Frio. Gelo. Essas seriam as duas palavras em que eu pensaria antes se me perguntassem sobre Draco Malfoy. Frio, como aqueles olhos acinzentados que me lembravam da chuva, ou uma ventania antes do temporal. E frio, como a linha fina que seus lábios se tornavam assim que me viam passar por qualquer corredor de Hogwarts em seu caminho.

E gelo. Pois essa era a sensação que eu tinha assim que ouvia as mesmas duas palavras saírem dos seus lábios, para me ferir como por brincadeira. “Sangue ruim.” Gelo descendo pela minha garganta, caindo devagar no estômago, e fazendo subir todo o calor que havia ali, na forma de xingamentos, tapas ou lágrimas.

Além dessas duas palavras, sempre me vinha uma torrente de xingamentos, é claro. Doninha albina. Filho da cobra. Língua bifurcada. Bastardo. Covarde. Magrelo. Rico mimado. E depois me vinha a pena, porque mesmo sendo um Malfoy, nem Draco merecia aquela vida, aquele ódio.

Mas depois do ocorrido nos últimos meses, eu não sabia mais que palavra usaria para definir Draco Malfoy.