*2 ANOS DEPOIS*








– MÃE, MÃE, MÃE, MÃE! – Anny chegou correndo na sala. – UM PASSARINHO MÃE! UM PASSARINHO!

– O que foi Anny? – Rony largou o jornal em cima do sofá. Hermione se aproximou com Rose em seu colo.

– Um passarinho! Ele está morrendo! Vem logo! – Anny saiu correndo para o jardim. Hermione e Rony a seguiram. Um passarinho estava caído no chão, com dificuldades para respirar. Allan estava ao lado, olhando triste para ele.

– Ele caiu da casinha dele mãe. – Allan disse.

– Oh meu amor. – Hermione colocou Rose no chão, que estava aprendendo a andar. – Nós não podemos fazer mais nada. – Hermione se abaixou ao lado de Allan.

– Mas ele vai morrer mãe. – Anny disse quase chorando. Rony passou a mão nos cabelos dela, não sabendo o que dizer.

– Vamos esperar... E depois vamos enterrá-lo, está bem? – Hermione olhou para Allan.

– Está bem. – Eles disseram juntos. Hermione se levantou, e observou Rose andando até o passarinho. Ela o pegou em suas pequenas mãozinhas.

– Rose! Não pega ele. – Hermione ia pegá-la quando Rony a impediu. – Rony, ele pode ter alguma doença e...

– Espera Hermione. Olhe.

Os quatro observaram Rose acariciando o passarinho, que já não respirava mais.

– Fica bom passalinho, fica bom passalinho... – Ela dizia enquanto acariciava o passarinho. De repente ele começou a bater as asas, e pulou para o chão. Hermione segurou no braço de Rony, assustada. Rony se apressou em pegar Rose no colo.

Os quatro olhavam assustados para o passarinho pulando no chão. Anny se aproximava dele, tentando tocá-lo.

– Anny, não! – Hermione disse e a garota pulou para trás. No mesmo instante o passarinho bateu as asas e voou pelos jardins da casa. Mas antes de desaparecer no céu, ele deu uma última volta em torno de Rony, que ainda estava com Rose no colo. Todos entenderam que era um agradecimento. Rose batia palmas, sem entender que tinha um grande dom.

**

– Teddy! Me espera! – Mia corria pelos jardins de Hogwarts. Teddy parou olhando para ela, respirando ofegante. Os dois riam enquanto pararam no jardim. – Temos que esperar Victória. – Ela disse sorrindo.

Teddy não disse nada. Apenas olhava para a garota. Mia desviou o olhar para a cabana de Hagrid. Notou os olhares de Teddy há algum tempo, mas tinha vergonha de retribuí-lo. Eram amigos há dois anos, e foram inseparáveis desde que se conheceram.

– Tem uma coisa... No... Seu rosto. – Ele disse se aproximando dela. Mia prendeu a respiração por alguns instantes, sentindo o toque das mãos quentes de Teddy em seu rosto. – Pronto. – Ele sorriu.

– Obrigada. – Ela sorriu de volta, envergonhada.

– Aqui na sua blusa também está sujo. – Ele apontou para baixo. Mia abaixou a cabeça, mas foi surpreendida quando o dedo de Teddy subiu, batendo em seu nariz. Os dois começaram a rir, e ele saiu correndo da amiga.

**

– Não... Eu... Eu não quero fazer mais isso. – A mulher sentou-se no sofá, passando a mão em sua cabeça.

– Mas você precisa. Nós precisamos disso!

– Não! Apenas você precisa disso!

– Mas nós duas fazemos parte uma da outra. Somos apenas uma. Você também precisa. Está enfraquecendo.

A mulher se levantou e se olhou no espelho. Seu reflexo estava cansado, com várias rugas e olheiras. Ela não era a mesma de antes. Não era a mesma mulher atraente de alguns anos atrás. Estava cansada e fraca.

– Eu não quero te ajudar mais... Eu... Eu não sou como você. – Ela disse olhando para o reflexo no seu espelho, que sorriu assustadoramente.

– Você é sim, como eu. Mais do que imagina. – O seu reflexo dizia.

– Não é só porque somos parentes que temos que ser iguais.

– Mas também somos apenas uma. Você tem uma parte de mim em você, querendo ou não.

– Maldita hora que fui querer te ajudar! Você prometeu me deixar em paz depois disso, mas tudo o que fez foi arruinar minha vida! Olha só como eu estou! – Ela disse furiosa.

– Eu prometo que se fizer o que eu mando, te deixarei em paz, para sempre.

– Quem garante isso?

– Não acredita na minha palavra?

– Não.

– Mas eu sou sua última esperança.

– Sou mais forte do que você. Você é apenas uma parte da sua alma, que eu tive a infelicidade de guardá-la dentro de mim.

– Mesmo assim posso fazer muitas coisas.

Sem conseguir se controlar, a mulher pegou uma jarra de vidro que havia ao lado do espelho e a jogou do outro lado da sala.

– Para com isso! – A mulher gritou. – Eu já disse que não quero que faça essas coisas!

– Você não tem que querer! Eu posso controlá-la!

– Não! Esse corpo é meu!

A mulher pegou um caco de vidro apontou para seu pescoço, enquanto a voz em sua mente e seu reflexo no espelho davam gargalhadas.

– Vai fazer o que? Se matar?

– Quem sabe?

– Mesmo se você se matar, sabe que eu ainda estarei com seu corpo, não é?

A mulher ficou em silencio.

– Junte-se a mim, e eu te deixarei em paz. Terá seu corpo de volta, e em perfeito estado.

A mão dela se abaixou lentamente com o caco de vidro, até cair no chão.

– Por que você não foi embora completamente aquele dia no Ministério? – A mulher sentou-se cansada no sofá. – Está arruinando minha vida.

– Não se preocupe, será por pouco tempo.

Ela se virou para olhar o profeta diário em cima da mesinha. Uma foto de Rony estava na capa, com Harry ao seu lado.

“Ronald Weasley, promovido para Chefe dos aurores, teve o completo apoio de Harry Potter, que diz estar orgulhoso do amigo. Kingsley anunciou nessa tarde, que Ronald é um grande auror, ficando com certeza entre os melhores, junto com Harry Potter. “Não temo a segurança do mundo bruxo quando se trata de Ronald Weasley e Harry Potter” – Declarou Kingsley. Weasley diz estar animado com o novo cargo, podendo assim passar mais tempo com sua família.”.

– Por hora... – A voz na mente de Stella ecoou.