Uma a uma, as chaves entraram no pingente...

[Dias antes]

...

Confortável. Era uma posição confortável. Estava deitado, usando o colo de Chitoge como travesseiro. Ela passava os dedos por meus cabelos distraidamente. Estávamos em um piquenique no parque, observando o pôr do sol. Bem, ela estava olhando o por do sol...

Ela era tão fofa e fazia isso sem perceber. O que me deixava ainda mais encantado. Como nunca havia notado esse lado dela antes? Fiquei tanto tempo preso ao passado que não percebi quem estava ali bem na minha frente. Como pude ser tão idiota?

– O que está olhando seu idiota? - perguntou agressiva como sempre. Mas dessa vez era diferente, ela estava toda vermelha. E deixa-la envergonhada fazia meu coração acelerar. O que me deixava nervoso e sem saber o que dizer.

– Você é muito linda... - disse me esforçando para não gaguejar.

– O que vamos dizer para nossos amigos?

– Se o Saizo-kun espalhar algo, eu penso em alguma coisa... - Sentei-me, o nome dele me irritava. - Eles sabem que estamos fingindo... digo, eles pensam, então a gente pode dizer que estava interpretando nossos papeis...

Chitoge levantou-se de repente

– Então está resolvido. - disse irritada.

Já tinha me acostumado com as suas variações de humor. Me levantei. E no meio do giro de saída dela, segurei seu braço e a puxei para meu corpo. Eu queria beija-la desde que chegamos nesse parque. Não poderia deixar passar essa oportunidade. Raramente conseguíamos ficar sozinhos. Eu precisava beija-la. Mais e mais.

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"Ele me beijou? Idiota! Idiota! Idiota! Stupid Bean!" pensava Kirisaki enquanto correspondia ao beijo do namorado. Ele era sem noção, concluiu assim que ele a puxou. Como não corresponder seu beijo, se estava completamente apaixonada pelo retardado?

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Raku sentia-se da mesma forma. Estava apaixonado tinha certeza. Então por que Onodera o colocava naquela situação?

– Ichijou-kun? - chamou-o tirando de seus pensamentos

– Testar... sua... chave? - repetiu devagar. Não entendia porque Onodera fizera tal pedido.

– Você não tem curiosidade, Ichijou-kun, sabe, eu poderia ser a sua garota... - engasga- ... digo... digo... a da promessa... digo, eu gostaria de saber se você é o garoto com quem eu fiz a promessa...

Ambos estavam vermelhos e com sorrisos envergonhados.

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Deveria ser seus lábios no dele, não os de Chitoge, foi o único pensamento de Onodera por semanas. Percebendo a amiga triste, Riru-chan sugeriu que ela tentasse usar sua chave. Um sorriso se iluminou.

– Riru-chan você é um gênio... - disse abraçando a amiga.

– E ver se agarra ele...

– Riru-chan! - disse Onodera envergonha fantasiando o beijo.

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"Ela é tão fofa." pensou Raku.

– Raku-sama - gritou Tachibana o agarrando - Te procurei por todo colégio. Eu também quero testar minha chave.

– Chave... - Kirisaki ia dizendo mas se interrompeu - Tanto faz. - disse após uma pausa.

E sai ao perceber que tinha acontecido algum clima entre Onodera e Raku.

"Stupid Bean!" pensa Kirisaki distraída. Tão distraída que se chocou com um peitoral bem definido de alguém.

– Desculpe...

– Não foi nada, Ki-chan - disse Saizo com um belo sorriso.

Era um belo sorriso, então porque não retribuir? Porém nesse exato momento Raku a alcançou.

– Posso falar com minha namorada a sós?- disse rudemente

– Você quer falar com ele, Ki-chan? - perguntou Saizo de forma protetora, ignorando Raku por completo.

– Tudo bem Saizo-kun.

– Me chame de Takumi - piscou para ela e se retirou

– O que foi isso? - questionou Raku

– Sobre o que você quer falar?

Raku se aproximou, perto demais.

– Alguém pode nos ver. - disse Kirisaki irônica. Já esperava que ele não entendesse. Não havia mais espaço entre seus corpos.

– Eu não consegui dizer não. -disse- Mas eu prometo nada mudará entre nós.

Afastou uma mecha e acariciou o rosto dela.

– Não aqui - Sussurrou e fechou os olhos ao sentindo seu toque. Então logo em seguida, os seus lábios, sua língua. Aquele beijo foi diferente, transmitia uma possessividade, e ainda assim, a fazia querer algo mais. Raku a pressionou contra a parede. E uma das mãos desceu para sua coxa. Chitoge o empurrou, lembrando que estavam no intervalo do colégio dando um super amasso. Olhou para os lados, estavam salvos. Não havia ninguém.

Começaram a rir sem motivo. Bobos apaixonados.

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Porém a alegria do casal não durou muito. As garotas se reuniram, era hora de abrir o pingente. Chitoge estava chateada, mesmo que Raku tendo prometido que nada mudaria entre eles. A questão era que ele nem pensava em dizer para os amigos que estavam juntos de verdade.

Quando chegou o dia, apesar de aparentar calma, Raku estava ansioso, nem dormiu direito. Se lembrava claramente de sua promessa. Se casaria com a garota da chave. E se a chave não fosse de Chitoge? Ele quebraria sua promessa? Seriam duas promessas quebradas, agora.

Por muitos anos, esperou que fosse Onodera. Mas agora, não queria outra além de Chitoge. Tinha certeza. Colocou isso em mente. Se não fosse a chave dela, não importaria. Afinal ele era uma criança quando fez a promessa. Não imaginava terminar com Chitoge. Ela pertencia a ele. E nada os separaria.

Não poderia estar mais enganado. Uma a uma, as chaves entraram no pingente. Mas nenhuma delas o abriu. Não era Chitoge, nem Onodera, nem Tachibana. Nenhuma delas era sua garota da Promessa.

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