O Experimento escrita por Blazeee


Capítulo 2
Capítulo 2- O Porão


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam a gostar!



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As escadas eram pequenas e eu ia batendo com a cabeça no tecto antes de descer completamente. Ao chegar ao sótão, um estranho chiado começou. Deixei para lá e preocupei-me em tentar procurar gasolina, ou até mesmo conseguir ligar a energia. Eu explorei todos os quartos. Havia uma cama e uma mesa de cabeceira num deles, mas eu realmente não queria imaginar alguém fazendo sua vida naquele sótão. Era simplesmente doentio. Sinceramente, eu não poderia imaginar alguém vivendo naquela mansão. Era diferente das outras. Parecia morta.

Eu acabei achando um botão de energia. Não era bem um botão, era tipo um botão-alavanca. Eu puxei e uma luz fraca invadiu o local. ‘’ Ótimo. ‘’- Pensei eu ‘’ Não preciso acender mais faróis. ‘’ O chiado ficou mais alto e ensurdecedor. Aí eu me apercebi de que havia uma porta de ferro, que eu não havia visto, tendo em conta o breu total. Mas agora com a luz, eu via bem.

Logo de longe, eu pensei que a porta deveria estar trancada. Mesmo assim, eu me aproximei, pé ante pé, e esperei encontrar a maçaneta para a abrir.

Eu fiquei horrorizado. A maçaneta não existia. Ela realmente parecia estar trancada do outro lado. Eu pensei em como isso seria possível. Tentei não ficar totalmente assustado. O chiado estava ficando cada vez mais alto, até que eu notei de que, quanto mais perto eu estava daquela porta, o chiado aumentava. Eu me dirigi para as escadas e o chiado era quase inaudível. Tentei não pensar muito nisso, e aí eu reparei noutra coisa: Uma espécie de elevador, talvez movido com o keypad que encontrei ao lado. Como eu não sabia a combinação, deixei aquilo para outra altura, e quando eu subi as escadas, eu achei que estava demasiado frio. Me lembrei da lareira encontrada na sala de estar do andar de baixo, e logo voltei a descer as escadas. Demorei um pouco a encontrar a tal sala, mas lá cheguei. Com toda a parcimónia, eu tirei um único fósforo da caixinha e acendi um foguinho minúsculo. Me sentei e aproximei minhas mãos geladas. Ele queimava na mesma, e á falta de um ventilador que soprasse ar quentinho, aquilo realmente era bom.

No entanto, algo me estava a incomodar por dentro. Eu não sentia, de maneira nenhuma, como se eu estivesse bem naquela casa. Me sentia um intruso.

Eu não queria agir como se estivesse morando lá, mas eu realmente precisava encontrar uma cama. Isso era a coisa mais fácil do mundo, pois naquela mansão existiam camas para mim e a minha família toda. Pensei na minha família. O que eles deveriam estar fazendo? Será que estavam preocupados por ainda não ter voltado? Eu estava exausto por passar um dia a dirigir, e eu decidi não pensar muito nisso. Eu iria dar uma explicação quando voltasse, como se fosse um adolescente rebelde que desobedeceu á mãe e fugiu de casa com a namorada. Sorrindo, divertido comigo mesmo, eu arrastei os pés pelas escadas novamente, e logo estava no segundo andar. Antes de dormir, pensei em o explorar todinho, pois eu só tinha tido a oportunidade de ver 3 quartos, antes de encontrar o porão. Ainda era cedo (7:19 PM) e eu acordaria umas 4:00 AM se fosse deitar ás 7 da tarde. Suspirando, eu percorri o grande corredor e avistei um arco, que dava para uma biblioteca. Entrei, com precaução, pois eu tinha medo que alguma das tábuas estivesse tão podre que não aguentasse meu peso. Lá dentro, notei rapidamente um quadro de alguma criatura. Os olhos dela estavam fixos, eu achava, mas mesmo assim eu me sentia observado por aquele quadro. Isso era muito idiota, eu que assistia demasiados filmes de terror. Mesmo assim eu não gostei.

Eu vasculhei os livros, e me perguntei qual era a necessidade de haver tanta estante naquela casa. Também me perguntei em como os livros estavam em tão bom estado, pois eles deviam ser deveras antigos. Peguei num deles, que tinha a capa de madre-pérola e um título confuso e meti na minha sacola, para o ler mais tarde. No entanto, quando levantei esse livro, um outro caiu. Debaixo desse, estava uma chave. Parecia uma chave-mestra, mas logo percebi que não era, pois todas as chaves-mestras têm uma pequena particularidade.

Saí da biblioteca, com um peso a mais na sacola, e entrei numa casa-de-banho. Aproveitei para me aliviar, pois eu não o fazia desde manhã. Me olhei no espelho e parecia velho, e o meu cabelo estava despenteado. A minha barba não era feita há muito tempo, e eu não parecia o Papai Noel, mas dava-me um ar desleixado. Eu a faria quando chegasse em casa. Quando fui lavar as mãos, eu abri todas as gavetas do balcão. Lá dentro havia toda a tralha possível e imaginária. Uma gillette enferrujada, um pente, um bloco de notas, etc. Eu abri o bloco de notas, e lá estava escrito:

‘’ Talvez, eu esteja ficando paranóico. Eu me sinto demasiado cuidadoso estes últimos tempos. Talvez isso seja bom, considerando a importância do meu trabalho. Não sei o que esperar, então eu simplesmente tento tomar todo a cautela possível. Eu não quero me permitir a mim mesmo de ser despreocupado, pois neste momento, todo o cuidado é pouco. Eu instalei uma tranca de palavra no armário de ferramentas... Tenho que me relembrar da senha. Isso eu não posso esquecer. Tudo menos isso... ‘’

Me senti perturbado. Isso tinha sido escrito com vários tipos de tinta, talvez no decorrer de vários dias. Como assim, ‘’ todo o cuidado é pouco ‘’ ? Afinal, o que se passa aqui?

Eu procurei um quarto onde eu pudesse descansar. Eu estava tão cansado que eu nem conseguia ver e andar direito. Era como se tivesse bêbado. Dizer que eu procurei era idiota, pois eu simplesmente entrei no primeiro quarto que vi á frente. Haviam muitas folhas caídas no chão. Eu peguei em todas elas e procurei alguma que pudesse estar escrita. Apenas uma estava.

‘’ 20 de Julho de 1927

Eu realmente tomei uma ótima decisão em me mudar para esta casa. Aqui, eu poderia ter a paz que tanto precisava. No meio do nada, longe de qualquer distração. Eu finalmente ia começar o meu Experimento. Eu andava pensando e estudando faz tempo, então eu queria fazê-lo. Talvez as coisas não corram como deviam, então eu estou deixando essas cartas pela mansão, para o caso de, se alguém entrar, souber o que aconteceu aqui. Eu estou ficando muito solitário, e só me mudei faz dias. No entanto, eu tento nem pensar nisso, mas a verdade é que eu sinto a falta de mamãe e papai. E eu tenho 27 anos. No entanto, como o Experimento é tão importante para mim, eu me sinto na obrigação de dedicar o meu tempo a pensar só, e somente nele. Não há espaço para qualquer outra emoção. Eu estou realmente muito animado para começar. ‘’


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Notas finais do capítulo

* Se encontrar algum erro ortográfico, por favor me avise por mensagem privada.* Nada de leitores fantasmas. Se não faz o seu estilo dar review, mande mensagem privada, com a sua crítica boa/má.* Acompanhe a história se estiver gostando. * Eu sou uma grande desistente das minhas histórias. Eu realmente deixo elas a meio se elas não têm nenhum favorito ou review.
Espero que esteja gostando: Amanhã haverá mais!



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