Amor de Pai - RxHr escrita por Verônica Souza


Capítulo 24
Capítulo 24




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A estação de king's cross estava lotada, como sempre. Não apenas por trouxas, mas também por vários bruxos. Vários conhecidos de Rony e Hermione que eles não viam há anos. Mia empurrava o seu carrinho com suas malas, olhando admirada ao redor. Rony e Hermione iam logo atrás. Pararam em frente à plataforma 9 ¾.

– Pai... – Ela olhou para Rony. – Vai comigo?

Rony sorriu e olhou para Hermione. Ela soltou sua mão, sorrindo.

– Claro, princesa. – Ele colocou uma das mãos no carrinho, e os dois correram, passando pela plataforma. Hermione veio logo depois. Mia olhou admirada para o lugar. O expresso de Hogwarts já estava parado no lugar de sempre. Bruxos de todos os lugares estavam ali se despedindo.

– Então... Está na hora... – Rony colocou as mãos no bolso e olhou para Mia. – Minha princesa realmente está crescendo.

– Pai... – Ela riu.

– Quero que me prometa que não vai dar bola para nenhum garoto. – Ele se abaixou na frente da pequena.

– Eu prometo pai.

– Será uma ótima garota, e vai ser como sua mãe, a maior sabe tudo. – Rony sorriu.

– Pode deixar! E também serei da Grifinória.

– Isso aí! – Rony disse orgulhoso.

– Mesmo se não for da Grifinória meu bem, nós vamos ter orgulho de você. – Hermione sorriu para ela. – Não é Rony?

– É claro!

– Vou sentir falta de vocês. – Ela abraçou Hermione, que segurou tanto tempo as lágrimas, mas foi impossível naquele momento. Abraçou Mia tão apertado que deixou a pequena sem ar. Ela soltou o abraço e a encheu de beijos.

– Mande cartas sempre que puder! – Hermione disse limpando as lágrimas.

– Pode deixar mãe. – Ela sorriu. Virou-se para Rony e esticou os braços, como fazia quando era criança. Rony a pegou no colo e a abraçou apertado, passando a mão nos cabelos dela e lhe beijando o rosto. Não chorava, mas estava emocionado.

– Se cuida princesa. – Rony sorriu para ela, colocando-a no chão. – Vamos sentir saudades.

– Eu também. – Ela disse chorosa. Olhou para o expresso e foi em direção a ele. Rony abraçou Hermione pela cintura, e ela deitou a cabeça em seu ombro, ainda chorando. Mia entrou no expresso, e deu mais uma olhada para eles.

– Eu amo vocês! – Ela gritou acenando.

– Nós também te amamos! – Hermione gritou de volta.

Assim, Mia partiu para sua primeira viagem para Hogwarts, deixando Rony e Hermione pela primeira vez.





**************


– Ainda não acredito que ela foi mesmo para Hogwarts. – Hermione sentou-se no sofá com o rosto manchado de lágrimas.

– Devemos ficar orgulhosos dela... Será uma grande bruxa. – Rony sentou ao lado dela, beijando sua mão.

– Será sim. – Hermione sorriu. – Será que ela vai estar protegida lá Ron?

– Claro que vai. É Hogwarts!

– Nós sabemos muito bem que Hogwarts não é tão segura como dizem...

– Agora é diferente Hermione. Não se preocupe está bem?

– Mamãe! – Anny correu até ela. Mia a abraçou e a sentou em seu colo.

– Você não vai deixar a mamãe tão cedo não é? – Hermione perguntou para ela.

– Não mamãe. – Ela deitou em seu colo.

– Allan, já disse para não subir aí. – Rony se levantou e foi até a mesinha, onde Allan pulava em cima. Rony o pegou no colo, sob protestos. – Tenho que me lembrar de não deixá-lo perto de Fred e Jorge.

– Não adianta Rony, Allan sempre foi assim. – Ela acariciava os cabelos da filha.

– Senhora Hermione, quer que Tiffy prepare o almoço? – Tiffy apareceu na porta.

– Não Tiffy, obrigado. – Rony disse. – Vamos almoçar fora hoje.

– Vamos? – Hermione perguntou.

– Sim. – Rony sorriu.




*************

– Lufa Lufa! – O chapéu seletor disse alto. Mia foi aplaudida por todo o salão. Ela se levantou um pouco desconfortável e foi até a mesa da casa. Os outros alunos a cumprimentaram animados, e ela sorriu forçadamente. Imaginou que seu pai talvez fosse ficar decepcionado por ela não ter entrado na grifinória. Afinal, nem ouvira falar direito da Lufa Lufa. Todos os bruxos que conheceu durante sua vida foram da Grifinória ou Sonserina.

– Você não parece muito feliz. – Um menino de cabelos azuis disse para ela.

– Hum? Ah... Não... Eu estou sim. – Ela forçou um sorriso.

– Sei que não está.

– Oras... Como assim sabe? Você nem ao menos me conhece!

– Mia Weasley, filha de Rony Weasley e Hermione Weasley. – Ele sorriu.

– Como...?

– Teddy Lupin. – Ele apertou a mão dela.

– Lupin? Oh meu Deus... Você é filho do Remo?

– Sou! – Ele sorriu orgulhoso.

– Mas... Você não tinha se mudado para o Brasil?

– Retornei... Minha avó queria que eu estudasse em Hogwarts como meus pais.

– Nossa, tio Harry vai adorar isso! – Ela disse animada.

– Não me lembro muito bem do meu padrinho... Ficaria feliz em encontrar com ele. Minha avó diz que ele nos ajudou bastante. Ele quem pagou a nossa viagem para o Brasil. Acharam melhor eu ser criado em um lugar distante de onde tudo tinha acontecido.

– Eu sinto muito pelos seus pais.

– Tudo bem... Não me lembro muito bem deles. Eu era muito pequeno. Mas você ainda não me disse por que está chateada por ter entrado na Lufa Lufa.

– Meu pai e minha mãe estudaram na Grifinória, e todo o resto da família Weasley. Queria ter continuado a tradição. – Ela abaixou a cabeça triste.

– Grifinória! – O chapéu seletor gritou. Ouviram aplausos, e Victória foi até a mesa da Grifinória, sendo recebida por todos os outros.

– Ótimo... Até Victória entrou na Grifinória. Justo ela. – Mia cruzou os braços.

– O que tem ela?

– É minha prima... Tudo o que ela faz, faz melhor do que eu. É mais bonita, é mais legal, e pelo visto é mais corajosa.

– Não é só porque você não entrou na Grifinória que não seja corajosa.

– Bom... Eu acho que é sim. Meu pai vai ficar tão desapontado. – Ela escorregou pela cadeira.

– Duvido. Minha avó me disse uma vez que não conheceu pessoas mais adoráveis do que meu padrinho e seus pais.

– Veremos se eles irão continuar assim depois que descobrirem que eu sou da Lufa Lufa.

– Acho que assim você também me ofende...

– Desculpe.

– Não se preocupe. Sei que vão ficar orgulhosos de você. – Ele sorriu.

Mia sorriu de volta. Por incrível que pareça estava começando a gostar de ter entrado na Lufa Lufa.





******************



– Gostaram do passeio? – Hermione perguntou de mãos dadas com Anny.

– Sim! – Os dois responderam animados.

– Que tal um sorvete? – Rony perguntou de mãos dadas com Allan.

– Oba! – Disseram animados.

Os quatro entraram em uma sorveteria. Rony foi até o balcão pegar os sorvetes e Hermione se sentou com os dois, aguardando.

– Mamãe, quelo de limão. – Anny disse.

– Está bem... Seu pai já vai pegar.

– Eu quelo de totolate. – Allan falou. Hermione riu. Achava uma graça quando os dois diziam as famosas palavras erradas.

Rony voltou com os sorvetes. Colocou-os na mesa e sentou-se ao lado de Hermione.

– Isso não é totolate mamãe. – Allan disse triste olhando para o sorvete de morango.

– Mas morango também é gostoso meu amor. – Hermione sorriu para ele.

– O que foi? – Rony perguntou.

– Ele queria de chocolate...

– Ah mamãe... Mas eu quelo de totolate... – Ele fez biquinho prestes a chorar. Hermione olhou para Rony, e ele negou com a cabeça.

– Não mesmo Hermione. Já peguei o de morango. Você mesmo diz para não mimá-los. Ele toma o de morango, e outro dia compro o de chocolate para ele.

– Olha a carinha dele Rony. – Hermione se derreteu olhando para ele.

– Anny não está reclamando. – Ele mostrou para a pequena se lambuzando toda com seu sorvete.

– Meu bem, o papai compra de chocolate pra você outro dia. – Hermione disse.

– Não gosto de molango. – Ele deitou a cabeça na mesa chorando baixinho.

Hermione olhou com seu coração em pedaços. Não aguentava ver seus filhos chorando, mas sabia que Rony tinha razão, não poderiam mimá-los.

– Olha só... Eu vou tomar um pouco pra você ver como é gostoso. – Hermione pegou um pouco do sorvete e colocou na boca. – Hum... Viu só? Como é gostoso... – Ela parou de falar.

– Que foi? – Rony perguntou.

– Isso não é morango. – Hermione olhou para a vasilha. O sorvete que era rosa estava marrom. – É chocolate. – Hermione olhou para Rony assustada.

– Não... Eu tenho certeza que pedi de morango. É igual o da Anny. – Ele apontou para o pote dela, que tinha sorvete de morango.

– Mas isso é chocolate Rony! – Hermione mostrou pra ele. – Onde já se viu sorvete de morango marrom?

– Deixa eu ver. – Ele pegou um pouco do sorvete e provou. – Impossível... É chocolate mesmo.

– Oba! – Allan pegou o pote de sorvete e começou a tomar, animado. Hermione olhou para Rony e abriu a boca.

– Meu Deus! Ele deu o seu primeiro sinal de magia! – Ela disse animada.

– O que? – Rony perguntou. – Mas já?

– Sim Rony! Ele transformou o sorvete de morango em chocolate! Não tem outra explicação.

Os dois ficaram animados. Hermione se levantou para abraçá-lo, e os gêmeos não entendiam nada. O dono da sorveteria ficou olhando aquela família estranha abraçando o filho e comemorando. Não entendeu nada.

– Cada doido que me aparece aqui... – Ele resmungou terminando de limpar o balcão.




******************






– Aconteceu! – A mulher gritou aparecendo na sala. – Aconteceu! – Ela começou a sorrir assustadoramente.

– Aconteceu o que? – O homem largou o jornal no sofá e a olhou.

– Finalmente irei ficar forte o bastante para voltar realmente.

– Quer dizer que... Bianca vai voltar?

– Sim, sua esposa vai voltar. – Ela disse com desgosto. – E eu poderei ser eu mesma. Finalmente.

– Então quer dizer que agora podemos saber qual é o bebê da profecia?

– Sim. E já tenho um plano para isso. Não vejo a hora de ter meus poderes completamente de volta.





***************



Rony abriu uma garrafa de champanhe. Harry, Gina, Sírius e Mirella também estavam lá comemorando. Rony encheu as taças e todos eles brindaram.

– Ao meu filho, que agora é oficialmente um bruxo. – Rony disse orgulhoso.

– Daqui uns dias é a pequena Anny. – Gina disse sorrindo para eles, brincando animados no canto da sala junto com Tiffy e Tiago.

– Também temos uma coisa para comemorarmos. – Sírius disse sorrindo para Mirella.

– Estamos grávidos! – Ela disse animada.

Mais uma vez todos eles comemoraram. Todos abraçaram Sírius e Mirella e lhes deram os parabéns.

As vozes foram se afastando da mente de Hermione, e o sorriso em seu rosto sumiu. Em sua mente, a imagem de um homem e uma mulher andando pelas ruas. Reconheceu que era as ruas de Dufftown, uma cidade próxima à Hogwarts.

– “Tem certeza que isso dará certo Milady?”

– “Claro que tenho, não tem como falhar.”

A imagem sumiu da mente de Hermione. Ela ficou bamba e encostou-se à cadeira. Rony percebeu que ela estava se sentindo mal, e segurou em sua cintura. Hermione não conseguia ouvir as vozes, nem o que Rony perguntava preocupado a ela. Sentiu-se ficando fraca, e Rony a segurando. A última coisa que viu foram os olhares preocupados das pessoas reunidas, depois, tudo se apagou.






*******************



– Não acredito que estou na Grifinória. – Victória dizia animada. – Vovô e Vovó irão ficar tão orgulhosos... E o papai então...

– Você já disse, três vezes. – Mia disse sem tirar a atenção do livro que estava lendo.

– Nossa Lica, que mal humor.

– Desculpe... – Mia fechou o livro e sorriu para ela. – Parabéns por ter entrado na Grifinória.

– Queria que você tivesse entrado também. Não conheço ninguém do meu dormitório. E você, fez alguma amizade?

– Hum... Mais ou menos...

– Com quem? Me conta! – Perguntou empolgada sorrindo para a prima.

– Bem... Lembra do afilhado do tio Harry, que tinha ido para o Brasil?

– O tal de Teddy Lupin?

– Sim... Ele é da Lufa Lufa, e meio que conversamos hoje.

– Meu Deus! Sério que aquele menino de cabelo azul é o Teddy? Eu nunca ia imaginar.

– É... Pelo que ele disse hoje à professora Sprout ele é um metamorfomago, como a mãe dele.

– Isso é meio... Estranho.

– Achei divertido. Algumas vezes durante o jantar ele fazia algumas caretas engraçadas. – Ela riu.

– Falando nele... Olha quem está vindo.

Mia olhou para o seu lado, e Teddy vinha em sua direção. Sentiu um pouco de felicidade, sem entender por que.

– Olá. – Ele disse sentando ao lado dela.

– Oi. – Ela sorriu sem graça. – Ahm... Essa é minha prima, Victória.

– Da Grifinória. – Ele sorriu para ela. – Parabéns, é uma grande casa.

– Obrigada. – Ela sorriu. – Você é mesmo um metamorfomago?

– Sim. – Ele passou a mão nos cabelos azuis. – Gosto de azul.

– Então você pode mudá-lo de cor? – Victoria perguntou animada.

O cabelo dele que era um azul ficou verde. As duas olharam impressionadas para ele. E logo depois, voltou para o azul.

– Algumas vezes muda com o meu humor... Depende. – Ele sorriu. – E então, estão indo para a aula de Transfiguração?

– Sim. – Mia respondeu.

– Podemos ir juntos?

– Claro! – Victória disse se levantando rapidamente.

Os três se levantaram e foram animados para a primeira aula em Hogwarts.





******************




Hermione abriu os olhos e estava no sofá de sua sala. Sentou-se rapidamente olhando ao redor. Todos olhavam preocupados para ela.

– Hermione, você está bem? – Rony se abaixou em sua frente.

– Bellatrix... Está em Dufftown.

– O que? – Todos perguntaram ao mesmo tempo.

– Eu vi... Ela... Ela está lá. Parece que está indo para Hogwarts.

– Hermione...

– É a Mia! Ela vai pegá-la Rony! Não podemos deixar.

– Hermione fica calma. – Gina disse.

– É, você não sabe se é realmente verdade. Não sabe se suas visões acontecem. – Sírius disse calmamente.

– Voldemort já manipulou minha mente uma vez Hermione, isso pode acontecer.

– Harry, eu sei o que eu vi. E não posso arriscar a vida da minha filha!

– Mas não faz sentido ela ir atrás de Mia. Ela acha que o sangue é dos gêmeos. – Rony explicou calmamente.

– Não interessa Rony! Não vou deixar Mia correr perigo.

– Ok Hermione... Por que não fazemos assim. Eu, Harry e Rony iremos até Hogwarts e checamos se Mia está bem. – Sírius disse.

– E também podemos olhar por Dufftown e Hogsmeade. Checamos os lugares e se eles estiverem realmente por lá, nós vamos encontrá-los. – Rony falou.

– Não vou deixar vocês irem sozinhos, pode ser perigoso.

– E você acha que você indo vai adiantar alguma coisa? – Rony perguntou nervoso. – Vocês três, fiquem aqui com as crianças e com Tiffy, e nós iremos até lá. Aurores tem acesso à Hogwarts e podemos aparatar nos jardins. Eu vou até o castelo procurar por Mia, e Sírius e Harry irão procurar nos vilarejos.

Hermione sabia que não ia adiantar discutir. Rony não ia deixá-la ir de maneira alguma.





*****************



Mia assistia a aula de transfiguração deslumbrada. A cada feitiço que a nova professora dizia, ela amava ainda mais estar em Hogwarts. Esperou isso por tantos anos que raramente sentia saudades de casa.

A professora interrompeu a aula quando ouviram batidas na porta. Era Minerva, a nova diretora.

– Desculpe atrapalhar sua aula professora Spawtic, mas eu gostaria de falar com Amélia Weasley.

A turma inteira se virou para a única ruiva que tinha na classe. Mia sentiu seu rosto ficar vermelho de vergonha. Primeiro dia de aula e já estava sendo chamada pela diretora. Ela se levantou envergonhada e caminhou de cabeça baixa, até Minerva fechar a porta e olhá-la.

– Olá Mia. – Ela sorriu.

– Oi Professora... – Disse um pouco confusa.

– Não precisa ficar com essa cara... Só tem uma pessoa querendo falar com você. – Ela disse rapidamente notando os olhares preocupados da garota.

– Comigo?

– Sim... Venha comigo.

As duas andaram apressadas pelo corredor. Pararam em frente uma enorme gárgula, que girou, mostrando uma escada. Minerva subiu as escadas e Mia a seguiu, um pouco insegura. Saíram em uma enorme sala. A sala da diretora. Mia pensou que estaria encrencada. Primeiro dia de aula e já conhecia a sala da diretora. Ela olhou para Minerva, esperando uma explicação.

– Alguém quer falar com você. – Ela disse sorrindo para Mia, que voltou sua atenção para seu pai parado no fundo da sala. Mia correu até ele e o abraçou. Mesmo estando apenas dois dias longe dele, já sentiu muitas saudades.

– Oi princesa. – Ele apertou o abraço olhando para ela. – Você está bem?

– Estou pai... O que... Você está fazendo aqui?

– Está bem mesmo?

– Estou pai... A mamãe...

– Não, estão todos bem. – Ele sorriu para ela. – Sua mãe... Teve uma sensação ruim com você, e pediu para que eu viesse ver como você estava.

– Pai... Ela está tendo mais um daqueles pesadelos?

– Mais ou menos.

– Eu estou bem pai, não se preocupe. Aqui é Hogwarts. – Ela riu. Rony sorriu um pouco forçado.

– Direi para ela que está bem. Pode voltar para sua aula...

– Está bem. – Ela disse um pouco desconfiada. – Tchau pai. – Ela o abraçou. – Obrigada professora.

Minerva sorriu para ela, e os dois observaram Mia sair da sala.

– Ela está realmente segura aqui?

– Sim, está. Bellatrix não conseguirá passar pelos portões de maneira alguma.

– Espero que Harry e Sírius tenham encontrando ela.

– Eu espero também. Odiaria a ideia de alguém ligado a Voldemort ter regressado.

– Obrigado pela ajuda Mcgonagall. Irei avisar Hermione que Mia está bem e segura.

– Espero que consigam resolver isso. Mande lembranças para todos. – Minerva sorriu.

– Obrigado. – Rony sorriu e se retirou da sala. Passou pelos corredores de Hogwarts, aproveitando para relembrar o tempo que estudou ali. Sentia saudades de sua adolescência... Estava tão admirado que não notou que Mia estava escondida atrás da gárgula, ouvindo toda a conversa.






************************



– Acha que ela irá conseguir o que quer? – Minerva perguntou olhando para o quadro de Dumbledore.

– Acho que Hermione é esperta para entender o livro. – “Dumbledore do quadro” respondeu.

– Mas como saberemos se a menina o entregou para ela?

– Quando você entregou o livro a pequena Weasley, ela não deve ter se interessado pelo assunto. Pode ter entregado para Hermione.

– Espero que ela tenha conseguido descobrir a profecia a tempo.

– Eu também espero...







*****************


Rony aparatou em Hogsmeade. Não estava vazia, mas estava completamente diferente de quando ele a visitava. Havia apenas algumas pessoas nas ruas, e duas delas ele reconheceu rapidamente.

– Hey! – Rony andou até os dois. – Encontraram?

– Nada. – Sírius disse decepcionado. - Nem em Dufftown e nem aqui.

– Parece que Hermione foi enganada. – Harry disse desapontado.

– Vamos dar uma última checada aqui, e vamos embora. – Rony falou. Sírius e Harry concordaram, e os três começaram a andar por Hogsmeade.






**********************



– Eles estão demorando. – Hermione andava de um lado para o outro.

– Fica calma Hermione. – Mirella disse tranquilamente.

– É Hermione... Eles estão bem... – Gina também tentava acalmá-la.

Hermione olhou para as crianças brincando tranquilamente. Estava com medo. Medo do que poderia acontecer com sua família. De repente mais uma imagem veio em sua cabeça, e Hermione mais uma vez reconheceu o lugar. A casa dos gritos.

– Agora vamos esperar...

– Esperar Milady? Mas não devemos ir atrás...?

– Seu idiota, não podemos simplesmente ir atrás. Mas não se preocupe... Ela virá até nós.

– E como sabe?

Hermione pôde ver claramente Mia amarrada na cama, chorando.




– Hermione! – Gina gritou. Hermione a olhou pálida. – O que foi?

– Eles pegaram a Mia. E estão na casa dos gritos. – Foi o que ela conseguiu dizer antes das lágrimas de medo rolar em seu rosto. Sem dizer mais nada ela aparatou, sem esperar Gina tentar impedi-la.





**********************



Mia correu para o seu dormitório. Por sorte os corredores estavam vazios, e Filch estava muito ocupado cuidando de sua gata. Ela abriu o seu malão, e tirou um mapa de dentro dele.

– Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom. – Ela apontou a varinha para o mapa. Tinha dado graças à Mérlin por seus tios terem lhe entregado o mapa, depois de “pegar emprestado” de Harry. Disseram que iria ajudá-la. Realmente.

Ela olhou pelo mapa, e viu que Minerva ainda estava em sua sala, Filch estava bem longe, mas alguém lhe chamou atenção. Teddy estava se aproximando do dormitório. Antes que ela pudesse dizer alguma coisa, ouviu um barulho da porta se abrindo, mas ninguém entrou.

Mia apontou sua varinha para a porta, sem saber realmente o que fazer. Não tinha noção nenhuma de feitiços. Estava prestes a sair correndo dali quando Teddy apareceu em sua frente, com a cara assustada.

– O que está fazendo aqui? – Ele perguntou para ela.

– Eu que te pergunto. Aqui é um dormitório feminino! E por que não está na aula?

– Percebi que você não voltou para a aula, e eu saí, com isso. – Ele apontou para a capa em sua mão.

– O que é isso?

– É uma capa de invisibilidade. Meu padrinho me mandou no meu aniversário de onze anos. – Ele disse animado. – Legal não é? E o que é isso em sua mão?

– Teddy... Acho que preciso da sua ajuda... E da sua capa.




************************


Hermione aparatou em frente o Três Vassouras. Estava nervosa, completamente nervosa. Chorava e não sabia para que lado tinha que ir. Saiu andando pelas ruas de Hogsmeade procurando por alguém que pudesse ajudá-la. Até que ela viu Harry, Rony e Sírius, andando em sua direção.

– Aquela é...? – Harry ajeitou seus óculos no rosto.

– Hermione. – Rony disse saindo correndo na direção dela.

– RONY! – Hermione gritou aliviada, correndo em sua direção. Eles se encontraram e Rony percebeu que ela estava completamente em estado de choque.

– Hermione o que aconteceu? – Perguntou preocupado. Harry e Sírius chegaram correndo ao lado deles.

– Eles... Pegaram Mia. – Ela soluçava.

– Impossível, eu estava com ela agora mesmo. – Rony falou.

– Mas eles pegaram. Eu vi... Estão na casa dos gritos. Rony eles vão machucá-la... Temos que fazer alguma coisa.

Rony sentiu seu coração parar de bater. Não poderia ser verdade.





*********************





– Não acredito que me obrigou fazer isso. – Teddy disse enquanto segurava a capa de invisibilidade que estava cobrindo os dois.

– É importante para mim Teddy. Minha mãe pode estar correndo perigo.

– Mas nem sabemos exatamente para onde estamos indo.

– Não ouviu? Minha mãe disse que estariam na casa dos gritos.

Eles continuavam andando, um pouco atrás dos outros. Como estavam com a capa de invisibilidade não conseguiam ser vistos.

– Vai me dizer onde arrumou esse mapa? – Teddy cochichou para ela, não poderiam ser ouvidos.

– Meus tios me deram antes que eu viesse para Hogwarts.

– Muito legal! Tem todas as passagens secretas.

– É sim, muito legal. Agora se concentra.

Os dois continuaram andando. Os outros praticamente corriam para a casa dos gritos, até que entraram. Teddy parou Mia com sua mão, e ela o olhou interrogativa.

– O que foi Teddy?

– Não podemos entrar aí.

– Por que não?

– Por que Bellatrix é uma pessoa má, capaz de fazer qualquer coisa.

– Eu sei como ela é, ela já tentou me matar. – Disse um pouco impaciente.

– Mesmo?

– Depois te conto essa história. Agora precisamos entrar.

– Não Mia, sério. Não vamos entrar.

– Teddy, eles acham que eu estou lá. Preciso entrar para eles verem que não é verdade.

– Está bem... Mas vamos entrar com a capa.

– Ok.




**********************


Rony e Harry iam à frente com as varinhas em mãos. Sírius ia atrás de Hermione, atento a qualquer tipo de movimento. Hermione estava com sua varinha, mas tremia tanto que seria incapaz de usá-la.

Eles subiam as escadas, calmamente, sem fazer barulhos. Rony apontou para a porta logo em sua frente. Só poderiam estar ali. Harry abriu a porta devagar, e os dois entraram no pequeno cômodo. Deram de cara com um homem apontando a varinha para eles, um pouco nervoso, e uma mulher sorridente, que não se parecia nem um pouco com Bellatrix.

– Ora, ora... Finalmente. Estava pensando que vocês não iam vim. – Ela disse animada. – Hermione, que prazer em revê-la... E... Sírius.

– Onde está minha filha? – Rony perguntou nervoso, apontando a varinha para ela, enquanto Harry e Sírius apontavam a varinha para o homem.

– Sua filha? Hum... Deixe-me pensar... Acho que aprendi um pouco sobre feitiço de ilusão... – Ela sorriu olhando para Hermione. – Que pena Hermione... Você não é tão esperta quanto pensa.

Hermione se sentiu a maior idiota do mundo. Tinha caído em uma armadilha. Queria proteger sua família, mas ao invés disso, acabou colocando todos eles em perigo. Rony olhou para ela, como se dissesse que estava tudo bem. Mas ela sabia que não estava. Não tinham saída.

– Bellatrix é melhor se entregar. – Sírius disse. – Vai para Azkaban... Não precisa acontecer nada indesejado.

– E você acha que eu irei voltar para aquele inferno? – Ela perguntou ficando nervosa. – Ainda mais quando eu estou quase me recuperando?

– Não está quase se recuperando. Está longe disso! – Harry disse irritado.

– É claro que Hermione vai concordar em trazer o que eu preciso aqui, se não sua preciosa filhinha irá sofrer as consequências. – Ela sorriu. – Tenho pessoas em Hogwarts que estão esperando o meu sinal para trazer sua querida filha.

– É mentira Hermione. – Rony disse sabendo que ela iria se sentir mal com isso. – É mentira dela, Mia está bem.

– Não posso arriscar Rony... – Hermione disse tensa.

– Não Hermione, não acredite nela, ela está te enganando.

– EU QUERO O GAROTO! – Ela gritou. – SE NÃO ME ENTREGÁ-LO EU IREI MATAR SUA FILHA!

– NÃO MÃE!

Todos se viraram assustados para a porta. A capa de invisibilidade caiu no chão, revelando duas crianças completamente assustadas. O garoto muito mais assustado do que a garota.

– Mia? – Rony perguntou assustado.

– Teddy? – Harry perguntou.

– Oi... – Ele disse um pouco sem graça.

– O que está acontecendo aqui? – Rony perguntou bravo.

Bellatrix não sabia o que fazer. Olhou para o homem, pedindo ajuda. O homem agiu rapidamente, correndo para o lado de Mia e a pegando, apontando a varinha para seu pescoço.

– NÃO! – Rony gritou.

– NÃO SE MEXAM! – Bellatrix apontou sua varinha para todos eles.

Ficaram parados. Harry puxou Teddy para o seu lado.

– Larguem as varinhas. – O homem disse.

Olharam um para os outros, e jogaram suas varinhas no chão.

– Ótimo... – Bellatrix sorriu satisfeita. – Muito bem... Agora... Tragam-me o garoto, ou nós iremos usar ela. – Apontou para Mia.

– Não... – Hermione disse com a voz tremula. – A profecia não diz que precisa ser o sangue do Allan ou da Anny.

Bellatrix olhou interrogativa para ela, e depois sorriu.

– Oh, tem razão... Não precisa ser deles. – Ela disse satisfeita. – Mate-a. – Ela disse para o homem.

– NÃO! – Hermione gritou. Rony fechou suas mãos com raiva. – NÃO, VOCÊ NÃO ENTENDE? NÃO É DELES QUE VOCÊ PRECISA, É DE MIM! – Hermione dizia com lágrimas nos olhos.

– HERMIONE! – Rony gritou com ela.

– DO QUE ESTÁ FALANDO? – Bellatrix perguntou confusa.

– A profecia não diz que precisa das crianças... E o sangue que está te fortalecendo não é dos bebês... É o meu.

Todos ficaram em silencio. O homem olhou confuso para Bellatrix.

– Eu sei o que você precisa fazer... Mas isso é comigo. Deixe-os. – Hermione disse.

Bellatrix olhou para o homem e balançou a cabeça. Ele soltou Mia, e ela correu abraçando-se ao seu pai. Antes que Hermione dissesse algo Bellatrix apontou a varinha para ela.

– CRUCIATUS!

– NÃO! – Rony gritou, mas Harry o segurou, o homem apontava a varinha para eles. Hermione caiu no chão, gritando. Rony sentiu que um pedaço de si estava sendo torturado. Ele tampou o rosto de Mia para que ela não visse, mas ele mesmo não queria estar vendo. Sua esposa, o amor da sua vida, sendo torturada em sua frente, e ele não poderia fazer nada.

– Agora... Finalmente... Meus poderes irão retornar. – Ela apontou a varinha para Hermione. – Suas energias positivas, sua felicidade e todas essas tolices irão me fazer mais forte. – Ela sorria olhando para Hermione sem forças no chão. – Não se preocupe querida, tudo será muito rápido. Boa sorte do outro lado do mundo. - Abriu a boca para mencionar um feitiço, quando Sírius se transformou. Voou para cima do homem mordendo sua perna. A varinha dele foi parar do outro lado do cômodo.

– AI! TIRA ESSE CÃO IDIOTA DAQUI! – O homem gritava.

Rony correu e pegou sua varinha no chão, apontando para Bellatrix.

– Se fizer alguma coisa eu a mato. – Ela disse com raiva. Rony olhou para Hermione, ela claramente não tinha forças para fazer nada.

– Rony... Espera... – Harry disse para ele. – Ela tem o controle...

– Não... – Rony murmurou. Apontou sua varinha para Hermione. – Obliviate.

– NÃO! – Bellatrix gritou.

– Rony! – Harry tentou impedi-lo, mas não deu tempo. Já estava feito.


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