Almas Obscuras - Despertar escrita por Angie Ellyon


Capítulo 4
Capítulo 3 - Está Nas Minhas Veias


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores. Ok, eu sei que demorei. E Muuuuuito. E peço zilhões de desculpas por isso. Aconteceram mil e uma coisas que nem dá pra explicar. Mas nesse meio tempo também estava planejando a história pra ficar melhor pra vcs. E espero que não tenham me abandonado, tá? kkkkkk Ah, e se voltarem aos capítulos anteriores, verão que reescrevi algumas coisinhas.
Boa leitura, amo vcs



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Acordei melhor na manhã seguinte e fui bem disposta para a aula inaugural da feira arqueológica. Fomos apresentados a objetos e teoria. Foi fácil interpretar todas aquelas informações.

– Droga... - quando todos se dissiparam e seguiram para suas aulas normais, me deparei com Mary ajeitando uns papéis bagunçados.

Agachei-me e juntei alguns que estavam no chão.

– Devia experimentar uma pasta.

Ela se virou e suspirou.

– Melaine...o que está achando até agora?

Olhei ao redor.

– Só achei uma coisa estranha: uma feira arqueológica em Monthe´s Hell e justo no nosso colégio?

Ela riu.

– Estranho, né? Mas parece haver algo muito interessante por aqui. Então, se me der licença, tenho uma matéria pra fazer - ela me olhou melhor. - Se bem que, na verdade, deve estar sendo bem empolgante pra você. Por causa da sua mãe.

– Já leu muitas coisas sobre ela, não é?

– Tenho que estar a par de tudo - disse ela. - Ela tinha registros impressionantes.

– Já sabem algo sobre aquela pedra? - apontei.

Ela deu um sorriso aberto.

– Ok. Segundo o centro de pesquisa, foram encontrados aqui certos...artefatos desconhecidos. Não se sabe ao certo o que é ou a qual civilização pertence. Mas nunca foram vistos antes.

Aquilo chamou minha atenção. Se mamãe estivesse ali, estaria dando pulos de alegria.

Mary meneou a cabeça.

– Achei que soubesse disso. Sua família está patrocinando a pesquisa - ela disse como se fosse óbvio e eu devesse saber. Quando franzi a testa, sem entender, ela rolou os olhos. - Seu pai, o todo-poderoso e ricaço da região e dono das Indútrias Lancaster; Henry, o grande. Eles até estarão presentes na festa de inauguração hoje à noite.

– Não acredito - falei pra mim mesma.

– Tudo bem, então - ela recolheu suas coisas e me deixou ali.

Enquanto saía da sala, eu só conseguia pensar: por que a família de Henry estavam patrocinando? O que havia ali para o interesse deles?

Lauren e eu nos encontramos no corredor enquanto seguíamos para o treino. Até que, de repente, ela parou, completamente surpresa.

– O que foi?

– É ele mesmo...o seu enfermeiro bonitão, Mel! Não acredito... - murmurava ela, olhando na direção onde Logan estava parado olhando uns cartazes. Na escada, um grupo de garotas olhava babando pra ele.

– Logan? Eu o vi ontem - falei. - Tem certeza? Não se confundiu...?

– Mel, pode ter certeza de que eu jamais esqueceria de um cara como aquele! - ela se virou. - Vai falar com ele!

– O quê? Lauren isso é bizarro. Tipo, o cara esteve no hospital e agora aparece no colégio?

– Mel, sua bobinha... - Lauren fez muxoxo. - Ele deve estar aqui por causa da feira. Anda, vai!

Ela se distanciou, e não me restou outra alternativa senão me aproximar dele.

– Ora, ora - ele sorriu. - Eu não disse que nos encontraríamos de novo?

– Minha amiga disse que viu você no hospital quando sofri um acidente ontem - falei, ansiosa, apontando para Lauren, que fingia conversar com outras garotas.

Ele olhou pra ela.

– Acho que a vi lá, sim.

Fiquei esperando um "Ah, você é filha de Henry Lancaster!" ou "Já ouvi falar da sua família", e por isso estranhei o fato de ele não me conhecer pelo sobrenome. Não que isso fosse importante, mas porque todos na pequena cidade já ouviram falar dos Lancaster. Era um sinal de que ele não era dali.

– Você é enfermeiro? - quis saber.

– Não.

– De outro colégio? Universitário? - ele balançou a cabeça. - Então já é formado?

Ele tinha um sorriso brincando nos lábios.

– É, já sou formado.

– E o que fazia no hospital?

– Trabalho voluntário - respondeu e sorriu. - Você é bem curiosa.

Dei de ombros.

– Você foi me ver no hospital e nem nos conhecemos... - um arrepio percorreu minha espinha. Teria ele ligado para a emergência na rua?

Ele não disse nada, sorrindo enigmaticamente.

– Então, se interessa por feiras arqueológicas?

Ele meneou a cabeça.

– Estou na competição - e me olhou de um jeito desafiador. - E você vai perder.

O sinal tocou, e o corredor começou a ficar cheio de gente enquanto nos encarávamos.

– Pelo visto, vamos nos ver bastante - sorri.

– Espero que sim - ela falou baixinho; só pra si mesmo.

– Até mais. - dei passos para trás, mas ele me segurou com força, como se não quisesse me deixar ir.

– Melaine, espera - sua voz soou rouca, me olhando profundamente. Olhei para sua mão prendendo meu pulso. Ele pareceu engolir em seco. Dando um meio sorriso sem tirar os olhos de mim, ele me soltou.

Porém, assim que dei dois passos, ele gritou:

– Melaine.

Me virei, e sua voz saiu carregada:

– Eu sinto muito. Mesmo. Por tudo.

Dei de ombros, sem entender o que ele quis dizer. Por que ele estaria se desculpando? Do quê? Do acidente? Ou ele saberia da minha mãe e estava compadecido? De todas essas perguntas, eu só poderia tirar a conclusão de que ele estava ali por um motivo. E eu descobriria o que era.

...[...]...

Depois de muito insistir, Tia Diana me levou à festa de inauguração da feira. Ela havia sido montada no campo de futebol do colégio. Pessoas sentavam nas arquibancadas, comiam e bebiam.

Não demorou muito para que eu os avistasse - os Lancaster. Estavam sentados numa mesa todos juntos. Henry acenou primeiro. Logo ao seu lado, vi tia Miranda e tio Hansel acompanhados de seus filhos e meus primos legítimos, Lara e Dave Lancaster. Lara era a cópia fiel e mais jovem da mãe: alta, bonita - e mesquinha. Era loira e tinha olhos afiados. Era uma patricinha de carteirinha. Já Dave não. Ele era bacana. Tinha cabelos castanhos cacheados, mais próximo de tio Hansel, e era bem inteligente, embora fizesse tudo o que mandassem.

Depois, tio Borias apareceu acompanhado de alguma piranha siliconada e interesseira. Ele estava sempre trocando de mulher. Ele tinha cabelos castanho-escuros, e era mais robusto que Heny. Adorava vinhos e gastar com coisas caras, além de sempre usar alguma joia. Mamãe havia dito que ele tinha uma filha, mas que era desgarrada e que o odiava.

Em seguida, meu tio Benjamin, ou tio Ben. Ele também tinha um casal de filhos: Peter e Claire. Ela era afastada e diferente de Lara; talvez tímida, alta e magra de cabelos castanho-claros. Peter tinha uma aparência calma, era também alto e magro, de cabelos curtos. A mãe deles, Iara, era uma mulher muito simpática e parecida com Claire, mas que sofria de uma doença silenciosa.

Logo depois, minhas tias Deborah e Joanne com seus respectivos maridos - que eram inclusive grandes sócios da empresa - e suas filhas, Léxi e Natalie, companheiras de Lara. Tia Debora era tão elegante quanto tia Miranda; com seus cabelo caramelo curto, e tia Joanne era baixinha de cabelos pretos. Léxi tinha cabelos castanhos e tinha o mesmo porte de modelo de Lara, enquanto Natalie era morena.

Todos aqueles olhares estavam voltados pra mim.

– Por que não se junta à nós, querida? - Henry disse.

Olhei de relance para tia Miranda. Não confie em nenhum deles, Mel, a voz de mamãe rimbombou no meu cérebro.

– Já sabe pra qual faculdade irá, sobrinha? - tia Miranda se adiantou. - Seu pai e eu estivemos conversando e pensamos que talvez seja bom pra você ir para um curso...mais estável.

Imediatamente me lembrei que tipo de profissões se encaixavam dentro do padrão dos Lancaster: as de grande renome. Eles só pensavam em dinheiro.

– Quero ser como mamãe um dia - foi tudo o que saiu.

Os dois se entreolharam.

– Aliás, interessante estarem patrocinando a pesquisa...acharam algo interessante? - cutuquei.

– Algo novo no qual nossa empresa está trabalhando - Henry tomou minha mão. - Por isso quero que esteja a par dos negócios, filha. Quero que esteja por perto quando começarmos - seus olhos adquiriram um brilho sagaz.

Escutei tio Hansel pigarrear.

– Henry...será que posso conversar com Melaine?

– É claro - concordou ele, piscando pra mim.

Tio Hansel me levou para o meio da multidão e longe deles.

– Preciso engolir seu orgulho e se dar bem com eles. Para seu próprio bem - alertou-me ele, me olhando nos olhos. - Seu pai não vai desistir de você.

– Mamãe me disse pra ter cuidado - contei. - Foi o último aviso dela e não vou ignorá-lo.

– Tem razão - disse ele. - Sua mãe era muito inteligente. E tem um motivo pra ela ter alertado você. - ele olhou pelos lados e abaixou a voz ao dizer. - Seu pai quer algo de você. Não sei do que se trata, mas só agora percebo porque Loranda era tão cautelosa. Está avisada, querida.

Depois que ele voltou à mesa, fui surpreendida por Henry.

– Já vai embora? - ele quis saber.

– Preciso me recuperar do acidente. Vou sozinha. - falei antes que ele oferecesse.

– É uma moça bonita. Deve chamar atenção dos rapazes. - ele pareceu infeliz, olhando para Matt, que nos observava, conversando e tomando uma bebida com os amigos, garotos do time, como ele. Matt era fisicamente parecido com Jonas, mas era todo certinho e vaidoso - e, às vezes, dava em cima de mim. Só que rolava um boato que os dois tinham uma rixa, e ninguém sabia o que era.

Revirei os olhos, sem acreditar naquela ceninha ridícula.

– Se conhecer alguém - ele me olhou -, você o levará pra se apresentar?

Suspirei, já cansada daquilo.

– Preciso ir.

– Não vai me dar um abraço?

Parei e me virei relutante. Com um pouco de esforço, eu lhe dei um abraço meio afastado. Imaginei o quão estranho nós dois estávamos aos olhos dos outros: ele, curvado, tentando me abraçar direito; e eu, tentando me esquivar de todo jeito.

– Tá, já abraçou. Pode me soltar - eu disse, lhe virando as costas como um sinal silencioso para enfim ligar pra Tia Diana e voltar pra casa, quando uma voz soou por trás.

– Melaine? - era Matt, sorridente. - Precisa de carona? Posso te levar,se quiser.

– Minha tia vem me buscar... - gesticulei na direção da saída, nervosa.

Ele olhou o relógio.

– Ela vai demorar um pouco, e você parece apressada.

– Ah, eu não sei bem...

– Vamos - ele tomou minha mão gentilmente. - Eu insisto.

Ficamos em silêncio durante o trajeto. Só quando chegamos foi que ele disse:

– Melaine...que queria saber se a gente podia se encontrar um dia desses...se você quiser, é claro - ele parecia bem nervoso, me olhando atentamente.

Eu não sabia o que dizer.

– Ah...eu vou ver.

Ele abriu um largo sorriso.

Agradeci a carona e saí, me deparando com Jonas se balançando na rede da varanda de um jeito desengonçado e preguiçoso.

– Que folga, hein, caubói! - disse-lhe.

– O grande babacão está de quatro por você - foi o que ele disse. - Ele tá te cercando ou você tá dando mole pra ele?

Dando mole?

– Não é da sua conta.

Ele riu e me jogou algo que agarrei por reflexo. Meu caderno.

– Você continua com aquele garrancho da primeira série. Mas te devo uma. Valeu - ele se apressou e desceu, quando o chamei.

– Estou curiosa...qual é o problema entre vocês dois?

– Problema nenhum - ele respondeu de imediato. - A gente se evita, só isso. Meu conselho é esse: mantenha-se longe do cara.

– Partindo de você, tem muita credibilidade... - fiz muxoxo.

– À parte das brincadeiras que faço, não sou o sacana que você pensa - Simpatizo com você, garota.

– Simpatiza comigo?! - essa merecia o Oscar. O cara mais casca grossa que conheço...

– Meu conselho era esse - ele terminou de se virar, quando ouvi passos se arrastarem pela varanda, até que tia Diana apareceu.

– Melaine, tem um rapaz na porta. E ele quer falar com você.

– Você.

Logan estava parado ao pé da porta e exibiu um sorriso quando me viu. Vestia preto da cabeça aos pés. Sua presença parecia magnetizar tudo ao redor. Mesmo parada no batente da porta, ele era mais alto.

– O que está fazendo aqui?

A respiração de Jonas roçou no meu cabelo atrás de mim. Logan mexeu no bolso do casaco e retirou algo.

– Você deixou cair hoje de manhã - ele estendeu meu diário de viagens com mamãe, o qual peguei afoita. Que susto seria perdê-lo!

– Puxa, obrigada! - falei. - Mas como sabia onde eu morava?

– Você mesma se identificou e pôs o endereço - ele apontou para a capa, onde eu havia realmente escrito minhas informações pessoais.

– Quem é você, cara? - Jonas perguntou de repente, parecendo irritado.

Logan, que até então parecia ignorar Jonas, dirigiu um olhar fulminante. Nunca tinha visto um olhar daquele jeito. Por um minuto, me pareceu que seus olhos haviam mudado de cor; para um negro mais intenso, como um abismo - e aquilo me amedrontou.

– O que foi? Queria que eu tivesse guardado algo pra mim que não me pertence? Não entendo o que isso tem haver com você - Logan respondeu de maneira grosseira. - Mas você parece entender como é segurar algo que não lhe pertence.

Senti o peito de Jonas roçar nas minhas costas devido à sua respiração acelerada. Se tinha uma coisa que eu sabia sobre ele, era que Jonas raramente fugia de uma boa briga.

A tensão estava no ar, e eu temia que os dois brigassem ali e estragassem as plantinhas de Tia Diana. Os dois estavam praticamente me esmagando entre eles.

– Tá tudo bem. Já chega, ok? - eu os afastei, e pude enfim respirar outra vez. - Eu ficaria louca se perdesse isso. Obrigada de novo.

Logan desviou o olhar de Jonas e sorriu calorosamente.

– Anotei meu telefone, se precisar algum dia.

Corei levemente pensando se ele teria visto minhas fotos constrangedoras.

Depois de ignorar Jonas mais uma vez, ele saiu elegantemente até entrar num carro preto.

– Até que enfim esse idiota foi embora - Jonas cuspiu quando as luzes do carro desapareceram na esquina. - De onde conhece aquele imbecil? O

– Na feira do colégio...e também no hospital - falei, morrendo de vontade de abrir o diário. Minhas mãos coçavam.

– O que ele quer com você?

– Ai, Jonas, quanta pergunta...

– Aquele cara é, tipo, assustador– ele soou sério. - Viu o jeito como ele me olhou? Aquilo foi bizarro! Ele pode ser, sei lá...um psicopata tentando te sequestrar!

Dei risada.

– Não viaja, tá, caubói?

Vendo que ele não caiu na minha brincadeira, suspirei.

– Sério, Jonas, ele não parece perigoso.

– Você está completamente afim daquele otário. - ele continuou sério.

– Não estou! - bati o pé. - E quem você pra falar sobre perigo?!

Nossa discussão foi interrompida com o toque do celular de Jonas, que suspirou ao olhar a tela.

– Enfim, você que sabe, garota - advertiu ele antes de ir.

Corri para o quarto para enfim saciar minha curiosidade e ler o que Logan havia escrito. Folheei as folhas do diário impacientemente até encontrar, já bem no final, um papel maleável.

Logan Fell, estava escrito debaixo de um número de telefone, Me desculpe.


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Notas finais do capítulo

E aí, oq acharam?? vou ver se posto o proximo ainda essa semana :) Témais!



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