The Girl Is Mine escrita por nanny


Capítulo 4
Losing You


Notas iniciais do capítulo

dkaçsldkasçdlksd sim, voltei. sim, sou linda. acalmem-se. pirem. ksalçska



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O relógio marcava quatro da manhã enquanto Sherlock Holmes tomava chuva sentado na calçada de Baker Street. Obviamente não queria encarar Molly depois de seu sumiço, mas antes não conseguia suportar aquela vida sufocante de homem casado que levava. Sumiu. Não que Molly o fizesse mal... Molly era a melhor coisa que havia acontecido em sua vida ultimamente, Sherlock só sentia dor em admitir. E sentia medo de perdê-la. Ele sentia muito medo de perdê-la.

Abriu a porta do 221B e subiu as escadas em silêncio. Sentia seu corpo se derretendo em tóxicos. Sua cabeça doía como o inferno e mal conseguia sentir várias partes de seu corpo. Sentiu-se bastante sortudo quando conseguiu alcançar a porta, mas o sentimento foi embora quando a abriu.

— Mamãe? — Sherlock balbuciou enquanto fechava e abria os olhos várias vezes. — Molly? O que minha mãe está... Mande ela embora, por favor.

— Eu não vou embora. — A Sra. Holmes se lavantou da poltrona de John e encarou o filho. — Mycroft ligou.

— Mycroft, Mycroft, sempre Mycroft! — Sherlock gritava enquanto fazia pirraça e atirava as mãos para os céus.

Molly estava coberta de raiva, dos pés à cabeça, mas não pôde deixar de reparar como ele parecia um garoto de dez anos preso em um drama familiar quando o assunto se tratava da mãe e do irmão Holmes.

— Você sabe o quanto eu odeio quando você... — A senhora fechou os olhos e suspirou. — Não sei como Molly aguenta isso!

Se virou para a castanha que estava encolhida no sofá. Sorriu para Molly, cheia de carinho por ela.

— Você é uma mulher tão boa, Molly! — Ela continuou sorrindo e então se virou para Sherlock. O sorriso de transformando numa carranca totalmente preocupada e insatisfeita com as atitudes do filho. — Você não pode fazê-la sofrer como fez nessas últimas semanas, Sherlock! Se você perder essa garota... Meu filho...

— Você pode ir embora agora, mãe. — Sherlock indicou a porta atrás de si. — Foi uma ótima visita, mas eu esperava sua companhia apenas no natal.

A Sra. Holmes levantou a mão e fez um carinho rápido no rosto do filho. Passou por ele e parou perto da porta.

— Não seja legal com ele, Molly. — Ela disse, encarando a mulher que parecia Toby naquele momento. Totalmente indefesa e aninhada no sofá da sala. — Ele não merece! Volto no natal.

Sherlock bateu a porta na cara da velha senhora do outro lado, enquanto ela ia embora sorrindo. Conhecia muito bem sua cria e sabia que Sherlock não perderia aquela moça... Ela sabia, seu filho estava finalmente apaixonado por algo além de seu trabalho. Sentiu-se extremamente feliz enquanto tomava o táxi e voltava para casa. Molly era uma garota formidável.

Molly fez carinho em Toby e fingiu que Sherlock não estava em casa. Doía tanto vê-lo naquele estado. Completamente drogado. As roupas em farrapos e extremamente sujas. Os cabelos em estado alarmante. Um olhar perdido e bastante assustador em seu rosto.

— Se não vai dizer nada, vou aproveitar essa dádiva e tomar meu banho. — Ele disse, erguendo o pescoço e tentando parecer superior, apesar de cambalear enquanto andava.

Ela ficou em silêncio, observando-o se afastar e entrar no banheiro. Sherlock bateu a porta e Molly sentiu seu sangue ferver dentro de suas veias. Queria correr naquele banheiro e estapeá-lo tão forte que toda toxina ia sumir de seu corpo... Ele não sabia nada sobre os sentimentos de quem estava brincando.

— Quem exatamente você acha que é? E por favor, não me venha com piadas ou ironias. — Molly começou, observando-o revirar os olhos. — Você some por duas semanas completas, sem deixar um bilhete, sem dar um telefonema, sem avisar John, sem avisar ninguém! Sherlock, você acha que pode brincar de se casar, fazer filhos e depois sumir... Adivinhe essa? Você não pode! Pare de ser um maldito egoísta idiota e faça um favor para nós dois...

Ele permanecera em silêncio o tempo inteiro. Não ia interrompê-la, mas também não dava muita atenção ao monologo de Molly.

— Cresça! — Molly cuspiu a palavra de forma arrebatadora. — Cresça e resolva se quer realmente fazer parte da minha vida! Adivinhe? Você não me faz favor nenhum quando transa comigo, me elogia e faz o papel de marido! Se isso não te deixa feliz, apenas caminhe para fora da minha vida e esqueça que essa merda de conto de fadas falso sequer existiu! Eu não pedi que fosse perfeito ou que me tratasse bem o tempo todo... Aliás, eu não pedi nada.

O rosto da patologista estava marcado por lágrimas. Ela soluçava enquanto falava e sentia ódio correr entre suas veias. Via Sherlock arrumado e perfeitamente engomado e cheiroso, mas ao invés de querer abraçá-lo só conseguia pensar em bater a cabeça do brilhante detetive na parede duzentas e vinte uma vezes.

— Duas semanas preocupada com você... — Levou as duas mãos à cabeça. — Duas semanas sem saber se estava vivo ou caído em uma calçada qualquer e você... Usando drogas por aí? Sherlock... Por favor, por favor, por favor... Cresça. Eu te amo tanto que nessas duas semanas era como se meu cérebro tivesse se tornado gelatina e meu corpo uma maldita máquina imbecil! Eu estive tão preocupada... Pelo amor de Deus! Se não me suporta, me mande ir embora. Eu não vou hesitar... Eu devo ter entendido errado toda essa fase nova de sentimentos. Eu achei que me quisesse por perto...

Ela suspirou e deixou seu corpo cair na poltrona de John. Não conseguia suportar aquilo nem por mais um minuto. Queria pegar Toby, juntar suas coisas e ir embora para sempre, mas Sherlock não tinha reação nenhuma. Estava parado com uma expressão paralisada — olhando para o vácuo. Depois de alguns segundos ele fixou os olhos em Molly e viu-a chorar. Aquilo doeu.

— Veja se Sra. Hudson pode te aceitar pela noite e... — Antes de terminar a frase, sentiu a mão de Molly atingir seu rosto com força.

Um tapa, dois, três, quatro. Sherlock permaneceu imóvel. Quando ela terminou, ele apenas encarou-a com carinho. Por que Molly Hooper tinha que ser tão maravilhosa e irresistível?

— Eu vou embora e... — Molly secou o rosto de lágrimas. Em vão. Muitas outras ainda escorriam. Pegou Toby no colo e respirou fundo. — Você não precisa mais fingir nada! Não precisa! Fique com seu trabalho e sua vida medíocre!

— Embora? — Sherlock pegou o gato dos braços de Molly. — Quem disse que você pode ir embora?

— Eu disse que posso ir embora! — Molly gritou, descontrolando-se de novo. — Sherlock... Você acabou de me mandar embora.

— Eu não fiz isso.

— Oh, sim. Você fez. — Molly sentia seu corpo tremer de ódio. Como ele podia ser tão irritante? — Agora por favor... Vá viver sua vida e me deixe em paz.

Pegou o gato no colo do detetive e virou as costas.

— Que vida ridícula e miserável eu poderia viver agora que conheci a vida ao seu lado, sua idiota? — Ele gritou.

A voz de trovão atingiu Molly e fez-a tremer dos pés à cabeça. Merda, merda, merda! Se ele começasse à fingir de novo nenhuma proteção funcionaria.

— Coloque esse gato no chão e fique onde está, Molly.

Ela se virou lentamente e jogou Toby no chão com cuidado. Encarou-o com sua expressão mais doce e deu mais dois tapas — um de cada lado — na cara do detetive. Ele sorriu seu sorriso mais cínico.

— Me estapear e me estapear de novo não vai te dar uma passagem para fora de Baker Street, Molly. — Ele permaneceu com o sorriso irritante no rosto. — Na verdade só vai te conseguir uma passagem para o quarto... Você sabe o quanto eu adoro quando você...

— Você não pode sumir e voltar como se nada tivesse acontecido! — Ela tentou não gaguejar e não ficar vermelha. Era realmente difícil não reagir à última frase de Sherlock. — Você não pode ficar brincando de esconde-esconde. Se tivéssemos um filho...

— Eu nunca mais vou sumir, Molly. — Sussurrou, interrompendo-a. — Eu sei que fui a pessoa mais imbecil do mundo quando resolvi que precisava me afastar... Eu só... Não sabia como reagir e... Molly estamos vivendo tão bem. Estamos tão felizes... Isso só pode significar problemas e dor no futuro. Se envolver é muito...

— É muito bom, Sherlock. — Empurrou-o, querendo irritá-lo. — Pare de usar frases do seu irmão. Você não é Mycroft Holmes!

— Se eu perder você, Molly... — Ele começou.

— Não. — Molly tampou a boca de Sherlock com sua mão pequena. — Não diga isso. Só mantenha a calma e fique ao meu lado. Indo embora você vai me perder, não se deu conta disso?

— Eu... — Ele respirou fundo, sentindo o cheiro dos cabelos de Molly se impregnarem novamente em sua mente. — Eu senti sua falta.

Não costumava dizer essas coisas. Automática e impulsivamente... Mas o cheiro de Molly invadindo seu cérebro e quebrando suas defesas foi avassalador. Ele se deu conta de que se afastar nas últimas duas semanas havia sido a coisa mais estúpida que já havia feito em toda sua vida. Não queria perdê-la por não suportar a ideia de viver sem ela... E então se forçou à ficar duas semanas sem ela.

— Eu também senti sua falta, seu ogro idiota. — Ela avançou e o abraçou apertado.

Agora não havia defesa ou pensamento negativo qualquer. Ele sabia que era um completo idiota por se forçar à ficar longe dela por qualquer um dia que fosse. Trocar a sensação de sentir o corpo de Molly contra o seu por drogas... Nunca havia se sentido tão estúpido por usar drogas. Apertou-a contra si e sentiu sua mente girar. Nada fazia mais sentido que aquilo.

— Eu não vou deixar seu lado mais, Molly. — Sussurrou. — Nunca mais.

— Fique quieto. — Ela riu. — Ainda estou muito brava com você e não vou te perdoar tão cedo... Mas podemos ir para a cama? Ela sente falta de dormir com você.

— A cama? — Sherlock se afastou e encarou-a.

Molly sorria de forma doce, mesmo tentando evitar aquele maldito sorriso. Queria sentir raiva, queria estapeá-lo mais cinquenta vezes...

— Sim, a cama! — Ela respondeu, escondendo seu sorriso com uma cara séria muito falsa. — Porque eu estou com muita raiva de você, Senhor Holmes... Eu não senti falta de nada disso... Você poderia ficar longe por mais um mês que eu aproveitaria seu flat sem reclamar...

Molly deixou-o no meio da sala e foi caminhando até o quarto — com Toby em seu calcanhar. Sherlock ficou parado por um segundo, pensando na maldita sorte que tinha por tê-la. Tinha a maior sorte do mundo por Molly ser tão apaixonada... Não saberia o que fazer se ela não entendesse o nível de despreparo emocional que ele tinha — apesar da idade. Não saberia reagir se entrasse naquele apartamento e o encontrasse vazio... Mas tinha mais do que apenas sorte. Tinha Molly.

— Molls? — Ele chamou-a quando se deitou.

Molly estava deitada do lado contrário, de cabeça para baixo e com um muro de travesseiros separando a cama de casal ao meio.

— Huh? — Ela respondeu, sem se levantar ou olhar para ele.

— Quando disse para ir procurar a Senhora Hudson... — Ele deu uma pausa. — Eu só queria te poupar da vergonha de se deitar ao meu lado intoxicado... Eu nunca quis que fosse embora.

— Okay. — Ela respondeu e o quarto reinou em total silêncio.

Ele entendia... Não podia reconquistá-la com algumas palavras e... Alguns minutos depois viu quando Molly afastou um dos travesseiros e escondeu uma das mãos entre as pernas dele. Ela detestava mãos e pés frios — ele se lembrou e instantaneamente foi tomado por um sorriso. Então tomou a liberdade de se livrar de mais um travesseiro da barreira e abraçar os pés frios de Molly. Ambos estavam acordados e ambos sorriram por alguns minutos antes de dormir... Não era tão ruim para um casal como eles dormir brigados... Quase-brigados.


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Notas finais do capítulo

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