POV Vivi

Estava tudo dando errado na minha vida desdê que Matias foi embora para os Estados Unidos, os seis meses se passaram e eu conversava com ele sempre pela web. O mesmo me disse que ia voltar essa semana, mas quando? Eu e Mili estávamos sentadas na arquibancada do pátio esperando para sermos liberadas, as duas últimas aulas foram vagas já que os professores faltavam e a maioria dos alunos haviam se reunido no pátio. Débora havia me humilhado muito esses meses, não sabia aonde enfiar a cara quando ela disse para todo mundo da escola que eu tinha uma cicatriz nas costas por culpa do meu pai que sumiu do mapa, Tati tentou me defender muitas vezes mas acabava chorando comigo pelas palavras fúteis de Débora e só foi pensar na praga que ela apareceu com Michelle e Priscila.

– PESSOAL! Vocês conhecem a Vivi? A orfãzinha que não tem mais namorado. É a que sonha em ser modelo mas sabe que não vai conseguir pois não é bonita o suficiente como nós, e aproposito você não disse que o tal de Matias voltava em seis meses? Já se passaram seis meses e nada dele, sera que ele deu uma de seus pais e também te abandonaram? - Débora disse e todos os olhares estavam concentrados a mim, levantei da arquibancada e apertei forte os punhos. - Nossa, vai me bater? Que medinho!

– Ela não, mas eu sim. Depois que eu lhe dar um abraço apertado e matar a saudades, até lá você terá tempo de correr e falar o quanto é idiota - uma voz soou pelo pátio e eu logo a reconheci, Matias estava parado ali com um urso de pelúcia gigante cobrindo parte de seu rosto e na barriga do ursinho estava escrito "I Love You Princess". - Será que eu mereço um abraço da minha namorada?

– MATIAS! - eu gritei e saí correndo em direção a ele, o ursinho foi entregado para Duda que surgiu de Nárnia e eu senti o seus braços envolta da minha cintura. Escutei o grito nervoso de Débora e as palmas dos outros, Matias me encarou e sorriu, ele colocou sua mão direita na minha nuca e a esquerda em minha cintura me puxando para um beijo. Não um selinho como a gente dava antes, mas sim um beijo de verdade, entrelacei minhas mãos em sua nuca e puxei alguns fios de seus cabelos. Em alguns segundos nos separamos por falta de ar e eu soltei um suspiro, Matias havia tirado o eu bvl e eu pulava de alegria por dentro. - Eu senti tanta a sua falta.

– Eu também senti a sua falta, você não imagina o quanto.

– Pô, será que dá pra entregar esse urso gigante aqui Matias? Esse negocio tá pesado - Duda murmurou e eu ri, Matias pegou o ursinho e depois me entregou. Tati e Maria vieram correndo em nossa direção e o mesmo pegou as duas no colo dando um beijo em suas bochechas. - Nossa gente, quanta melação e cara, ta todo mundo olhando.

– E daí? Eu sou o namorado dela e todos tem que saber que a minha garota tem dono - rimos e o sinal para sermos liberados tocou. Mili e o resto das meninas/meninos vieram para perto de nós, parecia que ninguém queria segurar vela ali.

–Eu não tô afim de segurar vela - Bia disse e vi Duda correndo atrás dela, esses dois em.. não sei não, ainda vai dar o que falar. Mosca e Mili também saíram indo em direção a praça que ficava de frente a escola, assim aos poucos todos fora saindo ficando somente nós dois.

POV Matias

Eu não estava acreditando que minha vida voltou a ser normal.. queria contar todas as novidades para Vivi, lhe entregar os presentes que comprei nos Estados Unidos. Lá não havia nenhuma garota que chegava aos pés dela, muitas da escola deram em cima de mim por ser um Brasileiro, mas não dei bola para elas, só conseguia pensar em uma garota. Uma coisa em Vivi estava me incomodando, ela parecia mas magra que o normal.. depois converso com a Mili sobre isso.

–Quando você chegou? - perguntou.

– Ontem de manhã - sorri e ela me olhou feio. - Não te avisei porque queria te fazer uma surpresa aqui na escola e Duda me ajudou bastante com isso.

– Você é incrível - me abraçou forte e fomos para a pracinha em frente a sua escola aonde todos estavam. Eu queria que Vivi dormisse lá em casa hoje por ser sexta feira, mas não sei se o pessoal do Orfanato vai gostar muito da ideia.. eu pedi autorização para os meus pais e ambos deixaram..

– Vivi? - chamei-a e a mesma me olhou. - Quer dormir lá em casa hoje se o pessoa do Orfanato deixar? Os meus pais já deixaram.

– É claro - sorriu e eu retribui o sorriso. - Depois eu ligo pra Carol ou para a Cinthia e pessoa autorização.

– Ok princesa - beijei sua testa.

– Vivi você contou para o Matias da sua.. - Ana ia falando mas a mesma tapou sua boca com a mão, olhei para ela e ergui a sobrancelha esperando que falasse algo. Ana mordeu sua mão e continuou a falar. - Eu me preocupo com você e vou falar mesmo não querendo, então Matias.. a Vivi começou uma dieta umas duas semanas depois que você foi para os Estados Unidos. E as coisas começaram a piorar desde que as top três a humilharam na frente da escola inteira.

– Vivi.. - murmurei.

– Me desculpa, mas eu me senti gorda. E elas tinham razão sobre eu não ter o peso ideal para uma modelo e dentre outras coisas - não respondi nada, apenas a puxei para um abraço apertado e beijei sua testa. - Não fica bravo comigo.

– Não estou bravo, só que eu me preocupo com você e quero te ver bem, entendeu?

– Sim..

POV Bia

Eu resolvi dar umas voltas pelo quarterão e quando olho para trás, Duda estava correndo atrás de mim. Parei no meio do caminho e esperei o mesmo se aproximar, o que esse garoto idiota queria comigo? Nunca fui amiga de Duda, nunca quero ser, ele é um mauricinho que se acha demais.. porém é bonito e nada disso Beatriz, nada disso, o Duda é ridículo.

– O que você quer? - perguntei.

– Eu? Ah, eu queria vim te encher o saco mesmo - sorriu cínico e eu o ignorei, apressei o passo e ele correu para o meu lado. - Qualé Bia, eu só quero conversar.

– Sobre o quê?

– Não posso falar aqui.. será que você pode, bem, ham, ir lá em casa para conversarmos?

– Fala sério Duda - eu disse e ele me olhou sério, parecia ser algo bem grave ou ele tava zoando com a minha cara. - Mas porque comigo?

– Porque eu sei que posso confiar em você - o que tinha dado nesse menino?Eu assenti e seguimos caminho para sua casa (na verdade dos Almeida Campos), Júnior estranhou o fato de eu estar ali e sem contar o olhar quarenta e nove da Carmem para mim. - Ignora ela, vamos pro meu quarto conversar.

– Tudo bem.. - eu disse e nos sentamos na cama. - Pode começar a falar Duda, sou toda ouvidos. Mas pelo amor de Deus não demora.

– Bem..