Felicity, you are the one and only escrita por Victoria Reid


Capítulo 3
The boy inside the hero


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Desculpem-me pela demora. Porém, nos últimos dias, estava escrevendo minha monografia de conclusão de curso (TCC). Então, tive que me dedicar aos estudos.

No último capítulo vimos Felicity divagando sobre sua paixão secreta e Oliver com medo. Com a equipe desfalcada, Oliver apenas conta com a ajuda de Felicity na caçada ao Slade.

Espero que gostem desse capítulo. Está um pouquinho curto, mas o fiz assim para não quebrar o enredo.

Boa leitura! :D



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Cliquei sobre a pequena tela vermelha que pulsava incessantemente no monitor. Imediatamente, uma segunda tela apareceu com uma foto antiga do Slade e, ao lado, uma imagem de um guichê de atendimento. Ambas estavam repletas de pontos ligados por finas linhas verdes. Quase todos os pontos estavam verdes, exceto o ponto centralizado no olho direito: que na imagem atual estava oculto por um tapa-olho.

— Slade! É ele! — Oliver diz logo atrás de mim. Mais uma vez tão próximo que posso sentir o calor soprado de sua boca ao pronunciar que reconhecia a imagem do Sr. Wilson. — Onde ele está?

Acesso o link original da imagem. Aguardamos microssegundos até que possamos ver um emaranhado de linhas programáveis. Dou o comando de localizar e encontro Москва, Россия *.

— Rússia! — dizemos em uníssono.

— Moscou... para ser mais exato —Oliver adiciona enquanto percorre o caminho que o separa do traje do arqueiro.

— Bem, não pensei que voltaríamos à Rússia tão cedo — deixo escapar em tom irônico.

Giro a cadeira para ver sua reação. Parado, com os punhos colados ao corpo, está me olhando com um olhar penetrante. Isso o acertou como uma flecha.

— Felicity, você não vai comigo — diz como se não tivesse entendido a ambiguidade da minha frase.

— Eu vou sim! — digo enquanto caminho em sua direção. — Pelo que eu entendi, não fácil derrotar Slade — respiro fundo quando encontro o olhar do Oliver. — Ir para essa missão sozinho é suicídio!

— Eu preciso de você aqui! — Oliver diz enquanto aponta para minha mesa de trabalho.

— Oliver, você sabe a distância entre Starling City e Moscou? Sabe quantos quilômetros separam essas duas cidades? — digo cutucando seu tórax com meu indicador. — Não posso alterar as coordenadas do satélite da Wayne Enterprises para vigiar um arqueiro na Rússia. Provavelmente isso causaria a terceira guerra mundial!

— E você não pensa no perigo que estará correndo? — Oliver questiona em tom áspero. — Slade não perdoará ninguém! —senti uma pontinha de medo.

— Oliver, nada do que você diga mudará minha opinião. Eu vou com você e ponto! — digo apoiando as mãos na cintura.

Um silêncio tomou conta da caverna. Com o olhar perdido, Oliver parecia analisar a discussão. Entendo o quão preocupado ele está, mas permanecer em Starling City me deixaria de mãos atadas. Eu não me perdoaria se algo acontecesse ao arqueiro.

— OK! — diz quebrando o silêncio. — Porém, você deverá seguir os meus termos.

— Certo! — digo com um leve sorriso nos lábios que denunciam minha satisfação com a vitória. — Quando partimos?

— Amanhã, bem cedo.

— Oliver, mas isso não me dá tempo hábil para preparar as coisas — digo enquanto caminho pela caverna. — Preciso reservar o hotel, pedir o jatinho, embarcar os equipamentos...

— Felicity, você só precisa me encontrar no hangar da empresa — diz Oliver me interrompendo. — Te passo as coordenadas por mensagem. Tudo bem?

— Mas, Oliver, eu sou...

— Meus termos, Felicity. Lembra-se? — diz arqueando a sobrancelha. — Agora, por favor, vá descansar. Teremos longos dias.

➸ ➸ ➸

Já tomei banho, comi e até li 27 páginas de “Novembro de 63”, mas nada do Oliver. Estou preocupada! Será que aconteceu alguma coisa? Será que devo ligar? Vou ligar!

Pego meu celular e acesso a discagem rápida. Em alguns segundos a ligação é completada. A linha chama, mas Oliver não atende. Caixa postal. Tento novamente. Mais uma vez a ligação cai na caixa postal. Agora realmente estou preocupada. Começo a andar de um lado para o outro. O que devo fazer? Vou para a caverna!

Corro para o quarto e começo a trocar de roupa. Não posso ir para a caverna vestindo pijamas com estampa de cachorrinhos. Quando estou calçando os sapatos, o celular começa a vibrar. Olho o visor e vejo a foto do Oliver. Angustiada, atendo em tom preocupado:

— Oliver, você está bem?

— Estou sim, Felicity — diz, tranquilizando-me. — Desculpe-me, eu não pude atender a sua chamada. Estava um pouco ocupado.

— Fiquei preocupada, pois não recebi nenhuma mensagem e comecei a pensar...

— Felicity, estou bem! — interrompe-me. — Eu apenas me atrasei porque há muitos detalhes a se pensar.

— A que horas devo chegar no hangar? — pergunto.

— Mudança de planos. Te pego às 7 horas — responde.

Me pega? — isso soou mal. — Digo, você me pegará aqui em casa? — tento consertar, mas falho.

— Não poderemos utilizar o jatinho, então, vamos de voo comercial. A sua casa fica a caminho do aeroporto, portanto, fica mais fácil eu te buscar do que nos encontrarmos lá.

— OK... — digo ainda tentando assimilar a ideia do Oliver vir até a minha casa. — Então, acho que vou dormir. Boa noite, Oliver — despeço-me.

— Boa noite, Felicity! — há uma pausa. Ouço Oliver suspirar. — Hum... Felicity?

— Ainda estou ouvindo, Oliver — respondo.

— Por favor, tome cuidado...

➸ ➸ ➸

A minha aparência deve estar terrível, pois eu não consigo dormir! Há tantas coisas se passando na minha cabeça: Slade, hotel, equipamentos, Rússia, Isabel... Oh, não! Isabel Rochev! Espero que ela não fique sabendo sobre nossa viagem.

Definitivamente, eu não gosto de Isabel. Não sei exatamente o porquê, mas há alguma coisa naquela mulher que me faz sentir aversão. Talvez seja o jeito como ela me olha — uma víbora pronta para dar o bote — ou o fato dela estar constantemente questionando o trabalho do Oliver. Não sei, apenas sinto que não devo confiar.

Na última vez que estivemos na Rússia cheguei bem perto de entender a expressão “What happens in Russia, stays in Russia”. O que aconteceu entre Isabel e Oliver não se repetiu em Starling City, realmente permaneceu na Rússia. Porém, ainda não consigo entender... Existem tantas coisas que impendem de apagar da minha memória o momento que vi a víbora saindo satisfeita do quarto do Oliver.

Por exemplo, Oliver me disse que, por conta da vida que leva, não deveria ficar com ninguém importante. Isso significa que ele não se importa com Sara? Tudo bem, ela é uma mulher que sabe se defender, mas se você ama uma pessoa, seu intuito é proteger mesmo se tratando da versão feminina do Chuck Norris. Certo?

Na verdade, Oliver é muito misterioso! Os cinco anos de ilha moldou um homem forte, racional e que sabe como esconder segredos. Já o vi com raiva, surpreso, triste, esperançoso e até inseguro. Entretanto, depois que Slade visitou a mansão Queen, pude conhecer um lado que não imagina existir em Oliver: nunca o tinha visto com medo. Como um menino escondido sob o lençol, seus olhos não mentiam — Slade era um bicho papão que, a qualquer momento, poderia sair do guarda-roupa e atacá-lo.


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Notas finais do capítulo

* Москва, Россия = Moscou, Rússia

Vocês concordam com a Felicity sobre o Oliver namorar a Sara mesmo dizendo que, em função da vida que leva, não deveria ficar com ninguém importante?

Vocês perceberam que inseri um easter egg no capítulo?

Por favor, comentem! Pode ser críticas, sugestões, correções... Qualquer coisa, OK?

Como prometido, por ter atrasado a publicação de novos capítulos, hoje temos capítulo duplo!