Guerra Elemental escrita por Ed Henrique


Capítulo 36
Terra Vs Vento




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–Huhuuuuuuuuu. – Os alunos gritaram eufóricos. Finalmente chegara o dia da Guerra/Batalha Elemental. Por possuírem mais alunos do que a Escola do Norte, a Batalha do Sul começava um dia antes, assim, todos poderiam ter uma chance de lutar.

–O povo do sul é mesmo animado. – o trio ouviu a voz de Matheus e se viraram.

–O que faz aqui? – Edgar estranhou a presença do mesmo. – Não deveria estar de férias, ou se preparando para sua Guerra? – Matheus se sentou ao lado direito do primo para então responder.

–Resolvi vim ver como os alunos do Sul travam uma batalha. – Revelou. – O que fizeram nas férias? – Ignorando a abertura da Batalha, Matheus perguntou.

–Fiquei com a minha família. – Edgar foi o primeiro a responder. – Minha avó disse que qualquer dia desses gostaria de te conhecer.

–Por que não me ligou? Eu poderia ter ido até lá.

–Interurbana é cara. – riu.

–E vocês?

–Fiquei em casa. – Hugo respondeu.

–Eu você sabe. – Disse Thiago.

–Como assim? – perguntou Edgar.

–Eu o visitei, mais especificamente, o primo dele, nas férias.

Matheus Poff's on

Como fiquei sem ver os meus amigos por um longo tempo, decidi passar as férias em diferentes lugares.

Na primeira semana, fiquei em casa com minha avó e irmão; Na segunda, fui para a casa do Lucas, aproveitar e matar a saudade da família dele que eu não via desde que se mudaram; Na terceira, fui visitar minha namorada, e descobri que Parris e Cauã estavam ficando na casa dela, pois a Parris não queria ficar sozinha em casa, uma vez que sua avó falecera ano passado; E na última semana, fui visitar o Davi, e foi quando descobri que a família dele se reunia, foi quando encontrei o Lucas.

Matheus poff's off

–Só. – Falou.

–Então você teve um mês bem cheio. – disse Hugo.

–Uhum. – Matheus reparou que já estavam na terceira luta e que não prestaram atenção em nenhuma delas. – Não deveríamos prestar atenção?

–Não. Não temos nenhum amigo Representante. – Thiago respondeu. – Eu tentei, mas na época fiquei doente e desisti. Hugo nem tentou, você sabe o por que. Edgar repetiu o segundo ano, e não gosta de coisas que deixaria ele ocupado demais. Francyelle não gosta de tarefas. Lili prefere ficar com seu bastão à responsabilidade da classe.

–Vocês são tão complexos.

–É difícil entender uma pessoa em apenas um ano. F falou Edgar. – A menos que você seja eu. – Brincou.

As batalhas foram se passando, até que chegou a uma que Matheus achou interessante.

–Versos?

–O que você aprendeu sobre versos? – Edgar perguntou.

–Que antigamente as pessoas usavam versos, mas os mais poderosos aprenderam a só falar uma palavra, encurtando as coisas. – Falou.

–Sabe o motivo de não se ensinar versos na EE? – Matheus negou com a cabeça. – Thiago.

–Seria muito trabalhoso ter que ensinar tantos alunos sobre isso, uma vez que cada aluno precisa criar seu próprio verso, dependendo da magia.

–Exato. – Disse o professor de ambos.

–Isso não estava no livro! – Matheus observou.

–Digamos que não está em nenhum livro conhecido.

Viram a usuária de terra usar sua técnica característica, quando ela cria esfera de energias na mão e as usa para atacar ou defender.

–Legal. – Disse Matheus admirado.

–Nem tente fazer, isso é... – Matheus não ouvira uma palavra sequer do primo, porém, por sorte, todos ao redor haviam se protegido com suas auras, ao perceberem o que o híbrido faria.

As batalhas entre Representantes acabaram, e o placar totalizava três a um para a equipe de vento.

– Acho que esse povo acordou com vontade de perder, só pode.

–A gente passa. – Hugo falou como se não fosse nada.

–Então você também luta?

–Não existem exceções na Batalha, tanto que eu, você, e os outros dois, batalhamos ou batalharam.

–Entendo. – O telão roletou os nomes, parando em um conhecido para Matheus.

Thiago Vs Katarina

–Eu vou primeiro. – Thiago desceu as escadas, rumo ao campo.

–Boa sorte. – Matheus desejou. – Não vão torcer pelo amigo de vocês?

–Não é isso...

–É que ela é, digamos, perigosa. – Hugo completou a frase.

–Como assim?

–Katarina. – Dezesseis anos, média, branca, cabelo castanho, igual aos olhos. – Filha sabe de quem? – perguntou o primo.

–Do presidente do Brasil? – começou a rir.

–Isso. – Hugo respondeu, fazendo o híbrido parar. – Os gêmeos são filhos do presidente do Brasil.

–Isso é sério?

–Muito. – Edgar quem respondera. – Um é usuário de terra, e outra de vento. Os outros alunos tem certo medo deles, por serem filhos de quem são.

–Se é assim vou espalhar que sou filho de...

–Não podemos! – Edgar o cortou. – Agora, vamos prestar atenção na luta.

–Não acha que o Thiago perderia, não é? – Matheus ainda perguntou.

–Se ele o fizesse, teria que se ver comigo! – gritou a última parte para que o aluno ouvisse.

O professor deu a luta por iniciada, e de inicio, Thiago criou uma flor, girando a mão de uma forma, que parecesse que estava fazendo mágica. Matheus não cansava de observar aquele processo.

Um ataque foi em direção dele, mas o significado de sua flor era “proteção”, então a usou para se proteger do ataque. Rapidamente, criou outra flor, e as pétalas foram como mísseis na direção da oponente, que não conseguiu desviar, sendo atingida em cheio.

–Isso. – Comemorou cedo demais, pois vários ataques consecutivos foram em sua direção, não lhe dando tempo de contra-atacar, para logo em seguida, não dar tempo de desviar. – Ai.

Outro ataque ia a sua direção, mas um murro de terra o protegeu antes. Aproveitou o tempo para criar outra flor, e dessa vez, se curar. Sua oponente concentrou vento nos pés, e pulou por cima do muro, porém, Bruno a esperava com um chicote feito com as flores e a acertou, jogando-a de volta no chão.

A queda da garota foi diminuída pelo vento, que pôs atrás das costas, todavia, ainda havia se machucado, e sua situação era pior que a dele. O muro de Thiago ainda a atrapalhava, então resolveu acabar com ele usando a magia que aprendera há um tempo. O vento começou a se juntar em forma de círculo criando um tornado, que ela lançou na direção dele.

Ao sentir o que estava por vir, Thiago deu um soco na barreira com sua aura, quebrando a mesma em vários pedaços. Teve que se apresar e criou um golem, para depois entrar nele, protegendo-se assim do tornado.

–Você não é a única que sabe magia do terceiro ano. – falou. O tornado parou e o golem caiu no chão, contudo, Thiago não teve nenhum ferimento sério. – Minha vez. – saiu de dentro do golem, e o mandou atacá-la, mesmo que seu cavalheirismo não gostasse de ferir uma garota.

–É o fim da luta, a vitória vai para o aluno Thiago. Isso totaliza dois pontos para a equipe de terra.

As horas foram passando, e com isso, começou as lutas do terceiro ano, mais especificamente, a de Lili contra um garoto qualquer. Ele era moreno, alto, gordinho, cabelo preto e olhos castanhos escuros.

–Vai Lili. – Edgar gritou, recebendo olhares de reprovação da turma. – O quê? Não se pode mais torcer por uma amiga?

–Sabe que estão empatados, né? – Matheus perguntou.

–Vai dizer que nunca torceu por seu amigo de fogo na sua Batalha?

–Uma vez ou outra. – desviou o olhar.

Pedras foram em direção de Lili, mas ela segurou o bastão e o girou, criando um pequeno tornado com a ponta, parando as pedras. Bateu com o bastão atrás do tornado, jogando a pedra de volta. O oponente dela não conseguiu pará-la, então foi atingido pela pedra e caiu no chão.

–Já? – ela perguntou.

–Não me subestime, Usuária do Bastão Violento. – Ele bateu as mãos, tentando criar uma árvore. Lili segurou o bastão em pé em frente ao corpo, e começou a girá-lo, liberando magia pelo mesmo, que criou uma espécie de círculo de vento.

–Fogo. – Atirou na direção dele, e quando a árvore estava criada, era tarde.

–A vitória é da aluna Lili, totalizando mais um ponto para os usuários de vento.

O telão roletou novamente os nomes, parando em Hugo Vs Sandro. Um menino branco, do tamanho de Hugo, cabelo preto e olhos azuis.

–Tá aí, a luta que eu estou mais curioso para assistir. – Disse Matheus.

–O Hugo vai ganhar fácil! – Thiago falou.

Hugo foi para seu local na arena, assim como seu oponente. A partida foi iniciada, e Hugo calmamente pegou um pergaminho e materializou dois golens. Seu oponente começou a atacá-los, esquecendo-se dele, e o mesmo aproveitou para fazer a última materialização, uma pedra.

–Golem um, por favor. – O golem pegou a pedra e jogou na direção do oponente dele, que não conseguiu desviar a tempo o suficiente, recebendo o golpe de raspão, mas mesmo assim, o fazendo quebrar algo.

–Vai continuar? – O professor perguntou. O garoto negou, e a partida foi dada por encerrada com a vitória de Hugo e mais um ponto para os usuários de terra.

Quando ouviu os nomes sendo roletados de novo, Hugo absorveu suas materializações e saiu da arena.

–Boa luta. – Edgar o elogiou.

–Eu sei. – Sentou-se. – Agora é quem?

–Fran.

–Ah, vai ser rápido.

–Por quê?

–Olhe e veja o que é luta rápida.

Francyelle se posicionou e, após a luta começar, um tremor foi sentido. Um vento derrubou se oponente, e ela parou com o pé em cima do mesmo, liberando aura o suficiente para fazê-lo dormir. O professor anunciou a vitória, e ela voltou para seu lugar.

–Que sem graça. – Matheus falou.

–Sabemos. – Disse Thiago.

Nas finais

–Olha se não é quem eu queria enfrentar. – Um garoto falou. Ele era branco, um pouco menor que seu oponente, cabelo castanho, olhos azuis e óculos. – Edgar em pessoa.

–Esqueceu-se de primeiro e único. – Falou. – Usuário do Arco Certeiro, Léo. Um dos poucos que é melhor que a Lili com uma arma. – Edgar não o suportava. Primeiro pelo jeito dele, segundo por ele fazer parte da classe da Lili de arma, e terceiro, porque ele também gosta dela.

–O que acha de uma aposta? Se eu vencer, a Lili é minha, mas se você vencer, ela é sua. – propôs.

–Eu não apostaria a Lili. – Falou. – Mas não vejo mal nenhum em te vencer, uma vez que eu não perco uma aposta. – Materializou bastões tonfas.

–Você sempre foi ruim com armas. – Pegou seu arco.

–Não se preocupe, treinei bastante para poder te derrotar com ela. – Abriu um sorriso irônico. – Só não ache que está na vantagem, – o professor anunciou a luta – porque não está. – Girou o bastão e plantas subiram pelo lado de seu oponente, mas ele desviou.

Léo atirou contra ele, mas usou os bastões para se defender. Usando a aura nos bastões, aumenta a dureza deles, fazendo com que fosse mais difícil de serem destruídos. A luta prosseguiu assim por um bom tempo, o que era ruim para Edgar, pois, dependendo do que fizesse, ficava cansado rápido demais. Ele desviava, acertava, era acertado, se curava, mas era desgastante ficar se curando assim, uma vez que não ativara a alto cura.

–Você é bom. – Falou.

–Demorou a perceber. – Edgar disse. – E você não é ruim.

–Você é bonzinho demais. – Sussurrou. – Já que estamos nas finais, não tem problema em eu usar isso. – Apontou uma flecha para ele, que entrou em guarda. – É o seguinte: vou atirar uma flecha para o alto e uma na sua direção. Se desviar das do alto, a da sua direção vai arrancar seu braço, caso ocorra o contrário, você vai ficar mais ferido, mas não deve perder o braço.

–Cada um está quase na ponta da quadra, o que o faz pensar que não posso fugir ou me defender? – Edgar perguntou com a sobrancelha arqueada.

–Isso. – Atirou para o alto, depois na direção dele. As flechas do alto se multiplicaram e todas, incluindo a que ia diretamente à direção de Edgar, aumentaram de velocidade.

–Droga. – Largou os bastões e prestou bastante atenção. Se se concentrasse, poderia dizer por aonde viria cada ataque pela sua aura de detecção.

–Não acho que a aura vai fazer efeito. – Disse. – É eu fiz a lição de casa.

–Tsc.

–Eu ainda não dei um nome, mas acho que Meteoro da Escolha está bom. – Disse. – E então, qual vai escolher?

Edgar pulou para trás, desviando das que vinham do alto, que caíram no chão ao mesmo tempo em que não desviou da que vinha pela sua frente. A colisão levantou uma nuvem de fumaça, que cobriu Edgar por inteiro.

–Qual escolheu? – A fumaça foi se dissipando aos poucos, e puderam ver o Edgar sem o braço esquerdo. – Então escolheu ficar sem o braço. – Deduziu.

–Sabe, reconstrução celular de um braço é muito difícil! – Falou.

–Por usar magia ofensiva desse nível, o aluno...

–Não! – Edgar falou. – Como eu disse, reconstrução celular de um braço é muito difícil, mas não impossível! – A fumaça se dissipou por completo, revelando um Edgar com uma pele verde. Entrara em modo de espírito. Uma tática esperta. Sua magia era aumentada nesse modo, pois ficava mais próximo de ser o espírito que era, então poderia perder um braço e reconstruí-lo, como fez, surpreendendo a todos. Outra vantagem era o fato de que podia “dar ordens” em outros usuários de terra, por isso o professor não encerrou a luta. – Não se preocupe diretor, não pretendo lutar assim. – Acalmou-o. Ele já estava pensando em cancelar a luta, pois nem imaginava que o aluno já podia fazer algo assim.

–Sempre me perguntei quem você era exatamente.

–Bom, o Quarto Filho de Espírito, Edgar. – Sorriu. Voltou ao normal, e andou até as tonfas, pegando-as. – Sabe, eu deveria usar minha técnica contra você, uma vez que você usou contra mim, porém, eu seria desqualificado por usar uma técnica ofensiva demais. – Falou.

–Fala como se fosse vencer se a usasse. – Atirou flechas na direção dele, que desviou sem muita dificuldade.

–Com a ajuda da Lili, fiz uma técnica só para te enfrentar. – Juntou as pontas dos bastões e laçou na direção dele. À medida que os bastões iam, plantas eram criadas neles, formando, de uma maneira um pouco estranha, Edgar tinha que admitir, um dragão, que atingiu Léo e o desmaiou.


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