Capítulo 33

– Meri sou eu! – a voz familiar continuava a me dizer. Foi quando acordei. Olhei em volta mas não reconheci o lugar, procurei algo semelhante mas não encontrei. Droga! Onde eu estava? O que havia acontecido? –

– Onde eu estou? – perguntei.-

–Na floresta. Você estava gemendo, tendo um pesadelo... eu acho. – a voz me disse.-

– Quem é você? – Eu disse, tentando desembaçar minhas vistas.

– Sou eu Meri. Droga! Você deve ter batido com a cabeça. Vamos. Eu vou te levar até um lugar mais seguro. A voz se aproximou mais, e foi quando eu o vi. Ethan. –

– Ethan? O que fazemos aqui? O que houve? Eu só me lembro de... há não! Kriss... ela... o bebe. Seu filho! Eu quis tanto evitar isto, mas não consegui me perdoe, por falhar Ethan.- eu disse.-

– Houve uma invasão no castelo, um ataque misto. Terrível, um dos piores já vistos. Eles querem o fim da monarquia do rei Clarkson e o fim das castas. Sulistas e Nortistas se uniram para derrubar o rei. Mas infelizmente temos, sempre a ovelha negra. Alguém contou ao rei sobre nossas intenções de ataque. Então muitas pessoas morreram.- ele disse-

– Sim a Kriss... morreu. Mas espere. De que filho você fala?- ele me disse com a voz triste.-

– Do seu hãn.... filho? – eu disse hesitante-

– MEU FILHO? COMO ASSIM?- ele disse aos berros-

– her... pelo visto você não sabia... – eu falei-

– NÃO SABIA. AGORA EU IRIA TER UM FILHO COM A KRISS, E NÃO SABIA? COMO PODE ISTO?- ele pergunta aos gritos.-

– Eu não sei, eu apenas descobri, ao acaso. Ela me confessou. Talvez ela ainda fosse conta-lo quando tudo aconteceu. Foi tudo muito rápido. Eu só me lembro dela sair do meu quarto, e depois soar o alarme. Quando eu e Maxon saímos do quarto, um minuto depois, um rebelde já havia capturado ela. Daí ela levou um tiro no coração, e depois... você sabe... ela morreu. E como eu vim parar aqui? Estamos na floresta Ethan. Eu sei que desmaiei. Mas como viemos para cá? Onde esta o Maxon? EU quero vê-lo. Ele esta bem? O que houve? ME DIGA!- eu disse. Sem notar as lagrimas já percorriam meu rosto.-

– Acalme-se! Eu perdi a mulher que amo, meu filho que eu nem sabia que existia. E ainda tenho que lidar com você?! Céus eu não mereço tanto! - ele bufou- Você desmaiou. Eu te encontrei nos braços de um rebelde sulista. Ele estava te levando. Eu consegui retira-la dos braços dele. Mas antes houve muito derramamento de sangue. Eu não vi o príncipe Maxon. Não sei onde ele está. Mas acho que ele, devia estar cuidando de você. Afinal hoje vocês dois iriam se tornar noivos. – disse ironizando.-

– Me poupe Ethan! Eu só quero voltar para o castelo, eu preciso vê-lo. Saber como ele esta. – eu disse, e comecei a andar. Foi quando ele me barrou.-

– Você não vai a lugar algum assim. Primeiro cuide de si mesma, e depois iremos ver o príncipe – ele disse autoritário.-

– Você não manda em mim! Você deveria cuidar da Kriss e do seu filho! Me largue em paz! – eu vociferei. Foi quando notei a dor em seus olhos quando mencionei Kriss.- Céus! Ethan me desculpe! Perdão, eu sou uma horrível. Você perdeu duas pessoas em um só dia. –

– Eu não sabia desta criança! Caramba! Que tipo de homem você acha que eu sou? Ou você pensa que eu sou um rato? Não America eu sou homem. Eu sei exatamente como um criança fica sem pai. Eu cresci sem um. Sei exatamente o quanto doí. Você era cinco, mas tinha sua família perfeita. Eu cresci sem pai, e sem mãe. A minha mãe morreu quando eu era um garoto apenas, e meu pai nunca se importou comigo. Sofri muito, até o dia em que fui acolhido no acampamento dos rebeldes. – arregalei meus olhos. Não que eu não soubesse que ele era rebelde. Mas não sabia que ele havia sido criado por rebeldes.-

– E quer saber de uma coisa? Eu sou nortista, fui criado por eles e tenho muito orgulho de ser. Aprendi a preservar minhas raízes. Eu odeio O rei com todas as forças do meu ser. Ele é o ser mais desprezível que eu já tive, o desgosto de conhecer. Graças a ele minha mãe morreu. – ele disse.-

– Como assim? Eu não entendo o que ele tem a ver com isto? – eu perguntei atônita.-

– Ela está aqui! – eu ouvi alguém dizer.-

– Achamos ela! Vamos logo! – outra voz disse.-

– Vá America, eles vieram te buscar. Vá são os guardas, mas tome cuidado, os rebeldes não descansarão até conseguir o que querem.

– E o que eles querem? – perguntei-

– Você sabe bem o que é. E só você pode dar a eles. Tome cuidado. – ele disse.-

– Como assim?- perguntei, mas ele já havia desaparecido nas sombras.-

– Senhorita? – um dos guardas me chamou.-

– Sim? – perguntei-

– Você esta bem? Como chegou até aqui? – o outro guarda perguntou-

Mas eu estava aérea me lembrando da ultimas palavras de Ethan. “Você sabe bem o que é. E só você pode dar a eles. Tome cuidado.” Isto se repetia em minha cabeça, sem parar. Durante toda a caminhada de volta, eu continuei a pensar sobre isto. Até a hora que cheguei no castelo, e bati os olhos em Maxon. Ele estava com os lábios cortados, e um machucado na mão. Andava de um lado para o outro, passando a mão em seus cabelos. Eu sabia que quando ele fazia isto. Ele estava nervoso. Ele percebeu que eu sumira e ficou assim.

– Max... – sussurrei. Ele se virou rapidamente, e dei de cara com seus olhos castanhos assustados. Eles tinham algo de diferente além de susto, algo como dor.-

– America! – ele disse e veio ao meu encontro.- Hoh minha querida! Não faça mais isto, por favor! Me prometa! Não posso perder mais uma pessoa que amo... – ele disse.-

– Espere... quem você perdeu? Kriss? Você amava a Kriss? – eu perguntei.-

– Não, não. Não era a Kriss. Ela morreu sim, seus pais pediram para enviarmos o corpo dela para ela ser enterrada. Mas faremos amanhã também uma despedida em sua homenagem. – ele disse com um olhar triste.-

– Mas então... quem morreu? Onde está a rainha Ambrelly?- eu perguntei-

– Ela esta bem... na enfermaria. – ele disse.-

– Então...? Diga Maxon! Não aguento isto, o que houve quem morreu??- eu perguntei.-

– Quem morreu foi... meu pai, America. Ele levou um tiro dos rebeldes sulistas, quando ele reagiu. Um deles, tentou... ele... ele tentou abusar da minha mãe. Então, meu pai reagiu e matou o infeliz. Mas o outro que estava com ele matou meu pai. Ele morreu em cima de minha mãe. Ela esteve com ele no seu ultimo suspiro. Eu não estava lá Meri, eu estava em sua procura. – ele disse, e desabou a chorar.-

– Max... eu sinto tanto...- eu disse. E sentia. Apesar do rei, ser desprezível, Ambrelly e Maxon o amavam. Não sei como ela deve estar agora. Maxon esta inconsolável. Imagine Ambrelly. Ela perdeu seu marido. –

– Meri... não posso... licença. – Maxon disse e saiu, foi na direção da sala de reuniões de seu pai. Eu iria atrás, dele mas notei que ele precisa de tempo. E acho que seria mais útil eu ajudar Ambrelly. Ela deve estar um caco. Vou pergunta-la se ela deseja que eu chame sua família. Vou andando em direção, a enfermaria. Quando cheguei a enfermaria, falei com uma enfermeira. E ela me conduziu até a sala de observação. Ambrelly estava lá, em estado de choque. Lagrimas desciam dos seus olhos, que estavam arregalados e vermelhos. Seus cabelos que sempre estavam bem organizados, agora estavam bagunçados. Seu vestido estava todo rasgado, e amassado. Ela estava coberta de sangue. Por seu corpo, cabelo, e roupa.

– Ambrelly? – chamei. Silencio. Ficamos uns minutos em silencio até que ela disse:

– Ele morreu America, tentando me defender. Depois que eu briguei com ele hoje, por ele bater no Maxon ficamos sem nos falar. Ou melhor não brigamos. Eu o ameacei, e xinguei-o. Mas, mesmo assim, ele me defendeu quando aquele homem, quis abusar de mim. Ele apareceu e atirou nele. O homem estava em cima de mim, me acariciando. Quando ele chegou. Poucos minutos depois quando nos, estávamos saindo do abrigo. Outro rebelde veio por trás, e atirou nele. Atirou na cabeça dele. Ele caiu em meus braços. E suas ultimas palavras foram “ Eu te amo”. Não pude dizer, a ele o quanto o amava. O rebelde tentou me matar também. Mas logo após um guarda, veio e o rendeu. Ele morreu na minha frente. E aqui estou, no pior dia de minha vida, sem meu primeiro e único amor. Eu vi o desespero de Maxon quando ele não te encontrava. Ele te ama querida. Aproveite enquanto você tem ele aqui. Nunca o deixe ir, sem saber sobre seu amor. – Ambrelly disse, e desabou a chorar.-

– Ambrelly! Posso? – eu disse me aproximando. –

– Sim querida, um abraço não faria mal agora.- ela disse. Eu a abracei, e ela desabou. Chorou por um grande tempo. Eu também chorei. Não pelo rei. Mas por Ambrelly e Maxon. –

Depois de ficar um tempo com Ambrelly eu subi ao meu quarto para tomar banho. Quando cheguei em meu quarto, vi Anne, Mary e Aspen, consolando Lucy. Ela estava aos prantos, como sempre ficava ao fim de um ataque. Mas hoje ela estava melhor. Ela estava mais protegida com Aspen ao seu lado. Segundo relatos de Anne, eles dois estavam namorando. Mas Lucy negava. E Aspen nunca disse nada. Mas hoje tive a confirmação, fiquei feliz por eles. Aspen e Lucy mereciam ser felizes. Eles são duas pessoas que sofreram para subir na vida.

– Olá.- eu disse hesitante. Quando todos focaram os olhos em mim, enrubeci. –

– America! – todos disseram em uníssono. Anne e Mary vieram até mim. Aspen continuou a consolar Lucy, que por sua vez estava mais calma.-

– Onde você esteve? – perguntou Mary.-

– Como você esta? – perguntou Anne.-

– Estou bem meninas, eu estive desmaiada. Os sulistas tentaram me levar, mas um guarda conseguiu me resgatar. Foi quando acordei na floresta. Daí vim para o castelo, e fiquei sabendo sobre o rei. E Kriss.- eu disse.- Meninas, eu quero tomar um banho... Mas não, preciso de ajuda. Obrigada. Podem ir descansar amanhã vejo vocês de manha. – eu disse notando, que elas não gostaram muito da ideia. Mas elas também estavam exaustas. Depois de um pouco de relutância, todos saíram. Quando eles se foram, eu fui para o banheiro. E tomei meu banho. Estava cansada. Essas invasões, esses ataques, estas mortes tinham que acabar. Eu tinha que entrar em contato com os rebeldes e convence-los de parar com este ataque em troca do fim das castas. Agora que o rei seria Maxon, talvez fosse tudo menos complicado. Pensei. Saí do banheiro, enrolada em meu roupão. Quando cheguei ao meu quarto, notei um envelope em minha escrivaninha. Peguei-o. A caligráfia me era familiar, não sei de quem era. Mas já tinha visto antes. Abri o envolope e retirei uma carta.

Abri e comecei a ler. A carta dizia:

America querida, sabemos que não gosta de ser chamada assim. Mas azar o seu. A chamaremos como quisermos. Precisamos deixa-la ciente que somente você, tem o poder de mudar nossa opinião. Nos queremos o fim das castas. Mas existem os sulistas que desejam o fim da monarquia. O fim do rei Clarkson ( que não é mais um problema.)

E desejam o fim das castas. Eles estão se unindo a nos, com o objetivo de eliminar as castas. Desde que vimos sua apresentação, no jornal oficial soubemos que você era exatamente quem queríamos como princesa e consecutivamente rainha. Precisamos que aceite fazer parte de nosso plano. Nossa primeira exigência é tela como rainha. Queremos que fique noiva do príncipe e aguarde novas instruções. Se não virmos amanhã, o anuncio de seu casamento real, com o príncipe, no jornal. A rainha sofrerá as consequências. Repasse o recado ao seu amado. E ajam antes que seja tarde, e ela tenha que se juntar aos anjinhos no céu. Porque com certeza o rei estará em outro lugar. Andem depressa, vocês tem somente, até as 20:30 da noite de hoje . Senão, aguentem as consequências.

Os: espero que mostre o bilhete ao príncipe. Você não gostaria que ele recebesse, de repente alguns arquivos que temos, incriminando sua pessoa.

Assinado

Vice- líder dos Nortistas.

Quando terminei de ler, eu estava pasma. Não sabia o que fazer ao certo. Fiquei um bom tempo encarando o papel. Até que então decidi procurar Maxon e mostra-lo o papel. Saí do meu quarto, e fui andando em direção ao quarto de Maxon. Passei pelos quartos das outras meninas. Agora estava tão vazio. Quando passei em frente ao quarto de Elise, parei e a observei.

Ela estava arrumando suas malas.

– America! Que bom, saber que você esta bem. – Ela disse, mas eu notei a tristeza em sua voz.-

– O que houve? Está triste pelo rei e Kriss?- perguntei-

– Também. Na verdade estou mais triste porque amanhã depois da decisão do Maxon. Que já sabemos qual será. Eu irei para casa. E sentirei falta daqui. De vocês, fora que quando puser meus pés em casa terei que me casar com “ELE”. Egoísta de minha parte não? – ela disse.-

– De modo algum, eu te compreendo. Também sentirei sua falta. Venha aqui quando quiser. Vou torcer por você. Para que dê tudo certo com você. Mas porque você não pode escolher com quem se casa? Tente convence-los. Parece que no Brasil, aquele país aqui perto. Eles, podem escolher. Tente Elise. Não custa tentar. – eu disse. –

– Vou fazer isto America obrigada.- ela disse me abraçando.-

– Agora vou sair para que você possa terminar. – eu disse e me dirigi até a porta. Foi quando me lembrei.- Hah Elise, me escreva sempre, telefone. E venha no dia de meu casamento. Eu enviarei os convites.- eu disse e saí.-

Continuei a andar, e cheguei ao quarto de Maxon. Bati na porta, e ninguém atendeu. Bati novamente e nada. Bati mais uma vez, já impaciente, e nada. Empurrei a porta e vi Maxon, sentado desolado em uma poltrona olhando uma foto.

Aproximei-me dele e o abracei. Ele retribuiu o abraço. Continuamos abraçados por um bom tempo, até que ele notou o papel em minhas mãos. Ele tirou e abriu. Enquanto lia, ele franzia o cenho. Fiquei tensa com medo de sua reação.

– Mas que diabos...? – ele disse e começou a andar de um lado para outro.-

– Max... acalme-se... – eu disse.-

– ME ACALMAR? AMERICA EU PERDI MEU PAI. POR PIOR QUE ELE FOSSE ERA MEU PAI. MINHA MÃE, ESTA EM ESTADO DE CHOQUE DEPOIS DE TUDO ISTO. UMA DAS SELECIONADAS MORREU. EU ACABO DE LER UM BILHETE DOS REBELDES, QUERENDO MANDAR EM MINHA VIDA. EM QUEM EU DEVO OU NÃO ME CASAR. AGORA VOCÊ QUER QUE EU TENHA CALMA??? A CALMA PARA O INFERNO! EU ESTOU COM RAIVA! AGORA TEREI QUE ME CASAR RAPIDAMENTE, PARA ASSUMIR O TRONO. PORQUE MINHA MÃE NÃO CONSEGUIRÁ. ELA IRÁ PARA UMA VIAJEM, PARA MELHOR DESTE TRAUMA. – Ele vociferou. Sem perceber eu comecei a chorar. Eu estava cansada desta seleção. Eu queria ir embora. Mas não conseguiria. Meu coração pertencia a ele.-

– Eu queria poder fazer algo por você Max. Eu queria ir embora, tirar este peso de suas costas. Mas eu não consigo. Eu aprendi a ama-lo. – eu disse.- Eu queria conseguir ir para casa. Eu sinto falta da minha vida, da minha família. Mas eu não consigo pensar, em abandona-lo. Só pensar já provoca um forte dor no meu peito. Eu sei que te amar assim será minha tragédia. –

– Sinto muito Meri fui tão grosso com você. Me perdoe. Eu quero me casar com você. Mas são tantos problemas, tantas coisas... que eu fico meio doido. Me perdoe? – ele disse e beijou minha testa.-

– Eu não tenho o que perdoar Max. Só por favor tome cuidado. – eu disse. Saindo.-

Fiquei no meu quarto o resto da tarde. Quando estava chegando perto da hora do jornal chamei as meninas. Que me arrumaram.

Lucy me ajudou com o banho, e com meus cabelos. Ela fez um belo coque nos meus cabelos.

Anne me ajudou a passar cremes no meu corpo e me perfumar. Depois ela, fez uma leve maquiagem em mim.

Mary chegou uns minutos depois com meu vestido. Quando eu estava pronta desci as escadas. Mas quando cheguei ao fim. Havia um guarda a minha espera.

– Senhorita, devo acompanha-la. Pois o jornal será filmado em um local diferente hoje.- ele disse e me conduziu até o jardim. Depois outro guarda apareceu e fomos até o local onde houve o castigo de Marlee. Haviam muitas pessoas lá. E um palco a nossa espera. Elise já estava lá, com Maxon, Gavril e a rainha. Enquanto eu era escoltada até o palco. Encontrei a menina que tinha o cartaz “as ruivas dominam” no inicio da seleção. Ela segurava um cartaz igual ao de antes. Quando me aproximei dela. Parei e dei um abraço nela. Perguntei seu nome, e depois saí. Mais a frente dei alguns autógrafos. E enfim cheguei ao palco.

A hora decisiva havia chegado. Era agora ou nunca.