Evergreen escrita por Fangirl1987


Capítulo 6
Capítulo 6




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Um mês se passou, as gravações progrediam, as relações se estreitavam e Rachel e Quinn eram praticamente inseparáveis. Margareth havia ligado para a ex nora e pedido para passar o final de semana com a neta. Só em pensar em passar dois dias inteiros sem ver a filha, a morena já sentia seu peito doer. A menina gostava tanto de ficar com os avós, eles tinham um cachorro e a menina ficava maluca em brincar com ele.

Quinn estava em casa, a idéia de ficar na casa de Rachel foi excelente, ela se sentia muito à vontade e adorava cada minuto que passava com as Berry. Santana ainda estranhava um pouco a situação e sempre que possível adorava fazer um comentário sobre a vida ‘domesticada’ da melhor amiga.

“Tô falando Quinn, isso não é saudável. Você precisa sair e conhecer pessoas.”

“Eu não preciso conhecer pessoas, Santana, eu estou bem.” A loira se jogou no sofá, desistia da esperança de ter uma conversa onde não fosse cobrada pela latina.

“Bem. Sei como esta bem. Tá bem nada Fabray, você quer a Berry e ela não ta dando mole.”

“Não seja louca Lopez.”

“Louca? Não se esqueça que os fatos comprovam o que eu to falando. Eu lembro do nome da anã ser dito em alguns momentos em que não esperava ouvir.”

“Será que você vai passar o resto de nossas vidas falando dessa noite Santana?” Quinn já estava se irritando. Desde que contou para a amiga quem eram seus colegas de elenco não parava de ouvir piadinhas sobre gostar de Rachel. Ela sabia que amava a morena, mas não podia fazer nada.

“Fala com ela Quinn, vai fazer um ano que o garoto de programa dela morreu, deve estar precisando de um trato.”

“Santana! Eu sei que você não costuma ter um coração, mas tenha no mínimo respeito pelas pessoas.”

“Essa anã nariguda não fala comigo há quatro anos, não devo respeito nenhum.”

“Talvez se você falasse com ela isso passasse.”

“Eu não quero falar com ela, foi ela quem brigou comigo. Que me deu um tapa.”

“Não seja dramática Santana Lopez. Quantas vezes nós brigamos? Quantas vezes nos estapeamos ao longo da nossa amizade?”

“Exatamente, e como pessoas maduras que somos resolvemos tudo isso com sexo. Você tá achando que eu vou transar com a anã?”

“Santana Maria Lopez!” Quinn ouve Dani gritar ao fundo.

“Ha... bem feito.”

“Tu vai ver só quando começar a pegar a oompa loompa, vai ser pior que isso.” A latina ameaça falando baixo, se Dani ouvisse provavelmente teria que dormir no sofá.

“Chega dessa conversa, preciso desligar.”

“Hei... eu sei que você prefere esconder isso, mas tenta se abrir com ela. Não é como se você tivesse nada a perder.”

“Só a amizade dela.”

“Estamos falando da Berry, ela não vai se afastar de você por isso.”

“Assim espero.”

“Boa sorte Q. Dani tá mandando um beijo.”

“Manda outro. Tchau S. Até.”

“Até. Tchau.”

Quinn desliga o telefone e vê Rachel vindo em sua direção.

“Hey.” A morena cumprimenta praticamente pulando.

“O que aconteceu?”

“Nada demais, apenas tive uma idéia brilhante.”

“To com medo de perguntar, mas vou arriscar. Qual é a idéia.”

“Bem, Margareth me ligou e Alice vai passar o final de semana com ela. Como sei que vai ser terrível ficar dois dias inteiros sem a minha pequena vou precisar da sua ajuda.”

“Não vou te ajudar a seqüestrar sua filha da casa da avó dela.”

“O que? Não. Ta doida Quinn?” Rachel ri ao ver a cara séria da loira. “Nós vamos fazer uma festa.”

“Festa? Dispenso Rach, não me leve a mal, mas as rotinas de gravação são extremamente desgastantes, não tenho pique para grandes festas.”

“Não é uma grande festa. É uma festa privada, só nossa.” Ela explica timidamente.

“Ount, Rachel Berry quer uma festa do pijama.”

“Mais ou menos. Com mais álcool e menos jogos humilhantes.”

“Com esses detalhes vai ser melhor que quase todas as festas do pijama que já tive.”

“Pode apostar que sim, Quinn Fabray.” A morena fala orgulhosa, sentando ao lado da amiga.

“Quando nosso final de semana do pijama vai começar?”

“Só amanha, hoje vamos sair para fazer compras e amanha pela manhã Steve vem buscar a Alice.”

“Então amanha farei o jantar da nossa festa heim.”

“Mas precisamos comer bobagens no jantar, é tipo a regra principal desses eventos.”

“Achava que a regra principal era o pijama.” Diz Quinn se fazendo de confusa.

“Hahaha... você é tão engraçada, Fabray.”

“Mesmo? Vou tentar partir para os filmes de comédia.”

“É melhor não.” Rachel ri. “Alice está dormindo, você se incomoda de ficar com ela enquanto saio para fazer as compras?”

“Não. Pode ir. Mas vou te dar uma lista, se não vou fazer o jantar, vou fazer o almoço amanha e quero testar uma receita que descobri.”

“Só se for vegan.”

“Como se você me permitisse colocar um misero caldo de carne nas suas panelas.” Quinn fala baixo, mas permitindo que a morena ouvisse. Rachel dá um empurrão em seu braço e levanta do sofá.

“Faça sua lista e me mande por mensagem, estou saindo. Beijos.” A atriz pega a bolsa próximo a porta e sai do apartamento.

O sábado começa animado, por volta das 10 da manha Steve passa para buscar a neta, que sai radiante com sua mochila cor de rosa nas costas e um ursinho amarelo nas mãos. Cumprindo a primeira regra do final de semana do pijama as mulheres nem ousam trocar de roupa, Rachel arrumava a mesa vestindo uma calça preta com estrelas amarelas e uma camiseta de manga longa preta com a frase ‘Face it, I´m a Star’ da mesma cor que as estrelas.

“Serio Rachel, esse seu pijama não poderia ser mais a sua cara. Chega a ser absurdo.” Quinn comenta ao colocar uma travessa na mesa.

“Eu adoro ele. Kurt me deu ano passado, disse que era minha cara. Sei que a intenção era me zoar, mas realmente gostei.” Afirma sincera.

“Eu imagino.” Ri a loira.

“Você não pode falar nada do meu, não sou eu que estou usando uma calça vermelha com dezenas de ‘bazinga´s’ escritos.”

“Tá falando do meu pijama ai? Tá é morrendo de inveja.” Quinn sorria e continuava a brincadeira. O look se completava com uma camiseta branca.

“Cuidado querida, seu lado nerd tá aparecendo.”

“Com muito orgulho.” Responde sorrindo e mostra a língua para a morena.

“Muito madura Fabray, muito madura.”

Elas almoçam e depois de arrumar a cozinha começam a maratona de filmes. Obviamente Rachel começa com Funny Girl. Depois de uma pausa para fazer cookies Quinn escolhe Harry Potter e a Ordem Fênix. Antes de começar o terceiro filme, Bonequinha de Luxo, elas pedem pizza, comendo durante o filme, acompanhada de um vinho Malbec argentino.

Dando uma pausa Rachel levanta para pegar outra garrafa de vinho, deixando a luz da sala acesa, quando retorna serve Quinn e antes de sentar volta a apagar a luz.

“Você só pode estar de brincadeira.” A loira fala rindo.

“O que foi?”

“Eu não estou vendo as estrelas do seu pijama brilharem, não é?”

“Er...” Rachel cora na hora. “Eu sou uma estrela, preciso brilhar.” Ela responde mais confiante.

“Você não existe Rachel Berry.” Quinn continua rindo, ainda que achasse o pijama a coisa mais fofa do mundo.

O ultimo filme da maratona foi escolhido pela loira, um de seus romances favoritos, Tomates Verdes Fritos.

“É só comigo ou é muito fácil de se identificar com esse filme?” Rachel questiona com lagrimas nos olhos.

“Também me sinto assim.”

“É lindo, e perfeito e romântico e tão lindo.” Rachel estava apaixonada pelo filme.

“Nós meio que nos parecemos com elas.”

“Como assim?” Quinn estava confusa, a morena não estaria dizendo o que ela estava pensando.

“Nos conhecemos desde a infância, ficamos um tempo afastadas e nesse período crescemos muito. Mas sempre tivemos uma coisa, uma necessidade de proteger a outra. Mesmo que a outra não soubesse. Como quando dei uma calcinha para o Jacob Ben Israel não contar no blog dele que você estava grávida.”

“Você fez o que?”

“Eu não podia permitir isso.”

“Eu entendo, quando você foi reprovada na primeira audição de NYADA e estava completamente devastada no nosso baile eu convenci Santana a te dar o premio de rainha do baile.”

“Como assim?”

“Eu ganhei aquela votação por um voto, mas você merecia mais do que eu.”

“Você teve um ensino médio dos infernos, Quinn. Ser rainha do baile foi seu objetivo durante todo o tempo que estivemos na escola.”

“Naquele momento não pareceu mais importante do que ver você focada no seu objetivo.” A loira esclareceu sincera. Rachel estava surpresa.

“Posso te fazer uma pergunta?”

“Acho que já estamos num ponto na nossa amizade em que não precisamos mais perguntar isso.” Quinn comenta. “E num ponto em que o vinho não nos deixa filtrar mais nada, também.” Elas riem.

“Sinceramente, por que você não queria que eu me casasse com o Finn?”

“Porque eu sabia que se você o fizesse desistiria de seu objetivo, abriria mão da Broadway para ficar em Lima e ser apenas a senhora Hudson.”

“Eu não faria isso.”

“Talvez não no começo, mas em alguns anos você faria. Finn não nasceu para a cidade grande. Eu não podia aceitar isso, eu nunca deixaria que você se afastasse do glamour e sucesso que sempre mereceu.”

“Quinn...”

“Eu sempre te amei.”

“Oi?” Por isso, a morena, certamente, não esperava ouvir.

“No começo eu não fazia idéia, achava que você me irritava, mas com o tempo percebi que meu ‘ódio’ era igual ao do garotinho da escola que puxa os cabelos da menina que ele gosta.”

“Quinn, mas...”

“Não sei em que momento percebi isso, mas acho que sempre foi assim, sempre fui apaixonada por Rachel Berry.” Ela dizia olhando nos olhos da morena.

“Você me amava?”

“Amo.” Declarou precisa.

“Eu não sei o que dizer.”

“Me desculpe por falar isso, como eu disse, o vinho não me permite filtrar mais nada e tenho guardado isso por tantos anos.”

“Não se desculpe, nunca peça desculpas por falar a verdade, pelo menos não para mim.”

“Então é isso, não foi tão difícil quanto foi em todas as vezes que cheguei a pensar nesse momento.”

“Eu realmente não sei o que falar Quinn. Sempre gostei de você, mas nunca pensei nessa possibilidade. Nunca pensei que poderia existir um mundo onde a ‘HBIC’ Quinn Fabray pudesse amar a ‘loser’ Rachel Berry.”

“Não fala assim, me arrependo tanto de como te tratei na escola.”

“É passado Quinn, não se preocupe com isso.”

“Não sei o que fazer com sua declaração.”

“Tá tudo bem, nunca esperei que você pudesse retribuir esse sentimento.”

“Eu sei que adoro ter você perto de mim, que passei o ensino médio tentando ser sua amiga e que de alguma maneira sempre busquei sua aprovação. Não faço idéia do porque disso, mas foi o que aconteceu e posso garantir que ainda acontece.” Rachel diz enquanto segura as mãos de Quinn.

“Mas?”

“Mas eu não sei se posso pensar em um relacionamento. Nunca pensei nisso.” Lagrimas ameaçavam cair dos olhos da loira. “Porem, não vou descartar a idéia, não é porque nunca pensei nisso que não pode vir a ser uma boa coisa. Como eu disse, por alguma razão sempre estive ligada a você.”

“Isso quer dizer que...”

“Não, não quero te decepcionar. Admito que não estou pronta, preciso entender minha cabeça e meu coração. Mas no momento não vou arriscar perder o que levamos tanto para construir, por um momento emotivo regado a algumas garrafas de vinho.”

“Tudo bem.”

“Me da um tempo pra pensar em tudo isso.”

“Claro, o tempo que for necessário.”

“Acho melhor eu ir dormir, to um pouco cansada.” Rachel comenta encerrando a conversa.

“Também logo vou.” A loira estava encarando a situação melhor do que imaginou que faria.

Rachel, ainda sentada ao lado de Quinn, se aproxima dela e encosta seus lábios nos da amiga de forma tão sutil, aprofundando o beijo por apenas uns poucos segundos e logo se afastando.

“Boa noite, Quinn.”

“Boa noite, Rachel.”

“Amanha temos muita coisa pra fazer no nosso final de semana do pijama antes de Alice voltar.”

“Vamos aproveitar então.” Elas sorriem e Rachel segue para o próprio quarto.


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Notas finais do capítulo

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