Nunca Perderei Você escrita por Mariii


Capítulo 11
Contas a acertar


Notas iniciais do capítulo

Wow!
Capítulo meio tenso, apesar dos pesares.
Espero que gostem, e não se choquem muito... u.u



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– Donovan? – John estava com uma expressão de quem não entendia nada, enquanto Molly desligava o celular com as mãos tremendo. De raiva.

– Sim. Como não percebi antes? – O cérebro de Sherlock agora trabalhava a todo vapor. – Irene precisava de informações. Precisava de uma aliada que nos conhecia. Provavelmente Irene tinha se envolvido com o magnata que sequestrou a garota e sabia de tudo que acontecia lá. Ela plantou a informação e Donovan tratou de espalhar. O dia na fábrica, outra armação de Irene que Donovan levou para frente. E no dia que pedi apoio da polícia, Donovan estava ouvindo atrás da porta. Eu devia ter percebido isso! Estava tão preocupado com toda a história com Irene, que não liguei os pontos.

Molly torcia as mãos. Queria enforcar Donovan. Queria matar Irene. Sherlock percebeu o nervosismo dela e acariciou seus ombros. Ela o encarou e eles souberam que algo teria que ser feito em breve.

Os dias se passaram lentamente enquanto Sherlock terminava sua recuperação no hospital. Quando ele finalmente teve alta, Molly o levou para Baker Street. Era tão bom voltar a estar ali. Sentia-se verdadeiramente em casa.

Mycroft tinha conseguido fazer com que a polícia prendesse Donovan e ela confessou as armações que tinha feito. Agora tentavam arrancar dela possíveis esconderijos de Irene, mas ela se negava a falar qualquer coisa a mais.

Distraiu-se por alguns minutos e quando foi atrás de Sherlock ele estava com uma pequena serra cortando o gesso de seu braço.

– O que você está fazendo? Está louco?

– Nós precisamos ir até Donovan. E depois encontrar Irene. Você espera que eu faça isso com gesso?

Molly o encarou abismada.

– Você não pode tirar, Sherlock. Seu braço está cicatrizando.

– Eu sei o que estou fazendo, Molly. Agora me ajude com isso.

Ela hesitou alguns segundos, mas sabia que nada faria o detetive mudar de ideia. Já o conhecia muito bem. Ajudou-o a serrar o gesso. Analisou com cuidado o braço dele e viu que a situação não estava tão ruim. Provavelmente estava bem perto de cicatrizar totalmente. Ele movimentou a mão e ela percebeu que sentia ainda um pouco de dor, que nunca assumiria.

Sentaram-se em suas poltronas, um de frente para o outro. Precisavam pensar. Teriam que chegar até Irene de alguma forma. A primeira opção era ir até Donovan.

Levantaram-se e foram juntos até a delegacia onde Donovan encontrava-se. Chegando lá, um tumulto ocorria na porta. Avistaram Mycroft. O que ele fazia ali? E curiosamente parecia estar brigando com Lestrade. Alguma coisa estava muito errada.

– O que aconteceu aqui? – Sherlock chegou perguntando.

Lestrade pareceu envergonhado. Mycroft tomou a frente.

– Aconteceu que os exemplares guardas dessa espelunca cederam aos encantos de Irene Adler. Foram colocados para dormir e Donovan sumiu.

Molly sentiu Sherlock apertar sua mão. Ele virou-se para Lestrade.

– Você permitiu que isso acontecesse? – Sua voz estava fria e perigosa.

– Não, eu não estava aqui. Eu pens...

Não teve tempo de continuar antes que o braço de Sherlock voasse em sua direção e um soco atingisse sua face, deixando uma marca vermelha que não demoraria a arroxear. Parecia que o braço dele tinha melhorado mesmo. Molly puxou-o pelo outro braço, o qual suas mãos ainda estavam entrelaçadas.

– Acalme-se. Não vai resolver assim.

Seus olhos encontraram o dele. E ela viu seu rosto suavizar. O celular de Mycroft tocou e ele se afastou para atender, parecendo tenso. Quando voltou ao se aproximar, a tensão tinha se dissipado, dando lugar a alívio.

– Temos boas notícias. Para sua sorte, Lestrade, um de meus agentes percebeu uma movimentação anormal e conseguiu seguir o carro que levou Donovan e Irene. Ele esteve sem comunicação e só agora conseguiu me avisar. Parece que estão em uma casa isolada, escondida em meio a uma mata.

Sherlock e Molly se entreolharam. Não precisaram de mais nenhuma palavra. Correram e pegaram o primeiro táxi que passou, enquanto Mycroft enviava o endereço para o celular de Sherlock. Avisaram John e Mary e todos se encontrariam no antigo apartamento de Molly.

Chegaram antes do casal Watson e rapidamente trocaram de roupa. Mycroft enviara uma planta da casa e Sherlock a abria em um laptop. Molly olhava para todas as armas disponíveis, tentando se decidir por quais levaria.

– Sherlock?

– Hum?

– Você vai me deixar matá-la?

– Por que não deixaria?

Ela sorriu quando ele nem ao menos hesitou. Percebeu que apesar de tudo, só naquele momento sentiu-se totalmente segura de que Sherlock não sentia mais nada por aquela vaca. Agora tinha mais um motivo para escolher bem suas armas.

Aproximou-se dele, o admirando por alguns instantes. Sherlock ficava extremamente sexy nessas roupas pretas. Momento estranho para sentir desejos, pensou ela. Chegando perto de suas costas, passou os braços por sua cintura e o abraçou. Ele segurou uma de suas mãos e continuou com os olhos fixo na tela do computador, analisando todas as possibilidades.

Sherlock ouvi-a rir às suas costas e virou-se para ela.

– O que foi? – Perguntou carinhosamente enquanto acariciava seu rosto.

– Você está parecendo o Khan.

Viu a expressão de dúvida que apareceu em seu rosto.

– Se você visse algum filme na sua vida, você entenderia.

Ele meneou a cabeça em desdém e a puxou, selando os lábios dela com os seus.

Foram interrompidos pelos Watson que adentraram ao apartamento.

– Oi pessoal, percebo que vocês estão bem focados. – John diz rindo e Mary o cutuca com o cotovelo. Molly e Sherlock riem, o que mais poderiam fazer?

Depois disso, tudo se passa em um mistura de estratégias, rabiscos, teorias, ensaios, etc.

–-- --- ---

Estavam próximos a casa, em meio a algumas árvores. Já conseguiam avistar por onde entrariam. Alguns capangas de Irene haviam restado e teriam que ser abatidos.

Mary deu conta dos que vigiavam a casa sem que eles ao menos desconfiassem de que algo havia acontecido. Entraram sorrateiramente e separaram-se, quanto mais rápido achassem Donovan e Irene, melhor seria. Molly torcia para que fosse ela a encontrar a vadia do inferno.

A casa era composta de inúmeras salas, como costumavam ser as casas antigas. Ouvia, mais do que via, Sherlock, Mary e John revistando outros cômodos. Percebeu quando os Watson subiram para o segundo pavimento. Pareceu ter ouvido algum disparo silencioso, sinal de que alguém já tinha sido colocado para fora de jogo.

Saiu do que parecia ser uma biblioteca abandonada e não avistou Sherlock. Ouviu um som que pareceu ser alguma luta corporal e correu para a sala de onde o barulho estava vindo. É claro que encontrou a tonta da Donovan travando uma espécie de luta corporal com Sherlock. Apostava que isso era só uma desculpa para tocá-lo. Seu sangue já começava a ferver nos segundos que demorou observando a cena. Percebeu que Sherlock tentava não agredir Donovan. Esse excesso de gentileza às vezes era irritante.

Infelizmente, para Donovan, ela viu quando a antiga sargento tentava sacar uma arma. Essa maldita já tinha armado tudo, feito Sherlock se separar dela, ser espancado e ainda tentaria matá-lo?

Molly avançou pela sala e tirou Donovan de cima de Sherlock, agarrando seus cabelos. Com um só movimento a jogou no chão. Via tudo vermelho à sua frente. A arma de Donovan voou de suas mãos, Molly se aproximou vendo-a tentando alcançar a arma. Pisou em seu pulso, jogando todo o peso de seu corpo no pé que prensava Donovan no chão. Sherlock já saía da sala, indicando com a cabeça para Molly o seguir. Havia um pequeno fio de sangue saindo de seus lábios. Um só disparo e Molly viu o corpo sem vida de Donovan desfalecer no chão.

Correram pela escada acima. John e Mary os aguardavam em frente a uma porta.

– Só falta essa. Achamos que vocês gostariam de ter a honra. – Mary sinalizou.

Com nenhum esforço, Sherlock derrubou a porta. Para encontrarem uma Irene sentada pomposamente em uma poltrona elegante.

– Ora, ora. Vejo que o casal vinte se acertou novamente.

Molly foi até ela e segurando pela nuca jogou-a de joelhos no chão. Uma rápida joelhada em seu rosto e viu sangue sair do nariz de Irene. Sherlock fez uma expressão de espanto e sorriu.

Essa é minha garota.

A pose elegante há muito tinha ido embora. Irene olhou desesperada para Sherlock, como se ele pudesse salvá-la novamente. Ele deu de ombros para ela e encostou o quadril em uma mesa, apenas assistindo dessa vez. Um pequeno sorriso mal disfarçado ainda estava em seus lábios.

Molly empurrou Irene novamente em direção ao chão, e dessa vez ela caiu deitada, tornando-se um alvo fácil para os chutes que partiram de Molly.

– Parece que não é tão divertido quando acontece com você.

Irene nada respondeu. As lágrimas que apareceram em seus olhos não comoveram nenhum dos quatro que estavam na sala. Sherlock olhou para o seu braço, que ainda doía. Levou a mão a algumas das tantas cicatrizes que tinha ganhado. Olhou para John, que também tinha sido atingido. E Molly. Só pelo que tinham feito a Molly já justificava qualquer ato que acontecia naquela sala.

Os Watson se afastaram.

Molly puxou Irene pelos cabelos e a colocou em uma posição meio sentada, meio ajoelhada. Olhou para Sherlock, que fez um breve sinal positivo com a cabeça. Ergueu a arma novamente e em um segundo, tudo estava resolvido.

Sherlock foi até ela e a puxou pela mão.

– Vamos sair daqui.

Passou o braço por seus ombros e caminharam em direção à saída.

Ela olhou para Sherlock, que retornou seu olhar. Molly piscou para ele e o detetive sorriu.


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Notas finais do capítulo

E então?
Molly rápida no gatilho.
:D