Placebo escrita por Miaka


Capítulo 5
Consumação


Notas iniciais do capítulo

Gente, finalmente o ÚLTIMO CAPÍTULO!
Eu nem acredito, é a primeira long de Magi que eu termino - ok que eu tenho poucas longs em andamento. - Eu realmente não pensava que ela terminaria tão rápido, mas ponderei sobre ser o momento ideal para a conclusão. Eu espero que gostem! ♥



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O intenso luar penetrava pelas janelas daquela suite. Uma súbita ventania adentrava e com um único sopro apagou todos os candelabros acesos. Os únicos guias que haviam agora eram os brilhos dourados e verdes dos olhos de cada um.

Ja’far sentia o peso de seu rei sobre seu corpo. Aquela brisa refrescante não estava sendo suficiente para manter agradável a temperatura daquele quarto. Estava quente… e o general tinha certeza de que ficaria bem mais.

O moreno se inclinou e capturou os lábios entreabertos mais uma vez. O albino suspirou ao sentir o membro rígido que se atritava nele. Sinbad, ajoelhado com o corpo do mais jovem entre suas pernas, se movia sutilmente para que Ja’far sentisse sua ereção.

Um misto de ansiedade com pânico dominou o rapaz e Sinbad, ao sentir a tensão durante aquele beijo, tomou sua mão e a apoiou em seu peito. Afastou-se por um instante, acomodando-se ali montado nele. Conduziu os longos dedos pela parte superior de seu peitoral, fazendo com que o próprio Ja’far puxasse sua veste e tentasse descobrir mais.

Arregalando os olhos, ele corou ao sentir a rigidez daquele músculo. Inconscientemente mordiscou o lábio, como se estivesse faminto e, diante de si, estivesse a mais suculenta refeição.

– Você me quer, Ja’far? - Sinbad indagou provocativo.

A resposta era óbvia. Há quantos anos não desejava ter aquele homem para si? Trazendo prostitutas aos seus aposentos, cuidando para que nenhuma lhe desse um herdeiro indesejado, praticamente lhe fornecendo prazer enquanto queria tanto ocupar aquele lugar em sua cama.

– É o que mais quero… - Ja’far sussurrou com a voz entrecortada. - É o que mais quero desde que te conheci… - ele começou a falar, tomado pelo calor do momento.

A mão masculina afagava o rosto alvo. Ele parecia um animalzinho indefeso ao ser acariciado, empurrando sua bochecha contra aquela palma. O ex-assassino estava completamente entregue ao homem a quem oferecera sua vida, seu corpo, sua alma.

Sinbad se deleitava ao vê-lo daquele jeito. Aquela submissão só o excitava mais.

Deslizou o polegar pelo rosto bonito e tocou o lábio inferior de Ja’far, que não pensou duas vezes antes de lamber com a ponta da língua o dedo de seu rei para, posteriormente, abocanhá-lo para começar a sugá-lo.

O moreno se arrepiava ao vê-lo se inclinar para frente e gemer enquanto sugava seu dedo. Teve que praticamente arrancá-lo da boca de Ja’far para, então, levar as mãos às duas extremidades da gola da blusa branca de linho que o albino usava para puxá-las, abrindo a veste completamente.

– Como é lindo… - Sinbad comentou ao admirar aquela pele que não possuía uma imperfeição sequer. Lambeu o próprio lábio superior, sedento por Ja’far.

Percebendo-se analisado por seu rei, Ja’far corou mais. O desejo e o temor novamente se conflitando.

– S-Si… AH!

Não houve tempo para completar. Sinbad o empurrou e as costas de Ja’far se chocaram contra os travesseiros. Os olhos verdes se arregalaram com aquela violência inesperada, mas não houve tempo para protestar, já que o moreno percrustrava com suas mãos cada canto de seu corpo enquanto mordiscava o mamilo esquerdo do albino.

– Ah, Sin! - Ja’far tentava se revirar, sendo contido pelas mãos fortes de seu amado. - Pa-pare… - temia tanto gritar. Não sabia se conseguiria se conter, era a primeira vez que era tocado daquela forma.

– Você é uma delicia, Ja’far… - a voz sussurrou, se perdendo naquele aroma delicioso. - Quero mais de você…

– Sinbad então se afastou rapidamente para se desvencilhar daquelas vestes. Os olhos de Ja’far cresceram ao ver o peitoral exposto, algo que ele estava acostumado a ver, mas… Não daquele jeito. Não sendo exibido para seu próprio deleite. Descendo as esmeraldas que estavam arregaladas, Ja’far encontrou o membro enorme e rígido que já começava a gotejar, tamanha excitação.

– Foi a vez de Ja’far se sentar novamente na cama e, com as duas mãos, apalpar aqueles músculos que pareciam esculpidos, nem exagerados e nem faltando nada. Eram simplesmente na medida. A pele morena deixava aquela combinação ainda mais bela.

– Os fios púrpura caiam majestosamente pelos ombros e pelas costas talhadas que foram envolvidas pelos braços de Ja’far, que se arrepiou ao ter aquele corpo exposto como o seu praticamente encaixado naquele abraço. Como o amava. Como precisava daquilo.

Naquele abraço, ousou e abocanhou a curva do pescoço de seu rei, que gemeu com um sorriso nos lábios. Aquelas mãos suaves apalpando suas costas.

– Eu te amo, Sin… - Ja’far sussurrou em seu ouvido, aproveitando para mordiscar o lóbulo da orelha de seu rei. - Me diz que não é um sonho… - ele não conseguiu esconder o quão emocionado estava.

– Claro que não… - Sinbad o abraçou firmemente e pousou a cabeça de Ja’far sobre seu ombro, afagando os fios esbranquiçados.

– Tenho medo de abrir os olhos e tudo acabar… - o general se afastou para encará-lo, os olhos verdes marejados.

– Shhh… Não vai acabar. - o moreno depositou um beijo carinhoso na fronte dele para acalmá-lo.

– Eu te quero, Sin...

Não houve o que dizer mais. Ja’far, tomado pelo desejo, ficou de bruços na cama, afastando as pernas de Sinbad. Um sorriso cruzou os lábios do rei de Sindria. Será que ele…

– Ahhh...

Ele deixou escapar de seus lábios um gemido de prazer quando sentiu os lábios aveludados de Ja’far roçarem pela ponta de seu membro, a língua que deslizou com languidez por aquela região. De olhos cerrados, ele saboreou o líquido adocidado que começava a despejar dali antes de abocanhá-lo. Quando o fez, Sinbad gemeu e se agarrou aos lençois de forma desesperada. Ja’far o sugava intensamente, vigorosamente. O rei podia jurar que jamais alguma mulher havia feito aquilo daquele jeito. Não ia aguentar. Se Ja’far continuasse, simplesmente ia sucumbir àquele prazer.

Foi quando o puxou pelos cabelos para tirá-lo de seu membros. O líquido esbranquiçado escorria pelos lábios de Ja’far que, bruscamente, foi jogado de volta à cama, de costas para seu rei.

Um tanto quanto assustado, ele sentiu sua cintura ser agarrada por Sinbad, que ergueu os quadris do albino, fazendo-o ficar de joelhos e puxando as calças largas de Ja’far. Não houve muito tempo, mas o rei de Sindria se surpreendeu com a maciez daquela textura, as nádegas arredondadas, perfeitas e virgens daquele rapaz que havia se guardado para ele.

Ja’far cerrou os olhos quando Sinbad o puxou de uma vez só e o penetrou, se encaixando completamente nele. As lágrimas escorreram pelos dois lados do rosto do general, que mordeu os lábios, mas aquela atitude não foi o suficiente para conter o gemido sôfrego que escapou. Como doía.

Sinbad acariciou o corpo daquele que estava abaixo de seu corpo, tentando confortá-lo daquela dor, lhe transmitir segurança.

– Não vai doer se você se lembrar que… estamos juntos finalmente. - Sinbad sussurrou.

Ja’far ainda mordia os lábios enquanto assentiu, dando permissão para que o moreno começasse a se mover lentamente dentro de si para, após pouco tempo, aumentar aquele ritmo. O albino arfava a cada estocada sentindo aquele membro enorme entrar e sair dentro de si enquanto Sinbad o possuía.

Gemidos de dor e prazer se misturavam e, com aqueles movimentos e sentindo seu homem perfeitamente encaixado, Ja’far pôde se entregar àquele intenso orgasmo que começava a se manifestar, ainda mais quando aquele membro dentro de seu corpo parecia enrijecer mais e mais.

– Ja… Ja’far… - Sinbad ofegou. - Eu vou…

Não houve tempo para terminar. Ja’far sentiu aquele intenso jato quente jorrar dentro de si, e ao mesmo tempo sentiu que não aguentaria mais também. Um calor descomunal atravessou seu corpo e ele chegou ao ápice junto de seu rei. Gemeram em uníssono, Sinbad o abraçando firmemente enquanto deixava tudo de si dentro de seu amado.

Ja’far sentiu o próprio peitoral ser banhado com seu próprio sêmen ao chegar ao orgasmo. O êxtase o dominara e agora só restava o cansaço.
Deixou o corpo cair sobre a cama, extremamente exausto.

– Oe, Ja’far!

Preocupado, Sinbad o ajeitou sobre a cama, ajeitando os travesseiros sob sua cabeça, os fios alvos banhados em suor grudados em sua fronte. O albino ofegava. Será que havia exagerado? Bem ou mal, Ja’far ainda estava convalescendo.

– Estou bem… - o general arfava. - Nossa… - ele suspirou.

Seu rei se deitou lateralmente ao seu lado, apoiando a cabeça em sua mão, admirando o corpo tão bonito que havia deflorado.

– Foi a sua primeira vez, não é? - perguntou um Sinbad despido de qualquer pudor naquele momento.

Aquela pergunta fez Ja’far corar e se engasgar e, acanhado ao ser analisado pelos olhos dourados, puxar os lençois para se cobrir, mas Sinbad imediatamente os puxou de volta.

– Não se cubra! Eu quero admirar você! - justificou.

– Tsc, que besteira! Eu estou com frio! - mentiu.

– Então…

Sinbad o segurou firmemente e o afagou em seu abraço. Ja’far nem tentou resistir, visto o quão mais forte o moreno era. Apenas suspirou e se aconchegou ali, usando como travesseiro o braço daquele que cobria o corpo dos dois com os lençois.

– Está bom agora? - Sinbad indagou.

– S-sim...

A expressão cabisbaixa não combinava nem um pouco com aquele momento intenso do qual haviam desfrutado há alguns instantes. Sinbad ergueu o queixo do albino e encarou os olhos verdes que tetavam evitá-lo.

– Por que parece tão triste?

– Na-nada, Sin… Eu só acho que devo voltar para meus aposentos logo. Estavam preocupados comigo, a qualquer momento alguém pode entrar aqui e nos surpreender assim…

– Eu não me importo! - Sinbad interrompeu.

– Tsc, não diga asneiras! O rei de Sindria vai assumir que passou a noite com seu vassalo? Com um homem? - Ja’far ria em desolação.

– Não dormi com um vassalo. - pausou, os olhos dourados sem vacilar congelados nos de Ja’far. - Dormi com a rainha desse país.

Uma batida do coração do rapaz falhou.

Com tantos anos convivendo, ele sabia quando Sinbad estava sendo sincero e quando estava mentindo. E ele tinha certeza de que as palavras de seu rei eram genuínas.

Ja’far se sentou na cama e o mais alto tomou as mãos de seu general.

– Sabe por que nunca quis me casar depois… - as palavras do moreno se perderam e lágrimas surgiram nos cantos de seus olhos. - depois do que aconteceu, Ja’far?

Ele sabia muito bem do que se tratava. E como. Lembravam-se do pior período de suas vidas. Da época em que parecia que Sinbad nunca mais seria o mesmo.

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Caminhava pelo corredor que ainda estava enfeitado por inúmeros arranjos de flores, não tão belas e sim murchas pelo tempo. Era o pouco do que havia sobrado daquela grande festividade que terminara em uma grande tragédia.

Apesar do sol raiar, os rastros de destruição naquele país eram evidentes.

Não havia espaço para enterrar tantos mortos na capital. Parthevia estava completamente destruída, não só as casas, pontes, lojas e ruas. Seu povo estava devastado. Não havia uma família sequer que não havia perdido um ente querido naquela invasão que ocorrera no dia do casamento de seu rei com a princesa Serendine.

Ja’far parou subitamente diante daquelas enormes portas que acomodariam os aposentos dos reis daquele país. Respirou fundo se lembrando do desespero daquele que urrava com aquela bela moça em seus braços.

Aquela mulher com quem Sinbad planejou viver, amar, ter filhos, ter novas aventuras… estava morta. E Ja’far o via, pela primeira vez, sucumbir à desesperança.

Abriu uma das portas e encontrou aquela ampla suite escura. As janelas completamente fechadas não permitiam que a luz adentrasse. Consertando aquilo, Ja’far rapidamente foi até as duas principais e, afastando as cortinas, abriu as janelas para que o sol iluminasse aquele ambiente.

Não houve a menor reação de Sinbad.

Apesar de seus olhos estarem abertos, ele estava completamente catatônico. Nem percebera a mudança da luminosidade naquele quarto. Permaneceu com o olhar vago, perdido em seu próprio coração.

Ja’far suspirou, abraçando a si mesmo. Como doía vê-lo assim.

Sobre o criado-mudo havia um prato de comida intocado, provavelmente o almoço daquele dia. Mais uma vez os criados apenas lhe ofereciam a comida e Sinbad nem ao menos se aproximava dela.

Além da expressão abatida, era nítido como a privação de comida estava lhe afetando. As olheiras eram agora estampadas na pele bronzeada que estava pálida, dias após sem ver a luz do sol.

Aproximou-se e viu os rastros das lágrimas que Sinbad derramava há dias. Ele não merecia aquilo.

– Ei, Sin… - Ja’far segurou uma das mãos que ele tinha pousada sobre o colo. - Como você está? Tem que se alimentar...

Não houve resposta alguma e aquilo era simplesmente terrível para Ja’far. Respirou fundo buscando paciência.

– Se não comer nada, vai adoecer, Sin. Seu corpo está fraco! - advertiu.

Sinbad apenas se recostou mais nos travesseiros, tentando se afastar do albino, virando o rosto na direção oposta para encarar o que havia além da janela. Os olhos dourados pareciam não enxergar nada a sua frente.
Ja’far cerrou os punhos furioso. Se não fosse por bem… seria por mal.

– Você está querendo o quê?! - ele indagou puxando o rapaz pelas laterais da blusa de linho que estava aberta na gola. - Quer morrer?! É ISSO, SIN?!

– S… sai… daqui… - o moreno murmurou, as lágrimas descendo.

– Sin! - o albino clamou. - Você tem que ser forte, Sin! Você não pode pensar nisso! Por elas, Sin! - ele segurava o choro também. - Pela Rurumu-san e pela Serendine-sama!

– CALA A BOCA! - Sinbad exclamou agressivamente, empurrando o amigo.

Arregalando os olhos, Ja’far quase caiu desequilibrado ao ser empurrado pelo moreno que ofegava, levando as mãos até à cabeça. O chefe da companhia de Sindria se assustou. Se perguntava se havia ido longe demais ao ver Sinbad urrar aos prantos. Havia tocado na mais profunda ferida de seu rei.

– Sin…

Mais do que angustiado, Sinbad parecia furioso. Mas Ja’far não teve coragem de dar um passo a mais ao ver seu rei se aproximar marchando, em passos firmes em sua direção. O que será que ele estava pensando?

Foi quando as duas mãos agarraram os ombros de seu conselheiro, de seu grande amigo. Ja’far se preparava para o pior, apertando os olhos fechados quando os joelhos de Sinbad tocaram o chão.

– POR QUE, JA’FAR?! POR QUÊ?! - o moreno exclamava.

Não recebendo o que havia se preparado para levar, Ja’far fitou um desolado Sinbad que havia perdido tudo, absolutamente tudo.

– Sin…

– Eu só queria fazer algo por mim, Ja’far! - Sinbad soluçava. - Fui egoísta? - os olhos dourados estavam arregalados, desesperados em busca de uma resposta.

– C-claro que não… - Ja’far tomou a liberdade de abraçá-lo, sendo ele mais baixo, apoiando a cabeça do moreno contra seu peito. - Você sempre fez tudo por nós. Realizamos nosso sonho de construir nosso país…

– Que foi destruído! Que… por causa desse sonho egoísta eu perdi… a… a…

As palavras se perdiam com Sinbad completamente tomado pela emoção, pela dor e pela angústia.

– Tudo acabou, Ja’far… Tudo!

Ja’far perdeu noção do tempo em que ficou ali com o moreno chorando compulsivamente. Ele, por sua vez, também não tinha o que dizer para acalmá-lo, para afagar aquele coração. Podia apenas mexer em seus longos cabelos e lhe transmitir a certeza de que ele não estava sozinho.

O choro foi cessando aos poucos até que o rei daquele país cedeu ao cansaço e acabou adormecendo ali, abraçado ao albino.

Tudo o que ele pôde fazer foi recolher um dos lençois que haviam caido ao chão para cobrir aquele que dormia profundamente em seu colo. Não precisava mais conter as próprias lágrimas, mas também não queria derramá-las.

– Nada acabou, Sin. Enquanto eu estiver com você, eu juro que você nunca irá desistir… Eu te amo, Sin.

Aquela fora a primeira vez que Ja’far teve coragem de falar seus verdadeiros sentimentos.

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– Desde aquele dia, eu só tive olhos para quem sempre esteve ao meu lado, Ja’far...

Corado ao se lembrar daquele dia e como Sinbad havia se entregado a ele, Ja’far balançou a cabeça.

– N-não seja tolo! Eu sempre estive ao seu lado e…

– E eu pensava que você riria de mim se eu dissesse que estava apaixonado por você. - Sinbad o interrompeu.

Ambos se encararam em silêncio. Parecia fácil demais absorver aquilo e ignorar todos os anos em que foram meramente amigos, inclusive, com inúmeras concubinas se deitando naquela cama que agora era ocupada por Ja’far.

– Então… você era virgem, não é? - a pergunta tão direta fazia Ja’far, enrolado naqueles lençois, parecer um tomate. Ele assentiu sem dizer nada. - Pois eu também hoje me senti tendo minha primeira vez! - Sinbad riu descontraído.

– Tsc, não seja tolo! Não tem um dia que não bota pra funcionar isso que tem no meio das pernas!

Foi quando o moreno agarrou o queixo de Ja’far e o encarou com aquelas gemas douradas que o hipnotizavam por completo.

– Sexo e amor são coisas diferentes, Ja’far. Eu posso deitar mil vezes com milhões de mulheres diferentes… Nunca vai ser como com quem eu amo. E, apesar de ter feito sexo com inúmeras mulheres, tirando agora com você, só fiz amor com uma pessoa em toda a minha vida…

Ja’far sabia muito bem que Sinbad se referia a Serendine. Aquela mulher por quem ele fora capaz de suprimir seus sentimentos ainda não bem desenvolvidos por seu rei. Ele admirava a princesa de Parthevia e a considerava digna de ser a esposa de Sinbad, algo que ele acreditava que jamais seria.

Desviando o olhar, um tanto quanto sem jeito, Ja’far se lembrou do que ocorrera naqueles últimos dias…

– M-me desculpe, mas eu não suporto ver você com essas mulheres…

– Se eu soubesse disso antes, eu jamais traria alguma nova para cá, Ja’far. - Sinbad o encarou fixamente. - Não quero ter um relacionamento escondido com você.

– E-está louco? - gaguejando, Ja’far indagou. - Vai dizer que tem um caso com um dos seus generais!

– Não tenho casos, Ja’far. Sou um homem de compromisso. - ele permaneceu sério. - Quero me casar com você!

O coração do albino disparou. Parecia tudo ser um sonho. Será queele falava sério?

Sinbad era um homem de palavra, ele sabia disso. Mas Ja’far jamais imaginaria que um dia teria seus sentimentos correspondidos e com o afinco que ele sonhava em ter. Teria aquele homem apenas para si?

– S-Sin… - ele estava boquiaberto.

– Vai aceitar se casar comigo, ou não? - Sinbad sorria com ternura, aquele aperto no queixo do alvo se tornando uma leve carícia que sobia pela face angelical de seu general.

Ja’far não sabia o que dizer. Buscava palavras, mas deixou o mais sincero sorriso escapar. Porém, ao se lembrar dos recentes acontecimentos, ele não se sentia à vontade para dar uma resposta negativa. Meneou a cabeça um tanto quanto melancólico e alarmou Sinbad.

– O que houve? - o grande sedutor dos sete mares jamais esperaria receber uma negativa de uma proposta de casamento que fizesse.

– É que… - Ja’far não sabia como começar.

Lembrava-se dos cortejos de Masrur. Sentia-se sujo… Não só consigo mesmo em pensar em algum momento em se entregar ao fanalis, mas também não queria magoar seu amigo.

– Quando brigamos, acabou que Masrur se declarou pra mim… - se queria começar um relacionamento sério com Sinbad, não poderia esconder aquilo. -E… e então eu cheguei a ceder um pouco e… e...

– QUÊ?! Você tá me dizendo que…

Não havia mais como conter o riso.

Sinbad gargalhou tão alto que poderia acordar todos do palácio.

Ja’far, por sua vez, além de extremamente envergonhado, não sabia o que dizer ou o que fazer diante da reação inesperada de seu rei e agora noivo.

– A encenação do Masrur não era pra ir tão longe! - o moreno secava os cantos dos olhos que lacrimejavam de tanto que ele ria, rolando pela enorme cama.

– Q-quê?! - Ja’far estava atônito.

– Me desculpa… - Sinbad recuperava o fôlego. - Bem… já fazia tempo que os outros estavam tramando para nos juntar e decidimos que iriamos testar você usando alguém. Para saber se você realmente gostava de mim!

– Mas… mas… - o albino ficara furioso. - que absurdo! Não acredito que fizeram algo tão baixo! Então eu fui só um fantoche no teatrinho de vocês?! Passei toda aquela vergonha enchendo a cara na festa porque vocês queriam?

– Sharrkan tratou de lhe dar umas doses de vinho a mais. - explicou. - Mas eu estou é impressionado com as habilidades de Masrur! - Sinbad voltava a ignorar completamente o inquérito de Ja’far. - Yamuraiha disse que com certeza iriamos falhar porque ele não saberia te seduzir, mas acho que nos enganamos… O que acha de indicarmos ele para umas peças aqui no palácio?

– SIIIIIIIIIIIINNN!!! - Ja’far rosnava.

Foi só então que o rei de Sindria se deu conta da fúria que faiscava nos olhos verdes de seu súdito. Tinha sorte de Ja’far estar longe de seu household vessel, provavelmente se o albino o tivesse, teria lhe atacado já.

– Ei, ei! Calma! - Sinbad ainda ria, agora acariciando o rosto bonito de seu amado. - Tudo isso funcionou, não? Você expôs o que sentia e agora estamos juntos.

Ja’far tentava processar aquilo e analisar por aquele prisma. Sinbad tinha razão.

Apesar de ter se sentido usado, sentia-se grato aos seus amigos e ao seu rei por terem se preocupado e tramado aquilo. Não teria mais que esconder que amava Sinbad, se é que algum dia suas vãs tentativas funcionaram. Afinal, agora estava ali, na cama daquele que sempre amou e desejou. Ao notar aquilo, esboçou um sorriso que esmaeceu a expressão furiosa.

– Então, vai se casar comigo? - Sinbad voltou a questionar, esmeraldas e ouro numa sintonia intensa.

– É o que mais quero em toda a minha vida!

E após respondê-lo, Ja’far mesmo tomou a iniciativa de abocanhar os lábios daquele que não era mais apenas seu rei, mas também aquele que poderia chamar, com orgulho, sem o menor acanhamento, de grande amor da sua vida.

Assim como há tantos anos Ja’far havia prometido fazer parte do sonho de Sinbad, seu rei agora realizava o seu maior sonho: amar e ser amado.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, é isso aí! Acabou! o/ Eu nem acredito! Fiquei feliz com essa conclusão! Apesar da fic ter começado com um tom mais dramático, tudo acabou bem!
Quero convidar vocês também para acompanharem minhas duas longs em andamento, uma sinja que é "Um peso e duas medidas" que é um dramalhão delicinha e uma juhaku que é "Escape". Ficaria muito feliz se acompanhassem!