Quarteto escrita por Dricka Macedo


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Cedendo ao pedido de Paradox, Shunrei iria esperá-la arrumar-se, na sala ela se encontrou com a doutora que acabava se chegar junto com Dohko.

– Papai, mama! – Beijou cada e fitou a Kokoro.

– Mama, eu sinto pelo Ohko...

– Não se preocupe querida, ele estava na porta do hospital! - Então, quer dizer que ele não desistiu?!

Doutora Marika e Ohko haviam combinado de se encontrarem na escola, mas para tristeza dela e de Shunrei ele não aparecera. Pensavam que ele tivesse mudado de ideia, Ohko era muito imprevisível e impulsivo.

– Não, Shunrei. Ele se dedicou muito, deu tudo certo.

– Eu fico tão feliz por ele!

– Estou pronta! – Paradox falou toda produzida.

– Podemos saber para onde vai assim? – Indagou sua mãe.

Paradox vestia um vestido tomara que caia verde água, na parte de baixo se formava uma saia curta balonê, um cardigan curto listrado e sapatilhas estampadinhas. Além de estar super maquiada.

–Vamos ver os ensaios fotográficos – Explicou Shunrei.

– Vamos Shunrei, a sessão já começou. – Paradox falou dando um beijo nos pais.

As garotas foram até o local. Era um cenário lindo. Improvisaram um balanço decorado com flores artificiais parecidas com as do pessegueiro, cortinas de tecido fino espalhadas no lugar, esvoaçam delicadamente. Shunrei ficou boquiaberta com o que via, enquanto que Paradox parecia familiarizada com tudo. A modelo mais parecia uma boneca de colecionador, tão perfeita estava. Uma breve pausa e as garotas foram convidadas a se aproximar. Paradox, no balanço, fazia poses, caras e bocas, o que chamou a atenção da fotógrafa, tirou algumas fotos e ficou impressionada com a beleza da garota, era natural, fotogênica, e bem desiniba.

– Garota, você podia ingressar na carreira de modelo, sabia?

– Eu?! – Paradox falou com os olhos brilhando.

– Claro! Você tem muito potencial. A gente podia ir falar com seus pais...

– Mas eles só me deixariam ir se a Shunrei também fosse.

– Ela? – A modelo disse com desdém – Tão magra, pálida e olha esse cabelo trançado!

– Sem contar com essas roupas típicas rurais – A outra assessora falou deixando Shunrei sem jeito.

– Você não. Você, apesar de novinha, tem um brilho dourado que irradia no seu sorriso, nos olhos... Você tem a tendência de brilhar como o sol dourado de primavera!

– O que acha Shunrei? – Perguntou a irmã.

– Eu não sei Paradox. Temos que falar com nossos pais, mesmo assim, sabe que eu não sou o tipo de pessoa que eles procuram...

– Mas você poderia acompanhá-la como responsável. – A modelo falou.

– Que boa ideia! – Disse Paradox e saiu correndo para casa. Shunrei ia acompanhá-la, mas uma mão a impediu.

– Querida- começou a modelo – Não seja egoísta e ajude sua irmã.

Shunrei soltou o braço bruscamente e foi para casa.Demorou-se um pouco em frente a cachoeira, duas pequenas lágrimas escorregaram pela face, nunca tinha ouvido falarem dela daquela forma, algumas vezes ouvira as pessoas falarem e elogiarem da beleza exótica de Paradox e apesar de não fazerem afagos a ela, também nunca a criticaram. Será que a senhorita perfeição fotográfica tinha razão? Será por isso que nenhum garoto despertara interesse por ela? Achava que os meninos nunca a viram de outra forma porque ela mesma só os via como colegas, mas depois do que ouvira no pomar, uma nuvem de dúvidas e inseguranças se fazia sobre sua cabeça.

– Por que está aqui, filha?

Shunrei se assustou com a voz máscula do pai.

– Oi papai. – Enxugou os olhos rapidamente.

– Está chorando?

– Ah, não. São apenas respingos da queda d’água.

– Sua irmã chegou em casa sozinha, serelepe como é...

– Er... Ela está eufórica por causa do pessoal lá no pomar, eles disseram que ela tinha potencial para carreira de modelo.

– Entendo.

Uma pausa se fez, ambos olhavam a bela cachoeira hipnotizados até Shunrei quebrar o silencio.

– Papai, como era a mamãe? Era bonita? Vocês se apaixonaram logo de vista? Eu me pareço com ela?

– Querida, por que tantas perguntas agora?

Shunrei manteve-se calada com o olhar baixo.

– Shun-Li era uma moça linda, delicada, doce... Essas características dela, eu vejo em você, é só olhar para a foto dela. Sobre nossa união... Bem, foi um casamento arranjado, fomos prometidos antes mesmo de nascermos, mas eu amei muito sua mãe e esse sentimento era recíproco. Vivemos dias maravilhosos e estarão para sempre no meu coração.

– Entendo.

Ambos nada mais falaram. Dohko se perguntava o que teria acontecido para sua amada filha levantar tais interrogações e o motivo do brilho de seus olhinhos estarem tristes.

Em casa, Paradox tinha seus sonhos relâmpagos frustrados.

– Mãe, a gente poderia morar em Xangai por uns tempos! - Paradox, eu não vou embora de Rozan para correr atrás de mídia, de... Sei lá o quê.

– Mas eu tenho futuro, esse pessoal tem experiência nesse ramo e disse que eu sou perfeita! Só preciso estudar mais um pouco a questão de moda, passarela...

– Querida, você tem apenas catorze anos, não posso permitir isso que me pede. E vamos dar esse assunto por encerrado, ok?!

A garota não falou mais nada, mas sua expressão zangada fazia sua mãe pensar que na mente dela, a discussão ainda continuava. Paradox era assim, quando era contrariada, começa uma briga interna, só dela, mas com todo mundo. No dia seguinte, Shunrei e Shirah conversavam no intervalo de uma aula para outra.

– Ele foi tão lindo, Shu! Aliás, ele é lindo.

– Shirah, você é muito corajosa em se casar com alguém que nunca se quer conversou.

– Até você Shunrei! Pensei que fosse minha amiga e ficaria feliz com a minha felicidade. Mas já vi que os únicos que compreendem minha felicidade são os meus pais.

– E quando será o casamento? – Shunrei perguntou suspirando em derrota, afinal, abrir os olhos de alguém que se nega a enxergar, era difícil.

– Vou terminar o colegial.

– Mas e a faculdade? Não pretende se formar?

– Shunrei, vou ser uma mulher casada, terei que cuidar do meu marido e dos filhos que teremos... Não preciso de faculdade para isso.

Shunrei estava boquiaberta com as palavras da amiga. Antes de comentar alguma coisa o sinal tocou avisando que a próxima aula estava para começar.

Meses depois, Paradox recebeu um exemplar especial da revista de modas, na capa, a foto da modelo no balanço em meio ao pomar de pessegueiros. A garota olhava com brilho nos olhos e ao folhear a revista, viu um encarte que anunciava um cursinho por correspondência. Não perdeu tempo e preencheu-o. No campo profissão, ela escreveu a palavra modelo. Pronto, seu sonho estava apenas começando e quando chegasse a hora, viajaria pelo mundo sem ter que pedir permissão a ninguém. Tolo pensamento de uma garota romanticamente infantil, mas às vezes a força de vontade, quando muito utilizada, pode fazer milagres.

Quase dois anos se passara, Ohko aprendera muito a respeito de medicamentos e doenças no hospital, não poderia dizer que estava feliz, mas sentia-se satisfeito com o trabalho, ao menos fazia-o esquecer dos problemas em casa, pois, com os preparativos do casamento da irmã, todos os dias tinha briga. Shunrei recebera uma carta da universidade de Xangai para o curso de administração. Ela ainda estava pensando se aceitaria, pois o novo negócio do pai, às vezes, o mantinha longe por uma semana ou duas e ela quem cuidava das coisas em Rozan. Kokoro fora nomeada como diretora do hospital, devido ao seu empenho e seu profissionalismo, com essa responsabilidade, ela deixara de trabalhar como plantonista, agora ela tinha que estar todos os dias no hospital. Um novo médico assumira seus plantões, assim como ela, era um ótimo profissional.


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Notas finais do capítulo

Shirah é uma tola mesmo!



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