~flash-back on~

- Ino, você viu o Sasuke? Ele está estranho, não o vejo desde ontem. Ele nem passou lá em casa hoje.

- Sakura, o Naruto disse que ele vai passar o tempo dele todo com a Karin. Parece que ele quer ver se vai dar tudo certo entre os dois.

- Que? Por quê?

- Você sabe Sakura. O Sasuke gosta de mim. Acgo que ele quer me esquecer e começar uma nova vida. Ainda bem.

- Mas não é assim que ele vai conseguir. Ele nem conhece aquela garota.

- Claro que conhece. Eles são amigos já faz um tempo.

- Ele nunca me falou nada sobre aquela garota.

- Sasuke não te conta tudo Sakura. Você não fica feliz por ele?

-Sim. Mas - naquele momento eu me senti sozinha. Como se a Ino não entendesse meus sentimentos. Ela sabia dos meus sentimentos pelo Sasuke. Mas mesmo assim, ela não parecia se importar. Seu gênio frio fez meu corpo estremecer. Eu apenas me virei e fui para minha sala. Ino. Naquele dia eu realmente queria ter dado um tapa na sua cara.

~flash-back off~

Sexta-feira. Já fazia cinco dias que não via o Sasuke. No intervalo ele sumia com a Karin. Na verdade eu estava aliviada de não poder vê-lo. Esmo que não fosse nada certo ainda, eu já sabia a resposta. Sasuke queria ficar com a Karin para esquecer a Ino. Mas comecei a pensar que ele estava era se enganando. A Karin não era a garota certa para ele. Eu era. Precisava contar isso a ele. Sasuke não podia se enganar. “Droga, eu preciso me acalmar. Sasuke ainda não se decidiu. Espero que não. Amanhã vou à casa dele. Vou me declarar. Por favor, que amanhã chegue logo”. E pensando nisso me joguei na minha cama macia, abracei meu travesseiro beijoqueiro e dormi num sono profundo. Não me lembro o que vi naquele sonho, mas era tão gostoso que não queria acordar nunca.

O dia amanheceu o Sol brilhava e ardia no meu rosto. Levantei rapidamente. “OMG! Sábado chegou. Certo Sakura, se esforce”. Vesti algo que nunca havia vestido. Uma calça jeans apertada, uma bata preta com as mangas caídas. Soltei meus cabelos rosa e coloquei uma facha vermelha. Certo, eu gostava de misturar várias cores. Esse era meu jeito palhaça de ser, como dizia o boca de siri do Naruto.

Eu fui poucas vezes á casa dos Uchihas. Só ia lá quando Sasuke esquecia alguma coisa, ou quando ele queria me mostrar alguma coisa (sem malicia ^^).

Esperei chegar a tarde para ir me confessar. Não queria que fosse cedo demais, porque ia parecer desespero. Mas o tempo não passava, parecia que a hora estava parada em 13:30 para sempre. Acabei dormindo no sofá.

- Sakura - sua voz grossa me irritava - Sakura - o jeito como me balançava me irritava - SAKURA - ele soltou um grito que me fez pular.

- Que? Hã? Ah pai é você - disse levantando do sofá com as mãos nos olhos e cabelo bagunçado.

- Você dormiu a tarde toda - meu pai me dizia enquanto sentava no sofá tranquilamente.

- E você diz isso tranquilamente? - eu gritava desesperada - eu tenho compromissos, por que não me avisou? Agora pronto, só me faltava essa, um pai que não se preocupa com a filha - saí correndo pro meu quarto antes da resposta dele.

“Escova os dentes, pentear o cabelo, arruma a roupa, certo, me deixa ver a hora. 18h30min. Atrasada. Droga. Dorminhoca.” Saí correndo com minha calça jeans apertada. Peguei o ônibus lotado. “é tudo por amor, é tudo por amor” eu tentava dizer para mim mesma.

Desci do ônibus correndo, eu não me importava se estava suada, ou se meu cabelo estava estranho, eu precisava dizer a ele. Agora só faltava subir a rua e passar pela pracinha que eu conseguia chegar lá. Terminei de subia a rua e sem que eu esperasse, naquela pracinha, onde havia um banquinho branco estava sentado Sasuke Uchiha. Estava pensativo, olhando para o chão, minha respiração forte chamou sua atenção

- Sakura Chorona - ele disse sorrindo e se levantando para me abraçar - estava precisando falar com você

- Você é gay? - perguntei, mas não tinha noção das minhas palavras.

- Quê? - ele perguntou rindo, ainda me abraçava

- Você fala de romance, fala de amar a Ino como sua vida. Fala de sentimentos como se fosse uma garota - ele se afastou e me encarou sério.

- Sakura, gays não amam garotas, seria mais fácil eu falar que estava amando o Naruto - ele disse sorrindo

- Se você não é gay, então por que insiste em falar sobre amor? Em que a Ino te transformou? - eu gritava com ele, Sasuke se assustou.

- Não é porque eu amo que sou gay. Não sou afeminado e odeio tudo que tem a ver com garotas - de afeminado Sasuke não tinha nada, jogava beisebol como ninguém, ele era o melhor jogador, seu corpo atlético me excitava. - mas, você quer trocar a Ino pela Karin

- Trocar? Quê? Repete? - seu rosto vermelho definia seu grau de paciência.

-Você só aceitou namorar com essa Karin para esquecer a Ino, né? - eu dizia encarando o chão. Aquilo tinha que ser verdade

- Eu amo a Karin! - afirmou grossamente

O choque foi tão grande que eu comecei a chorar desesperadamente

- Você ama a Ino - eu gritava

- Garota, você me ama? - ele gritou mais alto

- Quê? - o susto foi tão grande que eu paralisei

- Você só pode gostar de mim, Sakura, se você me ama eu

- Cala a boca - eu o cortei - se eu amasse você eu ia falar logo, não sou o tipo de garota que tem um amor platônico - menti. Mas foi preciso

-Então por que você está fazendo todo esse escândalo?

- Sasuke, eu não estou fazendo escândalo - “só um pouco” - eu não te amo, mas você não pode mais se enganar. Você ama a Ino, para de fingir que ama a Karin.

- Sakura - ele iniciou, mas seu eu perceber, o cortei.

- Você só está se iludindo com a Karin, você a ama só como amiga

- Sakura - ele gritou. Eu me calei - Amar a Ino só me faz mal. Eu quero um novo amor, ou você acha que eu vou ficar sofrendo como um viadinho pela Ino. Com a Karin eu me sinto melhor e ainda por cima, ela também me ama.

- Seu viado - eu gritei, e sem que eu percebesse, já tinha dado um tapa na sua cara - Sa-sasuke.

Ele ficou com o rosto virado por alguns segundos, eu já sabia o que iria acontecer, ele ia se virar e ia começar a gritar comigo, ia me xingar e dizer que eu não ligo pra ele. Era isso que eu achava que ia acontecer. Mas Sasuke virou seu rosto para me encarar, seus olhos brilhavam, seu rosto vermelho do tapa que eu dei. Ele fechou a mão e a apertou com força, ele tremia. Sasuke se virou e saiu andando, ele não olhou para traz em nenhum momento. E o vi sumir pela descida de uma rua. Não consegui me confessar. “Idiota” eu não pude evitar dizer.

Naquela noite, em meu quarto, eu olhava pela janela as estrelas brilhando e a lua cheia, as lágrimas não paravam de cair. Eu só pensava em uma coisa “eu a perdi para sempre” (eu o conhecia muito bem), eu sempre afirmei isso, porém naquela época eu não havia percebido o quanto Sasuke estava mudando e amadurecendo. “Eu quero entende-lo” adormeci com esse pensamento.