Violetta estava completamente apagada em meu colo, eu tinha um pouco de medo dessas coisas de desmaios, já que foi em um desses que uma prima minha teve uma convulsão.

–Fran, ela estava bem antes de eu chegar? –Perguntei.

–Sim León, muito bem, estávamos conversando na boa. –Ela disse.

–Foi do nada então? –Perguntei.

–Pelo que parece sim, ela não disse nada? –Fran perguntou.

–Eu acho melhor levarmos ela ao hospital. –Eu disse.

–León não se preocupe tanto, Violetta tem trabalhado demais de repente foi stress. –Ela disse me olhando.

–Por que eu acho que tem muito mais nessa história do que eu imagino? –Perguntei.

–Impressão sua. –Ela disse.

–Sei, eu tenho que ir Fran. –Eu disse.

–Tudo bem León, eu vou esperar a Violetta acordar para levá-las em casa. –Ela disse.

–Faz o seguinte, pegue as coisas de Violetta e coloca Elena dentro do meu carro, eu vou levar as duas em casa. –Eu disse me levantando com Violetta no colo.

–Tem certeza León, não sei se Violetta gostaria de saber que foi você que a deixou em casa. –Ela disse.

–Relaxa Fran, só pega tudo dela ok. –Eu disse e me dirigi até a porta esperando que Fran pegasse a bolsa de Violetta. Depois de pegar tudo fomos até o meu carro, ela colocou Elena na cadeirinha no banco de trás e eu coloquei Violetta sentada no banco da frente e coloquei o cinto nela. Me despedi de Fran e fiz o caminho da casa de Violetta que era bem contrário da minha. Quando parei em frente a enorme mansão dos Castillo toquei o interfone.

–Quem é. –A voz de Olga soou.

–É o León, pode vir aqui fora um segundinho Olga? –Perguntei.

–Oi León, claro aguarde. –Ela disse e uns segundos depois apareceu no portão.

–Olga, pode pegar a Elena para mim no banco de trás, enquanto eu levo a Vilu. –Eu disse.

–Mas o que houve? –Ela perguntou.

–Ela desmaiou. –Eu disse sem me preocupar, sabia que Olga ia se desesperar, mas não iria mentir.

–Ah, tudo bem, eu pego a Elena. –Ela disse abrindo a porta traseira do meu carro.

–Olga, você sabe o por quê?- Eu perguntei sério, ela não tinha surtado e quase morrido como a Olga faria.

–Deve ser stress. –Ela disse e entrou com Elena.

–Stress sei, tem alguma coisa muito errada ai Violetta, e eu vou descobrir o que é. –Eu disse a pegando no colo e seguindo para dentro da casa.

–León, o que houve com a Violetta? –Germán perguntou me encarando.

–Ela desmaiou, lá na casa da Francesca. –Eu disse e ele me olhou como se quisesse muito me dizer alguma coisa.

–Bom, pode colocá-la lá em cima para mim fazendo o favor. –Ele disse.

–Sim, eu posso. –Eu disse subindo as escadas. Cheguei ao quarto de Violetta e a coloquei na cama, eu sentia falta dela, muita para ser sincero, sentia falta do que a gente não viveu já que eu fiz tantos planos e eles nem se realizaram. Observei Violetta, ela não parecia ter desmaiado por uma causa grave, ou então algo com que eu devesse me preocupar, as vezes era mesmo só Stress, mas tinha alguma coisa dentro de mim que me pedia para não desistir tão fácil de saber o que acontecia. Tirei seus sapatos e depois o casaco que ela usava, coloquei ela deitada direito na cama e a cobri, e com um selinho em seus lábios eu me retirei do quarto.

–Senhor Germán, eu preciso ir. –Eu disse.

–Tudo bem, me diga como estão sua mulher e seu filho. –Ele disse.

–Eu acredito que bem, estou ficando preocupado. –Eu disse.

–Por que? –Ele perguntou sério.

–Hoje encontrei uma moça no parque, e ela estava quase com o mesmo tempo de gestação da Lara, e já tinha barriga.

–Sua mulher não tem barriga? –Ele perguntou.

–Nenhuma. –Respondi.

–Deveria mesmo se preocupar. Bebês nessa fase são muito sensíveis e ainda estão em formação. –Ele disse.

–É eu sei, vou levá-la ao médico. –Eu disse.

–Bom, espero que dê tudo certo. Mas posso te garantir uma coisa. Sua mulher e seu filho de verdade estão muito bem. –Ele disse e eu me retirei com uma grande cara de dúvida.

Até que o fim de semana chegou rápido, eu precisava mesmo descansar. Teria uma festa na casa da Fran, segundo ela festas sem motivos eram as melhores. Eu me levantei já eram 11 horas e fui me arrumar, não faltaria essa festa, por mais que Lara tivesse me implorado isso.

–Estou pronta León. –Ela disse me olhando com raiva.

–Não adianta me olhar com essa cara Lara, ela é minha amiga. –Eu disse terminando de colocar minha roupa.

–Tudo bem León, será que podemos ir logo? –Ela perguntou e pegou sua bolsa.

–Sim, claro que podemos. –Eu disse e nós fomos até o carro.

Quando cheguei a casa de Francesca me surpreendi com a quantidade de pessoas que ela podia convidar para uma festa que não comemorava absolutamente nada.

–León, que bom que veio. –Fran veio me receber.

–Oi Fran. Cadê Elena? –Perguntei.

–Está correndo por ai. –Ela respondeu fazendo um gesto para que eu entrasse.

–Vou procurá-la. –Eu disse e sai em direção ao aglomerado de pessoas que se reunia na casa, vi Elena correndo com uma garotinha que devia ter a mesma idade dela.

–Princesa. –Eu disse quando cheguei perto dela.

–PAPAI. –Ela gritou e veio correndo me abraçar.

–Que linda você está. Mas quem foi que te deixou usar esse vestido curto? –Perguntei rindo.

–Estou uma pin- princesa papai. –Ela disse e aquilo me deixou muito orgulhoso, eu estava fazendo parte da evolução da minha filha, e ver que ela estava começando a falar direito me deixava muito feliz.

–Sim, está uma princesa linda. –Eu disse.

–Elena minha filha. Vem beber o seu suco. –Aquela voz conhecida por mim disse ela estava linda, não sei o que era, mas tinha algo diferente nela, estava radiante, tinha um brilho diferente nos olhos.

–Oi Vilu. –Eu disse.

–Oi León. Tudo bem? –Ela perguntou.

–Tudo ótimo. –Minha vontade era dizer, melhor agora.

–Tenta convencer sua filha a vir tomar o suco, ela não parou um segundo de correr. –Ela disse me olhando divertida.

–Eu tenho um método infalível. –Eu disse e comecei a fazer cosquinha em Elena.

–Eu vou, eu vou tomar o suco. –Ela dizia rindo.

–Então toma. –Violetta disse entregando o copo para ela.

Elena bebeu tudo bem rápido e depois eu a coloquei no chão e ela voltou a correr.

–Vem comigo, os meninos estão ali. –Ela disse e eu a segui, eu tinha até esquecido que Lara estava comigo.

No meio do caminho o cheiro da comida nos atingiu em cheio, e então eu pude perceber que eu estava morrendo de fome. Olhei para Violetta e ela mantinha os olhos apertados e a mão na boca.

–O que foi Violetta? –Perguntei e só vi que ela se virou rapidamente para a lixeira e vomitou. Segurei o cabelo dela e coloquei a mão em sua testa. Ela continuou com a cabeça baixa por um tempo e depois me encarou.

–Desmaios, vômitos. Você não quer me contar nada. –Eu disse.