Silent Hill: Sombras do Passado escrita por EddieJJ


Capítulo 22
Solucionando o Mistério


Notas iniciais do capítulo

(VOLTANDO DEPOIS DE DOIS MESES SEM POSTAR NADA!!!! ESPERO QUE NÃO TENHAM ESQUECIDO DE MIM E DA FIC, PORQUE EU NÃO ESQUECI DE VOCÊS!) Ps: Eu só vou parar de postar nessa FIC se eu morrer, então se eu passar muito tempo sem postar, que não lhes falte esperança. :D



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– Ótimo! - ela exclamou - Não podia ser diferente!

Uma senha era o suficiente para acabar com as esperanças de Emma de chegar ao porão. Não fazia ideia de como poderia achar tal coisa dentro de um hotel completamente deserto, repleto de criaturas e mergulhado em uma escuridão profunda. A garota socou furiosamente o painel, suspirou e contou até três, reorganizando seus pensamentos, afinal, em algum lugar esta senha haveria de estar.

Recompondo-se, Emma pensou um pouco e concluiu que, assim como o controle remoto de antes, esta senha poderia estar na sala da gerência. Ela voltou a atravessar o corredor fracamente iluminado e logo chegou à porta da sala, entrando. Já dentro, foi até a escrivaninha e começou, com certa dificuldade por causa da escuridão, a abrir as gavetas corroídas e podres à procura de alguma coisa, porém não havia nada além de papéis ilegíveis, livros decompostos e coisas sem forma que lembravam material de escritório. Emma continuou a meter a mão nas gavetas e examinar os papéis que achava até que, ao tentar abrir uma pequena gaveta central que estava emperrada, arrancou fora o puxador cilíndrico da mesma, impossibilitando a abertura da gaveta. Furiosa pelo tempo que estava perdendo ali, Emma arremessou o puxador no chão em direção a um pequeno armário no canto da sala. Por ser cilíndrico e de uma densidade relativamente alta, o puxador foi girando pelo chão até desaparecer por baixo do armário, onde, ao contrário do som que emitiu enquanto girava sobre a madeira gasta que revestia o chão da sala, emitiu um som diferente, como se tivesse caído em uma superfície de metal.

– Hm... - Emma pensou consigo mesma sobre o curioso som e andou lentamente até o armário.

Ela examinou o móvel movendo a cabeça e, com um empurrão, derrubou-o no chão. Como ela suspeitava: abaixo do armário estava, além da maçaneta, um pequeno e raso buraco quadrado onde estava encaixada uma espécie de armarinho de metal.

Sem hesitar, Emma chutou a portinha do armarinho e o arrombou, revelando, além de papéis, alguns utensílios. Entre eles, havia algumas pilhas (que teriam sido úteis alguns momentos antes, poupando-a do sufoco que passara na ambulância) e uma lanterna.

– Perfeito! - ela sorriu ao apertar o interruptor do objeto e ver que ainda funcionava - Pilhas... Rum! Poderiam ter aparecido um pouco antes!

Emma passou a lanterna nos papéis e retirou um bloco deles de dentro do compartimento. Ela sentou-se no chão e começou a examinar um por um com a lanterna. Após alguns instantes sem obter nenhum resultado, ela achou, entre os papéis de diferentes cores e tamanhos, um pequeno envelope cuidadosamente selado com um adesivo circular dourado, onde estava escrito na parte de trás, de forma quase ilegível: "Para o gerente". Ela o abriu e tirou de dentro uma folha amarelada que dizia:

"Vou propor uma brincadeira pra você, como você já sabe, a senha já está funcionando.”

– Ótimo... é sobre a senha... - ela continuou a ler.

“Porém não vou dá-la de mão beijada, sei que você sempre gostou de joguinhos, desde quando éramos crianças. Por isso, vou deixar um enigma para que você descubra a senha. Caso se canse, ou seja, incapaz de resolver, mandei um cartão com ela escrita para sua casa. Pois bem:

É preciso hora marcada para falar com o cozinheiro. Ele é um homem ocupado e nunca tem o dia inteiro.

Toda manhã, pontualmente, o desjejum tem que servir. Logo após, voltar à cozinha, para as refeições que estão por vir.

Em breve, hora do almoço, tudo pronto tem que estar. Talvez dê tempo para um cochilo, antes da janta preparar.

Já esta vem por último, mas não é menos importante. Se o auxiliar não remanchar, fica pronta num instante.

E o dia chega ao fim, a cozinha está para fechar, se tiver sorte, ele faz um lanche, claro, após terminar seu jantar."

Emma não sabia como reagir ao que acabara de ler.

– Mas que...! - estava mais confusa do que antes - Como vou descobrir a senha com isso?! - seus pensamentos não puderam passar longe de Sebastian, ele muito provavelmente teria uma ideia para resolver aquilo ou pelo menos uma palavra otimista para amenizar a tensão.

Emma apertou o papel em sua mão e saiu da sala, estava disposta a descobrir aquela senha! Embora ainda motivada pela vingança da morte de Sebastian, grande parte de sua determinação vinha também de sua arrogância, da sua teimosia em deixar-se acreditar que pudesse existir um problema que ela não conseguisse resolver. Com passos firmes, foi até o painel e apontou o controle remoto para ele, apertando uma combinação aleatória de dígitos, para descobrir, primeiramente quantos números a senha comportava.

– Quatro! - ela disse pra si mesma após encher o painel de zeros - Quatro números... - ela olhou novamente para o papel - São cinco estrofes... - Emma tentou ao máximo achar um padrão para aquilo tudo, mas, por mais que tentasse, não conseguia. - É impossível! - concluiu.

Emma reclinou-se e sentou no canto do corredor, com o controle na mão, olhando aflita para o painel. Milhares de ideias passavam pela sua cabeça, desde sua chegada naquela cidade até a senha que a impedia de achar seu pai. Uma delas, apesar de tudo, tomou conta de sua cabeça: iria abrir a porta do quarto em que Douglas estava hospedado à força.

Ela levantou-se e atravessou o corredor, saiu do andar e desceu a escada de metal. Percorrendo o pátio de terra, Emma apanhou um bastão de ferro, fruto da explosão da ambulância, e foi até a porta do quarto, golpeando sem misericórdia ou receios, tanto com o bastão como com chutes e escorões, a maçaneta.

Atraída pelo barulho que Emma fazia, uma das poucas criaturas sobreviventes da explosão emergiu das sombras e passou a aproximar-se lentamente da garota, astuciosamente. Emma, por sua vez, batia cada vez mais forte na porta, porém de nada adiantava, quanto mais surrava a porta e a tranca, mais resistentes elas pareciam. Por fim, já cansada da luta contra o quarto, sacou a arma e disparou duas vezes contra a fechadura, mas não rendeu mais que alguns amassados e arranhões. Não havia jeito de derrubar aquela porta.

Sem desistir e ofegante, Emma olhou para os lados a procura de outra coisa com a qual pudesse bater na porta e notou um pequeno cesto de metal do lado da porta, na altura dos seus joelhos, cheio de papeis, semelhantes a revistas.

Ela, largando o bastão, abaixou-se, apanhou os papeis e, por curiosidade, começou a folheá-los. Estavam todos sujos, encardidos e fedorentos, mas dentre eles, um se destacava por encontrar-se mais preservado que os demais devido a uma fina camada de plástico um pouco suja e coberta de poeira. Emma passou a mão para retirar a poeira, era um cardápio. Um cardápio velho, muito possivelmente dos tempos em que o restaurante do hotel funcionava, e totalmente ordinário: havia algumas listas de alguns pratos em ambos os lados e um desenho grotesco de um cozinheiro segurando o que parecia ser uma colher de pau. Aquele seria um cardápio comum se o nome do restaurante não tivesse chamado a atenção de Emma.

– Restaurante Hora Marcada... - ela foi remetida imediatamente à folha do enigma - "É preciso ter hora marcada..."! Só pode ser isso... A cozinha, o restaurante... E se...

Emma leu cuidadosamente a segunda estrofe.

– "Toda manhã, pontualmente, o desjejum tem que servir..."

Emma olhou novamente para o cardápio e logo notou a lista que ditava os pratos possíveis para o café da manhã, onde um pouco acima, era mostrada a hora de início para se servir a refeição.

– Às 8h... - desceu então para a terceira estrofe - "Em breve, hora do almoço, tudo pronto tem que estar..." - ela conferiu o cardápio, onde dizia que o almoço era servido às 1h - Seriam os números da senha as horas do servir? - Emma agarrou o cardápio e correu pelo pátio de volta ao painel.

Chegando lá, apontou o controle para o painel e começou a digitar.

– Café... 8... Almoço... 1... Jantar... 7... e...

Foi apenas nesse momento que ela se deu conta que eram apenas três refeições e quatro dígitos para por no painel. Desanimada pela desagradável descoberta, Emma até tentou preencher o número restante transformando as horas do almoço e do jantar num modelo 24h, substituindo o 1 por um 13, por exemplo, mas não funcionou. Ela então releu o poema e percebeu que, se estivesse correta, a única estrofe que não havia representado nada era a última: a primeira representava o restaurante, as três do meio, as horas do servir, mas a última... a última...

– "E o dia chega ao fim, a cozinha está para fechar, se tiver sorte, ele faz um lanche, claro, após terminar seu jantar." - releu - Um lanche... - ela revirou o cardápio até achar uma pequena tabela com o nome de algumas sobremesas - Mas qual... qual lanche?

Emma leu cada lanche, um por um, e o número 5 matou de uma vez a charada.

– O Bolinho da Sorte! - ela exclamou - Tem que se...

*BUUUUUMM* Uma batida forte na porta do fim do corredor, a que levava ao lado de fora, interrompeu sua fala, e também sua calma... e alegria... e tranquilidade. De alguma forma, a criatura que a havia notado lá fora havia também subido até lá e arrombado a porta do corredor. Os braços de Emma tremiam e seu corpo foi totalmente empurrado contra a grade do elevador pelo medo, enquanto os braços da criatura batiam cada vez mais fortes no chão, enquanto esta grunhia, preparando-se para o ataque.

Sem perder tempo Emma digitou 5, o último número, e uma luzinha verde acendeu ao mesmo tempo que um som agudo foi emitido, a grade enferrujada do elevador começou a abrir. A criatura pôs-se então a correr violenta e furiosamente através do corredor em direção a Emma, esta caiu sentada dentro do elevador e sem perder tempo apertou o botão que levava ao porão, a grade fechou segundos antes da criatura chegar, que se atirou contra ela e começou a soca-la violentamente. O elevador começou a descer e Emma, olhando gradativamente para cima, viu seu inimigo ficar para trás, separado dela pela grade.

Recuperada do susto, ela levantou-se e escorou-se na parede do elevador, engatilhando a arma e preparando-se para o que havia de vir. Em poucos segundos o elevador chegou ao porão e a grade se abriu, revelando um andar, semelhante a um grande corredor, realmente mais assustador e sombrio que os outros daquele outro mundo: um cheiro de podre insuportável envolvia o ambiente, sons semelhantes a ruídos vinham de todos os lugares e uma escuridão quase palpável mais potente que a luz da lanterna preenchia o vazio.

Emma hesitou em continuar, mas sabia que o que estava procurando estava em algum lugar por ali. Juntando coragem e força, adentrou o andar com um passo e pôde sentir um forte bafo quente vindo do escuro, balançando seu rabo de cavalo, acompanhado de um gemido arrepiante e amedrontador que, para seu azar, não vinha da criatura do andar de cima.


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Notas finais do capítulo

Emma decidiu ir atrás da senha do elevador e achou um enigma na gerência que poderia responder suas perguntas. Porém, não conseguindo resolvê-lo, ela decidiu abrir o quarto 206 (o de Douglas) à força, também sem resultados. Um cardápio achado à porta do quarto ofereceu as dicas que ela precisava e, por muito pouco não sendo apanhada por uma das criaturas do outro mundo, ela desceu ao porão.



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