Nunca Perderei Você escrita por Mariii


Capítulo 10
Explicações e Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Bom, talvez (só talvez) tenha ficado algum fiozinho solto. Caso achem, me avisem... hahahahahaha
Ainda tenho um capítulo com mais explicações, então dá tempo de consertar... :P



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– Sherlock

Eu estava teoricamente trabalhando em um caso internacional. E no dia do resgate da garota, receberia a visita de um informante importante. Me despedi de Molly e aguardei até que o meu informante chegasse.

Fiquei surpreso e devia ter desconfiado de que alguma coisa estava errada quando um homem entrou na minha sala e pediu para que eu o acompanhasse até um carro. Quando entrei me arrependi logo em seguida. Irene Adler estava me esperando.

Sabia que dali nada de bom poderia vir. Mas nunca imaginei o que ela iria me propor. Resumindo a ladainha dela, Irene ficou com dor de cotovelo quando nunca mais a procurei. Descobriu que eu estava com Molly e queria vingança. Como? Simples (na cabeça dela). Eu deveria deixar Molly ou Molly morreria.

Claro que eu poderia matá-la ali mesmo. Mas ela começou a me dar informação sobre Molly. Sabia onde Molly tinha estado nos dias anteriores, sabia onde estava naquele momento. Sabia todos os horários dela. E garantiu que a tinha na mira de uma arma a todo instante. O que eu poderia fazer? Enfiar Molly no apartamento para sempre? Até que a louca invadisse e matasse nós dois? Tenho que assumir que Mycroft estava certo nesse ponto.

“Não se envolva.”

Principalmente com desparafusadas. Não me olhe assim, Molly. Não estou falando de você.

Quando o carro voltou ao apartamento, eu não tinha muita escolha. Precisava ganhar tempo. Telefonei para Mycroft imediatamente. Ele concordou comigo que a melhor opção era tentar enganar Irene até que nós conseguíssemos descobrir todos os cúmplices dela. Precisava que fosse verídico. Era vital que ela acreditasse. E assim como foi com John, eu optei por não contar nada e encenar uma situação.

Por isso, quando Molly chegou aquele dia eu estava distante. E depois sumi, fiquei uns dias na casa de Mycroft. Mas estava de olho em Molly. Precisava garantir que ela estava segura. Enquanto estivéssemos afastados e ela estivesse aparentando sofrimento, estaria segura.

Aquele dia em que você, John, levou o tiro, Irene exigiu se encontrar comigo em Baker Street. Ela sabia que Molly ainda estava morando lá e queria acabar com isso também. Outra vez poderia matá-la, mas sabia que se ela não desse sinal de vida para um cúmplice, eles matariam Molly. Ela fez questão de ligar para ele na minha frente e confirmar isso. Durante algum tempo ela trocou várias mensagens e isso me deixou aflito.

Quando viu que Molly chegara, ela sentou-se em meu colo. Empurrei-a e ela fez meu sangue ferver: “Nada disso. Lembre-se que ela ainda pode morrer.”

Decidi encenar então. Mais uma vez. É impossível contar quantas mortes diferentes imaginei para Irene quando vi Molly entrar pela porta. Continuei o teatro. Quando Molly foi para o quarto pegar as coisas, eu me levantei e Irene caiu. Ela levantou-se sorrindo maliciosamente para mim e sentou-se em minha poltrona. Métodos de tortura passavam a todo vapor por minha mente.

Quando Molly foi embora - o tapa realmente doeu – “E foi merecido.” Fica quieta, Molly. Continuando, eu expulsei Irene. E foi então que ela disse “Pobrezinha, quase morreu hoje e não vai ter você para apoiá-la.”

Foi então que tudo fez sentido. Como Irene sabia o que tinha acontecido? Juntei as peças rapidamente quando ela saiu. Irene tinha armado a missão daquele dia. O tiro que atingiu John, era pra ter atingido Molly. Ela a mataria de qualquer forma, mesmo nos afastando. As trocas mensagens. Foi assim que ela soube o que acontecia.

Irene queria duas coisas. A mim e matar Molly.

Eu tinha estragado tudo com Molly. À toa.

Sentei-me e encarei a poltrona que fora sua, John e agora é de Molly. Ela estava vazia. E isso estava errado. Liguei para Mycroft e contei meu novo plano. Ele aceitou, mesmo a contragosto. Era arriscado, ele se preocupava com Molly. Mas eu confiava nela.

– Molly

Sai da casa de vocês aquele dia e fui para meu apartamento. Logo que entrei, chutei uma carta. Me abaixei para pegá-la e meu coração disparou com o nome escrito no envelope. “Will”.

Sherlock já tinha me dito que só usaria esse nome em uma situação muito grave. Claro que estava doida de raiva e mágoa, mas aquilo me fez ficar preocupada. Também reconheci a letra. Sabia que era dele. Depois ele me contou que tinha pedido para um dos meninos da Baker Street colocá-la debaixo da minha porta.

Abri a carta com cuidado e tudo que Sherlock contou a vocês estava detalhadamente explicado. No fim, ele me pedia para queimar a carta e encontrá-lo no terraço do St. Barts.

Uma frase que eu tinha lembrado quando o vi com Irene fez sentido naquele momento.

“Eu menti... Eu queria proteger você...”

Eu tentei durante todo o dia lembrar o que tinha me deixado inquieta desde que vi aquela cena lastimável. Então, depois de ler a carta, lembrei. Sherlock de novo estava mentindo para me proteger. Porque é um idiota. Sim, você é, pode parar de suspirar.

Claro que me senti eufórica e doida para vê-lo. Não precisa ficar se sentindo, Sherlock. Enfim, também fiquei com medo. De qualquer forma, escolhi uma arma e fui encontrá-lo. Precisava saber qual seria a proposta dele.

–-- --- ---

Molly chegou ao terraço do St. Barts e viu Sherlock de costas para ela, observando Londres. Tentava manter-se calma, mas não estava tendo sucesso. Seu coração pareceu disparar ainda mais ao vê-lo. Queria que tudo aquilo fosse verdade e que pudesse voltar para os seus braços.

– Você não precisava vir armada, Molly.

– Como...

– Você anda extremamente relaxada quando está armada. Quase feliz, eu diria.

Sherlock vira-se para ela, sorrindo. Abre os braços para ela, que se aproxima e o abraça. Seu mundo finalmente voltava para o lugar. Estava onde nunca devia ter saído. Sentiu o perfume dele, as mãos dele acariciando seus cabelos. Finalmente estava segura, sentia o vazio ser preenchido novamente.

– Droga, Sherlock. Eu pensei...

Ele levantou seu rosto, olhando dentro de seus olhos.

– Eu sei. Precisava que fosse assim. Mas nós somos cúmplices. Nunca deixaria você.

Sua mão acariciou o rosto dela. Então, aproximou-se para beijá-la. Ela agarrou-se a ele, não queria nunca mais larga-lo. Sherlock era dela. Isso não mudou e não iria mudar.

– É uma pena que aqui seja aberto demais para eu tirar suas roupas.

Molly riu abertamente. Sherlock estava de volta.

– Senti tanto sua falta.

– Eu também, Molly. Por pouco não cometo um assassinato.

– Eu não acharia ruim.

Sherlock deu uma pequena gargalhada e a beijou novamente.

– Agora precisamos conversar. Temos um plano, mas você precisa aceitá-lo.

Sentaram de mãos dadas no parapeito.

– Pode dizer, estou pronta.

– Preciso que você deixe o país alguns dias. Precisamos de tempo. E temos que manter o teatro. Será até Mycroft descobrir todos os cúmplices de Irene e nós acabarmos com tudo isso. Enquanto isso, você precisa se manter no luto – ela riu – para que Irene continue acreditando e deixe você em paz.

Molly deu de ombros.

– Preferia matá-la, mas se tem que ser assim. O único problema é ficarmos separados de novo.

– Daremos um jeito.

Ele sorriu quando ela pulou para o seu colo, bagunçando seus cabelos.

–-- --- ---

– Sherlock

Então nós mandamos Molly para Paris. Um agente de Mycroft a acompanhou, a paisana. Nós tentamos pedir ajuda da polícia para investigar Irene, mas o idiota de Lestrade queria provas.

Eu e Molly nos vimos algumas vezes antes dela partir. Como por exemplo, quando ela foi buscar as coisas em Baker Street. Ao contrário do que ela disse, eu estava lá. E ela fez um ótimo papel ao sair do apartamento chorando. Molly é uma ótima atriz. Hey, não me belisque, ainda estou internado.

Também nos vimos quando ela foi se despedir de Mycroft. Não foi bem isso que ela foi fazer lá, mas enfim. Pare, Molly! Ou vou chamar o médico para te tirar daqui!

Mas, alguma coisa saiu errada e de alguma forma Irene descobriu que eu e Molly não estávamos brigados e que eu a tinha mandado para Paris. Ela me chamou para outra proposta e me capturou.

Enquanto estava prisioneiro, nas vezes em que não era espancado, Irene me torturava dizendo que tinha pego Molly e que iria matá-la, que a estava torturando. Me forcei a não acreditar nisso.

Quando acordei, no hospital, soube que ela havia tentado enganar vocês com um falso resgate. E que tinha tentado matar Molly em Paris.

Ah! Esqueci que vocês não sabiam. Sim, era Irene que estava por trás do meu sequestro. Ela está completamente louca e fugiu quando soube que vocês estavam indo me resgatar. Mycroft ainda não localizou nenhuma pista sobre onde ela possa estar.

Acho que de forma bem resumida e rápida, a história foi essa. Conseguiram entender?

–-- --- ---

John e Mary estavam boquiabertos. Chocados. Mas felizes por seus dois amigos não estarem brigados. Por um lado queriam estrangular os dois por terem enganado todo mundo todo esse tempo, e por outro queriam abraçá-los.

– Irene Adler. Você quer dizer, Irene Adler tentou matar Molly e ordenou que espancassem você até a morte? – John não conseguia acreditar. – Aquela Irene Adler?

– Sim. Que eu saiba só existe uma Irene Adler.

Sherlock continuava fazendo carinhos nas mãos de Molly. Que continuava ao seu lado.

– Quando eu pedi para Mycroft me deixar ficar com Sherlock, ele ficou preocupado que vocês achariam estranha toda minha devoção por alguém que tinha me traído. Mas que diferença faria? Tudo tinha ido por água abaixo. Só esperei Sherlock acordar para contar tudo, não sabia se ele estaria de acordo.

Mary e John assentiram. Entendiam o lado de Molly. Eles fariam qualquer coisa um pelo outro.

– Só uma coisa eu não entendo. – Mary parecia confusa, seu cérebro a mil por hora. – Como tudo foi tão bem armado? O “informante” de Sherlock no mesmo dia do caso da garota. A armação na fábrica. Como descobriram sobre você em Paris? Como Irene soube antes que iríamos resgatá-lo?

– Eu não... – Molly parou de falar. A frase na metade. Cenas passaram por sua mente. Rápidas, um flash. – Alguém me empresta um celular!

John rapidamente passou o dele para ela.

– Mycroft. Sou eu. Quem passou a informação para vocês sobre o caso da garota sequestrada? E o caso da fábrica? Você avisou a polícia que nós íamos resgatar Sherlock, certo?

Molly parecia cada vez mais indignada. Seu rosto estava retorcido.

– Um minuto, Mike. Sherlock, quando você pediu ajuda para Lestrade, quem estava na sala?

– Só ele. Eu... Puta que o pariu!

– Mycroft, mande prender Donovan! Agora!


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram?
Acho que está acabando... Ainda não sei bem... hahahahaha

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