Acabou que, como estávamos em três e o homem estava sozinho, nós o vencemos. Hermione saiu apenas com um corte no braço, Harry com um arranhão na perna e eu saí intacta. Não que eu ficasse feliz ao vê-los nesse estado.

– Oras, por que esse maluco tentou nos atacar? – berrei.

– Ele é um comensal. – disse Harry, bastante calmo.

– Como? – indagou Hermione.

– Olhe. A Marca Negra. – ele puxou a manga da blusa do homem.

– Mas oque eles querem de nós? – berrei, de novo.

– Acho melhor voltarmos. – disse Hermione.

– Exatamente, vamos voltar e tomar um longo banho e... – Harry dizia.

– Não! Voltamos para Londres. – disse Hermione, muito calma.

– Mas nós acabamos de chegar! – berrei.

– Exatamente, e já fomos atacados. – ela rebateu.

– Se vieram atrás de nós aqui no Brasil, por que não iriam lá? – indaguei.

– Acho que seria bem mais fácil enfrentarmos eles lá. Aqui é o Brasil! Nós não temos ninguém para nos ajudar, além do que alguém poderia sair ferido. Pense bem, Clarisse. – ela disse, calma. Eu bufei, cruzando os braços.

– Não gosto dessa ideia. – murmurei. Senti um braço passar sobre meu pescoço e me virei para encará-lo. Harry obtinha um sorriso nos lábios, não parecia estar nervoso ou algo do tipo.

***

Estamos no avião. Calma, vou mostrar a minha falsa animação. Uhu! Tá satisfeito? Eu não. Pra variar, Ronald deu o seu chilique ao entrar no avião, e quase beijou o chão quando pousamos em Londres.

– Clima frio e chato. Uhu! – berrei, irônica.

– Deixa de ser chata, pra tudo reclama. – disse Gina.

– Quem está reclamando agora, pirralha? Da próxima vez, quando estivermos indo para o Brasil, eu te jogo no Oceano. – berrei.

– Janela de avião não abre. – ela disse, com um sorriso falso.

– Mas eu sou maior de idade e a minha varinha funciona. – devolvi o sorriso falso e ela fechou a cara.

– Vocês duas são tão chatas. – disse Ronald, levantando as mãos.

– Hermione, dá um jeito no seu namorado antes que eu arranque os olhos dele, beleza? – eu falei, fingindo um olhar sinistro.

***

"Querida avó.

Sinto muito por ter ido embora dias antes do Natal. Os quatro sabem o quanto eu os odeio por isso. Sinto sua falta, sempre. Mamãe e papai andam bastante ocupados. Achei que tudo melhoraria depois da batalha, mas não. Harry anda defendendo demais a Gina, aquela ruiva idiota. Ronald e Hermione brigam o dia inteiro. Passo praticamente o dia inteiro na casa dos Weasley's, já que a minha casa fica bastante longe.

Já que Hermione lançou o feitiço Obliviate em seus pais, ela vive bastante triste. Eu sinto falta de Fred. O meu único amigo aqui é Jorge, que está sempre me atentando. Enfim vovó, como eu já disse, sinto sua falta.

Esses dias, achamos um rádio. Obviamente, os Weasley's não sabiam oque era um rádio, mas desconsidere. Todos dançamos loucamente até Sr. Weasley vir nos ameaçar. Acho que é só, vovó. Te amo muito.

Escreva-me em breve, Clarisse Maslow."