Silent Hill: Sombras do Passado escrita por EddieJJ


Capítulo 3
Amigos Amigos, Problemas à Parte


Notas iniciais do capítulo

"Ao se tentar assumir os problemas dos outros, assumimos também as consequências que estes trarão." - Eu



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– Vamos mocinha, isso aqui é um bar e não um hotel. – disse o dono do bar, cutucando Emma com um cabo de vassoura para que ela saísse dali – Nós estamos fechados!

Emma levantou-se sem dizer uma palavra e saiu, ainda meio tonta pelo tanto de bebida que havia ingerido, estava exausta, mas mesmo assim melhor do que se encontrava anteriormente, ela ainda não havia se dado conta do quanto havia dormido até sair do lugar. Já era madrugada, não havia ninguém na rua, os postes iluminavam fracamente as calçadas escuras e os carros passavam aleatoriamente por ali, estava frio. Ela puxou a chave do carro e se dirigiu até o veículo, porém, ainda meio tonta, ela tropeçou na calçada e caiu de joelhos. Após levantar-se com dificuldade, Emma se dirigiu até o carro e encostou-se de costas nele, esperando recobrar um pouco a consciência antes de ir pra casa.

O choque da carta havia passado, mas a mesma ainda estava em sua mente, e foi pensando nela que Emma se deu conta de que alguém estava se aproximando, um vulto emergia da escuridão e estava vindo em sua direção. Parecia um homem, não... era um homem, sozinha na rua Emma pensava nas mais diversas coisas, poderia ser assaltada, sequestrada, ou quem sabe algo pior, afinal, tudo do que ela precisava naquele momentos era de mais problemas. Assustada, Emma até chegou a pensar em correr para o bar, mas o dono já havia fechados as portas, fora que suas pernas ainda estavam bambas da “noitada” que passara, já conformada, Emma suspira e se encosta mais confortavelmente no carro, enquanto espera o pior e encara o vulto, que se aproximava cada vez mais, no entanto, fazendo um pouco mais de esforço para ver através da noite, Emma percebe que aquele homem parecia familiar, ele parecia... ele era.... sim! Ao passar por um baixo de um poste de iluminação, Emma teve certeza, aquele era o homem que havia falado com ela na espera do banco.

Era alto, jovem, branco, olhos e cabelos castanhos lisos suavemente penteados para trás, usava calças tradicionais e uma camisa branca por baixo de um grande sobretudo preto, um homem relativamente normal, mas que banhado pela escuridão da noite ganhava uma aparência um tanto... assustadora. Emma estava aliviada.

– Noite fria, hein? – disse novamente.

– Ainda querendo puxar conversa? – rebateu Emma.

– Talvez. – riu o homem – mas na verdade só vim dizer que é perigoso para uma moça tão jovem ficar sozinha na rua a essa hora, precisa de alguma ajuda?

– Não, OK? Sei me virar sozinha, estou ótima. – Emma virou o rosto.

– Não parece estar, quando a vi sair do banco parecia um furacão e agora está parada em frente a um bar parecendo uma pedinte... – disse o homem, ignorando a desconsideração de Emma.

– Não preciso de ajuda OK? – Emma respondeu levantando o tom de voz.

– Ei, calma aí, só estou tentando ser legal!

– Oh... desculpe. – Emma se mostra arrependida – Só estou passando por problemas, só isso! Muita coisa para assimilar, devo estar ficando louca.

– Tudo bem, acontece com todo mundo... Ah! Como fui mal educado, permita-me me apresentar: sou Baker, Sebastian Baker, seu criado, mas garotas lindas como você podem me chamar de Seb se quiserem... – Sebastian disse piscando o olho.

– Não acredito que esteja me cantando depois de me chamar de pedinte... – disse Emma deixando escapar de leve um sorriso, seco, mas um sorriso – bom, me chamo Carter, Emma Carter ...

– Prazer Emma Carter. – Sebastian apertou a mão de Emma.

– O prazer é todo seu.

Sebastian riu e se encostou no carro junto com Emma.

– Mas e então? Reparei você saindo do banco, parecia triste... pesada... até tentei ir atrás de você mas você foi mais rápida do que eu... mas, por uma ironia do destino, te encontrei aqui! – Sebastian deu uma volta com os braços abertos - O que posso fazer você?

– Você não pode...

– Posso tentar...?

– Olha Sebastian... você é um cara legal, agradeço pela sua preocupação comigo, mas os meus problemas dizem respeito a mim, ok? – Emma parou, respirou fundo e continuou - E não quero ninguém tentando me ajudar com eles, são coisas do passado, coisas velhas e... e... – Emma já estava deixando com voz chorosa – precisamos seguir em frente. – Emma deixou uma ou duas lágrimas caírem, mas enxugou o rosto rapidamente e decidiu se dirigir ao carro – Aliás, já estou indo pra casa. Obrigado por tudo e adeus! Talvez a gente se veja por aí.

Sebastian olhava pra ela, pensativo, quanto ela entrava no carro, sentava e dava partida. Foi quando ele bateu três vezes na janela do banco do passageiro. Ela abriu o vidro e perguntou:

– O que você quer? – disse com uma voz calma enquanto reclinava a cabeça no banco, olhando pra frente.

– Tem algo a ver com o seu pai? – o rapaz perguntou, envergonhado, enquanto colocava a mão no bolso.

A expressão de Emma mudou, foi de triste a uma mistura de espanto e raiva ao mesmo tempo em uma fração de segundos.

– O que você... como... o que sabe do meu pai? – disse Emma quase gritando.

– Eu... bom... eu não sei de nada... – disse Sebastian tirando um pequeno pedaço de papel do bolso e entregando a Emma – mas você deixou isso no estacionamento do banco e eu... tomei a liberdade de ler... – era a carta de Douglas.

– Você não tinha o direito, não podia...

– Eu sei... me desculpe... só queria ver se havia alguma coisa que pudesse me levar até você para poder te devolver só isso! – Sebastian estava trêmulo, pois não sabia se havia feito algo grave.

Emma arrancou a carta da mão dele e olhou fixamente para ela, Sebastian conseguiu ouvir que Emma repetia a palavra “idiota” enquanto olhava furiosamente para a carta, quase como um sussurro, e concluiu que sim, o problema era com o seu pai. Emma subitamente rasgou a carta e a jogou no banco de trás, colocando os cotovelos sobre os joelhos e apoiando a cabeça nas mãos.

– Você... está bem. – Sebastian perguntou, arrependido pelo mal que poderia ter feito.

– Pareço bem pra você?

– Então realmente tem a ver com seu pai?

– Sim, mas não com você, vá embora agora. – disse Emma, com voz chorosa.

– Olha... desculpa me intrometer, mas, não acha que deveria encontra-lo, isto é, problema bom é problema resolvido.

– Não, você não sabe... não pode dar opinião... olha, tudo bem, quer saber? Esqueça. – Emma disse se recompondo e dando a partida no carro - Vai pra sua casa, eu vou pra minha, não temos mais o que conversar.

– Espera!

– O quê?

Sebastian pensou um pouco.

– Deixe-me me desculpar e apenas te levar pra casa, obviamente você não está em um bom estado, pode não ser bom pra você dirigir assim.

Emma hesitou, mas sabia que o que Sebastian tinha dito era verdade, então ela consentiu com a cabeça e sentou-se no banco do passageiro, Sebastian subiu no carro, deu a partida e ambos partiram no carro.

– Moro no Edifício Seven Wonders, fica a umas 10 quadras a frente, impossível não ver.

Sebastian fez que sim com a cabeça, Emma o olhou por um instante, ele parecia meio tenso, mas ela não se importou, reclinou a cabeça no vidro da janela do carro, tinha sido um dia cheio e Emma, cansada, começou a olhar a paisagem, pouco a pouco... as casas... passavam... seus olhos... ficavam... pesados... ela estava... com... sono...

.

.

.

– Ei, ei, acorde. – Sebastian estava batendo no seu ombro.

– O quê? Já chegamos?

Emma ficou surpresa ao abrir os olhos e ver que já era de manhã, e que pior, ela ainda estava no carro, com Sebastian! Com a cabeça doendo por causa da ressaca ela tentou ver onde estava. O que havia acontecido? Emma não fazia ideia. Começou a passar o olho pelo carro e viu, os pedaços da carta... estavam todos juntos no cinzeiro, e Sebastian olhando para ela com um olhar de expectativas. Estranho... ela havia rasgado e jogado no banco de trás, pelo menos até onde se lembrava. Tonta, Emma desceu do carro, e percebeu uma coisa que a princípio a deixou assustada: ela não estava em casa, nem na sua rua, nem mesmo na sua cidade, pelo menos não numa parte conhecida dela. Confusa, ela voltou pra dentro do carro e pensou: “Será que fiz algo ontem de que não me lembro?” Sebastian permanecia calado, até o silêncio ser quebrado por uma pergunta:

– Chegamos? - disse Emma com sarcasmo – chegamos onde?

– Aqui! – disse Sebastian – Brahms, rua Gen. North, 544.


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Notas finais do capítulo

Após sair do bar, Emma conhece Sebastian, ambos conversam até o ponto em que ele lhe devolve a carta que esta havia deixado no estacionamento do banco, isso faz com ela fique muito chateada e discuta com o rapaz, mesmo pouco depois de o conhecer, este para se desculpar promete dá-la uma carona pra casa, mas a leva para outo lugar.



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