Quarteto escrita por Dricka Macedo


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Espero que curtam esse capítulo. Boa leitura!!!



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Na manhã seguinte, bem cedo, Ohko apareceu com alguns trabalhadores. E assim, toda a colheita foi realizada com sucesso. Os legumes foram separados e armazenados devidamente. Já era noite e os contratados decidiram pegar o pagamento no dia seguinte. Os trabalhadores estavam no escritório do contratante. Kokoro os fez assinar os recibos que ela mesma redigiu com a ajuda de Shunrei, referentes ao valor tratado.

Dispensados os trabalhadores, a Dra foi até o quarto de Paradox para apressá-la a ir para a escola.

– Filha, já está pronta? Shunrei e Ohko estão nos esperando

– Estou terminando, mãe.

Ohko e Shunrei estavam na cozinha, a chinesa colocava na mesa uns pãezinhos que havia feito. Shunrei havia pedido a Ohko que acompanhasse o momento do pagamento, uma presença masculina conhecida dava mais segurança para elas.

– Eu sempre adorei esses pães, Shunrei – Disse colocando um na boca.

Minutos depois, Kokoro e Paradox entram na cozinha. - Vamos tomar café rapidinho que eu vou dar uma carona a vocês. Kokoro deixou Shunrei e Paradox na escola e Ohko foi para casa. Shunrei e Shirah cursavam o último ano do colegial. Ohko já havia terminado, recebera cartas de duas universidades em Xangai e Hong Kong, mas por algum motivo, não se interessara em fazer os testes para ingressar nalguma delas. Seus pais já haviam se cansado de falarem e reclamarem sobre o desinteresse do filho por uma carreira ou outra coisa que desejasse. O jovem chinês, na verdade, só tinha uma preocupação, sua irmã e o tal casamento. Ele não digeria essa idéia absurda de seus pais quererem casar sua irmã, ainda uma menina, com um homem com idade para ser quase um tio ou talvez até um pai. Eles queriam que Ohko crescesse se formasse, mas não tinham esses pensamentos pela filha. Shirah também tinha o direito de cursar uma faculdade, realizar seus sonhos.

– “Aquela idiota. O único sonho que conhece é o de mulher casada e cheia de filhos.” – pensou Ohko. – “Ainda bem que esse destino não se aplica a você, Shunrei.”

No hospital, Kokoro passava a visita nos pacientes da pediatria.

– Enfermeira, não foi administrado o remédio prescrito nesse garoto. Por acaso estamos com falta de medicação?– A doutora falava olhando o prontuário do paciente.

– Desculpe doutora Marika, mas é que o farmacêutico ainda não abasteceu os setores...

– Como? Ainda não abasteceu? Mas isso não pode acontecer.

Kokoro saiu apressadamente, ao chegar à farmácia do hospital, ela se depara com uma bagunça geral. Caixas para todo lado, medicamentos misturados e o farmacêutico tentando encontrar os medicamentos para a urgência e para as enfermarias.

– Mas que droga é essa? - A doutora estava estupefata com o que via.

– Doutora, desculpe, mas é que estou só e fica muito difícil manter tudo organizado e ainda correr por todo o hospital para abastecimento...

A doutora saiu e foi até a direção para tentarem arrumar uma solução, pois quem estava sendo prejudicados eram os pacientes.

– Doutora Marika, nós já colocamos anúncios para a vaga, mas os homens dessa cidade preferem estar no campo, arando a terra... Os mais jovens vão para a capital do país assim que terminam o colegial.

– E as mulheres?

– Nenhuma se habilitou a fazer entrevista e também ninguém está interessado a trabalhar na área administrativa do hospital.

– Quer dizer que pra essa gente, num hospital só tem trabalho digno médicos e enfermeiros. Absurdo!– Indignou-se a doutora.

– Doutora, não é bem assim... - Tentou argumentar o diretor.

– Mas é o que está parecendo. E vejo também muita acomodação por parte dos senhores.

Kokoro levantou-se e foi ajudar na farmácia, mas não pode fazer muito, a emergência estava movimentada naquele dia. À noite, durante o jantar, kokoro indagara a Shunrei se Ohko não se interessaria a trabalhar no hospital na parte administrativa farmacêutica.

– Não sei, mama. Mas vou falar com ele e tentar persuadi-lo, me preocupa essa fase desocupada dele, sabe? Quem sabe ele trabalhando lá se dispõe aptidão na área da saúde...

– Pode ser. – Falou a doutora. – Fale com ele amanhã, como estarei de folga, se Ohko se interessar poderá falar diretamente com o diretor Noua.

Enquanto isso, na casa da família Zairy,a preocupação pairava no ar, pois Dalay, mais uma vez havia sumido e já completava setenta e duas oras, e sempre que ele desaparecia assim, voltava das suas orgias parecendo um mendigo esfarrapado.

– Querido, não acha que devíamos comunicar as autoridades o desaparecimento do nosso filho? – A mãe falava chorosa.

– E deixar que um escândalo desses atrapalhe na união das famílias Zairy e Dayu? Acha mesmo que vou perder a chance de ter o meu nome na sociedade agrícola, no prestÍgio, por causa do seu filho delinqüente e malandro?

– Mas querido...

– Não tem mas nem meio mas. Essa vai ser a última vez que seu filho apronta. Dalay já é um homem feito, tem que ter responsabilidades e a filha do Sr Dayu já é uma mocinha, já podemos marcar o casamento.

– Ela ainda é uma criança...

– Você era mais nova ainda quando deu à luz a Dalay, deixe de sentimentalismo, mulher.

A senhora Zairy soltou um suspiro de rendição. Quando seu marido punha algo na cabeça nada e ninguém conseguia tirar. O dia clareava quando Dalay botou os pés no terraço de sua casa. Seu estado era caótico. Estava com as roupas amarrotadas, rasgadas e vomitadas. Seu pai o esperava sentado bem na porta.

– Ê aê, velho – Dalay saudou-o soltando uma baforada de álcool.

– Você é um ser decadente, Dalay. – Seu pai levantou-se e puxando-o pelo braço o jogou-o num lamaçal perto do riacho que passava ao lado da casa.

– Aí é seu lugar, imprestável!

Dalay ficou tentando se levantar, mas bêbado e o chão escorregadio não ajudava e era um tombo atrás do outro.

– Meu filho! – A mãe de Dalay desesperou ao vê-lo daquele jeito. Ela tentou levantá-lo, sem sucesso. Então, antes que ela também se encharcasse na lama, seu marido pegou o filho, arrastou-o até os fundos da casa onde deu-lhe um banho frio com água da cisterna.

Já eram dez da manhã, Dalay estava na cozinha, envolto num cobertor, tossindo e espirrando. Sua mãe terminava de preparar uma canja.

– Você vai se casar no próximo mês, Dalay – Disse seu pai entrando na cozinha.

– Mas... Ai – Dalay tentara argumentar, mas a dor de cabeça não o ajudava a pensar.

– Vocês já deviam estar casados desde o ultimo aniversario da garota. Agora não tem mais nada o que esperar.

Ambos, mãe e filho, não tinham mais o que argumentar diante da decisão tomada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido.
Kissus



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