitaram no chão, cabeça baixa, rosnavam baixinho, mas não ameaçavam atacar, pareciam lutar contra sua vontade, sentiam o sabor da presa tão próximo e isso deixava seus sentidos de caçadores ao máximo. Mesmo assim nenhum deles avançou.

– Ufa, Obrigado List – Disse Ging olhando para o jovem hunter no alto da copa de uma árvore. – Pode mandar os cães la pra dentro, procuramos tudo lá e não havia sinal do sensei.

Como que se estivessem entendido o que o hunter havia acabado de dizer, os animais se levantaram e caminharam de volta à entrada do templo. Segundos após entrarem e se abrigarem da estranha chuva, era visível que a antiga ferocidade e instintos assassinos voltavam a dominá-los. Mas a lição havia sido aprendida e ao mesmo tempo que havia ódio nos olhares daqueles animais o medo do contato com aquela água estranha que caia do céu os mantinham do lado de dentro do templo.

– Anelka, pode lacrar a entrada – finalizou

A menina tirou um aparelho eletrônico do bolso e com o apertar de um botão uma grande explosão logo acima da entrada soterrou o local mantendo as feras presas do lado de dentro.

Ging sacudia a poeira de suas roupas enquanto Wdwun ainda recuperava o fôlego. Anelka estava ao lado verificando mais alguns componentes eletrônicos e List descia da árvore.

– Caraca List sua habilidade é da hora, incrível mesmo.

– Obrigado Ging-san – respondeu encabulado.

– Ei Ging que palhaçada foi aquela lá trás ? Por que voltou pra me ajudar ?

– Ora, só achei que List precisava de mais alguns segundos para preparar o NEM dele, o fato de ter te ajudado a escapar foi só coincidência.... se bem que.... se você tivesse sido comido pelos animais também daria tempo dele se preparar e eu não iria correr riscos. Droga, agi sem pensar...

Wdwun estava vermelho.

– Então quer dizer que foi tudo coincidência seu maldito, você ia me deixar morrer ??

– Bem eu achei que você não gostaria que eu te salvasse.

– E NÃO GOSTARIA MESMO!!!! - Enquanto gritava o hunter parecia confuso. – Eu posso me defender maldito. – Completou em um tom mais baixo.

– Ok, então estamos resolvidos. – sorriu – Anelka, você pegou o aquilo no templo antes de sermos atacados ?

– Uhum, então você também viu ? - A menina enfiou a mão no bolso da calça e tirou um pedaço de papel, ao passar para Ging ela sentiu as pontas dos dedos dele tocar nos seus, no mesmo instante sentiu seu coração pular. Soltou o papel na mão do hunter e rapidamente recolheu-se em seu espaço, o rosto meio vermelho e a respiração imperceptivelmente mais forte.

Ele leu o papel, amassou entre seus dedos e atirou na mata.

– O que dizia Ging-san

– Dizia “Ele não está aqui”. Parece que mais alguém sabia que meu sensei tinha estado nesse local por último, antes de ir para o nosso acampamento e desaparecer, e pior, parece que também está procurando ele.

O jovem hunter olhava para a caverna, para a mata e para as incertezas que estavam aparecendo a sua frente.

– Parece que as coisas vão ficar interessantes. Conluiu


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