Wide Awake escrita por Maria Júlia
Notas iniciais do capítulo
Oi amores, boa noite. Primeiramente eu queria agradecer pelos comentários, espero que gostem desse capítulo e boa leitura, bjs.
POV Duda
– Você já se sentiu sozinha? - perguntei e ela me olhou espantada.
– Duda, porque a pergunta? - o seu tom de voz estava trémulo e em questão de segundos o seu rosto ficou pálido, como se aquela pergunta fosse um tiro acertando a sua barriga de uma forma calma e dolorosa. Eu me deitei na cama e ela se deitou ao meu lado, Bia podia ser muito mal humorada e digamos assim rebelde, mas algo me dizia que ela sabia o que era se sentir sozinha, ela me olhou e suspirou fundo antes de me responder. - Eu me sinto sozinha todos os dias, mas se você ousar a contar isso pra alguém eu te arrebento.
– Essa conversa só vai ficar entre a gente - sorri e ela assentiu. - Uma pessoa (Mili) me contou uma vez que você morou com a sua mãe até os seis anos e algumas semanas depois ela te abandonou na rua. Falando que só ia comprar um sorvete, mas nunca mais voltou..
– QUEM TE CONTOU ISSO? - gritou e se levantou da cama. - Foi a Mili, não foi?
– Bia não culpa a Mili, ela deixou escapar isso e se eu estou sabendo é porque ela tem confiança em mim. Mas o assunto agora não é ela, e a gente! - falei e ela me olhou espantada, o que é que eu queria dizer com "a gente"? Ela se sentou na cama e cruzou os braços esperando que eu falasse algo. - Eu me sinto sozinho quando minha mãe não está aqui e sei que você é a que mais se sente sozinha naquele orfanato, mas tenta disfarçar sendo essa menina marrenta e que no fundo tem sentimentos..
– Duda, que papo estranho é esse em?
– Hoje de manhã eu acordei pensando nas mil e uma vezes que brigamos e cheguei a conclusão que não vale apena - expliquei e ela continuou a me observar. - Eu quero ser seu amigo, somente amigo ok? Vamos parar de brigar e tratar um ao outro como pessoas normais.
– Isso é muito, muito estranho.. mas tudo bem - sorri por imediato e lhe dei um abraço apertado. No começo ela estranhou mas acabou retribuindo, pena que isso tudo que eu estou fazendo é uma aposta com Thiago. Se eu conseguir ser amigo da Bia por alguns meses ele me dá o seu vídeo game, sei que o que estou fazendo é errado.. mas eu precisava daquele vídeo game já que o meu tinha "quebrado".
POV Matias
Vivi ligou para Carol e a mesma autorizou que ela dormisse esse final de semana em minha casa. Por volta das 13:20 resolvemos ir embora, porém não havia nenhum sinal de vida do Duda ou da Bia, fomos embora para o orfanato assim mesmo e meu motorista foi na frente. Vivi subiu com o urso para o quarto com o pessoal, me sentei no sofá, algumas lembranças vieram em minha mente e eu sorria ao se lembrar de quando conheci Vivi, dos nossos passeios e da nossa discussão.
– Matias, tô pronta - a voz de Vivi me despertou e eu sorri, ela estava linda com aquela roupa. Peguei sua mochila e coloquei no ombro, nos despedimos do pessoal e fomos em direção ao carro, em dez minutos chegamos na frente da minha casa. Entrelacei nossos dedos e entramos, meus pais sorriam ao ver Vivi ali. - Olá senhor e senhora Barreto.
– Vivi, seja bem vinda novamente aqui em casa.
– Obrigada Dr. Ferrati.
– Nós vamos para o quarto e daqui a pouco descemos para o almoço - falei e eles concordaram, Vivi abaixou a cabeça e veio comigo até o meu quarto. - Você se importa em dormir comigo? É que o quarto de hóspedes tá em reforma e a cama aqui é de casal.. então..
– Você ficou com vergonha, que fofo - riu. - Não tem problema não amor.
– Do que você me chamou? - perguntei.
– Amor, algum problema?
– Nenhum - lhe dei um selinho demorado. - Vamos almoçar..
– Matias, eu não tô com fome - ela disse.
– Ah não dona Viviane, você vai comer e não se fala mas nisso. E se você vomitar de proposito depois, você vai se ber comigo ok?
– Hm e vai fazer o que?
– Ataque de cócegas - riu e descemos para a cozinha.
– Sua surpresa deu certo em Matias, a Vivi está com uma carinha super feliz em te ver de novo.. - minha mãe disse e eu sorri sem graça.
– O Matias gosta de me surpreender e eu acho isso incrível.
– Mãe, a senhora acredita que quando e cheguei na escola da Vivi, uma garota estava humilhando ela na frente de todo mundo?
– Matias, não precisa falar disso. Eu me sinto envergonhada.
– Tudo bem, me desculpa - beijei o topo de sua cabeça e ela sorriu.
Depois do almoço nós fomos assistir televisão, escolhi um filme de terror e peguei algumas cobertas no quarto. Fizemos meio que uma cama ali, Vivi estava deitada com a cabeça em meu peito e percebia que ela ia dar um piripaque a qualquer momento. Uma mulher apareceu e a mesma afundou a cabeça no meu peitoral, segurei o riso e abracei-a forte, quando me dei conta ela estava chorando de medo.
– Ei amor, não chora. Eu vou te proteger de qualquer coisa - abracei-a mais forte.
POV Bia
Depois daquele papo bem estranho com Duda eu voltei para o orfanato, as meninas que estavam na porta me encararam maliciosas e eu revirei os olhos. Joguei a mochila no sofá e me deitei em cima dela, algo estava me deixando intrigada, o que deu no Duda pra pensar que essas brigas estavam sendo idiotas e que não valiam apena? Tinha algo muito estranho aí.. e eu ia tentar descobrir.
– Ta apaixonada Bia? - Pata perguntou e eu a olhei com nojo.
– Por quem? - perguntei.
– Não sei, talvez o Duda.. porque vocês dois saíram da escola escondido de todo mundo, demoraram, algo tá bem suspeito aí em - falou e eu lhe taquei uma almofada no rosto. - Ai caramba!
– Vai procurar o Juca que você ganha mas - falei e ela me lançou um olhar quarenta e nove, subi para o quarto e troquei o uniforme do orfanato. Fiquei só com aquela roupa e de meia, me deitei na cama e logo peguei no sono pesando o porque de eu ter aceitado a ser amiga do Duda.
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E aí, será que a Bia vai descobrir que isso é uma aposta?