Geisterfahrer escrita por ca_kaulitz, aegyo nad


Capítulo 31
Barraqueira!




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 Como as pessoas podem ser tão más? Por que ninguém pode simplesmente calar a boca e cuidar da sua própria vida?

 Tenho tanta dó da Ana! Agora todo o colégio sabe que ela está grávida. Nadine não lembrava disso. Tivemos que contar. Ela ainda não lembra, mas finge que entendeu e que está tudo bem.

 Dei uma olhadinha disfarçada para a barriga de Ana. Ela já estava usando roupas mais largas, para tentar disfarçar os quatro meses. Sim, quatro meses.

 Ela percebeu que eu olhava e disfarçou.

 - Vamos? Já vai começar a aula!- Ana disse puxando a Nadine pelo braço.

 - Não, gente! É sério! Vamos ficar aqui! Aí quando todo mundo entrar na sala, nós vamso embora, por favor!- Nadine se ajoelhou na nossa frente implorando.

 - Por que não quer ficar aqui?

 - Você acha que eu tenho algum dom pra enfrentar dois meninos? Bill está bravo, acho que porque eu continuo com Gustav e Gustav está chateado porque sabe que gosto do Bill! VocÊs não querem me empurrar pro precipício, né?

 Ana e eu nos olhamos sorrindo e puxamos Nadine, saindo do banheiro.

 - Ah, qual é! Me ajuda! Me solta, vai!- Ela gritava.

 Paramos na porta ao ver várias pessoas paradas na porta do banheiro feminino conversando. A conversa parou imediatamente. Todos olhavam Ana com nojo. Procurei o pai. Georg estava um pouco distante, mas atento a qualquer coisa, com os olhos tristes. Acho que ele já sabe.

 Nadine e eu nos colocamos na frente de Ana para protegê-la. Fomos andando e as pessoas foram saindo da nossa frente como se Ana fosse uma leprosa.

 - Nossa, em pleno século XXI e ainda não sabem que a camisinha existe!- Uma garota gritou. Senti Nadine virar o corpo para trás mas apertei seu braço forte, e ela se virou com dor.

 - Não liga, gente!-Sussurrei para Ana e Nadi, Ana já estava suando, quase desmaiando.

 - Ah, que isso! Acha que essa garota vai usar camisinha? Ela aproveitou que um garoto finalmente chegou nela e transou ué! Aproveitou! Ainda mais por que ele é popular!- Um garoto respondeu.

 Dessa vez não pude fazer nada. Nadine se virou, soltando o braço de mim e deixando Ana desprotegida.

 - VOCÊS NÃO TEM NADA PRA FAZER NÃO, BANDO DE CORVO? SÓ ESPERANDO ALGUÉM SE FUDER PRA IR LÁ METER O PAU, NÉ! QUEM NUNCA TRANSOU AQUI LEVANTA A MÃO QUE EU QUERO VER! VEM CÁ, O VIADO! CAI PRO PAU!

 - Nadine!...- Gritei.

 - NADINE É O CACETE! VOCÊS ACHAM QUE TEM ALGUMA IDIOTA AQUI É? EU POSSO TER PERDIDO A MEMÓRIA MAS NÃO SOU NENHUMA RETARDADA NÃO! E MEXEU COMIGO OU COM A ANA VAI SE FUDER NA MINHA MÃO!

 - Meu Deus! Que garota barraqueira!- Alguém disse.

 - BARRAQUEIRA É TUA MÃE! AQUELA VAGABUNDA! BANDO DE PRECONCEITUOSOS! E DAÍ QUE A MENINA TA GRÁVIDA? SÃO VOCÊS QUE VÃO CUIDAR DO FILHO DELA? SÃO VOCÊS QUE PAGAM AS CONTAS DELA? SÃO VOCÊS QUE VÃO LIMPAR A BUNDA CHEIA DE MERDA DA CRIANÇA?

 - Não...- Alguém respondeu baixinho, no intervalo de Nadine para respirar.

 - NÃO! EXATAMENTE! AGORA VAI TODO MUNDO PRA SALA! SE EU CATAR ALGUÉM OLHANDO PRA ANA, VAI SE FUDER NA MINHA MÃO!- Todos ficaram parados olhando ela gritar.- AGORA! VOCÊS TÃO ACHANDO QUE EU TO BRINCANDO?- Todo mundo saiu correndo na mesma hora.- ISSO MESMO, CAMBADA! SAI CORRENDO! E VOCÊ TA OLHANDO O QUE? VOLTA AQUI QUE EU VOU ENFIAR UM PAU NO TEU CÚ, SEU CORNO!

 A verdade é que todo mundo sempre teve medo da Nadine na escola. As meninas tinham medo, os meninos paqueravam. Ela é popular. Todos saíram correndo por que ela quase enfiou o pau no lugar onde o sol não bate de alguns garotos. Na frente de todo mundo. Ela tem passagem na diretoria!

 Assim que todos entraram em suas salas e trancaram a porta, Nadine se virou, vermelha de raiva, e arrummou o cabelo. Ana já estava suando, de tanto nervosismo.

 - Ana, você ta bem? Não liga! Você não pode se estressar!- Falei. Ela apenas nos olhou tentando respirar e desmaiou.

 Georg veio correndo.

 - Ana, acorda!- Ele gritou.- Vou levá-la para a enfermaria!- Georg levantou-a sem dificuldade e foi para a enfermaria.

 Ficamos eu e Nadine paradas sozinhas no corredor. Ela percebeu que eu estava olhando para ela.

 - O que foi?- Ela perguntou.

 - Você não tem vergonha? Precisava mesmo fazer aquilo?

 - Ah, calma, mãe! Eu acabei com a putaria, né? Então! Sem discussão! Eita, até quando eu faço uma coisa boa eu ganho bronca!- Ela revirou os olhos. Comecei a rir, e só parei porque vi a diretora no pé da escada, no fim do corredor, nos olhando com aquela cara de vitória desgraçada.

 - Dona Nadine não mudou nada, né? Detenção por um mês, queridinha! Mas é claro que já está acostumada e cansada de receber detenções não é? Passou metade da sua vida escolar nela!

 - Larga do meu pé, ô rascunho do capeta!

 - Como é?- Ela levantou as sobrancelhas e se aproximou. Endireitei a coluna e dei dois passinhos para trás com medo.

 - Rascunho do capeta! Não tenho medo de você nem do seu botox, senhora!

 - Continua...

 - Continuo o cacete! Nunca obedeci nenhuma ordem sua e não é agora que vou obedecer! E me orgulho de ir para a detenção! Lá é muito legal!

 - Diretora, ignora a Nadine, ela está com TPM, meio alterada!- Belisquei o braço de Nadi.

 - TPM o cacete, Su! Nem defende, eu sei me virar!

 - TPM? Nossa, então ela precisa de um remédio! A menina que não sai da TPM desde os 5 anos de idade! Detenção para você também, Suzana!

 - Pra mim? O que eu fiz?

 - Defendeu sua amiguinha! E se falar mais uma coisa é um mês! E você, Nadine, dois meses!

 - Deixa, Su! Essa bruxa velha é injusta mesmo!- Tampei a boca de Nadine e a arrastei para a sala antes que ela pudesse dizer mais alguma merda que pudesse nos ferrar.

 

 Depois da aula, fomos para a detenção. Eu nunca havia estado naquela sala, por isso não sabia onde ficava. Nadine andava tranquilamente, como se nada tivesse acontecido, e como se fosse muito normal ir para a detenção. Como se estivesse indo da casa para a escola.

 Tom estava na detenção. Com o boné tampando o rosto. Nadi deu tchauzinho para a tia que ficava lá e sentou-se ao seu lado, conversando na maior intimidade.

 Sentei ao lado de Tom e chamei seu nome. Ele não respondia. Chamei várias vezes e nada. Até que tirei o boné de seu rosto. Estava dormindo.

 - Tom, acorda!- Bati em seu rosto.

 - Eu não to com a sua calcinha!- Ele gritou acordando e chamando a atenção de todos na sala.

 - Eu realmente espero que você não esteja com a calcinha de ninguém, Tom!- Sorri.

 - Suzana? O que você fez?

 - Eu? Nada! Foi a Nadine! Aí eu ganhei uma detenção junto!

 - Sempre soube que a Nadine te levava pro mal-caminho!

 - O que quer dizer com isso?

 - Ah, Suzana! Eu também frequento a detenção, né! Conheço a Nadine! Essa daí não presta! Ela é muito diferente de você!- Ele fungou e fez um biquinho fof e engraçado.

 - Um dia eu faço vocês se entenderem!

 - Ah, nós nos entendemos até demais, Suzana! Somos amigos, podes crer!- Amigos? Nunca vi Tom e Nadi conversando!

 - Enfim.. Já tomou uma decisão?- Mudei de assunto, era melhor, antes que eu descobrisse que Tom tirou a virgindade da minha amiga. Suposição, claro. Acho.

 - Ta falando do que?

 - Sobre nós, claro!- Ele virou o rosto impaciente.

 - Suzana...

 - Deixa, Tom! Eu já entendi! Sem compromisso, claro!- Levantei e sentei do outro lado da sala, bem longe de Tom.

 Fiquei olhando para a parede, quando senti um vento no pescoço. Era Tom. Mas não me virei.

 - Ah, Suzana, qual é! Você estragou minha surpresa!

 - Que surpresa?


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Notas finais do capítulo

Não esquece de deixar review, pessoa! Quem vai deixar review leavnata a mão o/ e dança rebolation!
SAUSHAU zueira, rebolation não precisa!
Beijenho :*



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