Eu tinha acabado de acordar, ainda estava de olhos fechados e com uma dor na barriga quase insuportável. Senti um perfume gostoso, um cheiro masculino. Apertei meus olhos com força e os abri, olhei em volta de mim, Tom estava dormindo ao meu lado, seus braços estavam envoltos na minha cintura, nossos corpos estavam colados, nossas bocas também. Ele estava tão lindo, eu não queria me mexer, não queria acordá-lo. Não resisti, dei-lhe um selinho e fiquei quieta o esperando acordar. Não cansava de admirá-lo.

        E finalmente acordou:

-Bom dia! – Falou se levantando.

-Bom dia – Falei arregalando os olhos e me sentando na cama com rapidez – Tom a gente transou? – Ele deu uma risadinha e se virou.

-o que você acha? – Eu o olhei incrédula. Ele deu outra risadinha. Ai, como eu odeio aquela risada! – Não.

-Então, por que você estava na minha cama? – Eu começava a me estressar – FALA!

-Porque você pediu para eu dormir com você e como eu sou um bom amigo, eu concedi seu desejo – Cínico.

-Eu não me lembro de te pedir isso!

-Você estava drogada, dã – O filho da mãe falou como se fosse à coisa mais natural do mundo. Levantei da cama num pulo só.

-COMO ASSIM DROGADA, TOM KAULITZ O QUE VOCÊ FEZ COMIGO? – Eu gritei.

-Eu?Quem fez foi o Georg, eu não tenho nada a ver com essa história – Falou descendo as escadas e indo em direção a cozinha.

-Me conta – Eu falei o puxando para sentar-se à mesa. Ele começou a contar tudo o que tinha acontecido, eu não acreditava no que ouvia:

-Ai, eu te salvei – Eu o olhava assustada, mas, por mais que tenha sido o Tom, estou muito feliz por ter me salvado.

-Obrigada – Falei acanhada, mordi meu lábio. Ele não resistiu me puxou, eu caí em seu colo, ele me beijou. Puxava minha cintura com força. Coloquei minhas pernas entre seu abdômen e retribui o beijo. O beijava com mais força e mais sede, estava prestes a desabotoar meu vestido, quando a campainha tocou,eu o joguei longe e fui atender a porta.

-Posso entrar? – Perguntou Bill.

-Sim – Falei sem ar.

-Você esta bem? – Ele estava desconfiado.

-Estou sim, então o que você quer? – Tom saiu pela porta da cozinha.

-A gente ia falar com a Nadine, lembra?

-É verdade, eu vou trocar de roupa e já volto. Fica a vontade!

-Ta, obrigada – disse sentando no sofá. Fui trocar de roupa. Coloquei uma veste confortável, uma calça jeans, uma regata branca e meu all star preto. Desci correndo:

-Vamos? – Perguntei pegando meu casaco.

-Vamos – Eu fui dirigindo até a casa de Nadine, Bill estava tremendo. Dei um beijo em sua testa e falei:

-Vai dar tudo certo, não fica assim Bill, por favor!

-T-ta – Coitadinho!Deu um aperto em meu coração de vê-lo assim.

           Chegamos, ele tremia mais, dei-lhe um forte abraço e o puxei para fora do carro, seu rosto começava a ficar vermelho e escorria lágrimas de seus belos olhos castanhos avelã mel. Peguei em sua mão e apertei com força:

-Oi, Bill – Falou Nadine dando-lhe um beijo, ele limpava suas lágrimas rapidamente sem ela perceber – Oi Su – Me deu um beijo no rosto – Entrem.

          Sua casa era linda, toda delicada:

-A gente precisa conversar – Falei para ela com um tom frio. Sentamos no sofá e fomos direto ao ponto – Bill tem que te falar uma coisa muito séria.

-Fala amor, você esta me deixando preocupada – Falou Nadine se sentando ao lado do amado.

-É q-que eu t-tenho que i-ir para a... – Bill respirou fundo e prosseguiu – A-lemanha.

-Eu vou junto então! – Falou ela dando um belo sorriso.

-Você não pode – ele chorava feito uma criança, eu comecei a chorar junto.

-Porque não? – ela nos olhava quase chorando – Gente o que esta acontecendo? – Bill não parava de chorar, então eu contei:

-O Bill tem que ir para a Alemanha, porque ele tem um filho – Falei chorando. Nadine pulou do sofá, ela não tinha acreditado no que ouvia:

-Como assim o Bill tem um filho? – Nós três chorávamos – Bill você me traiu?

-N-Não, eu n-nunca f-faria isso com você. É que eu tive uma n-namorada antes de v-vim morar a-aqui, ai ela m-me l-ligou falando q-que tinha t-tido um f-filho meu - Nadine estava incrédula:

-Porque você não me contou? – Não deu nem tempo dele responder, ela deu um tapa na cara.

-NÃO NADINE, NÃO FAZ ISSO! – Eu a segurei.

-VOCÊS ME TRAIRAM, EU ODEIO VOCÊS PRINCIPALMENTE VOCÊ BILL KAULITZ – Ela se jogou no chão e gritava comigo e com o Bill. Eu não agüentei ver ele daquele jeito, desesperado, chorei com toda a minha alma, eu nunca vi a Nadine daquele jeito:

-Nadine, amor me desculpa – Ele implorava ajoelhado, enquanto ela batia nele.

-NÃO ME CHAME DE AMOR, SEU SUJO – Ela se virou – E VOCÊ, FINGIU SER MINHA AMIGA, EU TE ODEIO. PENSEI QUE FOSSE MINHA AMIGA, CAROLINA ESTAVA CERTA, VOCÊ É UMA FALSA – Aquelas palavras doeram bem no fundo da minha alma.

-Nadi, me desculpa eu te amo – Ele estava se humilhando e ela estava sendo a pessoa mais cruel do mundo.

 -MENTIRA – Ela jogou Bill para o lado - SAIAM DAQUI AGORA, EU NUNCA MAIS QUERO OLHAR ESSA SUA CARA NOJENTA BILL KAULITZ, NUNCA MAIS! – Nós saímos, Bill estava em choque, ele não falava nada só chorava. Fui dirigindo para a sua casa. Eu o deixei na porta da frente, eu o olhei e o abracei, ele gritava na rua e eu chorava a cada grito. De repente a porta se abriu, era Tom, ele nos olhava assustado. Bill se apoiou em meu ombro, o coloquei deitado no sofá:

-Bill, olha para mim – Disse limpando meu rosto e o dele – Tudo vai melhorar eu prometo.

-Não, não vai. Ela me odeia e eu vou hoje para Alemanha.

-Ela não te odeia, ela só esta nervosa, mas eu vou te ajudar!

-Obrigada, Su! – Eu o abracei, puxei Tom pela camiseta e fomos para o seu quarto:

-Será que você pode me explicar o que aconteceu? – Falou Tom nervoso.

-A gente foi falar com a Nadine, sobre a volta do Bill para a Alemanha e ela não ficou muito contente com a idéia.

-O Bill foi um irresponsável – Olha quem fala.

-Cala a boca, eu queria ver se fosse! – Sentei em sua cama e ele sentou ao meu lado.

-Isso nunca vai acontecer, porque eu uso camisinha.

-Ai, Tom eu não estou a fim de discutir – Disse me levantando e indo embora.