Time To Let Go escrita por ChaniMoon


Capítulo 2
Conversas Na Garagem


Notas iniciais do capítulo

Heey pessoal! Pois é, sei que demorei, mas eu estava ocupada com outras fics. E essa eu não vou postar regularmente, pois não tem muitos leitores. Pode ser no mínimo um capítulo a cada 10 dias, mas eu não sei. Se os fantasminhas resolverem aparecer eu posto mais rápido :)

Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/482537/chapter/2

Lin adentrou o carro de Han e os dois rodaram por 2 minutos até, Lin quebrar o silêncio.

–E então? Pra onde vamos? - Perguntou Lin. - Pra Nagoya é que não deve ser...

–E não é mesmo. - Respondeu Han. - Estamos indo pra minha casa. Ou melhor, minha garagem.

Lin deu outro de seus risos irônicos.

–Você mora em uma garagem? - Perguntou Lin, rindo.

–Espere até ver... - Respondeu Han, cortando o riso de Lin. - E além disso, você ainda está com esse corte na testa.

–Ah, não é nada. Eu até já tinha parado de sentir. - Disse Lin.

–Quando chegarmos, eu faço um curativo em você. - Disse Han.

Lin sorriu novamente, dessa vez, um sorriso amigável.

–Valeu...... você não me disse o seu nome ainda. - Disse Lin.

–É Han. - Respondeu Han. - Achei que nunca ia perguntar.

–Homens... sempre duvidando de nós, mulheres. - Lin queixou-se.

Depois de algum tempo em silêncio, Han começou a olhar para Lin discretamente. Até suas feições lhe lembravam Gisele. O jeito que ela sorria, seus olhares irônicos. Praticamente tudo. Mas ele tinha que parar de comparar as duas. Gisele se fora. Era Lin quem estava ali com ele.

E então, finalmente chegaram na garagem de Han. Lin ficou boquiaberta e engoliu tudo o que disse. Han percebeu e riu da situação.

–Isso é uma garagem, uma oficina ou uma casa? - Perguntou Lin, boquiaberta.

–Eu te disse. - Respondeu Han, rindo.

Os dois saíram do carro, Lin ainda com a mão na testa. Ela observou cada canto dali com delicadeza. E, por sorte, estava vazia. Geralmente, o lugar era sempre cheio de garotas "maria-gasolina" e os amigos colegiais de Han.

–Vem cá. - Chamou Han. - Sua testa ainda está sangrando.

Lin caminhou até Han, que já estava com o Kit de primeiros-socorros na mão, e parou na frente dele. Ela o observou pegar uma gaze e espalhar um líquido, que ela não distinguiu se era remédio ou álcool puro. Depois, Han aplicou a gaze cuidadosamente na testa de Lin, fazendo-a gemer um pouco.

–Doeu? - Perguntou Han.

–Não, eu estou bem. - Respondeu Lin.

Han limpou a testa de Lin até sair todo o sangue e então, colocou apenas um band-aid no corte. O que já era suficiente para estancar o sangue. E como ele teve uma leve impressão de que Lin era vaidosa, ele colocou um band-aid cor de pele nela.

–Valeu, doutor. - Disse Lin, dando leves risadas.

Depois que Han guardou a maleta no lugar, ele, novamente, notou Lin vidrada olhando para os carros e o resto.

–Hey, Lin. - Chamou Han, fazendo Lin se virar para ele.

–Sim? - Ela respondeu.

–Quer uma bebida? - Ofereceu Han. - Tem um pouco de tudo.

–Hm, pensando bem, eu quero sim. Pode ser um champagne? - Pediu Lin.

–Champagne? É, você tem um gosto refinado. - Han sorriu e subiu as escadas. - Vem, eu vou pegar a bebida.

Lin subiu as escadas lentamente, ainda vidrada nos carros. E então, lhe veio na cabeça, o carro que havia perdido na corrida com DK. Aquele carro era tudo o que ela tinha em Tokyo. E tinha a questão de onde iria dormir e o que iria comer. Ela não ousaria pedir para Han deixá-la dormir na garagem, poderia ser falta de educação da parte dela.

Han voltou com duas taças de champagne, enquanto Lin estava na beira da sacada, ainda observando os carros. Ela pegou a taça e a examinou de cima a baixo.

–O que foi? - Perguntou Han, com um olhar irônico.

–Estou verificando se você não vai me drogar e nem nada do tipo. - Respondeu Lin, levando a taça aos lábios. - É, acho que não.

–Onde aprendeu a fazer isso? - Perguntou Han.

–Isso o quê? - Perguntou Lin. - A saber verificar drogas em uma bebida, a fazer Drift ou a saber como lidar com homens? - Ela lançou outro olhar irônico para Han.

–Engraçadinha... - Han retribuiu o olhar irônico dela. - Na verdade, sobre isso tudo.

–É melhor sentar então, pois é uma história meio longa. - Lin disse e Han apontou para o sofá com a cabeça.

Os dois se sentaram, um ao lado do outro, tomando as bebidas. Por um momento, Han teve vontade de colocar seu braço ao redor de Lin. Mas ele se conteve.

–Então, por onde eu começo? - Disse Lin.

–Que tal pela causa que você fugiu de Nagoya? - Sugeriu Han.

–Meus pais. Os dois são muito autoritários, a ponto de me prenderem em casa e quererem me casar com um sujeito que eu mal conheci e já detestei! E isso porque estamos no Japão contemporâneo! - Disse Lin.

–Seus pais são tão ruins assim que você teve que fugir de casa? - Perguntou Han, tomando outro gole do champagne.

–Eles não me deixam viver minha vida! Desde que eu fiz 18 anos, eu venho tentando sair de casa e morar sozinha, mas nenhum dos dois me escuta. E pior, dizem que eu só vou ter minha própria casa quando eu me casar. - Respondeu Lin. - Mas eu já disse várias vezes que não amo aquele cabeça-de-lula! Ninguém me escuta!

–Isso é horrível. Agora eu entendo. Também fugiria se tivesse esse tipo de problema com meus pais. - Disse Han. - Mas como você entrou pro Drift?

–Um grupo de garotos da minha antiga escola praticava Drift escondido em um galpão abandonado. Me juntei a eles quando tinha 16 anos. E eles me ensinaram tudo sobre o Drift. Mas quatro anos depois, meus pais descobriram que eu estava saindo de casa para correr e fecharam todas as aberturas que podiam ser usadas pra fuga lá em casa. Só agora eu achei uma que estava aberta. Então, no meio da noite, eu peguei as chaves do meu carro e fugi. Derrotei vários corredores, e pensei que se derrotasse DK, eu teria uma vida nova, com liberdade. Mas me enganei.

–Não se envergonhe. DK joga sujo algumas vezes. Mas mesmo jogando limpo, ninguém consegue derrotá-lo. - Disse Han.

–Você já conseguiu? - Perguntou Lin.

–Não. Eu nunca corri com ele. - Respondeu Han.

–Não vou nem perguntar o porquê disso... - Disse Lin, dando uma risadinha.

De repente, Lin notou uma foto na estante onde ficava a TV. Ela se levantou, se aproximou e pegou a foto. Não era recente, mas também não era muito antiga. Era de uns 3 anos atrás, no máximo. Mostrava uma turma feliz, em um galpão. Tinha um cara careca, um cara loiro (R.I.P. Paul), quatro caras negros, uma garota grávida e Han abraçando outra garota. Lin pode ver o quanto estavam felizes. Han se aproximou e viu o que Lin segurava.

–Estes são meus melhores amigos. Não vejo eles há uns 2 anos. - Disse Han.

–Vocês pareciam ser felizes. - Comentou Lin. - Onde estão todos eles?

–Depois dessa foto, Dom, Brian e Mia - Han apontou para o careca, o loiro e a grávida. - Foram para as ilhas canárias. - Tej abriu uma oficina - Ele apontou para um dos caras negros. - Roman vivia viajando com suas milhares de namoradas... - Han apontou para o cara negro que mais ria na foto. - Leo e Santos se mandaram para Mônaco e ainda estão lá.

–E a garota que você está abraçando? É sua namorada? Cadê ela? - Perguntou Lin.

Han, imediatamente sentiu um aperto no coração. Era a primeira vez que alguém falava de Gisele com ele desde que ela morrera.

–Gisele era... ela era.... nós íamos nos casar. - Uma lágrima caiu do rosto de Han. - Mas ela.... ela morreu.... pra me salvar de ser morto.

Lin notou que havia tocado em um assunto delicado e decidiu parar. Ela notou a tristeza de Han ao se lembrar de Gisele.

–Me desculpe. Não queria te causar dor. É melhor.... é melhor que eu vá embora. - Disse Lin, largando a foto e se afastando.

Antes que Lin pudesse descer as escadas, ela foi impedida por Han, que segurou seu braço.

–Não vá. Fique aqui. - Pediu Han. - Nós... nós ainda não acabamos de conversar.

Lin percebeu que Han se esforçava para parecer normal. Mas no fundo ela sabia que tinha aberto a ferida que a morte de Gisele deixou no coração dele. Lin se virou e em um breve impulso, Han a abraçou. Lin retribuiu e os dois apenas encontravam confortos, nos braços do outro. Han sentiu o perfume de Lin e se sentiu extasiado. Era um cheiro adocicado que dava um ar inocente e sexy ao mesmo tempo. Assim como Lin sentiu o perfume de Han, que também era doce, mas nem tanto assim.

Quando se separaram, voltaram para o sofá e continuaram a conversar. Dessa vez, Han contou seus feitos ao lado de Dom, Brian e os outros. Lin não acreditou quando ele disse que tinha ajudado a roubar um cofre com vários milhões de dólares no Rio. Ele também contou sobre os serviços em Londres e na Espanha. Mas não mencionou a morte de Gisele. Poderia espantar Lin outra vez. Depois de horas conversando, já se passavam das 2 da manhã quando o lugar voltou a ficar cheio de garotas. Garotas assanhadas que olhavam torto para Lin e se agarravam em Han.

–Por que você não dorme aqui? Não, melhor ainda, por que você não mora aqui comigo? Já que não pretende voltar pra Nagoya, podia morar aqui. Seria bom ter pelo menos uma garota com quem eu posso conversar. - Disse Han.

–Eu me sinto honrada de ser a "garota das conversas". - Ironizou Lin. - Mas eu aceito. Não vou sair no meio da noite pra dormir na rua.

Han sorriu e largou-se das garotas que insistiam em grudar nele. Ele guiou Lin até um pequeno quarto, que ficava praticamente ao lado do seu.

–Este é o seu quarto, a partir de agora. - Disse Han.

–Tá ótimo. - Disse Lin, observando o quarto. - Bem melhor do que as casinhas de cachorro das suas marias-gasolinas.

Ambos riram. Lin não era má companhia, pelo contrário, qualquer um adoraria ter ela por perto. Era bem-humorada e cheia de vida, desde que saiu da casa dos pais. Liberdade pode fazer bem, e muito.

–Bem, eu já vou. - Disse Han. - Boa noite, Lin.

–Boa noite, Han. - Respondeu Lin.

Han saiu e Lin fechou a porta. Ela fugiu sem malas, mas fugiu com dinheiro. Muito dinheiro, que tinha ganhado nos anos em que competiu nos rachas. Pela manhã, iria comprar roupas novas. Ela simplesmente largou-se na cama e adormeceu feliz. Porém, antes de dormir, seus momentos com Han vieram em sua cabeça. Ela se lembrou de como se sentiu atraída por ele quando ele a abraçou. E adormeceu pensando nele.

Depois de enrolar as garotas, dizendo que estava cansado, Han também largou-se em sua cama com Lin em sua cabeça. Pela primeira vez, Gisele não era a garota que dominava seus pensamentos. Ele pensava todos os tipos de coisa sobre Lin, de como ela era linda, esperta e sobre como.... como ele sentiu vontade de beijá-la. Ele estava tendo uma queda por Lin?


Continua


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Sei que a parte da Gisele ficou triste, mas eu me mataria se não mencionasse ela na fic. Ela e os outros, como Brian, Dom, Mia, etc... Letty também vai ser mencionada na fic! E eu juro que tenho e vou ter ódio e inveja eternos das marias-gasolina do Han. Elas são vulgares, são! Mas elas conseguiram chegar perto dele... :(

Kisses :3